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Foz do Iguaçu: o lado brasileiro das cataratas

“Santa Maria, mas que beleza!”, teria dito Álvar Núñez Cabeza de Vaca quando viu as Cataratas do Iguaçu pela primeira vez, em 1541. Fugindo de índios, o descobridor das cataratas não ficou muito por ali, mas colocou a maravilha no mapa. Já Santos Dumont ficou tão chocado que arriscou a vida se equilibrando num galho de árvore que se esticava por cima de uma das quedas, só para conseguir uma vista melhor.

O ex-presidente norte-americano Bill Clinton também se impressionou: “Vi fotografias das Cataratas do Iguaçu há muitos anos, mas ninguém pode saber como é sem vir aqui e ver. É incrível, é maravilhoso”, disse. Eleanor Roosevelt, mulher de um dos mais importantes presidentes dos EUA, Franklin Roosevelt, sentiu pena. Pena das Cataratas do Niágara, na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá: “Pobre Niágara”, exclamou ela. Eu não me lembro de ter dito nada quando finalmente conheci Iguaçu. Fiquei sem palavras.

Precisei de menos de 24 horas em Foz do Iguaçu, no Paraná, para ter uma certeza: dos lugares que já visitei, Foz é o mais incrível do Brasil e um dos mais espetaculares do mundo. Os estrangeiros sabem disso, tanto é que Foz é o segundo destino do país que mais recebe gringos. Mas os brasileiros infelizmente ainda estão descobrindo a região. Já cansei de ouvir casos de quem passa por lá só para fazer compras no Paraguai, mas sequer faz uma parada rápida para visitar as cataratas. Isso é quase um crime.

cataratas do iguaçu

As Cataratas do Iguaçu ficam no rio de mesmo nome, na fronteira da Argentina com o Brasil. A maior parte das quedas – cerca de 80% – fica no lado argentino, mas nem por isso a nossa parte é menos importante, já que temos uma vista privilegiada das quedas dos hermanos. E lembre-se de agradecer por nossa parte dessa maravilha da natureza ao Santos Dumont. É que quando ele foi lá as cataratas estavam em terreno particular, mas o inventor brasileiro procurou políticos para garantir que a área voltasse a ser de domínio público. O Parque Nacional do Iguaçu foi criado por Getúlio Vargas, em 1939.

São 275 quedas, algumas com até 80 metros de altura. Tudo isso cercado por uma grande área de floresta tropical, protegida tanto do lado argentino como do lado brasileiro. Animais de todos os tipos habitam as trilhas do parque e tornam a visita de qualquer turista ainda mais interessante. Neste post falaremos sobre os atrativos do lado brasileiro das cataratas. A visita ao parque argentino – também obrigatória – será narrada em breve.

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O Parque Nacional do Iguaçu

Cerca de 20 minutos separaram a entrada do parque do centro de Foz do Iguaçu. Estivemos na cidade durante um feriado, no final de maio. O parque brasileiro foi nossa primeira parada. O ingresso (R$ 25, para brasileiros) dá direito a visitar as cataratas e ao transporte no interior do parque, feito em ônibus panorâmicos. Descemos antes do ponto final e resolvemos conhecer as cataratas aos poucos, enquanto caminhávamos por uma das trilhas do parque. Lentamente, as cataratas foram se revelando.

Pouco mais de um quilômetro e várias paradas depois, a trilha panorâmica das cataratas chega ao fim. Mas é aí que fica a melhor parte: uma passarela passa por cima do rio e chega pertinho da Garganta do Diabo. O vento e a queda d’água molham geral, mas não deixe que isso o impeça de andar pela passarela: vale a pena, é seguro e molhar não faz mal a ninguém.

cataratas do iguaçu, brasil

Mas mesmo quem não vai na passarela (sei lá, tem gente doida) não pode reclamar da vista. Dá para ficar um tempão de olho nas cataratas. Depois, é só subir de elevador para testar uma vista diferente.

Almoçamos no parque mesmo. Ao contrário do que costuma acontecer em grandes atrações turísticas do Brasil, achamos o preço da refeição razoável. Depois, nos preparamos para a próxima aventura – era hora de entrar no rio Iguaçu e tomar um banho nas águas das cataratas.

garaganta do diabo, cataratas

O Macuco Safári

Existem outras opções além de passeio basicão pelo Parque Nacional do Iguaçu. Os mais aventureiros aproveitam o visual para fazer rapel e rafting. Também é possível percorrer outras trilhas pela mata, fazer arvorismo, tirolesa, andar de caiaque ou ver tudo de cima, num tour de helicóptero. Dos passeios alternativos, o mais famoso é o Macuco Safári.

O passeio começa numa trilha, percorrida parte num veículo elétrico e parte a pé. Depois da caminhada, chegamos no rio Iguaçu. É hora de ficar molhado.

“Não levem nenhum equipamento eletrônico ou algo que não possa molhar”, disse o guia.

“Mas molha quanto? Não dá nem para levar um celular?”, perguntei.

Foz do Iguaçu. Macuco

Molha muito. Se você não levar capa de chuva vai sair de lá completamente encharcado. E isso é bom. Entramos num barco, que rapidamente cruzou o rio Iguaçu.  Alguns minutos mais tarde, parada para apreciar as cataratas argentinas. Resolvi arriscar e levei o celular, mas logo percebi que ia mesmo cair muita água no barco. Tirei algumas fotos e guardei o aparelho, enrolado em três sacos plásticos.

Foz do Iguaçu, Macuco

O barco seguiu até outras quedas. Cinco minutinhos apreciando a beleza, e foi hora de tomar banho de cataratas: o piloto passa várias vezes debaixo de uma das quedas. Descrever a sensação? Foi mal, não dá.

O passeio do Macuco Safári custa R$ 246. Crianças pagam meia entrada. Numa boa? Vale cada centavo. Definitivamente, o ponto alto de nossa passagem por Foz do Iguaçu.

O 360meridianos teve o apoio da Loumar Turismo  e do Macuco Safári  durante a viagem pela região de Foz do Iguaçu. 

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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