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Atlas: Cidade do México, México

Onde comer na Cidade do México: dicas de restaurantes

Minha pança pós-viagem deixou claro: a melhor parte dos 17 dias em terras mexicanas foi a comida. Nesse quesito, embora todo o país tenha seus ingredientes secretos, nenhum lugar é melhor que a capital, onde é possível encontrar de tudo um pouco. Prepare-se para comer bem e barato no café da manhã, no almoço e no jantar. Listei neste texto alguns lugares onde comer na Cidade do México. Como sempre, não tenho a pretensão de dizer que esses são os melhores estabelecimentos da cidade, mas apenas lugares que, após alguma pesquisa, eu resolvi conhecer. E que recomendo. Tem de tudo – restaurantes, bares e até padarias e cafés.

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El Cardenal

Muitos dos hotéis do México não têm café da manhã incluído na diária, pelo menos não nas tarifas mais baratas. Mas, numa boa, isso até que é bom – é melhor economizar no hotel e abrir mais um espaço para restaurantes na sua agenda. O El Cardenal foi, de longe, o melhor café da manhã que tivemos no país. Tanto que esse restaurante de cozinha mexicana, mesmo também funcionando para almoço, é famoso pela primeira refeição do dia.

O El Cardenal foi fundado em 1969, pelo casal Oliva Garizurieta e Jesús Briz. Logo, os filhos deles passaram a participar do negócio, que cresceu. Hoje são quatro unidades, sendo que três delas ficam no centro histórico. Estivemos no da Calle de la Palma, 23, atrás do Zócalo. Prepare-se para aguardar na fila, pois a concorrência é grande. Não deixe de provar o chocolate Doña Oliva, que é uma das marcas registradas do El Cardenal. Literalmente. Os pães da casa também são muito bons – comi um de nozes e recomendo. Para o almoço, há pratos como a Tortilla de huevo con escamoles e o aporreado con huevo.

O restaurante aceita cartões, mas não abre para jantar. Gastamos cerca de 100 pesos por pessoa. Pode valer a pena pedir uma entrada e um prato principal  para duas pessoas, já que a refeição serve bem. Isso vale, inclusive, para quase todos os restaurantes listados aqui (confira com o garçom o tamanho dos pratos). Veja os outros endereços e o menu no site oficial.

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Hosteria Sto Domingo

Almoçamos na Hosteria Sto Domingo por indicação de um site gringo. Foi uma boa escolha. Esse é outro estabelecimento que fica no centro histórico, colado com o Bellas Artes (Calle Belisario Dominguez, 72). Foi inaugurado na década de 60 e tem fama entre viajantes por ser um dos únicos restaurantes onde o Chili En Nogada é um prato fixo no menu. Essa iguaria vem de Puebla, uma cidade vizinha ao DF, e se tornou um dos símbolos do país. É um pimentão recheado com carne de porco e ao molho de nozes. Outros pratos típicos também estão no cardápio e os clientes costumam almoçar com música ao vivo, de um pianista. A decoração é outro ponto positivo.

A Hosteria Sto Domingo funciona de 10h até 0h e aceita cartões. Detalhes no site oficial.

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Café Tacuba

A primeira refeição que fizemos no México foi no Café Tacuba, uma indicação da recepcionista da pousada onde nos hospedamos, o Chillout Flat B&B, que fica no centro histórico. Caminhamos por cinco minutos e pronto: estávamos no restaurante. O primeiro atrativo é o ambiente, que é fantástico. O Café Tacuba funciona desde 1912, dentro de um casarão colonial.

O endereço logo se tornou um dos mais tradicionais do DF, atraindo gente famosa, como o artista Diego Rivera e Porfirio Díaz, que foi presidente do país. No menu, espere encontrar clássicos da cozinha mexicana, como tacos, tostadas, chiles rellenos e Lengua de res. O melhor é que o preço das refeições não assusta.

O estabelecimento funciona para café da manhã, almoço e jantar e aceita cartões. Fica na Calle de Tacuba, 28, entre o Bellas Artes e o Zócalo. Gastamos cerca de 200 pesos por pessoa, incluindo cervejas especiais.  Detalhes no site oficial.

Café Tacuba

La Pagoda

Muito bom e barato. Essa combinação faz do La Pagoda uma das melhores opções para comer na Cidade do México. Pelo menos é a com melhor custo/benefício. O ambiente é super simples, estilo lanchonete mesmo – La Pagoda é a parada para almoço de muitos moradores da Cidade do México que estejam passando pelo Zócalo.

Fica na 5 de Mayo, 10. Leve dinheiro, pois o estabelecimento não aceita cartões. Dá para comer muito bem com 100 pesos – e com menos ainda, se for apenas para tomar café da manhã. Outra vantagem é que o La Pagoda funciona 24h. Aproveite para provar receitas de várias partes do país, a qualquer hora do dia.

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Azul Histórico

O restaurante mais caro que conheci na Cidade do México e também um dos poucos em que o prato principal não serve duas pessoas. Mas a proposta do Azul Histórico é outra, a de um estabelecimento mais requintado e que quer mostrar outra faceta da tradicional culinária mexicana. O ambiente ajuda, pelo menos o da unidade que visitei, que, como o nome indica, também fica no Centro Histórico (há outros dois da marca “Azul”, no bairro Condessa e na Ciudad Universitaria).

Pertence ao premiado cheff Ricardo Muñoz Zurita. No menu há pratos de várias regiões do país, como o Pescado Tikin Xic, que é de Iucatã, ou o Legendario mole negro, de Oaxaca. Os pratos individuais custam entre 250 e 350 pesos. Fica num casarão colonial do centro onde funcionam também um hotel e um hostel, na Calle Isabel la Católica, 30. Costuma haver fila de espera e fazer reserva é aconselhável, principalmente nos finais de semana. Aceita cartão. Detalhes no site oficial.

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Foto: Divulgação

Pasteleria Esperanza

É impressionante a qualidade (e a variedade) dos pães da Cidade do México. Como muitos dos hotéis não oferecem café da manhã, começar o dia numa padaria não é má ideia. Se quiser pagar muito pouco e comer bem, uma boa escolha é a rede da Pasteleria Esperanza, que tem dezenas de endereço na cidade.

Eu fui várias vezes na loja da Calle de Bolívar, 16, a cinco minutos a pé do Palácio de Bellas Artes. Pães diversos por  menos de 10 pesos e cappuccinos por menos de 20 me fizeram voltar. A maioria dos clientes leva o lanche para comer em casa, mas pelo menos nessa unidade havia mesas e cadeiras para quem resolvesse comer por lá. Aceita cartão. Site oficial.

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Fiebre de Malta

Uma alternativa para beber cervejas especiais pertinho do Paseo de La Reforma. O Fiebre de Malta é um bar e por isso as porções são as melhores opções. Pedimos palomitas de camarão empanado e chicken wings com gorgonzola a barbacue, cada porção custando cerca de 200 pesos. Para beber, pedimos uma altbier imperial, a Tempus Doble Malta, a Psicosis IPA e a Morrigan, uma strong scotch.  A Fiebre de Malta tem dezenas de cervejas no cardápio, muitas delas do México, e costuma ser o bar escolhido por muitos em dias de jogos de futebol e outros eventos esportivos.

São duas unidades, uma na Calle Lerma, 156, perto do monumento El Angel de la Independencia, e a outra na Avenida Pdte. Masaryk 48, em Polanco.  Aceitam cartões. 

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Foto: Divulgação

Corazon de Maguey

Meu espanhol não é lá essas coisas, eufemismo para deixar claro que ele é inexistente. Acho que foi por isso que fiquei tão empolgado ao ver o prato chapulines con queso fundido no menu do Corazon de Maguey –  eu não fazia ideia do que seriam chapulines, mas queijo fundido, bem, isso é sempre bom. Chegou o prato e ficou claro que os chapulines eram parentes do Chapolin, o colorado. Que, como as anteninhas deixam claro, é um grilo. E lá fomos nós comer uma porção de grilhinhos com queijo, um prato típico de Oaxaca, estado mexicano.

Já de volta ao Brasil e pesquisando para este texto, descobri que o Corazon de Maguey, restaurante de comida típica que fica na Plaza Centenario, 9, no bairro de Coyoacán, é famoso por esse tipo de iguaria. Mas não faz essa cara. Há muitas opções no menu, a maioria delas sem grilos (ou qualquer inseto). O restaurante é especializado em comida do sul do México. A carta de  mezcals, bebida típica e irmã da tequila, é outro ponto forte. Cartões são aceitos e os pratos custam em torno de 200 pesos. Com ou sem grilo.

Leia também: Prato principal: gafanhotos, vermes e outros insetos

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La Cervecería de Barrio

Não se trata de uma cervejaria nos padrões brasileiros, isso é, um local de fabricação da bebida, mas de um bar. Também não espere uma carta ampla de cervejas especiais: por ali, as mais pedidas são as tradicionais Sol, Indio, Heineken e Bohemia. Além das cervejas, drinks diversos, de mojitos a caipirinhas, também estão no menu, mas eu recomendo La Cervecería de Barrio é mesmo pela comida, das hamburguesas aos pescados. É tudo muito bom.

São várias unidades espalhadas pela cidade. Eu fui na que fica na Avenida Juarez, 64, em frente ao Palácio de Bellas Artes, mas há endereços em bairros como Roma e Condesa, entre outros, e até fora do DF. Espere gastar entre 200 e 300 pesos por pessoa, dependendo do consumo. Eles aceitam cartões. Confira os endereços de todas as unidades e outros detalhes no site oficial.

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Mercados e comida de rua

O melhor da culinária mexicana está guardado nos mercados e também pode ser encontrado na comida de rua, aquela baratinha. Por falar nisso, os mercados são atrações imperdíveis não só na capital, mas em todo o país – vale sempre colocar os mais importantes no seu roteiro.

Na capital, há o Mercado de Medellín. E no mesmo bairro fica uma opção bem mais gourmetizada, o Mercado Roma, enquanto o mais antigo e famoso é o Mercado de La Merced. Mas o que visitamos, totalmente por acaso e graças a uma caminhada sem rumo depois de visitar a Casa da Frida, foi o Mercado de Coyoacán. Que sorte!

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Além de ser um mercado para produtos em geral, o destaque por ali é a comida, com as famosas Tostadas Coyoacán. Escolha a sua e peça uma agua fresca (mistura de suco de fruta com água). Com 50 pesos você comerá bem. O Mercado de Coyoacán fica na Calle Ignacio Allende e funciona todos os dias, de 9h30 às 18h30. Pagamento somente em dinheiro.

Mercado de San Juan de Pugibet

Quer uma opção de mercado mais gourmet? O Mercado San Juan de Pugibet, localizado no centro, perto do mercado de artesanías de La Ciudadela, oferece uma variedade de produtos exóticos e importados. Na loja La Navarra, especializada em produtos espanhóis, você pede uma tapa e ganha dois copos de vinho por 50 pesos. O prato pode até ser da Espanha, mas o tamanho é mexicano. Uma porção pode ser facilmente dividida para duas pessoas.

Mercado San Juan - Cidade do México

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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18 comentários sobre o texto “Onde comer na Cidade do México: dicas de restaurantes

  1. Eu achei de fato barata a comida no México, mas experimentei as melhores indicações e achei a comida na Cidade do México uma merda!!

    1. Eu adoro, Giovanni. Dos melhores lugares para comer que já visitei. Mas gosto não se discute. 🙂

      Abraço e obrigado pelo comentário.

  2. Cara deve ser uma delicia essas comidas, acredite todo lugar novo que eu chego a minha vontade é conhecer as comidas típicas, rsrsrsr, adoro comer.

  3. Com muita água na boca preciso te dizer que eu não sou uma pessoa chata para comer, aparentemente essas comidas são muito boas,pretendo ir ao México na minha próxima viagem e quero experimentar essas comidas típicas.
    Bom trabalho Amigo.

  4. Olá, conhece algum brasileiro que seja guia, na Cidade Do México. Pois vou fazer uma conexão, de algumas horas lá, e queria aproveitar para conhecer algo. Desde já agradeco a atencão!!

        1. Raquel, boa tarde! Você conseguiu encontrar um guia brasileiro para acompanhá-la durante sua conexão? Também vou tentar maximizar minhas horas por lá! Desde já agradeço a sua atenção!

  5. A Cidade do México é uma verdadeira experiência culinária. Conheci alguns desses locais que você citou, Rafael, e também provei o sabor da comida de rua. Que lugar incrível!

  6. Poxa sabe que é uma das coisas que menos me atrai nas viagens, exceto se for na linha que gosto com produtos orgânicos sem origem animal e etc.Linha saudável e em consequência tem muitas viagens que faço que fico sem opção mesmo e até gosto de voltar mais leve para casa. Realmente eu passo em muita culinária típica, sem arrependimentos. E é sem dúvida um dos poucos momentos que sinto falta de sampa com seus pontos e eventos de comida da linha que gosto.

    1. Eu entendo, Ana. Mas imagino que uma grande cidade, tipo o DF, tenha de tudo. Inclusive o que você gosta. Acho que em metrópoles assim sempre dá pra achar. E você não tem obrigação nenhuma de gostar das comidas típicas. Não precisa ter arrependimentos mesmo 🙂 Tá certíssima.

      Abraço e obrigado pelo comentário.

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