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Tábua das Marés: como funciona e por que usá-la na sua viagem para o Nordeste

A primeira vez que eu ouvi falar de Tábua das Marés foi quando organizamos roteiro de viagem de 10 dias por Pernambuco com minha família. Eu era responsável por ver a quais praias iríamos e fiz isso no meu estilo mais relax de viajar. Em mais de um blog eu vi esse nome aparecer, mas ignorava a informação até que a minha irmã e sua planilha me obrigou a olhar para a coisa com mais atenção.

E então eu descobri que ninguém deveria planejar uma viagem pela praias do Nordeste – pelo menos aquelas que têm piscinas naturais – sem dar uma consultadinha básica na Tábua das Marés para saber se vai encontrar aquilo que está procurando.

Por exemplo, com essa pesquisa nós descobrimos que o período em que estaríamos no litoral sul de Pernambuco não era o mais adequado para ver as famosas piscinas naturais de Porto de Galinhas. E, mais ainda, não valia a pena dar uma esticadinha em Maragogi. Tudo culpa das marés.

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Como funciona então essa tal Tábua das Marés?

A Tábua das Marés é um documento que te conta os horários de maré alta e maré baixa a cada dia. As marés variam quatro vezes por dia – e ainda tem mudanças de acordo com a fase lua e a posição do sol. Normalmente, isso teria utilidade maior para pescadores ou quem pretende navegar. Porém, para turistas, é essencial para saber se as piscinas naturais vão se formar. Faz uma baita diferença na paisagem, ó:

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A maré e as fases da lua

Na maré alta, o mar fica, como vocês já podem imaginar, mais cheio. Se vocês se lembrarem das aulas de geografia da escola vão saber que durante a lua cheia e a lua nova é que a gente encontra a maior variação entre as marés – porque a Terra, a Lua e o Sol se alinham e a atração gravitacional que afeta as massas de água no nosso planeta aumenta. Se você gostar desses temas nerds, tem uma explicação fácil e divertida aqui.

Então o que isso tem a ver com suas férias? Bom, digamos que você queira fazer uma viagem para ver piscinas naturais que se formam no meio do oceano ou à beira-mar. Essas piscinas se formam quando a maré está vazante, ou seja, diminuindo. Em algumas praias, por exemplo, quanto menos água, mais piscinas.

Mas conforme me explicou a leitora Jullyane no comentário abaixo, essa regra nem sempre vale para todas as praias. Se a praia tem recifes, mas não tem muitas pedras, pode ser que as piscinas fiquem melhores em um meio termo entre as marés altas e baixas, em outras, o ideal é ir com a maré bem baixa. Por isso, além de consultar a Tábua das Marés, você também precisa se informar sobre qual a melhor maré para visitar cada praia.

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Como consultar o melhor período na Tábua das Marés

Tem um monte de sites que te mostram isso, mas o site oficial é o da Marinha do Brasil. Não se assuste, ele é bem feio, mas a usabilidade é simples. Você precisa selecionar o porto mais próximo da praia que pretende ir, o mês e o ano da sua viagem.

Aí vai aparecer uma listinha com todos os dias do mês, os horários da variação da marés e a lua que estará no céu naquela altura. Se seu coração for de humanas como o meu, ele vai se desesperar e querer fechar tudo, porque esse monte de número não faz sentido.

tabua das marés

Mas tenha calma. Vamos ao exemplo do dia 1/08. Segundo a coluna de horas, às 02h38 da madrugada a primeira maré alta do dia chegará no seu pico: 2.2 metros. Depois, às 08h54 da manhã, o ápice da primeira maré baixa do dia: 0.3 metros. Aí, às 15h06 ela volta a bater 2.1 metros e, às 21h11, estará baixinha outra vez, em 0.3 metros.

Como planejar sua viagem com a Tábua das Marés

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1. Planeje sua viagem e passeios específicos para dias em que a maré baixa seja em horários possíveis de ser avistada. Dá para encontrar piscinas naturais até uma hora e meia antes e uma hora e meia depois do nível mínimo de maré baixa. Então, se usarmos o exemplo do dia 1/08, entre 7h25 e 10h25 as piscinas estarão visíveis em seu esplendor.

2. Os melhores dias para visita as piscinas são quando a maré baixa cai por volta do meio da manhã, porque aí a janela para vê-las fica em um horário bom de estar na praia

3. Logo depois do ápice da maré baixa ela já começa a subir novamente. Ou seja, se a primeira maré baixa do dia for muito cedo, tipo às 5h ou 6h da manhã, não vai dar para pegar um bom horário ainda de maré baixa. Foi o que aconteceu comigo durante os últimos dias da viagem.

4. Leve em consideração que a maré baixa nos períodos de lua minguante e crescente não é tão baixa assim, ficando acima dos 0.5 metros. Se você puder viajar na lua cheia ou nova, melhor. Na maré baixa mesmo, dá para andar metros e metros mar adentro sem que a água passe dos joelhos.

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As marés afetam alguns passeios, mas você não precisa desistir da viagem só por causa delas. Até porque, em questão de poucos dias, tudo muda.

Não se esqueçam que independente da maré, não é uma boa ideia pisar ou caminhar nos recifes.

Deu para entender? Qualquer dúvida, compartilha aí nos comentários!

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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2 comentários sobre o texto “Tábua das Marés: como funciona e por que usá-la na sua viagem para o Nordeste

  1. “Quanto menos água, mais piscinas”. Na prática não é bem assim! Depende um pouco da “geografia” da praia. Imagine, por exemplo, que temos uma praia com recifes, mas sem tantas pedras: nesse caso, as piscinas se formam e são melhores no meio termo entre maré cheia e maré baixa. Quando a maré está completamente seca, a água fica mais turva e muuuito rasa (algumas pontos da praia ficam completamente secos)!Na segunda foto da praia (dos Carneiros?) que você colocou, por exemplo, ela está “menos atraente” justamente porque o nível de água está muito baixo. Se for uma praia com parrachos naturais, o melhor é pegar a maré secando ou seca: depois disso, quando ela começa a encher, o mar fica mais agitado e você pode se machucar nas pedras. Se for praia só de ondas, fica do seu gosto. Outros fatores que podem deixar o banho menos gostoso, independente da maré, são os sargaços (algas que são mais chatas na maré baixa), a força da correnteza ou mesmo os peixes da região! Mas não há porque bitolar muito com a tábua de marés: conheça a praia com calma, passe algumas horas nela e descubra qual momento favorece mais o banho pra você!
    PS: palavra de nordestina praieira.

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