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Lago Negro, em Gramado: passeio na Serra Gaúcha

O tamanho das chamas não impediu que Leopoldo Rosenfeldt tomasse uma atitude. O ano era 1942 e mesmo naquela época ele já era uma figura importante de Gramado, que sequer era uma cidade, mas já via seu potencial turístico nascer. Potencial ameaçado pelo incêndio no Vale do Bom Retiro, que já durava dias, e que culminou com a criação do Lago Negro.

Mesmo hoje, décadas depois, não se sabe ao certo o que começou o fogo. Os poucos relatos foram registrados pela Câmara de Vereadores, uma década mais tarde, a partir do depoimento de moradores da região. Mas uma coisa é certa: foi de Leopoldo Rosenfeldt a ideia que conseguiu controlar as chamas e que de quebra deu o primeiro passo para a criação de um dos mais importantes cartões-postais de Gramado.

Veja também: Roteiro a pé pelas atrações gratuitas de Gramado

Lago Negro Gramado

Ele localizou uma vertente e teve a ideia de abrir uma enorme fenda ali, de forma que a água ocupasse o vale e impedisse que as chamas destruíssem o restante da mata nativa. Deu certo. Com o fogo controlado, Gramado ganhou um novo lago.

Alguns anos mais tarde, Leopoldo Rosenfeldt, que talvez tenha sido o principal responsável pela explosão turística que Gramado veria nos anos seguintes, resolveu deixar ainda mais bonito aquele lago artificial que tinha sido construído para apagar um incêndio. Para isso, ele importou árvores da Floresta Negra, na Alemanha, terra natal da família Rosenfeldt.

Lago Negro, Gramado

No fim das contas, o incêndio e a criatividade de algumas pessoas criaram um cenário ainda mais bonito do que aquele que havia lá antes. Com 14 metros de profundidade máxima e ocupando 17.470 m², o Lago Negro não é grande – é possível percorrer todo ele em minutos, pelas pistas em suas margens. Mas a beleza é gigante. As águas profundas e negras combinam com as árvores de origem alemã.

Nos primeiros anos era permitido nadar no lago e havia até um trampolim lá. Hoje o banho é proibido, mas o passeio nos pedalinhos é estimulado. O preço não é alto – R$ 20 pelos pedalinhos, para duas pessoas, que estão disponíveis para aluguel entre 8h e 19h, numa barraquinha em frente ao lago.

Veja também: Onde ficar em Gramado

O que fazer em Gramado

Confesso que eu pulei a oportunidade de pedalar pelo lago. Preferi ficar sentado e admirar a beleza da região. Quando você se cansar do descanso, siga para a feira de artesanato que há por ali ou procure uma mesa na lanchonete mais próxima.

O Lago Negro fica na Rua A. J. Renner, a 2,5 quilômetros do centro de Gramado. A entrada no local é de graça. Uma boa ideia é combinar a visita com uma passagem pelo Mini Mundo, que fica a 20 minutos de caminhada do Lago. O BusTour, ônibus turístico que circula pelas atrações de Gramado e Canela, para no Mini Mundo e no Lago Negro. Há estacionamento gratuito para quem vai de carro e o Lago fica aberto 24h por dia, embora os pedalinhos tenham um horário determinado de funcionamento. Por falar nisso, se você resolver alugar um carro em Porto Alegre – eu fiz isso em uma ocasião – nesse texto aqui explicamos como garantir a diária do veículo com melhor custo/benefício.

Gramado, Rio Grande do Sul

Ahh, para completar a história do Leopoldo, o cara que apagava incêndios e criava lagos de uma só vez: quando Gramado virou uma cidade, em 1954, ele foi eleito vice-prefeito. Seu nome batizou uma rua, perto do Lago Joaquina Rita Bier, também idealizado por ele, e uma praça na entrada da cidade – aquela que tem as bandeiras de todos os estados brasileiros e uma estátua do Kikito, o prêmio do Festival de Cinema de Gramado.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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2 comentários sobre o texto “Lago Negro, em Gramado: passeio na Serra Gaúcha

  1. Podia-se, também, tráfego de carro em voltando lago.
    Podia-se estacionar entre as árvores, mesmo a noite, sem qualquer problema, e namorar sob o luar.
    Bons tempos!

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