Parque El Ávila e o teleférico de Caracas, na Venezuela

Minha passagem pela Venezuela foi breve. Tão breve como as outras paradas do Cruzeiro, claro. Mas, ao contrário das Antilhas, a Venezuela não é uma ilha que se cruza em poucas horas. E se eu já deixei Aruba e Curaçao morrendo de vontade de ficar mais, da Venezuela eu fui embora com a sensação de que não tinha visto nada. Embora a visita tenha me dado um gostinho da simpatia do povo e da natureza exuberante, ajudou mesmo foi a aguçar a curiosidade de um dia voltar ao país e entender melhor a vida e a cultura locais.

O passeio pelo Parque Nacional El Ávila (ou Waraira Repano, nome indígena da região), que culminou no teleférico, partiu de La Guaira, uma cidade portuária vizinha a Caracas que também serve de balneário para os moradores da capital. Ainda no porto, embarcamos nos carros que nos levariam montanha acima. E quando eu digo montanha acima, eu digo mesmo! Saímos do nível do mar para subir mais de 2.700 metros em cerca de uma hora, o que é coisa pra caramba.

Por causa da rápida variação de altitude, muitas pessoas no meu grupo sentiram-se mal. Essa, aparentemente, é uma reação bastante comum e os guias já estavam preparados para ajudar. Eu, surpreendendo a mim mesma, não senti nada. Quem aguentou o tranco pode observar, nas paradas do caminho, uma das vantagens da topografia local: a grande diversidade de vegetação, aves, répteis e mamíferos que habitam o parque. Além, é claro, da vista do Mar do Caribe dando tchau pra gente lá de baixo.

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O parque é o maior de Caracas, com 85.000 hectares, e também uma importante área de preservação ambiental. Por isso, é carinhosamente chamado de pulmão da cidade. O lugar é muito utilizado pelos moradores da capital, que aproveitam a proximidade da área para fazer suas caminhadas diárias e atividades nos dias de folga: além do teleférico, o El Ávila conta com pista de patinação, hotéis, trilhas diversas e picos para escalada. E, como se fosse pouco, também é casa para algumas comunidades nativas que fornecem mão de obra para o próprio parque: os guias, seguranças e vendedores ali nasceram ali dentro.

No meio da subida, uma pequena venda serve de ponto de descanso para quem quer se aliviar do mal de altitude, usar um precário banheiro, tomar um café ou fazer um lanche. O curioso é que, embora haja várias restrições para a compra e venda de dólar no país e seja proibida a utilização da moeda no comércio local, os preços expostos no café eram em cifrões norte-americanos. Em recessão desde o ano passado, o país enfrenta uma drástica desvalorização do Bolívar e altas taxas de inflação. Isso acabou deixando o país caro demais no câmbio oficial e, a exemplo da Argentina, criou um mercado de dólar paralelo.

A parada do almoço foi no El Mirador de Esmeralda, também dentro do parque. O restaurante é bonitinho, com cara de mercado e vende também quitutes, frutas e produtos regionais. As opções do menu eram sanduíche de pernil ou a cachapa, uma espécie de panqueca de milho, recheada com queijo, ambos pratos típicos do país.

Depois, finalmente seguimos para o teleférico, que fica em cima do monte Ávila, em uma zona chamada Ávila Magica. É lá que também fica a pista de patinação e alguns restaurantes gourmet, pessoas vestidas com roupas típicas e apresentações culturais. Na descida, temos uma vista privilegiada da capital do país, o que explica porque o teleférico é um dos passeios turísticos mais famosos de Caracas.

Serviço

A entrada no Parque Nacional el Ávila é gratuita.

Por causa da inflação, o preço das atrações é constantemente remarcado. Para saber o valor atual do ingresso no Teleférico de Caracas, é preciso consultar o site oficial.

Funcionamento: Fechado às segundas-feiras. Terças e quartas (12h às 21h), quintas e sextas (10h30 às 2h a.m.), sábados (9h às 2h a.m.) e domingos (8h30 às 21h). As bilheterias encerram às 18h todos os dias.

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones, no Youtube e em inglês no Yes, Summer!. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

Ver Comentários

  • Alguém pode me explicar como posso criar motivo de viagem para Caracas Venezuela,eu estou cá em Luanda Angola,podes me enviar carta de chamada eu vou-te pagar meu contacto +244926488063
    Amo Caracas para turismo.

  • Agora com a crise no pais fica muito dificil ir ao pais.. mas com ctz quando a situaçao melhroar irei e vou seguir duas dicas.

  • Lindas imagens Natália, não conhecia a Venezuela é um país muito lindo e riquíssimo em cultura! obrigada por compartilhar

  • Nunca fui a venezuela, O unico lugar que tive o prazer de conhecer até hoje foi o peru, que também tem lindas paisagens...Mas ja fica para um próximo cronograma

  • Quantas paisagens lindas na Venezuela eu mesmo desconhecia, obrigado por divulgar esses momentos maravilhosos conosco eu espero um dia conhecer esse país me pareceu um passeio bem legal, parabéns pelo artigo está bem completo!

  • "Por causa da rápida variação de altitude, muitas pessoas no meu grupo sentiram-se mal"
    Isso é realmente incômodo, sei bem porque sofro disso sempre que viajo de avião. Esse problema afeta bastante as pessoas que tem algum tipo de problema respiratório (sinusite, rinite, etc). Graças a Deus nunca cheguei a sangrar pelo ouvido. Não tem muito o que fazer mesmo, me recomendaram sempre estar mascando algo quando fosse passar por uma brusca variação de altitude porque isso amenizaria os sintomas, mas não é algo que eu possa realmente afirmar como uma verdade.

    • Meu e-mail franciscodev101@gmail.com
      Pretendo viajar para Caracas para turismo, tenho uma dificuldade para o visto tenho dinheiro suficiente, alguém pode me enviar carta de chamada, estou em África país Angola, Luanda .+244926488063 para alguém que tem amizade em Caracas preciso de uma carta de chamada.

  • Muito bom o artigo. Eu ainda sonho fazer um mochilão pela américa do sul. Deve ser uma experiência incrível. Eu não sabia que na Venezuela, existiam paisagens tão bonitas assim, pena que atualmente o país enfrente problemas, mas vai superar. Obrigado!!

    • Natália, tm paisagens lindíssimas na Venezuela. Espero que eles consigam estabilizar a situação política e econômica para que seja uma viagem mais viável. Tenho muita vontade de conhecer o Monte Roraima.

      Abraços!

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Natália Becattini

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