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Sala de embarque

“Índia? Por que Índia? Eles não tinham nenhum outro país para escolher não? O que diabos eles vão fazer na Índia?”

Ouvimos essa pergunta dezenas de vezes nos últimos meses. A resposta nunca foi simples: na maioria das vezes passava pelo tripé intercâmbio, oportunidade e investimento no futuro profissional, o que, é claro, parece nunca ter convencido a ninguém. Nossas famílias temiam por nossa segurança – “tome apenas água engarrafada!”; “Cuidado com assaltos e não vá a lugares perigosos” e “você tem certeza de que não quer mesmo ir para a Irlanda?”

A verdade é que a escolha foi meio que sem querer  –  simplesmente aconteceu. Tínhamos apenas um objetivo: fazer um intercâmbio profissional em nossa área de atuação, o jornalismo. Daí até chegar a terra das especiarias, do trânsito caótico (para os ocidentais) e das vacas sagradas, foi um pulo. É que a Índia, afinal de contas, é um dos Brics. Potência mundial emergente, país em desenvolvimento acelerado e polo de tecnologia. Passado o (longo) receio inicial, aceitamos o desafio e nos preparamos para mergulhar em seis meses de experiência profissional em uma empresa de TI, em Chandigarh, cidade no norte da Índia.

É por isso que agora estou em um aeroporto aguardando um voo para Madri… e depois Roma, Paris, Londres e, por fim, um outro para Nova Delhi, onde chegaremos cerca de 20 dias depois do começo da viagem. Oi? Não era Índia?

Cartões de embarque para Madri

Era. Agora é também, mas não apenas. Com as passagens Brasil/Índia absurdamente caras, resolvemos pesquisar alternativas mais viáveis. E foi aí que achamos as três palavrinhas mágicas: Round the World Ticket, ou passagem de volta ao mundo. Até 16 países em um ano, desde que você dê uma volta completa no globo, cruzando todos os meridianos.

O valor? Sim, um pouco maior que apenas o da passagem para a Índia, mas proporcionalmente muito, muito mesmo, em conta. O que não estava na conta era o dinheiro para pagar a aventura. Mas com ajuda de uns aqui, esforço e trabalho dobrado ali, e uma vontade imensa de arriscar, compramos. E agora temos passagens garantidas para pelo menos 13 países.

Pontos turísticos de Madrid

Madrid, Espanha, a primeira parada da viagem

Então o roteiro ficou assim: Espanha, Itália, França e Inglaterra em 20 dias; Índia em 6 meses; Nepal, Hong Kong, Tailândia, Malásia, Cingapura, Nova Zelândia, Chile e Peru depois. Fora os lugares que podemos visitar por terra. Que tal pegar um trem com destino ao Butão ou um ônibus que pare no fantástico Camboja? O roteiro não esta 100% fechado, podemos  –  e queremos  –  acrescentar o máximo de destinos possíveis, mas uma coisa já é certa: daremos uma volta no mundo. Quando você se propõe a cruzar todos os 360 meridianos do globo fica impossível saber aonde você vai parar.

Julho de 2015 – Nota importante: Este foi o primeiro texto do blog.  Nosso período na Índia e a volta ao mundo foram o marco inicial do 360meridianos, que hoje é um projeto profissional e nossa única fonte de renda. Seja bem-vindo ao 360. 

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Eu quero

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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18 comentários sobre o texto “Sala de embarque

  1. Rafael, fiz um roteiro seguindo o simulador do one world e ficou:
    RJ – NYC – São Francisco – Sydney- Bali- Singapura – Hong Kong – Mumbai – Roma – Berlim – Amsterdam – Londres – Lisboa – Marrocos – Cartagena – RJ.
    Utilizei como base os valores que vocês colocaram no post sobre o orçamento e deu 11.751,96 dólares! Como o dólar está R$ 3,56, o valor para ficar 6 meses chegou a 41.954,49 reais!! Como consigo abaixar esse valor? Não contei nem com a passagem do RTW e isso acaba tornando meu sonho impraticável. Pode me dar uma luz?

  2. Não acredito que venho nesse blog todo dia, rs!
    Sério! Virei fã de carteirinha. Mesmo sem ter tempo pra quase nada, arranjo um tempinho que seja pra “passear” pelo 360meridianos. Adorei!

    Conheci por acaso, quase sem querer mesmo, e aí, paixão a primeira visita…

    Parabéns, parabéns, parabéns!!!

  3. Gente, esse blog é incrível. Parabéns ^^ Eu devia estar fazendo a pesquisa pra minha dissertação, mas tou aqui lendo mil posts há horas, hahaha. Também sou jornalista, tou fazendo mestrado na Espanha e depois de voltar ao Brasil já sei que vou querer viajar de novo. Fiquei muito curiosa sobre o estágio em Chandigarh… Vocês falaram mais sobre ele em algum post? Beijos!

    1. Oi Luísa! Que bom que você gostou do blog! Nosso intercâmbio em Chandigarh foi pela Aiesec, uma associação mundial de jovens. A gente trabalhava numa empresa de Tecnologia da Informação por lá. Ainda não temos um post que fala exatamente sobre a nossa experiência profissional na Índia, quem sabe não fazemos em breve? =p
      Não sei se você leu esses aqui, que falam de coisas que vivemos durante o intercâmbio:

      https://www.360meridianos.com/2012/12/festas-india.html

      https://www.360meridianos.com/especial/comida-indiana-pimenta-massala

      Abraço!

      1. Oi, Rafael! Obrigada pela resposta 😉 Li esses posts sim! hehe. E já pesquisei algumas opções de estágio e trabalho voluntário relacionados a comunicação, inclusive através da Aiesec, mas tou achando meio difícil encontrar algo que valha a pena na área. Espero que esse post saia mesmo ^^

        1. Pois é, esbarramos no mesmo problema. Foi por isso que paramos na Índia, onde achamos uma vaga mais ou menos parecida com o que a gente queria. Até que a Aiesec tem algumas vagas para jornalismo, mas normalmente elas exigem inglês nativo. Esse é o problema…
          Vamos providenciar esse post sim! Obrigado pelos comentários e pela sugestão! Abraço.

  4. Fred,
    Sim, acho que chegamos no RTW de forma meio que diferente do normal – é até complicado entender como começamos isso tudo. Infelizmente não vamos “trombar” no meio do caminho, mas seguiremos caminhos paralelos.
    E boa viagem pra vocês também!

  5. Fantástico!

    Na nossa própria RTW, encontramos outros “world travellers”, mas a decisão de vcs veio da forma mais inusitada de todas q vimos. Achei incrível! Que reviravolta para o que já seria uma grande experiência! Como vcs vão ficar por 8 meses na Índia e nós já passamos por aí, é pco provável que a gente se encontre. Mas, passaremos pelo blog pra ver suas impressões de lugares em que já estivemos ou que estamos por visitar…

    Boa sorte e boas viagens!
    Fred

  6. Ah que lindo o texto.. Realmente quando o Rafa me contou que ia viajar, jamais imaginava que ele pudesse falar Índia.. foi uma surpresa! haha! Mas eu sei que ele tá bem acompanhado!! E que a viagem vai ser excelente, afinal conhecer 13 países deve ser a coisa mais divertida do mundo!! Espero que vocês se divirtam muito e aprendam muita coisa! =) Boa sorte!!! =D

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