Como visitar o Parc Güell, em Barcelona

Se existisse algum parque de diversões para arquitetos, ele provavelmente seria parecido com Parc Güell, em Barcelona. Mas o que hoje é um dos principais pontos turísticos e símbolos da cidade nem sempre agradou a todos. Na primeira década do século 20, o arquiteto Antoni Gaudí, que deixou inconfundível assinatura em diversos pontos de Barcelona – como a Sagrada Família e a Casa Batlló – recebeu de um senhorzinho bastante do rico, Eusebi Güell, a incumbência de criar uma espécie de refúgio residencial para ele e outras pessoas cheias da grana.

A ideia foi inspirada em um movimento arquitetônico que estava em alta na Inglaterra, o Garden City, que previa a construção de vilas auto-suficientes cercadas pro cinturões verdes. Gaudí recebeu um grande terreno de solo rochoso e vegetação escassa e o transformou em uma obra de arte.

No entanto, como costuma ocorrer com outros cartões-postais mundialmente famosos, todo mundo odiou o Parc Güell na época de sua construção. O estilo moderninho e diferentão de Gaudí não agradou nada, nada a burguesia da época, e o empreendimento foi um fracasso. Apenas duas casas foram construídas, uma para o próprio Güell e outra para servir de show room. O jeito, então, foi transformar o lugar em parque público, o que ocorreu em 1922. Quem saiu ganhando foi a população de Barcelona, que passou a contar com um espaço de convivência que, até pouco tempo, tinha acesso gratuito.

Por sorte, a arquitetura costuma envelhecer bem e o trabalho de Gaudí recebe hoje seu devido valor, atraindo pessoas de todo o mundo para ver as esculturas decoradas com cerâmica, as torres e o parapeito curvo de onde se tem uma boa vista da cidade. Em 1984, o lugar foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e, ao lado da Sagrada Família, é considerado um dos mais impressionantes projetos do arquiteto catalão.

Veja também: 10 ideias de viagens bate-volta desde Barcelona

Um tour pela Barcelona de Gaudí

Como é a visita ao Parc Güell

A área restrita do Parc Güell não é muito extensa e pode ser visitada em cerca de 40 minutos ou uma hora. Ali estão as principais obras de Gaudi, incluindo a famosa fonte da salamandra – o animal é símbolo de Barcelona – toda decorada com cerâmica colorida. E tem o bonito sistema de pontes projetado pelo arquiteto para resolver problemas criados pela topografia do terreno. O Viaduto das Gardineiras foi projetado para comportar carruagens e proteger os moradores do sol e da chuva. Já o Viaduto do Algarrobo tem paredes que acompanham as encostas do parque e imitam uma onda. Afinal, o oceano sempre foi uma grande fonte de inspiração para Gaudí.

Na entrada principal há uma loja de lembranças e o Museu de História de Barcelona. Os dois prédios, um em frente ao outro, lembram um pouco casas de conto de fadas. E não é sem motivo: foram inspirados no conto de João e Maria. Subindo as escadas, e passando pela salamandra, está a Sala Hipostila, um grande salão pensado para abrigar o mercado da vila, que conta com 100 colunas decoradas.

Justo acima da Sala fica a Praça da Natureza. Inspirada nos anfiteatros romanos, foi idealizada como ponto de encontro local e teatro a céu aberto. Os bancos coloridos que formam uma serpente ao redor da praça estão entre os lugares mais icônicos do Parc Güell.

Ainda dentro dos limites do parque, na parte mais alta, está o Calvário, uma igrejinha de onde se tem ótimas vistas da cidade. Por falar em vista, a visita ao Parc Güell pode ser combinada com o mirante que está justo atrás do parque. Ao lado da bilheteria, há uma escada com muitos degraus. Não se assuste. Depois de vencê-los, há uma praça com vista incrível de Barcelona.

 Parc Güell, Barcelona: Como chegar e comprar os bilhetes

A visita ao Parque Güell pode ser feita pela manhã ou pela tarde, podendo ser conjugada com outras atividades em Barcelona no mesmo dia. As visitas são com hora marcada. Para agendar sua entrada e comprar o ingresso, basta acessar o Veja como conseguir o seguro com o melhor custo/benefício e garanta promoções.

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones, no Youtube e em inglês no Yes, Summer!. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

Ver Comentários

  • Natália, boa tarde.
    Adorei sua escrita! Você consegue transmitir as informações de forma leve sem abrir mão do conteúdo.
    Vamos para a Espanha no final de agosto e o 360Meridianos está nos ajudando bastante no planejamento da viagem.

    • Ei José, fico feliz que tenha gostado! Espero que faça uma ótima viagem! Se tiver qualquer dúvida no planejamento, estamos aqui! :)

      Abraços

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Natália Becattini

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