7 dicas para organizar uma viagem independente

Quando estávamos na Indonésia, encontramos um grupo de conterrâneos mineiros na praia. Eram umas três famílias que tinham ido mergulhar nas Ilhas Komodo e estavam circulando por Bali. Obviamente, eram esquemas muito diferentes de viagem – nós, com a economia extrema; eles, gastando muito.

Mas o problema foi quando contamos que estávamos hospedados num ótimo hotel, que custava apenas 14 reais a diária do quarto duplo e tinha piscina e internet grátis. Um verdadeiro achado. Eles ficaram revoltados, porque estavam no hotel escolhido pela agência que montou a excursão – vinte vezes mais caro e que ainda cobrava pela Wi-fi.

Se tem uma coisa que mochileiro foge é de agência de viagens e grupos de excursão. Pudera: fica difícil fazer seu próprio roteiro e descobrir coisas inusitadas ou boas barganhas quando se está engessado com um grupo. Ainda assim, comprar aquele pacotão da agência de turismo parece ser mais fácil e até mais barato.

Apesar disso, com um pouco de senso de organização e alguma disposição para caçar boas economias, dá para montar uma viagem independente e com a sua cara. E com a internet com tudo disponível, fica ainda mais fácil.

1. Criar um sistema para organizar sua viagem independente

Na nossa Volta ao Mundo nós criamos uma planilha, organizando as datas de chegada e partida em cada cidade, com informações de roteiro, onde ficar e como chegar em cada lugar. Para uma viagem de cinco meses, esses detalhes eram essenciais. Ah, também é importante anotar horários de voos, descobrir quais rotas você vai precisar fazer para se deslocar de um lugar para outro, os tipos de transporte que você pode pegar e se vale a pena alugar um carro – em muitos lugares é uma economia e facilita a vida.

2. Pesquisar, pesquisar e pesquisar

Antes de ir para cada destino, fazíamos uma lista de links de blogs legais e guias de viagem sobre os principais pontos turísticos. Na internet dá para achar desde as informações gerais sobre os pontos turísticos até dicas do que evitar ou de boas barganhas. Se você quiser comprar um guia mesmo (o livro), pode ser uma boa – mas está longe de ser essencial. O problema com os guias é que eles acabam ficando desatualizados muito rápido e custam meio caro, em geral.

3. Não complique sua viagem

Não importa se você tem um mês ou uma semana, o importante é aproveitar seu tempo da melhor forma possível. E isso não quer dizer visitar cinco cidades em sete dias. Durante a pesquisa, pense bem quanto tempo seria necessário para ver os lugares que mais te interessam – afinal, não adianta falar que você conhece Roma, com todos aqueles monumentos legais, se você ficou lá só um dia e meio. Também não é preciso ficar uma semana em cada local. Tudo depende do tempo de cada um, mas é importante avaliar quanto tempo você quer ficar em cada lugar e acrescentar a isso o tempo gasto com deslocamento – porque muitas vezes o dia de viagem é um dia perdido.

4. Planeje a Bagagem

Eu detesto carregar mochila nas costas e prefiro puxar mala, ao contrário do Rafa e da Naty. Mesmo assim, se preocupar com o peso da mala é importante – afinal, as escadas estão aí. Principalmente se você pretende fazer compras. A primeira coisa óbvia é saber qual é o seu limite de bagagem, tanto o que a empresa aérea ou de ônibus permite, quanto a sua pessoal – ou seja, quanto peso você terá condições e disposição para carregar.

O importante é pensar e repensar o que você realmente precisa e o que está levando sem motivo. Cada grama conta, então não precisa levar cinco blusas extras – uma já basta. E para quem está pensando em ter delírios de consumo à la Becky Bloom, a dica é aquela conhecida: leve uma mala vazia para ter mais espaço para as novas bugigangas. Se você ainda não tem mala ou mochila e está com medo de quanto isso vai custar, vale a pena procurar por boas ofertas na internet.

5. Equipamentos de sobrevivência

Olha, você não precisa se preocupar com uma caixinha de fosfóros porque acho que fogo já tem em todo lugar, mas um adaptador universal de tomadas é item de primeira necessidade para qualquer viajante – dentro e fora do Brasil. Compre o seu e carregue com você para onde for. Se você tiver muitos equipamentos eletrônicos, leve um bejamim para ter tomadas a mais.

Além disso, outras coisas como cadeado (não só em todas as malas, mas também um extra), lanterna (pode ser a do celular mesmo), papel higiênico ou lenços (na Ásia faça um estoque) e uma toalha (nem que seja de rosto, nunca se sabe…) são bem úteis em todas as situações. Remédios com receita, seja para dor de cabeça, seja anticoncepcional, são válidos também. Um celular ou equipamento eletrônico com wifi é imprescindível para quem quer se manter conectado. Assim, você poderá usar a internet de graça em restaurantes, hotéis e bibliotecas.

6. A compra da passagem

Uma solução boa é procurar em sites de cupom de desconto. Muitas pessoas não pensam nisso, mas essa é a chance de achar aquela passagem muito mais barata que o normal. Vale pesquisar na internet para achar um bom negócio. Veja algumas dicas para comprar passagens aéreas baratas.

7. Reserva de hotel

Uma dica legal para quem quer economizar e tem um pouco mais de tempo é reservar o hotel só para as primeiras duas noites e depois procurar por lá mesmo outros lugares melhores e mais baratos. A gente já achou ótimas opções – como o hotel do início desse post – fazendo dessa maneira. Mas, é claro, isso depende da cidade que você vai e se é ou não alta temporada. Veja como escolher e reservar o seu hotel pela internet.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

Ver Comentários

  • Bruna, não precisa ter medo da imigração, se você tiver todas as comprovações e requerimentos certinhos entra tranquilamente. Já faz tempo que a imigração na Espanha está tranquila..

    Abraços

  • Boa tarde!

    Estou amando o blog!
    Parabéns!

    Vou fazer meu primeiro mochilão para Europa em abril de 2017.
    Vou começar por Madrid, e estou morrendo de medo da Imigração.
    Sou mulher, tenho 27 anos e vou sozinha.
    Li que eles adoram barrar pessoas neste perfil.

    Você acha que devo entrar por outro país?

    Obrigada!!!

    • Oi Bruna,

      A imigração na Espanha costuma ser mais chatinha mesmo, se você não tiver todos os documentos certinhos, talvez seja melhor entrar por outro país mais tranquilo.

  • Olá Luiza.

    Estou pensando em viajar, conhecer a Europa... inicialmente quero ir a Suécia, Holanda, Noruega, Irlanda e Lisboa.
    Se você puder me ajudar, gostaria de saber a melhor data (com melhor custo), quais cidades valem a pena conhecer nesses países, quantos dias em cada cidade. Quero ir sozinha, é tranquilo?
    E quanto você acha que devo dispor ($$$) para cada cidade?

    Desculpe a quantidade de???

    Beijos

  • Ola. conheci o blog recentemente e tenho adorado as dicas que englobam todos os detalhes de uma viagem. gostaria de uma dica: esta muito cedo para comprar passagens e reservar hotel para final de julho/ inicio de agosto em paris/berlim/praga? estava acompanhando o preço das passagens e de repente saltaram de 2800 para 4200... sera que mais proximo a data da viagem esses preços voltam a cair, em virtude do numero de viajantes ter diminuido? devo esperar ou comprar? desde ja agradeço a atenção.

    • Oi Lu,

      Não, já pode começar a procurar as passagens e reservar os hotéis (isso principalmente), porque você quer ir na alta temporada.
      O preço bom de passagens, e que sempre costuma aparecer, é por volta de 2000 a 2200. Eu nunca pago mais do que isso. Como? Fico de olho sempre, pesquisando.

      As vezes, as passagens baratas assim só aparecem uns 2 meses antes da viagem, então não precisa ficar em pânico porque os preços agora estão mais altos!

  • Pessoal. Primeiramente, gostaria de dizer que adoro o blog e que estou adorando receber as dicas por e-mail. Vlw mesmo!!! Queria compartilhar uma dúvida: qual sugestão seguir: a do guia (livro), a do nativo ou a do instinto? Existe algum equilíbrio? Espero não ter sido mto confusa, rsrs. Abraços.

    • Oi Sônia,

      Eu acho que é uma combinação das três coisas. Você pode sempre comparar as sugestões do guia e do nativo e usar seu instinto para decidir o que prefere.

      Abraço

  • Olá,Luiza!

    Boas dicas, vi seu post sobre NY, porém ainda tenho duvidas. Estou planejando em ir em Abril e ficar 15 dias: você acha que vale a pena pegar um hotel por dois dias e depois tentar algo mais barato? 15 dias está bom? Como estão os preços na cidade em Abril?

    Agradeço qualquer ajuda!

    • OI Natália,

      Não acho que você vai conseguir alguma coisa mais barata de lá, sinceramente. Acho melhor e mais seguro que você já vá com tudo reservado, porque são grandes as chances das opções baratas se esgotarem.

      Acho que em 15 dias dá para você visitar bastante coisas, inclusive fazer bate-volta para Boston e Washington DC

      bjs

  • Nossa, post muito útil! Eu estou programando uma viagem independente e quanto mais pesquiso, mais percebo que cada detalhe é muito importante: desde a escolha da data, compra da passagem, malas pra levar, etc. E nessas situações a experiência de outras pessoas ajuda muito!

  • Ola parabens pelo blog! Trabalho organizando Viagens em grupo pela América do Sul para pessoas que buscam companhia na aventura! Também concedemos informações livres e sugestões de roteiros e provedores para quem que prefere viajar de modo independente!

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Publicado por
Luiza Antunes

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