fbpx
Tags:
Atlas: Genebra, Suíça

Genebra, a melhor base para esquiar na Europa

O vento gelado batendo em meu rosto e neve por todos os lados. A memória da primeira vez que esquiei, em 2012, é uma das mais felizes que tenho das minhas andanças pelo mundo. Não que tenha sido uma experiência sem tombos. Tomei vários, cada um mais engraçado que o outro, enquanto observava crianças de sete anos descerem a montanha com uma desenvoltura que falta para marmanjos iniciantes. Tipo eu.

Após dominar os esquis, desci a pista sem tropeços e tomei gosto pela coisa. Como muitos viajantes brasileiros, aprendi que o inverno (e a neve) são grandes razões para fazer as malas e pegar a estrada. Na Europa, onde a estação mais fria do ano se aproxima, não faltam lugares para aproveitar o frio. E Genebra, na Suíça, aparece como a melhor opção para férias de inverno no Velho Continente.

Genebra no inverno

Mont-Blanc, maior montanha da Europa, fica a uma hora de Genebra 

Existem cerca de 300 estações de esqui ao redor de Genebra, muitas delas a apenas 45 minutos do centro. Os Alpes e o Mont-Blanc, maior montanha da Europa, com 4.810 metros, estão a uma hora de distância. Você pega a estrada e volta para Genebra no mesmo dia ou pode aproveitar a cidade depois de esquiar em lugares incríveis como Chamonix, La Clusaz e Courchevel, uma das estações de esqui mais gabaritadas do mundo. Outra vantagem de se hospedar em Genebra é que o transporte público é gratuito para todo viajante que esteja num dos hotéis da cidade. Sim, você não paga para se deslocar – nem para e a partir do aeroporto. Sei lá vocês, mas eu achei isso incrível.

Fora que a localização central no Velho Continente e o fato de ser hub para empresas low cost, como a easyJet, facilitam o deslocamento para Genebra. O aeroporto da cidade recebe quase 1500 voos por semana de mais de uma centena de destinos. Foi numa dessas que achei uma passagem baratíssima a partir de Paris e resolvi passar alguns dias na cidade. Valeu a pena.

Se você gostaria de curtir o frio do inverno europeu e aproveitar a ocasião para descer montanhas nevadas, vá para Genebra e curta a cidade antes e depois do esqui. Sobram atrações.

Uma cidade do mundo

Com cerca de 200 mil habitantes – 44% deles estrangeiros – e duas centenas de organizações internacionais, como a ONU, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), Genebra é uma das capitais do mundo. Ocorrem mais conferências e reuniões internacionais lá que em Nova York. Cosmopolita para nenhum cidadão do mundo reclamar.

É possível visitar as sedes de algumas dessas organizações. O Palai des Nations, sede da ONU, é uma das visitas mais tradicionais. Em frente ao prédio fica o famoso monumento de uma cadeira com perna quebrada, simbolizando a luta contra o uso de minas terrestres. Outro lugar que merece uma visita guiada é o CERN, a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear. Esse é o maior laboratório de física de partículas do mundo, fato que tornou o CERN conhecido na cultura pop e figura constante em livros e filmes.

Cadeira da ONU em Genebra

Também não faltam museus em Genebra: são dezenas deles. O Museu de Arte e História tem obras de Rembrandt, Monet, Picasso, Renoir, entre outros, enquanto o Museu de História Natural atrai adultos e crianças. A Cruz Vermelha, que foi fundada em Genebra, no século 19, também tem um museu interessante e recebe visitas. Já o Museu Patek Philippe é considerado o mais importante de relojoaria do mundo – lá você vai aprender tudo sobre a arte de fazer relógios.

Mas o melhor da cidade está fora das quatro paredes. O Lago Léman, também chamado de Lago Genebra, é o maior da Europa Ocidental. São  582,4 km², divididos entre a Suíça e a França. Usado como praia pelos moradores locais nas estações mais quentes do ano e florido na primavera, o lago mantém o charme no inverno.

O principal cartão-postal da cidade também está dentro d’água. Ou melhor: é a água, precisamente 500 litros lançados por segundo e que atingem até 140 metros. Olhe para Genebra e você verá 7 mil litros d’água no ar. Criado em 1886, para controlar a pressão do sistema de distribuição de água da cidade, o Jet d’Eau se tornou símbolo de Genebra. Ele pode ser visto de várias partes do lago e permanece ligado todos os dias, entre 9h e 22h.

Hospedagem em Genebra, Suíça

Se o tempo permitir, faça um passeio de barco pelo lago. Freddie Mercury e Charlie Chaplin, só para citar dois nomes famosos, moraram em casas por ali. Não é complicado entender as razões para escolher essa vizinhança, né? Alguns dos cruzeiros são feitos em barcos a vapor que ainda carregam o charme da Belle Époque e levam a outras cidades do lago, tanto do lado suíço quanto do francês.

Mas voltemos para a terra firme. Cruze os 250 metros da Ponte do Mont Blanc, com pausas para fotos e para conhecer o mítico rio Ródano, que nasce nos Alpes Suíços e deságua no Mediterrâneo. A travessia te levará ao centro histórico da cidade. Antes você passará pelo jardim inglês e o Relógio das Flores – são quase sete mil flores para formar outro símbolo da cidade!

o que fazer em Genebra

Siga para o centro histórico, cujo marco principal é a St. Pierre Cathedral, igreja construída no século 12 e que foi púlpito de um certo João Calvino, teólogo francês que gerou o calvinismo, um dos movimentos protestantes mais importantes da reforma. A vista da torre da igreja vale a pena. Também dá para visitar a casa onde nasceu o filósofo Jean-Jacques Rousseau, um dos principais do iluminismo.

Quer mais? Tem! Aproveite os restaurantes das cidade, que seguem o padrão cosmopolita de Genebra e têm pratos de todo o mundo. Quem gosta de fazer compras também encontrará várias opções. O site do turismo de Genebra lista dezenas de atrações na cidade e arredores, programas de sobra para antes e depois de esquiar.

Inscreva-se na nossa newsletter

Avalie este post

Compartilhe!







Eu quero

Clique e saiba como.

 




Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

  • 360 nas redes
  • Facebook
  • YouTube
  • Instagram
  • Twitter

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

12 comentários sobre o texto “Genebra, a melhor base para esquiar na Europa

  1. Boa tarde Rafael,
    Vou para Genebra com meu filho agora no final de janeiro. Queria saber quais estações de esqui eu posso ir de transporte publico? Quanto tempo demora para chegar lá. Acho que Chamonix deve ser so de carro, porque já é na França. Não estava querendo alugar carro, pois não queria dirigir la. Vou ficar na casa de uma amiga. Não vou ficar em hotel. Aguardo seu retorno. Obrigada

  2. Oi Rafael
    Muito legal o seu post, parabéns!!! Eu vou passar uns 3 dias com minha esposa e 2 filhos na suíça apenas para ver neve em Jan/17, não necessariamente esquiar, mas apenas brincar na neve!!!
    Estou na duvida entre Zurich e Genebra, nestas condições, qual voce indicaria?
    Muito obrigado
    Marcelo Guido

    1. Oi, Marcelo. Não conheço Zurique, mas posso dizer que Genebra é bem legal.

      Outra cidade interessante nessa época é Lucerna.

      Abraço.

  3. Oi Rafael, obrigada pelo post. Ficou muito legal!!!!

    Vamos passar um dia em Genebra em Dezembro, a caminho da Itália.. e gostaria de esquiar. Te pergunto:

    – é possível deixar as bagagens na estação de trem para que possamos aproveitar o dia na Cidade?
    – como funciona para ir até as estações que ficam fora da Cidade? Que tipo de transportes há? Estes também são gratuitos?
    – Qual o preço que normalmente é cobrado nas estações de esqui?

    Obrigada desde já. Abraços!

    1. Oi, Valéria.

      Sobre o preço da estação de esqui: é preciso ver caso a caso. A taxa, em geral, é a da gôndola, que você precisa pegar para ir do começo da pista para o topo novamente, após descer. Além disso, há o aluguel do equipamento e, para esquiadores inciantes, aulas. O jeito de calcular o preço é escolhendo uma estação e olhando a taxa de todos esses fatores.

      Há ônibus, vans e outros serviços, dependendo das estação que você escolher. O transporte para fora de Genebra é pago. Veja esse texto: https://www.gva.ch/en/desktopdefault.aspx/tabid-70/

      E sim, existem armários para guardar sua mala na estação de trem de Genebra. Olha esse site aqui:

      https://www.geneva.info/luggage-storage/

      Abraço.

  4. E se voce é idoso e não vai esquiar? Há o que fazer como caminhar, fora museus e cafés.
    por quantos dias alguem não acostumado com neve deve ficar por lá.

    1. Várias coisas, Marisa. Esse texto mesmo falou de algumas delas: o Lago, compras, restaurantes. Em breve falaremos de museus, shows e outras atrações.

      Abraço.

2018. 360meridianos. Todos os direitos reservados. UX/UI design por Amí Comunicação & Design e desenvolvimento por Douglas Mofet.