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Diamantina, MG: o que fazer, quando ir e como chegar

O maior cartão-postal de Diamantina, MG, é uma passarela azul que liga dois casarões históricos. Estou falando da Casa da Glória, tão bonita que é até complicado entender como essa cidade pode ser tão desconhecida Brasil afora.

A 300 km de Belo Horizonte, Diamantina é bem menos conhecida que cidades mineiras como Ouro Preto e Tiradentes. Neste texto você vai encontrar um guia completo para viajar pra lá: o que fazer em Diamantina, dicas sobre as Vesperatas, quando ir, como chegar e sugestões de hotéis e restaurantes.

Diamantina, MG: um pouco de história

Uma cidade que nasceu com os diamantes. Inicialmente chamada Arraial do Tejuco, esse povoado nasceu em 1713 e permaneceu durante muito tempo como um distrito da vizinha Serro – outra cidade histórica que merece a visita. Quando os diamantes foram descobertos, em 1729, a região começou a crescer. A corrida por riquezas formou uma das três maiores povoações nas Minas Gerais, perdendo apenas para Ouro Preto e São João del-Rei.

A riqueza foi tão grande que ali viveram alguns dos homens mais endinheirados do Brasil colonial, como João Fernandes de Oliveira e Felisberto Caldeira Brant – eram os contratadores de diamantes, as pessoas autorizadas pela Coroa Portuguesa a explorar algumas das minas mais ricas do mundo. Foi com João Fernandes de Oliveira que viveu Chica da Silva, uma ex-escrava. O casal teve 13 filhos, todos reconhecidos pelo contratador, e era presença marcante na alta sociedade mineira.

Quando os Diamantes acabaram, Diamantina caiu no esquecimento – mas nesse tempo a vila já tinha criado um dos centros históricos mais imponentes da colônia. Os turistas chegaram a partir do século 20, mas antes a cidade viu nascer Juscelino Kubitschek, seu filho ilustre. Some isso com as vesperatas, as festas mais marcantes da cidade, e fica fácil perceber por que Diamantina é um Patrimônio da Humanidade segundo a Unesco.

O que fazer em Diamantina, MG: pontos turísticos

  • Casa da Glória
  • Casa JK
  • Igreja de São Francisco de Assis
  • Igreja de Nossa Senhora do Carmo
  • Igreja de Nossa Senhora do Rosário
  • Catedral Metropolitana
  • Capela Imperial Nossa Senhora do Amparo
  • Mercado dos Tropeiros
  • Museu do Diamante
  • Casa da Chica da Silva
  • Beco do Mota

Principal ponto turístico de Diamantina, a Casa da Glória está um pouquinho afastada do centro. Mas, tirando a ladeira, não é nada que assuste. Foi construída entre 1775 e 1800, mas só mais tarde virou Casa da Dona Josefa Maria da Glória. Depois passou para o controle da Coroa e, enfim, chegou ao da igreja. Foi nessa época que se tornou um Orfanato e Educandário Feminino – o passadiço unindo dois edifícios também é desse período, uma clara tentativa de impedir que as internas tivessem contato com o mundo.

Diamantina Minas Gerais Casa da Gloria

Casa da Glória 

A Casa da Glória permaneceu abandonada por décadas, mas entre 1970 e 1980 foi entregue à UFMG. Hoje, ali funciona um instituto da universidade e também um pequeno museu. Vale visitá-lo principalmente para conhecer por dentro o passadiço. Funciona todos os dias, de 9h às 17h.

Descendo a rua você chegará à Praça JK. Ali está a Igreja de São Francisco de Assis, datada de 1766. Esse é um dos templos mais bonitos de Diamantina. Há uma taxa de visitação de R$ 5 e missa todo domingo, às 17h. Subindo a rua da igreja você chegará à Casa Juscelino, onde Kubitschek passou a infância, local hoje transformado num pequeno museu. A entrada custa R$ 10 e o museu abre de terça a domingo, de 9h às 17h.

Ao voltar para a Praça JK, onde há uma estátua do ex-presidente, siga pela Rua Macau de Baixo por alguns metros e você verá a imponente Catedral Metropolitana, construída a partir de 1930. Antes, no local ficava um templo do século 18. A Catedral é mais bonita por fora do que por dentro, mas vale entrar para conhecer.

Dica importante: Os horários das igrejas são irregulares e o que é informado muitas vezes não é seguido. Se você passar na frente de uma igreja e ela estiver aberta para visitação, não tenha dúvidas – entre.

Tudo acontece ao redor da Catedral. Ali está o Museu do Diamante (de terça a sábado, das 10h às 17h), que tem objetos que recontam o passado a cidade. Também por ali estão a Rua da Quitanda, que com seus botecos é o principal endereço da noite de Diamantina, e o Beco da Tecla.

Quem desce o Beco da Tecla encontra o Mercado Velho, construído no século 19 para ser ponto de parada dos tropeiros. Hoje, todo sábado, sempre pela manhã, o local é tomado por uma feira. À noite ficam por ali barraquinhas de comidas típicas.

Do Mercado, basta seguir pela Rua do Rosário para passar por duas igrejas. A primeira é justamente a mais simpática da cidade, a Capela Imperial Nossa Senhora do Amparo (terça a sexta, de 13h às 17h; sábados de 9h às 12h e 14h às 17h). Seguindo pela mesma rua você achará a Igreja de Nossa Senhora do Rosário (terça a sábado de 9h às 12h e 14h às 18h; domingos e feriados de 9h às 12h), erguida em 1731 pela irmandade do Rosário dos Pretos.

De lá, basta subir a Rua do Palácio para praticamente completar as atrações do centro histórico de Diamantina: você achará a Casa de Chica da Silva (terça a sábado de 12h às 17h30; domingos de 14h às 18h). Antes você passará pela Igreja de Nossa Senhora do Carmo (terça, quinta e sexta de 14h30 às 17h; sábados de 12h às 16h), com sua torre única na parte posterior do templo, e a Igreja do Bonfim (terça a sábado de 13h às 17h; domingos de 9h às 13h; entrada R$ 5).

O Beco do Mota, que fica quase de frente para a Catedral e foi um reduto de prostituição por séculos, e o Cineteatro Santa Izabel completam a lista de atrações do centro histórico de Diamantina.

Onde ficar em Diamantina

Capela Imperial Nossa Senhora do Amparo

Vesperatas de Diamantina

Começou no século 19. Nessa época, durante as vésperas, um período do dia na liturgia católica, músicos tocavam no alto das sacadas de casarões. A moda pegou, permaneceu viva por séculos e hoje virou uma atração turística de Diamantina. As vesperatas ocorrem de abril a outubro, sempre nos finais de semana, embora não em todos do mês – confira a data da festa antes de programar sua viagem.

As apresentações ocorrem das sacadas ao redor da Rua da Quitanda, que é uma espécie de coração boêmio de Diamantina. Cada apresentação dura entre 2h e 2h30 e é de graça. Se você não quiser assistir da rua, porém, pode valer a pena reservar uma mesa em algum dos restaurantes que funcionam por ali.

Atrações nos arredores de Diamantina

Quando cansar das ladeiras, corra para as cachoeiras. A região ao redor de Diamantina está repleta delas. As mais próximas estão, inclusive, dentro da cidade – ficam no Parque Estadual do Biribiri, a menos de 15 km do centro da cidade. Deixe o hotel cedo e vá de carro para o parque, cuja entrada é gratuita. Duas cachoeiras, a da Sentinela e a dos Cristais, são facilmente acessíveis, sem a necessidade de fazer trilha.

Depois, siga por mais alguns quilômetros até a Vila do Biribiri, que é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. Com cerca de 30 casas, essa vila do final do século 19 servia de moradia para os funcionários de uma fábrica de tecidos. A indústria fechou e a vila permaneceu ali, parada no tempo. Hoje, Biribiri tem pouquíssimos habitantes, mas dois restaurantes concorridos, casas de aluguel por temporada e até uma pousadinha. Para quem tem mais tempo, quer descansar ou já conhece Diamantina, vale a pena até dividir a estadia e passar uma noite por ali.

Há mais cachoeiras nos arredores de Diamantina, que juntas com a Serra do Espinhaço formam um cartão-postal daqueles. Distritos como Medanha e Conselheiro Mata, onde fica a Cachoeira do Telésforo, são alguns dos mais concorridos. Por fim, a lista de atrações ao redor da cidade incluem a Gruta do Salitre, o Caminho dos Escravos e Serro, cidade vizinha, com os distritos Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras.

Onde ficar em Diamantina

Biribiri

Dicas de hotéis

A Pousada Relíquias do Tempo tem a melhor localização da cidade. Fica de frente para a Igreja de São Francisco e a menos de cinco minutos a pé dos bares. A Pouso da Chica e a Vale do Garimpeiro são outras boas opções.

Veja também: Onde ficar em Diamantina – hotéis e pousadas

Onde comer em Diamantina, MG

Todo sábado, de manhã e à noite, o endereço da comilança é o Mercado dos Tropeiros. Quando o assunto é restaurantes, o melhor da cidade é o Relicário (Rua Joaquim Gomes da Costa, 59, pertinho do mercado). E o Catedral Pub (Rua Direita, 68) também é uma ótima opção para comer e beber bem.

Muitos dos bares, botecos e restaurantes de Diamantina se espalham por uma área pequena e que pode ser percorrida a pé em minutos: ficam entre a Rua da Quitanda, o Beco da Tecla e arredores. No Beco da Tecla, um ótimo local é a Livraria e Café Espaço B.

diamantina, MG

Quando ir em Diamantina, Minas Gerais

Os meses chuvosos são novembro, dezembro, janeiro e fevereiro. De abril a setembro chove pouco, o que faz desse um dos melhores períodos para conhecer não só a cidade histórica, mas também as várias cachoeiras da região. Não é sem motivo que as vesperatas ocorrem justamente no período da seca. Se quiser ir durante a festa, confira antes as datas das vesperatas no site Minhas Gerais.

Feriados como o Ano Novo e o Carnaval também costumam ser concorridos, por mais que o renascimento da folia em Belo Horizonte tenha tirado um pouco do público das cidades históricas nessa época.

diamantina minas gerais

Catedral Metropolitana

Como chegar em Diamantina, MG

Dá para ir de ônibus, partindo da rodoviária de Belo Horizonte – não há ligação direta a partir do Aeroporto de Confins. Quem opera o trecho é a Viação Pássaro Verde. As passagens custam entre R$ 80 e R$ 100, dependendo da poltrona, e a viagem dura pouco mais de cinco horas.

A não ser que você não possa ou não queira dirigir, vale considerar ir de carro, principalmente para quem viaja acompanhado. Além do alto preço das passagens de ônibus, estar de carro facilita o deslocamento entre cidades menores e permite um roteiro mais amplo, como explicarei abaixo. Se optar por alugar um carro, veja nosso guia de como fazer isso garantindo o melhor custo/benefício.

Parque Estadual de Biribiri

O caminho mais prático é pela BR 040, sentido Sete Lagoas, depois em direção ao trevo de Curvelo, pegando a 135 e em seguida a 259. Espere gastar entre 4h e 4h30. A rodovia é toda asfaltada e está bem conservada. O único pedágio é no começo da 040, ainda perto de BH, e a passagem custa R$ 5,05.

Também dá para ir pela MG-10. Essa rodovia tem a vantagem de ter várias cidades interessantes no caminho, o que é ótimo para uma road trip – você vai passar por Lagoa Santa, pela Serra do Cipó, por Conceição do Mato Dentro e pelo Serro. Esse caminho é também uma opção interessante para quem pega a estrada direto do aeroporto de Confins e não quer passar por Belo Horizonte. Por outro lado, a rodovia é muito pior e há pelo menos um grande trecho, entre Conceição do Mato Dentro e Serro, de estrada de terra.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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