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Atlas: Hong Kong, China

Como evitar cair em golpes em Hong Kong

Eu tinha que comprar um lente da Canon que meu pai vinha me pedindo insistentemente. Deixei para procurar em Hong Kong, afinal, essas coisas costumam ser mais baratas na China. O nosso hotel, para minha sorte (ou assim pensei na época), ficava na Nathan Road, uma rua cheia de lojas com letreiros de neon enormes com nomes de marcas de eletrônicos famosas e anúncios de “tax free”.

Entrei em umas três ou quatro lojas para saber o preço da tal lente. Quando cheguei a um valor médio, decidi comprar. Conversei com um vendedor, pedi a lente. Ele trouxe uma do mostruário para eu ver. Era original, ou pelo menos parecia ser. Disse que levaria e ele me indicou uma cadeira para darmos continuidade ao processo da compra.

Ele perguntou se eu pagaria no cartão, como eu disse que sim, me ofereceu um desconto. Aí começou a preencher os papeis e me pediu o cartão. Eu comecei a suspeitar de algo estranho e perguntei onde estava a lente que eu iria comprar. Ele respondeu que estavam pegando no estoque. Então eu disse que preferia esperar e conferir se estava tudo certo.

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hong kong noite

Enquanto aguardava, vários turistas entraram na loja para dar uma olhada nos preços e alguns efetivamente compraram alguma coisa. Não vi ninguém de Hong Kong entrando ali. O vendedor, muito simpático, ficou conversando comigo, falando de outras lentes da marca e tentando me convencer a levar outra, que segundo ele era muito melhor. Como o produto era para o meu pai, disse que realmente não tinha interesse em trocar ou adquirir outra coisa.

Passados cerca de uns 20 minutos de espera, o vendedor me pediu desculpas e disse que a lente tinha esgotado no estoque. Eles iam mandar pedir outra e me avisaram para retornar no dia seguinte. Eu fiquei meio puta, agradeci e fui embora. Cheguei no hotel e contei para Naty e Rafa a confusão na loja.

Mercado de rua em Hong Kong

Os golpes das lojas de eletrônicos

O Rafa me contou que tinha lido na internet sobre um golpe muito comum em Hong Kong que costumava acontecer nessas lojinhas cheias de neon e nenhum nome. Eles te oferecem um produto, às vezes com descontos incríveis.

Enquanto  espera que eles busquem no estoque, muita gente resolve adiantar as coisas e passar o cartão.  Depois de tudo pago, eles contam que o produto está esgotado e oferecem outro – que obviamente vale muito menos.

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Mais um detalhe sobre essas lojas: elas são pequenas, com mostruários abarrotados de câmeras, celulares, lentes e outros acessórios eletrônicos. E, apesar de pequenas, todas têm pelo menos uns cinco vendedores – algumas chegam a ter uns 10.

Outro golpe comum é quando eles colocam um produto de qualidade inferior ou falsificado na caixa “oficial” – como o turista muitas vezes não vai conferir o que comprou na hora, ou só vai abrir quando chegar em casa, o golpe dá certo. Quando o cliente percebe a tempo, o golpista tem a cara de pau de ficar revoltado e afirmar que foi o comprador que trocou o objeto da caixa (isso já aconteceu na Europa com minha mãe, colocaram um tijolo na caixa do tênis!).

E ainda, os vendedores podem te vender um produto com  desconto e só depois te oferecer os extras – como os cabos, carregadores, capas de lentes – que teoricamente deveriam vir com o produto. E aí você tem que pagar caro para completar a compra. O pior é que esse golpe é o que mais está “dentro da lei”, porque na teoria você não combinou de comprar os acessórios antes.

Cuidado na rua

Onde ficar em Hong Kong - Tsim Sha Tsui

Não vão faltar nas ruas do centro de Hong Kong vendedores te oferecendo produtos “originais” como um Rolex a preço de banana. Esse aí eu nem preciso te alertar para não comprar, né? Além disso, outro golpe comum é quando aparece um sujeito muito prestativo enquanto você está carregando suas malas e procurando por seu hotel. Esse cara vai querer de todo jeito te mostrar o caminho e te levar para um lugar excelente, onde ele ganha comissão se conseguir te pescar – comissão essa que fica incluída no valor do quarto, que você vai pagar mais caro.

Em Hong Kong você não precisa se preocupar com assaltos, nem ter medo de andar na rua à noite ou carregar seu iPhone. Os turistas têm é que ficar de olho nas falsificações – elas estão para todos os lados, dos eletrônicos às antiguidades, passando pelas pedras preciosas e pelas roupas. E nunca acredite numa oferta maravilhosa – não é só porque o lugar é o paraíso das compras que vão te vender ouro quase de graça.

Como não cair em golpes em Hong Kong

noite em Hong Kong

Essa é a parte do texto que parece meio óbvia, mas não custa reforçar. O primeiro passo eu já disse lá em cima, fique atento. Já diria o ditado que quando a esmola é demais o santo desconfia e não é a toa. Cheque se o produto é original e se tem certificado – e se você pode trocar ou devolver, em caso dê defeito. Olhe na internet o preço antes de sair para comprar, assim você tem uma noção do valor.

E só compre em lojas de verdade, no caso de eletrônicos, roupas, acessórios, maquiagem – só nos shoppings. Em Hong Kong existem vários com as lojas reais, lojas de departamento oficiais e que estão menos propensas a te enrolar e mais sujeitas às leis e reclamações.

Já no caso de quem compra antiguidades, vale dar uma olhada nas lojas autorizadas pelo governo. Eles mantém uma lista, chamada Quality Tourism Services (QTS) Scheme, de lojas, hotéis, restaurantes e até salões de beleza autorizados. Vale conferir antes de gastar seu rico dinheirinho.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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20 comentários sobre o texto “Como evitar cair em golpes em Hong Kong

  1. Alguem sabe me dizer se as bolsas de marca famosas vendidas nas lojas ISA, ISSI e HANNAH em Hong Kong sao falsas ou verdadeiras?

  2. Luiza,

    Estava em Hong Kong semana passada e precisava encontrar uma bateria para repor da minha gopro. A minha não durava 20min.
    Fui em várias lojas mais famosas e indicadas e nada. Ou não tinha pra minha versão anterior da câmera ou era muito cara.
    Dai lembrei desse post e pensei: “nessas lojas certeza que vai ter” e resolvi tentar virar o jogo ao meu favor.
    E não é que não tinham? Obviamente não original, mas preço bom e tá funcionando perfeitamente. Testei na loja mesmo.
    Sua dica era num caminho, mas acabou me ajudando em outro. 🙂

    1. Oi Thiago,

      Nessas lojas tem muita coisa. O Rafa comprou também um carregador externo de iPhone numa dessas.
      O problema é se você quiser um produto original e eles tentarem te empurrar o falso.

  3. Olá, td bem?

    Bom, eu comprei meu celular em Mongkok em 2010 e até hoje ele funciona muito bem. No dia, eu andei em várias lojas, mas acabei encontrando o que eu queria na Sincere House. A vendedora não se mostrou interessada no início, mas depois que eu disse pra ela que ia levar, o atendimento mudou da água para o vinho. Ela pegou uma caixa novinha, abriu na minha frente, mostrou tudo o que vinha dentro da caixa, mostrou todas as funções do celular e configurou. Não achei nada diferente de um atendimento normal, exceto a desconfiança dela com o meu cartão que não tava assinado atrás, mas assinei na frente dela e deu tudo certo. Tive sorte então! hehe… até comprei uns jogos do PS3 no mesmo prédio, suuuper baratos. ^^

    1. Oi Samuel,

      Realmente, não são todas as lojas que vão te aplicar golpes. A grande questão é ficar atento para saber quando a loja está tentando te enganar mesmo!

  4. Na Nathan road tem a propria loja da Canon. Uma lonja linda, enorme que fica dentro de um shopping. Me refiro a loja official deles. As lojas pequenas nas ruas, nao sao confiaveis. Dentro do shopping Ocen Terminal, eles tambem tem lojas confiaveis, onde normalmente costumo comprar.
    Esse golpe que vc mencionou, realmente acontece muito, fique de olho aberto.
    🙂

  5. Hmmm sei não! Acho que não vou me dar bem com uma compra que fiz de um iphone pela internet de Hong Kong, pelo visto, é bem provável que será replica, porque se pessoalmente eles conseguem engambelar compradores, imagine então pela internet que o comprador não esta nem vendo o produto…

    1. Oi Douglas, tomara que você não tenha caído em nenhum golpe. Não fiz compras em Hong Kong pela internet. Um problema que você pode ter é a configuração do aparelho não bater com a daqui, mas como Iphone é mais padronizado, você corre menos esse risco. Boa sorte! depois venha nos contar se deu certo ou não!

      1. Claro, volto sim, obrigado!
        Quanto a compra, não há mais como voltar atrás mesmo, agora é esperar para ver…
        E torço para que consiga alcançar sua meta!
        Abraço

        1. Olá, Douglas… E aí, o Iphone chegou? Pergunto, pois um amigo vai passear em Honh Kong e ficou de me trazer um, mas to morrendo de medo dele não saber onde comprar, medo dele comprar em qualquer lojinha :/! Deu certo com vc?

  6. Essas lojinhas pequenas, cheias de vendedores, com letreiros de neon e vitrine abarrotada de produtos, também existem em Manhattan-NY. Entrei em algumas, me fingindo de leigo no assunto câmeras e eletrônicos em geral, e na hora o meu alerta contra golpes soou! Além de parecerem muito suspeitas, os preços dos produtos que você realmente quer (e que não estão expostos na vitrine), são muito mais altos nessas lojas do que nas grandes cadeias, como a Target, WallMart, e até memso a Best Buy. Na India eu me convenci total e definitivamente de que não se deve comprar em lojas nas quais os habitantes locais jamais entrariam, pois certamente você será enganado (ah, aquelas malditas lojas pra turista que os motoristas de rickshaw insistem em te levar em toda e qualquer corrida que você faça com eles!!!).

    1. Eu acho que isso tem no mundo inteiro. O problema é que os eletrônicos em Hong Kong são muito sedutores. Agora na Índia, se você não estiver com pressa, pode se aproveitar dessas lojas para pedir um mega desconto (mas mega mesmo) pro motorista, porque ele ganha crédito de gasolina para levar os turistas lá. E o que você está achando dá Índia até agora?

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