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Atlas: Udaipur, Índia

O dia em que eu saí na capa de um jornal indiano

Este guestpost foi escrito pela Larissa e Roberto, um casal apaixonado pela Índia que resolveu criar uma empresa para levar pequenos grupos a experimentar o país de uma forma diferente da que as agências tradicionais oferecem. Eles contam um pouco mais sobre esse projeto nesse outro post.

Depois de rodar por 3 meses boa parte da Índia, chegamos sem pretensão alguma em Udaipur, uma cidade charmosinha no estado do Rajastão. A gente não sabia, mas estava acontecendo o festival Mewar, que celebra a chegada da primavera. Fomos para ficar três dias, acabamos ficando 12. Dentre tantos motivos, inventamos de comprar um tuk-tuk para viajar pelo norte da Índia e depois vender na última cidade. A experiência de fazer alguns test-drive e conhecer praticamente todos os motoristas da cidade foi bem inusitada – ficamos até famosos entre os proprietários que insistiam em nos vender. O plano acabou não indo pra frente, porque os tuk-tuks dentro do nosso orçamento eram latas velhas e os próprios indianos aconselharam a gente a não comprar.

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Enquanto a gente negociava com um senhor, dono do tuk-tuk com um adesivo Jesus Save Me, chegaram dois indianos muito bem vestidos com uma pasta na mão. Demoramos pra entender que eles estavam convidando a gente para participar de um festival que escolheria ‘O Melhor Casal Estrangeiro Rajastani’. Na real, eles nem sabiam explicar muito, só queriam que eu colocasse nosso nome na folha. Eu queria saber: “mas o que a gente tem que fazer?” e ele respondeu: “nada, nada, é só usar a roupa típica que vamos emprestar para vocês”. Achei estranho, mas ok. Assinei nossos nomes, o Roberto nem viu. O concurso encerraria o festival, na beira do Lago Pichola, uma lago bem bonito que divide a cidade.

Chegamos lá no dia e hora marcada, num raveli atrás do palco. Dentro estavam mais nove casais de estrangeiros, que como a gente também não sabiam o que deveriam fazer. Fora estava uma multidão gritando. Hora da produção: Mulheres para um lado, homens pro outro, cada um no seu camarim fazendo a super transformação indiana. Para mim, muita maquiagem, muitos acessórios, mais uma roupa típica que era uma saia, uma blusa bem colorida e com um véu que cobria a cabeça.

Pros homens, chapéus e roupas que pareciam fantasias antigas. Três horas depois, sob um calorzão de 37 graus, lá estávamos todos nós, prontinhos para arrasar sabe-se lá como. Quatro dias antes, eles tinham falado que eu não deveria fazer nada. Mas naquela hora o cara da organização aparece e me diz que temos que subir no palco. Eu pensei: “em meia hora certamente isso vai mudar e vão pedir mais coisas”. Dito e feito.

Eles nos chamaram para formar uma fila e adivinha quem foram os primeiros? Claro que foi a gente! Dez minutos antes de entrar o cara me diz “subam, dancem e depois o apresentador vai fazer umas perguntinhas para vocês”. Soltei uma risada nervosa, mas pensei: “Ok, estou pronta para pagar um mico em terras indianas, ninguém me conhece mesmo”. Mais ou menos umas 5 mil pessoas estavam ali na beira do rio de frente pro palco, e já na fila tinha muitos indianos tirando fotos com todo mundo. E lá foi o apresentador anunciar: “Larissa and Roberto, from Brazil! Woooo!”

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Tá, se é pra pagar mico, que seja um mico bem pago. Subimos, eu me cuidando para não pisar na barra da saia nas escadas. A banda começou a tocar uma música indiana, que era um ritmo bom para inspirar a dança, então dançamos, de um jeitinho tosco, mas dançamos. Na hora que eu virei de costas para eles, abri meus braços e fui descendo com a cabeça para trás, me desculpem, mas a plateia foi ao delírio! Um minutinho de música e voltou o apresentador fazendo três perguntas para saber o que a gente achava da cultura, das cores e da cidade. Foi fácil responder porque eu realmente estava amando Udaipur.

Enfim, chegou a hora de anunciar os vencedores e a maior parte da plateia gritava “Brazil, Brazil!” e a gente até achou que fosse ganhar. O prêmio era um jantar no melhor hotel da cidade. Pra gente, que estava viajando com pouquíssima verba, seria uma coisa beeem diferente na nossa rotina pão-com-curry. Mas não. Acabamos ganhando só um quadro de parede, que deixamos de presente pro dono gente-fina do hotel.

Na hora que a esposa de um dos jurados foi entregar o quadro, disse no meu ouvido que queria que a gente ganhasse, mas o festival escolhia a melhor roupa. Ou seja, pensem comigo: como pode um festival fazer uma competição sendo que eles mesmos emprestam todas roupas? Não faz sentido, mas, tudo bem, muita coisa na Índia não faz sentido mesmo. Quando descemos do palco conversamos e tiramos muuuitas fotos com quase todo mundo lá. E o mais engraçado foi que no dia seguinte saímos na capa de dois jornais de Udaipur! Ir até lá para virar subcelebridade indiana não estava nos meus planos, mas que foi divertido, ah foi.

Essas experiências, as que a gente não consegue planejar antes, são as mais incríveis. Fazer coisas que na nossa rotina em São Paulo, provavelmente, a gente não faria. Estar aberto para que as coisas aconteçam é a melhor forma de conhecer de verdade um país. Por isso, existe uma diferença entre visitar e conhecer um lugar. Gostamos tanto de viver essas experiências que agora queremos com o Vem Comigo Para Índia tentar proporcionar tudo que aprendemos numa viagem de 20 dias para pessoas sem frescuras, dispostas e que tenham vontade de deixar de lado os pré-conceitos e embarcar nessa para conhecer uma cultura tão diferente da nossa. É essa bagagem que fica e transforma você.

E aí, vem com a gente?

Vem comigo pra Índia

Foi assim que cuidadosamente planejamos roteiros em março, abril, maio, outubro, novembro e dezembro. Cada roteiro é único e tem uma atração principal: o Holi, Ganges, o pequeno Tibet indiano, o festival Diwali, Goa. Serão 20 dias visitando aproximadamente de 7 a 9 cidades. E para conhecer um lugar a gente acredita que você tem que ter contato com o povo, por isso vamos priorizar essas atividades de contato com os locais ao máximo: ir aos bazares, pechinchar, andar de tuk-tuk, fotografar, conversar com estranhos, tomar um chai e o deslocamento vai ser quase sempre de trem. Fazer e ver coisas que não existem no nosso país. Isso sim faz uma viagem valer a pena.

A gente sabe que muita gente não vai até lá porque não tem parceria, não fala inglês ou até tem medo de ir sozinho e acaba engavetando a ideia. Então essa é a chance de tirar a ideia da gaveta e viajar em um formato diferente das agências de viagens tradicionais. Não, não oferecemos aquela excursão clássica. As agências de viagem oferecem tudo pronto até demais para quem é curioso. O que oferecemos é a oportunidade de viajar com um pequeno grupo, com expectativas semelhantes e sem frescuras. Somos radicalmente contra excursões grandes, que lotam restaurantes, tumultuam templos e afetam negativamente a vida dos moradores locais. Queremos reduzir o impacto do turismo sobre a vida cotidiana das pessoas que vivem nesses lugares, gastar nosso suado dinheirinho com quem realmente precisa e ir embora deixando uma boa impressão e levando com a gente boa histórias pra contar.

Conheça nossas opções de passeios (e não deixe de contar que nos conheceu através do 360meridianos!):

Site: www.vemcomigoparaindia.com

Instagram: @vemcomigoparaindia

Fanpage: www.facebook.com/vemcomigoparaindia

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Blog de três jornalistas perdidos na vida que resolveram colocar uma mochila nas costas e se perder no mundo.

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Um comentário sobre o texto “O dia em que eu saí na capa de um jornal indiano

  1. Hahaha, amei a história! A Índia é o lugar mais incrível do mundo, morei três meses lá ano passado e um dia acabei trabalhando num casamento tocando TAMBOR (não sei tocar tambor) num conjuntinho de paetê <3

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