A atração turística mais visitada de Buenos Aires é polêmica. O Caminito, uma rua de casinhas coloridas no bairro La Boca, é parada quase certa para todos os turistas que visitam a capital da Argentina, gente que sai de lá não tão certa assim sobre o valor turístico do local.
A Luíza, que esteve lá em 2013, colocou o Caminito numa lista de atrações turísticas mais supervalorizadas do mundo. O Túlio, do blog Aires Buenos, fez mais ou menos o mesmo – listou o Caminito como uma das atrações mais perdíveis da cidade. Mas se tem quem sinta preguiça e vontade de dormir só de ouvir falar do Caminito, tem também quem goste o local, e não perde a oportunidade de tirar inúmeras fotos com as casinhas coloridas.
Veja também:
• O que fazer em Buenos Aires: guia completo de atrações
• Como é a visita guiada ao La Bombonera
A polêmica com o Caminito
Antes de mais nada, a verdade: o Caminito sai muito bem na foto. Aquele monte de casinhas de cores diversas formam um cenário ótimo para quem gosta de fotografar. Mas então, qual o problema do Caminito? É que depois que você passa alguns minutos no local, tempo necessário para percorrer a rua de uma ponta a outra, o caminho natural é procurar uma mesa num dos muitos restaurantes da área e, quem sabe, presenciar uma apresentação de tango a céu aberto.
Só que está escrito “programa pega turista bobo” na frente de todos esses restaurantes. Mas o viajante, talvez preocupado em tirar fotos das casinhas coloridas, não percebe. Os restaurantes são caros, as apresentações de tango são abaixo da média e a concentração de gente disposta a tirar dólares dos turistas é impressionante, seja um garçom, um dançarino de tango, o Maradona ou até o Papa Francisco.
Tem ainda quem reclame das tais casinhas coloridas. Isso normalmente acontece quando a pessoa descobre que elas não são originais de fábrica, mas uma espécie de falso histórico. Foram planejadas para atrair visitantes. Isso incomoda muita gente, eu entendo, mas não vejo problema algum. Numa comparação ruim, é como o Bairro Gótico de Barcelona, que de Gótico e medieval não tem nada, mas mesmo assim é bonito.
Caminito, a história
O La Boca nasceu como um bairro de imigrantes, principalmente italianos e espanhóis, que escolheram o local como moradia por conta da proximidade com o porto. Logo começaram a surgir casas. Como imigrante costuma não ter grana, as casas eram feitas de madeira e com restos de materiais que eram encontrados no porto.
Em meados do século 20, uma rua completamente degradada e quase transformada em lixão era um problema enorme para quem morava por ali. Na década de 1950, o pintor Quinquela Martín iniciou um projeto de recuperação do local. A ideia era mudar o status da rua: de quase lixão para museu a céu aberto. Funcionou.
O Caminito em 1939 (Foto: Museo de la Ciudad de Buenos Aires, Domínio Público)
As casinhas coloridas atraíram visitantes, aumentaram a qualidade de vida dos moradores e logo se tornaram uma importante fonte de renda para a região. O nome Caminito veio de um famoso tango e logo passou a designar um dos locais mais conhecidos de Buenos Aires.
Mas e aí? Vale a pena?
Bom, digamos que o Caminito passa longe de ser uma das atrações mais interessantes da cidade portenha. Por isso, se você tem pouco tempo para visitar Buenos Aires, pode ser uma boa investir em outras atrações. Por outro lado, não dá para dizer que é uma experiência ruim.
Para gostar do Caminito, siga três dicas básicas: 1) lembre-se que você não precisa almoçar nos restaurantes do Caminito. 2) Vá de táxi. 3) Combine o Caminito com outros programas (falaremos sobre os últimos dois itens a seguir).
Uma forma de fazer isso é visitando o Caminito como parte de um tour guiado pela cidade. Isso também ajuda a amenizar a apreensão uma vez que a região em fama de violenta. Aqui você encontra alguns roteiros que incluem a atração e que podem ser reservados com antecedência. Veja também a seleção abaixo:
E se a insistência dos Maradonas e Franciscos fakes te incomodar, lembre-se que a região já foi motivo de vergonha para a comunidade, mas virou o jogo. E isso merece respeito, né?
É perigoso visitar o Caminito?
O Caminito em si é uma zona extremamente turística e fica sempre cheia, tanto de visitantes quanto de vendedores ambulantes e artistas de rua. Por isso, o lugar em si é relativamente seguro. A única preocupação que você deve ter é com batedores de carteira que sempre se aproveitam de aglomerações e turistas distraídos para agir.
O que pode ser um pouco perigoso, no entanto, é a vizinhança ao redor. Por ser uma vizinhança periférica e um tanto esquecida pelo poder público, a região tem alguns problemas sociais nítidos. Já ouvi alguns relatos de pessoas que foram assaltadas por ali, mas isso não quer dizer que é uma regra ou que você não deva ir. Para evitar problemas, o melhor é não perambular sem saber onde está indo, principalmente se você estiver com câmera e mapa nas mãos, dando muita pinta de turista.
Como chegar no Caminito, em Buenos Aires
Eu fui a pé. Não que seja perto – partindo do centro, precisei de uma caminhada de pelo menos 40 minutos para chegar lá. Como era domingo, foi tranquilo, já que eu parei da feira de San Telmo no meio do caminho, almocei por lá e só então segui com a caminhada.
Se preferir poupar os sapatos, as linhas de ônibus 29, 33, 64, 53, 152 deixam lá do lado. No entanto, recomendo que você vá de táxi – Como eu disse, embora o Caminito seja seguro, o La Boca tem seus riscos. O táxi do centro até o Caminito custa cerca de 50 pesos (os preços podem variar por conta da alta inflação da Argentina).
Atrações próximas ao Caminito
Com La Bombonera. O famoso estádio do Boca Juniors fica no mesmo bairro, a poucos metros do Caminito. Além de tirar uma foto na fachada do prédio, vale muito a pena fazer a visita guiada pelo museu e pelas arquibancadas do estádio. O programa é divertido e interessante mesmo para quem não gosta tanto de futebol ou não domina o espanhol – os guias do Boca não falam português fluentemente, mas são muito esforçados no portunhol.
Também por ali, ao lado do Caminito, fica a Fundación Proa, um conhecido centro de arte contemporânea de Buenos Aires.
Seguro de viagem na Argentina
Contratar um seguro de viagem é essencial, ainda que seja para países tão próximos quanto a Argentina e o Uruguai. Por mais que seja perto de casa, o melhor é viajar protegido para não sofrer com os imprevistos.
A boa notícia é que é possível contratar um bom seguro de viagem gastando cerca de 10 reais por dia. Para isso, recomendamos utilizar um buscador como o do Seguros Promo, que compara as principais seguradoras e garante que você encontre o melhor custo-benefício, de acordo com suas necessidade.
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Onde ficar em Buenos Aires
Os principais bairros para se hospedar em Buenos Aires são:
- Centro
- San Telmo
- Recoleta
- Palermo
Os dois primeiros são para quem quer economizar, ficar perto de tudo e não se incomoda com bagunça. Já Recoleta e Palermo tem hospedagens mais caras, mas são bairros mais nobres e bonitos. Você pode saber mais sobre as regiões no nosso post Onde ficar em Buenos Aires.
Acomodações recomendadas em Buenos Aires:
- Hostel Suites Florida (albergue, centro)
- Artfactory On Tap (albergue, centro)
- Puerto Limón Hostel (albergue, San Telmo)
- Telmho Hotel Boutique (pousada, San Telmo)
- Hotel Bel Air (hotel, Recoleta)
- Benita Hostel (albergue, Recoleta)
- La Casa de Bulnes (pousada, Palermo)
- Malevo Murano Hostel (albergue, Palermo)
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