Nos séculos 19 e 20, inúmeras pessoas foram sequestradas e colocadas em jaulas para serem exibidas em exposições na Europa
zoos Humanos
No séc. 19, o Jardin d’Acclimatation, em Paris, fez um acordo com um explorador alemão para capturar “selvagens”. Um grupo de lapões, do norte da Europa, foi exibido no centro de Hamburgo.
Os povos caçados eram estranhos para europeus, mas sem causar repulsa na plateia. Entre os sequestrados estavam esquimós, somalis, etíopes, beduínos, aborígenes australianos e Mapuches.
As mostras eram falsamente científicas e desumanizavam os povos para afirmar a superioridade branca. Esses zoos humanos ajudaram a difundir a ideologia racista que era base do neocolonialismo.
Os exibidos eram comparados a macacos ou o elo perdido humanos e animais. Abusava-se das comparações de costumes que eram considerados civilizados para induzir uma escala evolutiva. A Europa a métrica para se medir o desenvolvimento de um povo.
Os sequestros eram em países onde a Europa tinha projetos neocoloniais. Provar a inferioridade justificava as atrocidades cometidas. A Europa se via como agente civilizador do mundo.
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– Marina Cavalcante Vieira, doutora em Ciências Sociais pela UERJ
Zoos humanos HOJE
Um dos zoos humanos mais populares é a tribo das Karen, refugiadas do Myammar na Tailândia. Elas são obrigadas a posar para turistas curiosos em conhecer suas “exóticas” argolas.
Os safáris em favelas também podem ser zoos humanos. Os pobres tornam-se espetáculo de um turismo que não os beneficia e ao virarem fonte de renda, há pouco interesse tirá-los daquela situação.
Boas iniciativas vão contra essa exploração: os moradores desenvolvem as experiências, podem mostrar sua cultura como quiserem e são os maiores beneficiados da renda das visitas.
Um bom exemplo é a Ilha de Deus, no Recife. Os visitantes participam de oficinas frevo e ciranda, conversa com marisqueiras, pesca no mangue e ações de recuperação do meio ambiente.