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Lendas e mitos romanos: um passeio pela história de Roma

Neste caso o clichê não apenas se aplica, mas ainda por cima tem um sentido profundo: Roma é mesmo mitológica. E desde o principio. Um dos mitos romanos mais famosos é o de fundação do povo, que diz que a cidade nasceu pelas mãos de Rômulo e Remo, irmãos gêmeos que, após serem abandonados no rio Tibre, foram adotados por uma loba. E assim teria nascido um dos maiores impérios de todos os tempos.

É complicado saber qual parte do mito fundador tem ligação com a realidade – há quem garanta que nada é real e que a lenda foi encomendada pelos Césares, numa tentativa de inventar um passado nobre para a jovem potência mundial. Outros lembram que a mesma palavra em latim traduzida como loba também significaria prostituta, o que faria do mito fundador um simples erro linguístico.

Mitos de Roma

Mito fundador. Da cidade e, por consequência, de vários outros mitos. Você pode nunca ter passado perto da Itália, mas aposto que é capaz de citar um ou dois ditados populares que falam da capital do império. Ou vai dizer que não sabia que quem tem boca vai a Roma?

Ditados, mitos e lendas. Em Roma eles estão em cada esquina, debaixo de cada pedra, escondidos até mesmo nas mais simplórias estátuas. Durante os cinco dias que ficamos na cidade pudemos conferir de perto muitos. Vamos falar de alguns deles. Mas pode ter certeza: Roma tem mitos, histórias e estórias que não acabam mais. E já que a cidade não foi construída em um só dia, então cinco não seriam suficientes para desvendar todos os seus mistérios.

Veja também: Conheça os pontos turísticos da Roma antiga

Fale com a estátua Pasquino

Perto da belíssima Piazza Navona fica uma estátua meio sem graça que custa a chamar atenção dos turistas. Mas a história do Pasquino é das mais interessantes. Conta a lenda que a estátua, feita no século 3 a. C., foi colocada neste local em 1501. Dizem que na região morava um barbeiro (em outras versões o cara é padeiro ou então professor) e que as crianças do bairro começaram a notar que ele se parecia com a estátua.

Pronto: virou piada. Sátiras começaram a aparecer na estátua, primeiro só sobre o tal Pasquino, depois sobre o governo e até sobre o Papa. E a estátua começou a falar – por meio de bilhetes colados lá a população tornava claro aquilo que não podia ser dito abertamente. Durante os séculos a estatua já falou verdades sobre Papas, Hitler e até sobre os escândalos sem fim do Berlusconi. E sim, é daí a origem da palavra Pasquim.

Lendas e mitos romanos

Toque os pés da estátua de São Pedro (?)

Sabe aquela história de “é proibido tocar nesta obra de arte”? Não se aplica no caso da estátua de São Pedro, no Vaticano. Ninguém sabe ao certo quando a estátua de bronze foi feita. Há quem diga que ela data do século 5, outros defendem que ela foi feita no século 8, por Arnolfo di Cambio. Fato é que todos os dias milhares de peregrinos tocam e beijam os pés da estátua para pedir a benção de Pedro. O resultado de séculos e séculos do mesmo ato de fé é visível nos pés da estátua, agora completamente desgastados.

Estátua em Roma, Itália

Quer saber o labo B da lenda urbana? Com uma rápida olhada na internet você vai achar gente que jura que a estátua de Pedro é na realidade uma antiga estátua do Deus Júpiter que teria sido roubada pela Igreja Católica do Panteão e adaptada de forma a representar São Pedro. Assim, não só milhares de católicos beijariam todos os dias os pés de um deus pagão, mas também todas as estátuas posteriores de Pedro, feitas com base nessa primeira, trariam a imagem do Deus romano.

Leia também: Onde ficar em Roma

Mitos de Roma

Mitos romanos #tensos: Lute contra o espírito de Nero

A Praça do Povo é uma das mais famosas de Roma. Foi nessa região que Nero – o imperador louco que dizem ter queimado Roma e culpado os cristãos – foi morto e enterrado. O problema é que o espírito de Nero (que morreu dizendo que o mundo perdia um grande artista ou alguma loucura do tipo) começou a vagar pelo local.

Pelo menos foi isso que a boca-miúda do povo romano começou a contar. Por via das dúvidas o Papa Pascoal II mandou arrancar a árvore que seria casa do espírito piromaníaco. A madeira foi queimada (!) e jogada no rio Tibre. No lugar foi construída uma igreja.

Por falar em Nero, você sabia que, diz a lenda, as cinzas dele estavam numa bola dourada, no topo de um obelisco, até a idade média? Qual obelisco? O que hoje está no centro da Praça de São Pedro, no Vaticano! Ou seja, se quiser ver a tumba de Nero, basta dar um pulinho no Vaticano e olhar para cima. Ahhh, outra coisa: o mesmo obelisco teria sido a última coisa que o apóstolo Pedro viu antes de morrer. Confuso? Então leia também nosso post sobre as catacumbas do Vaticano e você vai entender

Vaticano-Praa-de-So-Pedro.jpg

Praça de São Pedro, Roma

Jogue moedinhas na Fontana de Trevi

Essa é a maior e mais bonita fonte em Roma, com quase 30 metros de altura. Concluída em 1762, foi imortalizada no filme La dolce vita, do cineasta Federico Fellini. Diz a lenda que jogar uma moeda nas águas da fonte garantem ao visitante outra viagem a Roma. Pelo sim ou pelo não, não faltam moedinhas na Fontana. E não dá para passar por lá sem tirar fotos absolutamente ridículas como essas aqui.

Fontana di Trevi, Roma

Coloque um cadeado numa fonte romana

Esse mito é bem mais recente. O escritor Federico Moccia contou num dos seus livros a história de um casal que escreve seus nomes num cadeado e depois prende o objeto num poste na Ponte Milvian, a mais antiga de Roma. Depois o casal joga a chave no rio Tibre, de forma a simbolizar a eternidade do amor.

O rito virou pop, e não parou de aparecer casal para imitar o gesto. A quantidade de cadeados logo passou do suportável, o que gerou um longo debate para saber se eles deveriam ser deixados ali. Quase 6 mil cadeados foram tirados da ponte e o governo resolveu multar em 50 euros os casais que continuassem com a nova mania. Ou seja, não coloque o cadeado se não tiver Euros sobrando.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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3 comentários sobre o texto “Lendas e mitos romanos: um passeio pela história de Roma

  1. Também joguei moedas na fontana e não é que voltei outra vez! Não me lembro se da segunda vez joquei outra moeda mas pretendo voltar e jogar de novo. Seu pae e tios também jogaram uma vez e também voltaram de novo.Será que a sorte os levará lá de novo.Beijos e saudades.

  2. Só hoje consegui acessar o blog de vocês. E admito que fiquei fascinada.
    Como bons jornalistas que se prezem, os textos são recheados de informações interessantes e bem conectadas. Vim ler um post e acabei lendo todos, hahahaha.
    Muito sucesso pra vcs na jornada ao redor do mundo e, principalmente, na aventura pela Índia.
    Espero poder acompanhar virtualmente sempre que possível.
    Bon Voyage!!
    Bjos

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