Passeio pelas vinícolas do Valle do Colchagua, no Chile

O Chile é sinônimo de duas coisas que o brasileiro adora: neve e vinhos. E se as vinícolas que ficam pertinho de Santiago já entraram no mapa turístico do brasileiro – tipo a Concha y Toro – outras, um pouco mais afastadas da capital, costumam ficar de fora do roteiro de viagem. Esse é o caso do Valle do Colchagua, a 180 km de Santiago.

E isso é uma pena. Afinal, além de ter quase três dezenas de (boas) vinícolas, essa região é linda a ponto de valer a pena gastar alguns dias por lá, relaxando com montanhas de fundo e vinícolas de cartão-postal. As fotos não me deixam mentir, né?

Estive no Valle do Colchagua em março deste ano, durante uma viagem de seis dias pelo país. Fomos no esquema bate-volta. É cansativo, mas vale a pena. Se você tem carteira de motorista, pode ser uma boa ideia alugar um carro, seguindo pela Estrada Panamericana Sul. Se resolver não dirigir, várias agências de viagem também oferecem tours para lá. Uma alternativa é pegar o Trem do Vinho, serviço turístico que liga Santiago ao Valle do Colchagua.

O trem era um passeio concorridíssimo, até que o terremoto de 2010 atrapalhou as coisas e fechou as linhas por quase quatro anos. Reaberto no final de 2014, o Trem do Vinho sai um sábado por mês. A viagem dura cerca de três horas e o desembarque é feito na cidade de San Fernando, de onde saem vans para as vinícolas da região. O passeio custa 44 dólares. Mais informações no site oficial.

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Valle do Colchagua: quais vinícolas visitar?

Nós visitamos duas: a Montes e a Santa Cruz. Não sei se as outras viñas da região são mais bonitas, mas se o padrão simplesmente for mantido, então olha, você não vai ter do que reclamar.

Criada na década de 1980, a Montes fica cercada por montanhas. O tour começa com explicações sobre o processo de fabricação do vinho, como é padrão em vinícolas, não importa o país. Como estivemos lá em março, as parreiras estavam cheias, o que deixou as fotos ainda mais bonitas.

Também presenciamos o processo de separação das uvas, algo que não vi em nenhuma outra vinícola que visitei. Depois da degustação (minha parte favorita em passeios assim), entramos numa caminhonete para percorrer a vinícola.

Eu achei a Montes mais bonita, mas não dá para negar que a Santa Cruz tem o seu charme: um teleférico e um mirante. Além de apreciar a vista, lá fica um museu que conta um pouco da história da região. E não faltou a degustação de vinhos, claro.

A Viña Santa Cruz é mais nova, foi inaugurada em 2006. Eles oferecem seis tipos de passeios diferentes, incluindo o da vindima, que permite que o visitante participe da colheita da uva. Também há o Tour da Oliva. Eu não fiz, mas parece interessante: os visitantes podem provar as azeitonas e conhecer um pouco mais sobre a produção de azeite.

Ficou com fome? Em quase todas as vinícolas é possível almoçar, apesar de não termos comido em nenhuma delas. A não ser que você resolva passar alguns dias no Valle do Colchagua, é provável que você consiga visitar apenas duas vinícolas. Se quiser mais alternativas, o site do projeto Rota do Vinho tem uma lista com vários dos passeios disponíveis.

*O blogueiro viajou a convite do Valle Nevado

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

Ver Comentários

  • Olha, não sou nenhum conhecedor de vinho sou apenas um apreciador. Dizer que nossa comida é a melhor do mundo não tenho duvida. Quanto ao nossos vinhos, são iguais aos produtos que vem do outro lado do rio Parana, a qualidade é bem fraquinha mesmo. Não recomendo.

  • Se alguém resolver ir a Colchagua, não recomendo contratar a Ruta del Vino. Demoraram três semanas para enviar o voucher, que não incluía tudo o que contratei e agendou um passeio para horário diverso ao contratado. Quando entrei em contato, somente concordaram em incluir um museu que eu havia pago, mas o horário, a ausência do teleférico e o restaurante inferior ao contratado não seriam mudados.

  • Rafael,

    conversei com várias pessoas da cidade que me confirmaram a informação.

    Um bom lugar para almoçar é o restaurante Rayuela, que fica na vinícola Viu Manet, a poucos quilômetros do centro da cidade. É um lugar de puro prazer e com preços honestos.

    • Ótima dica!

      Eu almocei num restaurante na cidade mesmo.

      Abraço e obrigado pelo comentário.

  • Cara,

    Lamento informar, mas dizer q o clima do Brasil não propicia a produção de vinhos é muito desconhecimento de causa para dizer o mínimo. Há vinhos chilenos horríveis e os q realmente valem a pena estão bem caros, inclusive em Santiago. Dê um rolé no Vale dos Vinhedos e depois conversamos. Fica a dica. Abs.

    • Fui uma única a Bento Gonçalves, o tal Vale dos Vinhedos é até bonitinho. mas querer comparar a qualidade dos vinhos Chilenos com os do RS é D+, vão ter que amassar muita uva.

    • Ok, Rodolfo. Vou pesquisar e corrigir a informação. :)

      Mas, na boa, precisa comentar nesse tom? Há formas e formas de fazer comentários, inclusive críticas.

      Você podia ter comentado assim: Há vinhos ótimos no Vale dos Vinhedos.

      Pronto. Não precisa desse tom, saca?

      Abraço.

  • Na vinícola Santa Cruz o que realmente impressiona é a estrutura, seus museus, principalmente o do automóvel que possui um dos Deloren usados nas gravações do filme De Volta ao Futuro, mas a cozinha não é boa e seus vinhos são medíocre.

    Outra visita muito bonita é o museu na cidade de Santa Cruz, que é do mesmo dono da vinícola.

    O que pesa na visita desses dois lugares é que o dono acumulou sua fortuna vendendo armas para guerra, informação que infelizmente fiquei sabendo quando estava deixando a cidade.

    • Oi, Claudio.

      Pois é, gostei muito da estrutura de lá. E não fazia ideia dessa informação sobre o dono da vinícola – que coisa!
      Vou até tentar saber mais sobre isso. Onde você viu essa informação?
      Abraço.

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Rafael Sette Câmara

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