Próxima parada: trabalho voluntário na Argentina

Diz uma amiga minha que eu não gosto de viajar para lugares fáceis e é por isso que eu ainda não conheço Buenos Aires. Já fui do outro lado do mundo, mas ainda não fiz uma visita aos nossos vizinhos. Eu acho que o problema é outro: quando um lugar é tão perto e acessível, a gente acaba adiando o passeio. Outras oportunidades vão surgir. E foi exatamente o que eu fiz, até agora.

No início do ano, eu já sabia que o primeiro semestre seria de poucas viagens. Estávamos muito focados em alguns projetos do 360meridianos e precisávamos também colocar a vida financeira nos eixos antes de qualquer coisa. Além disso, tinha a Copa do Mundo e eu nunca fui do time pessimista. Eu queria estar no Brasil para a festa. Queria estar onde o mundo estaria e ver minha pacata Belo Horizonte virar cosmopolita do dia para a noite. Mas eu e o Rafa tínhamos planos que envolviam fazer trabalho voluntário no exterior no segundo semestre e, quando julguei ser o momento certo, entrei em contato com a AIESEC para mais um intercâmbio.

Eu estava bem aberta com relação aos destinos. Fora a Índia, onde já morei, eu toparia ir para mais ou menos qualquer lugar que não estivesse vivendo um conflito armado no momento. Cheguei a ser aprovada para uma vaga nas Ilhas Maurício e namorei por dias as fotos daquelas praias maravilhosas. Só que o preço da passagem me chamou de volta à realidade. Foi então que eu decidi que era hora para a América Latina.

O Intercâmbio

Durante seis semanas, vou trabalhar com a ONG Fundación Chacras, que trabalha com comunidades vulneráveis através de reintegração social, atendimento psiquiátrico, proteção da população rural e discriminação. Meu trabalho vai ser ajudar na construção de casas populares com ecobricks, tijolos feitos de garrafas pet e materiais recicláveis. Além disso, vou trabalhar em uma fazenda orgânica, vender os produtos produzidos lá em uma feira local e fazer workshops com crianças de escolas rurais. O Rafa também conseguiu um voluntariado por lá e vai trabalhar com crianças de escolas públicas de Buenos Aires.

Nossa aventura começa no dia 14 de julho, um dia depois do fim da Copa do Mundo. Espero que a taça do mundo seja nossa ou que, pelo menos, não seja deles. Afinal seria desumano pegar um avião lotado de hermanos comemorando a vitória.

E depois?

O intercâmbio dura seis semanas, mas não quer dizer que a gente retorne para o Brasil logo depois. Nossa passagem de volta está marcada para meados de dezembro e as possibilidades estão abertas. Já pensamos em fazer um curso de espanhol, alugar um apartamento em Buenos Aires e viver como locais ou talvez pegar a estrada para descobrir mais nossos vizinhos. Todas essas opções são válidas e nós só vamos saber o que fazer quando estivermos por lá.