7 coisas que não devemos fazer em hostels

Eu gosto de hostels e, em geral, essa é a minha escolha de hospedagem quando estou viajando. São um bom ambiente para conhecer pessoas e fazer atividades diferentes, além de serem mais baratos. Mas, ao mesmo tempo, não curto quartos coletivos: eles são a minha escolha por pura e exclusiva falta de dinheiro. O problema com tais ambientes compartilhados é que, muitas vezes, por desatenção – ou falta de noção – a presença de um incomoda, e muito, o outro. Certamente eu já atrapalhei a existência dos meus colegas de quarto nesse ambiente, assim como já fui incomodada em outras situações.

Nós já contamos algumas histórias de gente muito estranha que encontramos em hostels. Neste post, vou levantar comportamentos que as pessoas deveriam evitar em prol do bem maior. Coisas simples, tipo deixarem de ser folgadas mesmo. Enquanto isso, eu tento ficar nos quartos privados dos hostels mundo afora, pelo menos quando meu orçamento permite.

Quarto coletivo não é lugar para bater papo às 23h

E nem de madrugada ou às 6h da manhã. Gente, não se deve conversar quando outras pessoas estão dormindo. Sim, todo mundo que comprou uma cama no quarto coletivo sabe que está sujeito a barulho, mas qual a necessidade de você ser o causador de um barulho 100% evitável? Simplesmente não fale com seu amigo quando entrar no quarto tarde ou muito cedo, porque as outras pessoas estão dormindo – e cochichos incomodam também, sério mesmo. Se for uma conversa importante, faça fora do quarto. Se não for, fale no dia seguinte. Isso também vale para Skype e afins. E até para o uso do celular fora do modo silencioso. Ninguém merece ser acordado a cada 5 minutos com barulinho de mensagem chegando.

Quarto coletivo não é lugar para fazer sexo

Não é piada. Já ouvi relatos de pessoas que fizeram e outras que viram/ouviram o ato acontecer. Numa boa: que deselegante! Entendemos a vontade alheia, mas ninguém é obrigado a ficar numa beliche enquanto o pessoal de cima está fazendo coisas que deveriam ser privadas. Tem um post incrível no blog Nomadic Matt (em inglês) que te dá dicas de quais espaços do hostel são mais aceitáveis para essa situação. Tipo o banheiro ou a lavanderia, por exemplo, depois que todo mundo já foi dormir.

Quarto coletivo não é lugar para acender a luz depois das 22h

Sinto muito que você tem que arrumar sua mala para o dia seguinte. Ou até se você chegou bêbado e não acha sua escova de dentes. Numa boa amiguinhos, a lanterna de celular foi inventada para esses momentos, não o interruptor de luz do quarto onde outras pessoas estão dormindo. Sim, a lanterna também pode incomodar os outros, mas consideravelmente menos do que a iluminação do quarto. Outra coisa: muitos hostels tem luz individual na cama. Você pode usá-la numa boa, mas verifique antes se sua luz individual não está chegando direto na cara de outra pessoa.

Crédito: hostelmanagement.com/Wikimedia Commons

Quarto coletivo não é lugar para comer

Todo mundo sabe que restos de comida atraem bichos indesejáveis, então por que você cisma de comer no quarto que divide com outras pessoas ao invés de na cozinha do hostel? Além disso, sua comida pode ter cheiros que o resto do mundo não quer sentir (estou falando com você, Cheetos). É desagradável, anti-higiênico e desagradável novamente. Não seja essa pessoa.

Quarto coletivo não é lugar para ficar pelado

E olha que não estou falando de sexo. Você não deve dormir pelado num lugar em que as outras pessoas não te conhecem e provavelmente não querem te ver pelado. E nem ligar o foda-se e se trocar de boa na frente de todo mundo. Você pode ser uma pessoa contra as amarras da sociedade, cansado das regras e que não está nem aí para a opinião alheia, mas também não seja um babaca. Roncos todo mundo está sujeito a suportar, mas ver bunda branca e outras partes, sem pedir, não é amarra da sociedade, é falta de respeito mesmo.

Quarto coletivo não é seu quarto

Pelo menos não seu quarto exclusivo. Mantenha seus pertences na sua mala ou no máximo na sua cama, não espalhadas por todos os cantos do quarto, no chão, no teto, no banheiro… A palavra coletivo implica que aquele quarto não é só seu, que você está dividindo o espaço e a convivência com outras pessoas. Bagunça, cheiros estranhos que emanam de meias sujas, entre outros, não devem invadir o espaço do coleguinha. Ouça sua mãe: seja limpinho e organizado. Se não der para ser assim sempre, pelo menos nessas ocasiões na vida.

Crédito: Luke Bales Stodola/Wikimedia Commons

Por fim, a área comum do hostel

Tire o que comeu da mesa da cozinha e lave sua louça (com sabão, só água não vale). Recolha restos de comida e limpe o que sujar, caso derrame alguma coisa. Mantenha o banheiro limpo, do jeito que você gostaria de usar. Fios de cabelo no ralo – ou grudados na parede do banheiro – não são aceitáveis, tal como pelos de barba feita na pia. Assim como xixi pingado para fora e outras coisas mais – apenas limpe!

Uma dica extra nessa era tecnológica: não seja a pessoa odiosa que usa todas as tomadas e não pensa em ninguém. Compre um extensor e viaje com ele. Aposto que você vai ser uma pessoa muito querida pelos outros com essa pequena atitude de cortesia.

E você, o que acha? Tem mais alguma sugestão para nosso código de etiqueta informal em hostels? Conta aí!

*Crédito Imagem Destacada; Hostel8/Wikimedia Commons

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

Ver Comentários

  • Oi Luiza, obrigada pelo texto. Moro em Portugal há um ano e morro de vontade de fazer um mochilão pela Europa, mas tenho 56 anos e tenho um pouco de receio de ficar em hostel pela minha idade. Você nas suas viagens encontrou pessoas mais velhas se hospedando em hostels? Grata!

    • Oi Maria Lucia,

      Já encontrei pessoas mais velhas em hostels sim. Uma dica é buscar hostels que sejam mais tranquilos, com boa nota e que não tenha como característica "festa"

  • Olá. Moro no RJ. Estou pensando mudar para Cabo frio. Lugar lindo com praias MARAVILHOSA! Para nao ficar sozinha e aprender novas culturas quero fazer um hostel legal na minha casa. Porem nao sei como achar hospedes de outros país. Vc tem alguma ideia? Penso em 6 pessoas bem selecionada. Obrigada

  • Oii tudo bem ?? Vou para Europa fazer um muchila o e para cortar gastos desnecessários decidi ficar em hostel quanto a mala fico preocupado... se eu botar um cadeado e deixar em baixo da cama da tudo certo ??

  • Olá.
    Gostei muito dos comentários e gostaria de sugestões de como guardar dinheiro e documentos em quartos coletivos?
    Como posso manter dinheiro e documentos em segurança sem precisar carrega-los dioturnamente?
    Obrigado

    • Oi Dalton,

      Em hostels que tem cofre, você pode deixar lá.
      Para hostels com escaninho, eu recomendaria você levar seu próprio cadeado, é mais seguro

  • Concordo plenamente com as regras, a educação em primeiro lugar. Não precisa estar em um Hostel para obedecer as regras, em qualquer lugar, se não estiver de acordo, não discuta, procure outro lugar ou siga corretamente.

  • Vou Setembro/2017 para Portugal.
    Eu pretendo ficar 30 dias e minha duvida e com relação a bagagem...Estarei viajando com bagagem de mão e uma mala de ate 23 kgs.
    Me hospedei em Hostel em Veneza e minha mala era pequena. Nao tive nem o trabalho de colocar no armário.
    Deixava debaixo da cama.
    Como devo proceder agora?????????

    • Oi Lucia,

      Se for ficar em Hostel, costumam ter espaços para colocar a mala em bagageiro. Quando sua mala não couber no locker, o jeito é deixar embaixo da cama mesmo.

      Mas se você quer uma dica: não traga duas malas. É completamente desnecessário, ainda mais em setembro, que nem é tão frio.

  • Ah! Amei toda essa discussão. Para aqueles que têm menos de 50 anos, que hoje são contrário e aqueles que são favoráveis às regras de convivência. Daqui há algumas décadas a maioria começa a pensar diferente. Os que agora acham que regras são coisas de reacionários e caretas começarão, não todos. Repito, a maioria, a admitir a necessidade de algumas regras para que todos possam vivem sem se matarem uns aos outros. Já aqueles que querem tudo certinho, começarão a ficar mais flexíveis e aceitar as pessoas como elas são. Já fui como os dois lados dessa discussão. Hoje, tento ficar entre um e o outro. Não forçar a minha maneira de ser e nem forçar ninguém a ser como eu sou. Procuro quem se parece mais com meu jeito e minhas convicções. Quando sinto falta de uma "bagaceira"..rsss, vou para o lado oposto.
    Vocês são ótimos! Amei todosssss
    Estou sozinha e pretendo conhecer o leste europeu, depois que vi a cidade de Mostar - Bosnia no canal de tv - OFF. Nunca saí do Brasil. Irei sim. Tiver um cancerzinho básico em 2015 e agora tenho pressa de ser feliz.

    • Adorei seu comentário Mariza.

      Você realmente resumiu de uma forma tão bonita o que é preciso para se aceitar e aceitar os outros.

      Espero de coração que você faça essa viagem e se precisar de ajuda para o planejamento, estamos aqui!

  • Lendo cada post sobre a sugestão de algumas normas de convivência e aqueles que discordam - com seus argumentos para eles verdadeiros e a discussão que surgiu. Então, penso: Quem está com a razão? A autora do post ou os dois (Saulo e Jennifer)? Bem, vivemos a "Era dos Direitos" - livro de Norberto Bobbio. Direto tem a autora e os que concordam com ela de não gostar de gente visivelmente abusada, folgada, FDP! Por outro lado, direito tem Saulo e Jennifer de achar careta, convento, perda do romantismo essas regras que a maioria gosta que exista no hostel e em qualquer ambiente. Porque o filme que fica realmente não são das postagens dos lugares incríveis, são as toneladas de lembranças daquela bunda branca e magra do sujeito sinistro que estava deitado. Dos lindos seios daquelas turistas. Credo, do vômito do cara que chegou bêbado e chorou muito quando viu a "mina" transando com outro depois dele. Direitos. A era dos direitos. Direito de ser honesto e desonesto, limpo e sujo, educado e mal educado, gentil e tosco. Romântico e grosso, pessoa bacana e pessoa idiota...o que fazer? Saulo e Jennifer, procurem hotel aonde tudo seja conforme vocês imaginam que deva ser o hostel, para que não se perca o sentido do romantismo, das histórias sinistras, mas que se não fossem elas, que graça teriam? Coloquem muitas plaquinhas em quem não pensam como vocês. Que povo careta! São robozinhos do capitalismo selvagem! Para o restante que concordam com as regras de uma boa convivência, têm todo direito de querer um local onde todos possam descansar e conviver harmonicamente. Ter o mínimo de silêncio, limpeza e gentileza (desculpe-me, obrigado, por favor, posso ajudar?). Procurem estar em hostel que sejam dentro desse padrão. Direito de ter paz e sossego quando se quer ter paz e sossego. Para os contrários e os favoráveis. Cada um na sua.

  • Boas dicas.
    Tenho 60 anos e quero viajar para alguns lugares da Europa que não conheço. Ir sozinha, encarece muito o custo com hotel. Pensei em ficar em hostel, já visitei alguns em São Paulo. Não estou muito segura quanto a ir sozinha ou pegar uma excursão.
    Mas as dicas foram ótimas.

    • Oi Silvana,

      Hostel costuma ser seguro. Você sempre pode pegar um quarto feminino, se te deixar mais confortável

    • Oi Socorro,

      Depende do hostel. Tem alguns que não aceitam menores de idade. Pergunte a eles por email antes de reservar

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Luiza Antunes
Tags: Listas

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