Ilha do Combu, a Amazônia vizinha de Belém

Sua cidade muda completamente em menos de dois quilômetros? Belém, capital do Pará, sim. Basta entrar num barco e atravessar o rio Guamá. Pouco mais de 10 minutinhos de travessia e… pronto! Você pode ter sua primeira experiência amazônica, ao andar de barco pelos igarapés da Ilha do Combu, conhecer uma fauna riquíssima e de quebra almoçar num dos restaurantes que funcionam na ilha. Ilha amazônica com vista privilegiada para Belém.

Com 2,5 milhões de habitantes em sua região metropolitana, Belém passa longe de ser uma cidade pequenininha: é a 13° maior zona urbana do Brasil e uma das 200 maiores do planeta. Tanta gente traz efeitos colaterais, assim como ocorre em qualquer grande cidade. Trânsito, poluição e barulho são alguns deles.

É por isso que a travessia para a Ilha do Combu – e talvez nenhuma outra palavra expresse tão bem essa experiência quase mística – é tão impactante. Pegamos o barco na Praça Princesa Isabel, no bairro da Condor. Não dá nem tempo de pensar direito: a selva de pedra vai ficando para trás e a Amazônia, com toda sua grandiosidade, começa a encher o horizonte.

A Grande Belém conta com cerca de 50 ilhas. A do Mosqueiro, que tem praias fluviais com ondas e esportes náuticos, é uma das mais famosas, mas o acesso à ilha do Combu é bem mais simples. Cerca de 200 famílias ribeirinhas vivem por ali, vivendo da pesca, do cacau, açaí e dos restaurantes, entre outras atividades. Nos finais de semana, quando os restaurantes abrem, a população da ilha aumenta: cerca de 700 pessoas cruzam o rio para almoçar lá.

Fui uma dessas pessoas em agosto do ano passado, no meu último dia de viagem pelo Pará. Valeu cada minuto. Se você passar por Belém, garanta pelo menos uma refeição na Ilha do Combu. Com direito a banho de rio amazônico.

Veja também: Onde comer em Belém, no Pará 

O restaurante mais tradicional é o Saldosa Maloca – assim mesmo, com L, um erro da época de criação do restaurante, há mais de 30 anos, que acabou virando marca do lugar. Eu já fui também em outro, o Combu da Amazônia. O barco te deixa no restaurante que você quiser e, de tempos em tempos, passa para buscar os clientes já satisfeitos.

A estrutura é simples, com cadeiras de plástico e deck de madeira para entrar no rio. Há também uma trilha pela mata, para quem quiser se afastar ainda mais de Belém. Eu preferi não fazer a trilha e fui logo comer.

Os pratos da casa? Os frutos do rio. Por exemplo, o famoso caranguejo no toc-toc (cinco caranguejos por R$ 35). Vale dizer que o preço da refeição fica quase sempre nessa faixa. Justo.

Depois de matar o calor amazônico com um banho de rio, comer e beber, é hora de voltar para Belém. É só esperar o barco. E a Amazônia dá lugar aos encantos da capital do Pará.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

Ver Comentários

  • Rafael, to indo pra Belem em agosto e, pra isso, estou usando as suas dicas pra me programar. Quero fazer uma pergunta sobre comida. Eu sou alérgica a peixe, frutos do mar e açaí (todaschora). Existe alguma comida típica paraense que não leve esses ingredientes (além da carne de búfalo de Marajó)?

    Obrigada!
    Beijão

    • Oi, Dani. Nossa, que chato. :(

      Olha, boa parte erá peixes, mas acho que você consegue achar alguns pratos sim. O pato no tucupi, por exemplo, é um dos mais tradicionais. A maniçoba também. Certamente há mais opções.

      Abraço.

  • nossa o.o fiquei impressionado, se tudo der certo nos negócios quero muito ir para lá, ola Rafael, fica muito caro a viagem ? tem lugar pra se alojar lá ?

    • Não é uma viagem cara não. O mais caro é a passagem, mas dá para achar promos.

      Há hostels em Belém, com diárias baratas.

      Abraço.

  • Adoro o Blog, to indo a Belém final de Fevereiro, to anotando tudinho aqui. Vocês do 360 meridiano são demais. Obrigada por cada postagem, ajudam muitoooo.

  • Reconheci meus dedinhos! Hahahahah Mas não faça esse passeio no mesmo dia que seu voo de retorno, quase na mesma hora desse voo. O barqueiro pode demorar a fazer o percurso de volta, já que os horários de ida e volta aos restaurantes não são fixos e fica a critério do "piloto"!! Momentos tensos... ????

  • Nossa que lindo ! Adoraria passar alguns dias aí curtindo e desfrutando as belezas dessa ilha, mais que pena que posso.....

    Lindo Post!

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Rafael Sette Câmara

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