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Isla Negra: a casa favorita de Neruda fica de frente para o Pacífico

“El océano Pacífico se salía del mapa. No había dónde ponerlo. Era tan grande, desordenado y azul que no cabía en ninguna parte. Por eso lo dejaron frente a mi ventana” – Pablo Neruda

Pablo Neruda era um apaixonado pelo mar. Tanto que o colocou em frente a uma janela e construiu em volta dela sua casa favorita. Navegante de terra firme, como dizia ser, adotou Isla Negra como seu porto, refúgio para escrever e como o lar que dividiu com Matilde Urrutia, sua terceira esposa e grande amor de sua vida.

Casa de Pablo Neruda em Isla Negra - Litoral dos Poetas Chilenos

Ao contrário do que o nome parece sugerir, Isla Negra não é uma ilha, mas um região costeira da comuna de El Quisco, que fica a 45 km de Valparaíso e a 110 km de Santiago. Antes da chegada do poeta, o lugar se chamava La Gaivota, mas foi rebatizado por ele por causa da cor das pedras e por ser o lugar onde se ilhava para escrever.

Construída sobre rochedos a partir de uma cabana de pedra que Neruda comprou de um marinheiro espanhol, a casa foi crescendo para acomodar seus hobbies e coleções. A primeira customização do poeta foi a construção de uma torre sem teto, que mais tarde foi novamente modificada para que ficasse parecida com as torres da cidade de Temuco, onde passou sua infância.

Casa de Neruda em Isla NegraLeia também: 

Roteiro pelo Litoral dos Poetas Chilenos

Tudo sobre as outras casas de Neruda

A casa também ganhou um bar para que Neruda recebesse seus amigos em festas inacabáveis e tardes de conversas nas quais ele era o garçom e o barista. Nas vigas de madeira que sustentam o bar ele gravou o nome de amigos mortos, como uma forma de celebrar essa amizade.  Ele era um acumulador de objetos estranhos e raros obtidos ao longo de toda sua vida em viagens pelo mundo e, algumas vezes, de seus amigos que sabiam de sua predileção por coisas inusitadas. Muitas delas mostram a fascinação de Neruda pelo oceano. São peças náuticas, conchas, estrelas do mar e miniaturas de barco dentro de garrafas. Essas peças se unem a máscaras, livros, cachimbos e peças de vestuário.

Casa de Neruda em Isla Negra

Um dos itens mais amados pelo escritor era o “cavalo mais feliz do mundo”, uma escultura que era usada como decoração numa loja pela qual passava Neruda todos os dias, no caminho à escola. Anos mais tarde, ele encontrou o cavalo em uma feira e não pensou duas vezes antes de comprá-lo. Essa referência à infância também é constante em Isla Negra: partes da casa possuem teto de zinco para que ele pudesse escutar os pingos de chuva, como ocorria nas úmidas terras do sul do Chile, onde nasceu.

Casa de Neruda em Isla Negra

Neruda morreu em 1973, ao ficar gravemente doente um dia depois do golpe de estado dado por Pinochet, talvez por desgosto. Hoje, seus restos estão enterrados na casa de Isla Negra, conforme seus últimos desejos.

“Compañeros, enterradme en Isla Negra, / frente al mar que conozco, a cada área rugosa de piedras/ y de olas que mis ojos perdidos/ no volverán a ver…”

Como chegar à casa de Neruda de Isla Negra e informações para a visita

A casa abre de terça a domingo, das 10h às 18h (de março a dezembro) e até as 19h em janeiro e fevereiro. A entrada custa 7.000 pesos (R$ 36). Estudantes pagam 2.500 pesos (R$ 13). Site oficial.

A entrada inclui audio-guias disponíveis em diversas línguas, inclusive português. As visitas não exigem reserva prévia e as entradas são distribuidas por ordem de chegada, sujeita a um limite de visitantes por dia. Não é permitido fotografar dentro da casa. Isla Negra pode ser visitada tanto como um bate-volta de Santiago quando casada com uma visita a Valparaíso.

Saindo de Santiago: Os ônibus da linha Costa Central saem do Terminal de Buses de Santiago Sur e param em El Quisco. Há também ônibus no Terminal Alameda que levam até Isla Negra.

Saindo de Valparaíso: É preciso pegar o ônibus da Pullmantur que sai do terminal de Valparaíso.  Há uma parada bem próxima à casa de Isla Negra. Em frente ao ponto de descida há um guichê da companhia no qual você pode comprar a passagem de volta ou se informar dos horários dos ônibus.

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones, no Youtube e em inglês no Yes, Summer!. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

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