Mulheres devem viajar sozinhas pelo mundo?

Devem. Eu poderia começar e terminar este post com essa resposta simples. Mas acho importante a discussão, uma vez que percebemos que algumas leitoras do blog têm essa dúvida e o receio de partir sem mais ninguém para conhecer o mundo. Não sei se vocês sabem, mas 64% dos nossos leitores são, na verdade, leitoras. Em 2012, uma pesquisa da Associação Brasileira de Blogs de Viagem (ABBV) revelou ainda que 72% dos acessos nos blogs brasileiros vem de mulheres. Foi a mesma tendência que ouvimos de uma agência de viagem online, esta semana. Então, peraí, se são as mulheres as principais consumidoras de informação sobre viagem no Brasil, por que ainda ouvimos tanto a pergunta do título?

Minha melhor amiga desde a infância passou os últimos 20 dias viajando pelo Caribe. Esteve em diferentes países, aproveitando o único período de férias que ela teria antes de começar a residência em Medicina. Quando contei isso para minha família, o que ouvi foi: mas ela foi sozinha, por quê? Durante nossa Volta ao Mundo, conhecemos muitas mulheres viajando sozinhas. Hoje, sabemos que várias viajantes também compartilham suas histórias em blogs nacionais – como a Mari Campos e a Fernanda Souza. E tem ainda as estrangeiras, como o blog da Liz ou o da Kate. Mas ainda assim, o discurso não mudou, assim como os questionamentos, os olhares tortos e a campanha de medo que surge em cima do tema.

Parque Aquático de Cingapura

Apesar de o cenário estar melhorando com a internet, basta uma mulher falar que vai viajar sozinha (eu incluída) para começar a ouvir o discurso da insegurança, dos horrores do mundo e da necessidade de ter alguém ao seu lado. O discurso é tão constante, e vem de tantas fontes, que isso gera um bloqueio em muita gente e impede a pessoa de ao menos pensar na possibilidade de viajar sozinha. Claro, homens também sofrem com o preconceito contra o viajante solitário. Aliás, nossa sociedade em geral tem muita dificuldade em aceitar que as pessoas são capazes de realizar coisas e serem felizes sozinhas. Viajar, então! É um absurdo não ter alguém ao seu lado. Mas não podemos negar que, para as mulheres, educadas para se acharem frágeis e dependentes, fica ainda mais chocante e inaceitável esse papo de rodar o mundo sem ninguém conhecido por perto para defendê-la.

Os motivos para se viajar sozinha podem ser muitos: ninguém tem folga no mesmo período que você, ninguém tem grana para viajar no momento, ou o simples “eu só quero estar sozinha para uma jornada de autoconhecimento”. Fato é que a decisão de largar tudo por 15 dias ou 1 ano, seja sozinha ou acompanhada, é uma escolha pessoal. E não, não é o fim do mundo. Muito pelo contrário, é só o início dele.

Veneza

Mas é perigoso para uma mulher ficar sozinha aí nesse mundo?

Esse é o principal discurso, que pode ou não vir junto de alguns números de mulheres que foram assassinadas ou estupradas enquanto estavam viajando. Mas já diria Guimarães Rosa, “Viver é muito perigoso”. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 70% dos casos de violência contra a mulher são causados por pessoas que elas conhecem, sejam familiares ou amigos. Então, o principal perigo para uma mulher está na própria cidade que ela vive, ou quem sabe, dentro de casa.

Sim, ao viajar você vai estar mais exposta a situações que não conhece, a culturas que são muito diferentes e podem até ser (pasmem!) mais machistas que o Brasil. Porém, com o tempo e a experiência de estrada, percebemos que a maioria dessas situações não é muito diferente do que já enfrentamos no nosso dia a dia. Requerem jogo de cintura, cuidado em determinados momentos e um pouco de experiência.

Buenos Aires

Também descobrimos que o mundo tem muito mais pessoas legais e generosas que imaginamos. Sempre que viajo, tenho o prazer de ser surpreendida com a ajuda de estranhos, com a simpatia das pessoas e com a bondade alheia. Claro, já passei por situações chatas, mas não se compara com tanto de coisas boas que vivi.

Mas qual a graça de viajar e não ter ninguém para compartilhar?

Bom, cada um acha graça no que quer na vida, mas, sinceramente, apesar de eu adorar viajar com meus amigos, acho que a viagem em si é a parte mais importante. Além disso, é mais difícil descobrir do que você gosta (ou o do que não gosta) e aprender a curtir a sua própria companhia se você sequer tentar viajar sozinha. Como minha amiga, você pode não ter escolha. E, aliás, isso é muito comum. Você tem seu salário, suas férias, a vontade de ver o mundo, mas não tem companhia. Então, vai desistir e ficar em casa se lamentando? Ou vai se dar uma chance de descobrir não só outros países, mas também quem é você sem ter ninguém por perto?

Washington

E, veja bem, ao viajar sozinha você não precisa ficar solitária o tempo inteiro. Viajar também te possibilita conhecer outras pessoas: locais ou outros viajantes. Da pessoa mais extrovertida, que vai falar até com o cotovelo dos outros, até a mais tímida, é possível conhecer pessoas e fazer amigos – eternos ou temporários – durante uma viagem. Com essas pessoas, muitas vezes lobos solitários como você, dá para compartilhar momentos, principalmente quando você se sentir muito sozinha.

Mas o que é preciso para uma mulher viajar sozinha?

Para começar, escolha um destino mais “fácil”. Principalmente se você não tem muita experiência de viagem. Isso vale para todas, mais jovens ou mais velhas. Países com uma língua que você domine ou que seja fácil de entender ou destinos muito turísticos, nos quais uma mulher viajando sozinha não chame tanto a atenção. Também dá para viajar dentro do Brasil, o que facilita no quesito cultura.

Seja esperta. Se você não se expõe a situações perigosas enquanto está em casa, por que faria isso quando está fora? Ao escolher o hotel, pesquise bastante a região que você vai ficar, leia os reviews no Trip Advisor, cheque a vizinhança no Google Maps. Sei mais do que ninguém os sacrifícios que fazemos em nome da economia. Mas estando sozinha, ficar num hotel esquisito ou numa vizinhança perigosa não é a melhor ideia.

Não custa também se informar sobre a situação política do país que você vai visitar. É importante ler notícias e verificar as recomendações internacionais. Mas, claro, não se deixar levar pela histeria midiática, que muitas vezes vem carregada de sensacionalismo e preconceitos. Vale a pena ler blogs e conhecer as histórias de quem foi ou está no momento viajando para o local.

Roma

Quando já estiver viajando, não dê bandeira de turistona. Não ande com mapa aberto, sem prestar atenção no mundo, sem pesquisar minimamente antes de sair do hotel. Aparentar confiança e experiência – mesmo que você não tenha nenhuma – dá segurança.

Algumas coisas a gente aprende com a estrada, mas também dá para aprender com a experiência alheia. No caso, evite passagens que tenham horário de chegada e saída muito cedo ou muito tarde, quando está escuro ou que o transporte público não estiver funcionando. Não escolha os vagões vazios em trens, mas sim aqueles que tiverem famílias, principalmente em países mais conservadores onde mulheres não costumam se aventurar pelas ruas sem pais ou maridos. Respeite a cultura e os códigos de vestimenta de onde você vai. Mesmo que seja chato não ter a liberdade de vestir o que quiser, lembre-se que viajar também é ter que lidar com a cultura do outro.

A principal dica é a que usamos também nas nossas vidas: confie nos seus instintos e fique atenta à possíveis ameaças. Não tenha medo de gritar, brigar, pedir ajuda, se você se sentir minimamente ameaçada. Somos ensinadas a ser educadas demais, a não levantar a voz, mas em certos momentos, principalmente quando sozinhas, só temos a nós mesmas para nos defender – então não precisa ter vergonha de dar escândalo ou de ser chamada de louca.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

Ver Comentários

  • Eu viajei sozinha pela primeira vez em julho, os lugares lindos!
    Mas me senti horrivel! todo mundo acompanhado e eu lá so... sou péssima para me comunicar com pessoas desconhecidas.
    Realmente me senti terrivelmente sozinha, nem de longe foi como imaginei, essa visão romanceada da viagem solitária na verdade é bem triste mesmo. Pelo menos para mim.

    • Oi Simone,

      Sinto muito que sua experiência foi tão ruim! E se você detestou, não recomendo que tente novamente, não é uma experiência que todos vão gostar.

      Mas discordo de você que exista uma visão romanceada da viagem solitária. Talvez você construiu isso na sua cabeça e por isso foi tão difícil. No seu comentário você demonstra que se sentiu horrível por ver pessoas acompanhadas e você estar só. Viajar sozinha é sobre estar sozinha e aprender a conviver com isso, com a própria companhia.

  • Oi, Luiza!

    Pesquisando aqui no 360 sobre destinos acabei caindo nesse post. Adorei!
    Acabei de voltar da minha primeira viagem de férias sozinha. Já tinha morado fora, viajo sempre a trabalho sozinha (sempre sobram uns dois diazinhos pra conhecer as cidades, hehe), mas férias foi a primeira vez. Dez dias só pra mim, nem o computador eu levei! Fui pra Belém, usando muitas das dicas do Rafael. Amei a cidade, amei o Marajó, amei estar sozinha.

    Eu reservei um hostel, mas acabei indo pra um hotel devido à (falta de) limpeza do albergue. No hotel, só famílias/casais e executivos a trabalho. No café da manhã, todo santo dia, as pessoas ficavam me olhando meio com pena, meio desacreditadas, com aquela cara de "o que deu errado na vida dessa menina para ela estar aqui sozinha?". Teve um dia em que eu me estressei: um casal de senhores ficava me olhando e cochichando. Me olhei no espelho, não estava suja nem estranha (vai que, né hahaha). No final eu entendi que era por eu estar só.

    Contando tudo isso só pra dizer que todo esse estranhamento que causa uma mulher viajando sozinha não deve abalar a gente - óbvio que, por mais bem resolvida que uma pessoa seja, as pressões sociais acabam pegando na curva em algum momento. Mas acho que é uma declaração muito poderosa pra gente mesma quando a gente vai sozinha, fica sozinha e fica bem, feliz e realizada.

    No final das contas, o grande problema está nas pessoas que não conseguem lidar com uma mulher independente e, para se sentirem mais confortáveis, tem esse tipo de atitude. Só lamento por elas ;)

    Beijo!

    • Olá. Gostaria de saber mais sobre a sua viagem a Belém. Estou me planejando para ir sozinha em janeiro e estou pegando dicas pela internet. Achou perigoso? Como foi tudo? Se puder me ajudar.... Abraço!

    • Adorei seu comentário Dani. Obrigada por compartilhar sua história!

      Outro dia um amigo me perguntou se eu não tinha problema em ir sozinha em restaurante. Eu acho muito estranho isso das pessoas terem "pena" de você fazer coisas sozinha, como se fosse a coisa mais triste ou difícil do mundo.

      Mas é isso, cada vez mais estaremos por aí explorando o mundo sozinhas e as pessoas que se adaptem a essa realidade
      bjs

  • Luíza,

    Parabéns pelo site e pela postagem, muito bacana. Então, vou encarar minha primeira viagem internacional sozinha, já fiz outros passeios fora do país em que em um ou outro momento eu estava sozinha. Dessa vez, apesar de ter alguns conhecidos na mesma cidade e período, não ficaremos hospedados no mesmo lugar. Decidi ficar em um hostel, em quarto privativo, (verifiquei os sites especializados e li inúmeros comentários de viajantes), é minha primeira vez nesse tipo de hospedagem, o que já me deixa receosa de sair da minha zona de conforto. Dessa vez, vou à Montevidéu em setembro e estou medrosa, apesar de ser uma entusiasta de viagens, dessa vez, está dando um frio na barriga grande misturado com uma sensação de liberdade. rsrsrrs

  • Ola.
    To indo pra Cingapura, Kuala Lumpur, Hong Kong e talvez Macau. Gostaria de saber se vc achou esses lugares seguros.
    Obrigada!

    • Oi Tassia,

      Sim, achei todos esses lugares seguros e iria para lá tranquilamente sozinha (só tomando os cuidados básicos que temos em qualquer lugar mesmo).

      Abraço

  • Olá!Resolvi dividir minha experiência aqui por causa do último parágrafo deste artigo. No mês passado fiz minha primeira viagem internacional sozinha. Passei 4 semanas em Toronto e a última semana em NYC. Em Toronto foi tudo muito tranquilo, mas em NY tive alguns problemas. Era a minha primeira vez na cidade e eu cheguei no aeroporto La Guardia depois das 21:00 hrs, com reserva de um apartamento no Brooklyn. Logo que desembarquei fui abordada por um suposto taxista que já foi pegando minhas malas e levando para o carro. Ao chegar no carro, percebi que não era um táxi convencional e disse que não queria o serviço por este motivo, mas o motorista não me ouviu e colocou minhas malas no carro. Com receio de pedir ajuda ou algo parecido, me submeti a esta situação pelos motivos citados acima (já estava com muito medo). Durante a viagem meu medo e desconfiança só aumentaram. Pedi a ele várias vezes para parar, até que ele resolveu parar em um posto de gasolina para abastecer,não porque eu pedi(graças a Deus). Foi então que eu desci do carro e neste momento precisei gritar por ajuda, pois ele não queria entregar minhas malas. Neste momento apareceram várias pesoas que me ajudaram. Não sei porque, mas não sabemos dizer não, parece algo cultural, pois lá fora isso é muito comum para eles. Mas depois de tudo isso tirei algumas lições e curti muito NYC!

    • Oi Márcia,

      Que situação chata e terrível. Eu entendo demais, as vezes o medo nos paralisa e também é da forma como somos socializadas não querer sermos grosseiras.

      Mas nessas situações, principalmente em aeroportos, o melhor a fazer é sempre gritar, espernear, ameaçar chamar a política e nunca deixar ninguém encostar nas nossas coisas sem fazer o maior escândalo.

      Melhor ter fama de barraqueira do que passar por isso.

  • Oi,
    Conheci seu blog a pouco tempo e já estou encantada. Esse texto é para mim. Sempre viajei acompanhada e em 2009 me vi sozinha, sem ninguém para ir comigo. Me recuso a passar as férias em casa, me inscrevi em um curso de espanhol, republica estudantil e fui para Buenos Aires. Já tinha 29 anos e pensei que poderia me sentir mal no meio de pessoas novas, mas foi a melhor coisa que fiz. Várias pessoas da minha idade ou mais velhas, muito conhecimento e de quebra, 2 semanas de espanhol. Depois disso, já fui pra vários lugares incluindo Caribe, tudo sozinha. Esse ano voltarei para Buenos Aires mas somente como turista e tenho certeza que será maravilhoso. Não sou muito sociável mas acredito que quando estamos sós, a gente libera uma certa sociabilidade, até pela necessidade de conversarmos. E sim, toda vez que viajo as pessoas perguntam como eu consigo ir sozinha, que não tenho medo, que não deveria ir só. Mas nem ligo, vou continuar viajando sim, é meu direito e trabalho para isso!

  • Acompanho o blog não faz muito tempo, mas já sou fã! Li os comentários e fiquei feliz ao ver tanta história bacana de gente que venceu esse receio. Resolvi compartilhar uma experiência minha, há uns dias conversava com uma amiga que viaja muito sozinha e eu comentei com ela que sinto um certo receio, porque gosto de cia pra caminhar e conversar, pra jantar, sempre viajo com pelo menos 1 amiga e que achava que não me sentiria tão bem. Mas aí lembrei que eu já havia feito isso!!! Minha primeira viagem sozinha (e única até agora) foi em um cruzeiro e que fique registrado, também foi a minha primeira viagem de navio. Fui para um evento a bordo representando a empresa que trabalhava. O cruzeiro foi aqui dentro do Brasil mesmo, mas já na chegada em Salvador (embarquei no navio lá) havia comprado um transfer pra me levar pro porto e nesse mesmo transfer conheci um casal que também estava indo para o navio devido ao mesmo evento que eu. Começamos a conversar e acabei indo caminhar com eles por Salvador antes do embarque, foi super bacana, eles tiraram várias fotos pra mim hahaha Dentro do navio, acabei conhecendo mais gente durante os jantares, nas palestras do evento e assim, nas cidades em que o navio parou eu já tinha cia pra ir caminhar. Eu não me considero muito sociável, mas como estava sozinha acho que fiquei mais receptiva, essa interação acabou acontecendo muito naturalmente e eu não me senti sozinha em nenhum momento, talvez por isso eu nem tenha lembrado que já havia viajado sozinha enquanto conversava com minha amiga ou por ter sido uma viagem de certa forma a trabalho... Enfim, depois disso vi por experiência própria que não tem nada demais, pretendo fazer isso mais vezes e vou lembrar seguir suas dicas com ctz. Abraços!

    • Oi Ana,

      A trabalho ou não, você estava sozinha e foi muito natural para você se relacionar com as outras pessoas. Isso é bem legal. Espero que agora você veja que é sim capaz de viajar sozinha e também estar sozinha numa viagem, porque a nossa própria companhia as vezes também basta!

  • Olá Luiza. Conheci seu blog hoje e fiquei encantada não só pelas coisas que você escreve, mas por como você é atenciosa respondendo às pessoas. Isso me encorajou a escrever também e quem sabe você não me encoraje a arregaçar as mangas e sair por aí hehe
    Tenho 30 anos sou muito tímida, medrosa e solitária. Mas esses dias escutei de uma amiga uma coisa que me deu uma sacudida: às vezes dá a impressão que você não está vivendo. Isso me deu um alerta sabe, tem tanta coisa que eu quero fazer, que planejo, principalmente viagens, mas como todo mundo vai desistindo, não faço porque não tem ninguém pra ir comigo. Sou professora, tenho duas férias por ano, uma acaba de acabar e não faço nada nas minhas férias por essa falta de companhia e o medo. Mas esses dias, ao ouvir isso, pensei que realmente eu estou deixando a minha vida passar e decidi que esse ano não vai ser assim. Quero fazer algo antes de julho minhas férias de 30 dias para tomar coragem, talvez eu realize algo que eu sempre tive vontade: conheça Bonito MS em algum feriado, ou, querendo, facilmente consigo 4, 5 dias no meu trabalho. Outro desejo é conhecer o Sul.
    Eu gosto muito de pesquisar e já viajei para Vila Velha comprando passagens pela internet, sem agência nem nada. Claro que lá eu conhecia uma pessoa, uma amiga e fiquei na casa dela. Ela foi me buscar no aeroporto e me guiou o tempo todo.
    Mas essa minha natureza medrosa me deixa receosa de encarar reserva de hotel e contar com os passeios que me serão oferecidos pelos guias turísticos de lá, então acho mais seguro, para a primeira contar com a segurança de uma agência de viagem.
    Espero realmente ter a coragem de fazer e que, como tantas coisas na minha vida não fique só nos planos e sonhos. Sei que a minha mãe vai morrer de medo, mas acho que ela sobrevive e se acostuma.

    • Oi Lorena,

      Você é muito nova para ficar com medo de viver! Aproveite o que a internet te oferece de melhor: diversos blogs de pessoas que já tiveram essas experiências que você tem interesse, fóruns de viagem, tripadvisor. Pesquise tudo o que você puder antes e chegando lá, você já vai estar bem mais tranquila, porque se organizou.

      Medo a gente só supera quando enfrenta ele. Depois você vai olhar para trás e perceber que o desconhecido não precisa ser assustador assim.

  • Olá galera!

    Eu sempre achei surpeendente viajar, me empolgo com as estórias dos outros, mas nunca viajei, após vários fatos que ocorreram em minha vida nesses últimos 2 anos, decidi enfrentar meu medo e colocar o pé na estrada, minha primeira viagem já estou planejando para o Egito, sempre fui fascinada pelo oriente. Alguém tem alguma dica´para compartilhar?

    bjinhos

    • Oi Jeane,

      Entendo que você seja fascinada pelo Egito, mas não acho que essa seja a melhor ideia para a sua primeira viagem, ainda mais sozinha.
      O país ainda vive algumas tensões e o assédio a mulheres por lá é bem grande. Porque você não vai a algum lugar mais tranquilo de primeira, para ir aprendendo a viajar sozinha e lidar com os perrengues e deixa o Egito para uma segunda rodada?

  • Puxa, sempre fui louca por viajar e viajar e viajar... eu gostaria de passar a vida viajando. Quero aprender inglês, tenho a esperança de um dia conhecer outros países. Eu nunca viajei para o exterior. É muito legal tudo o que as outras meninas disseram nos comentários, mas o meu medo é por causa da minha cor de pele. Será o mesmo ser uma mulher negra e ser uma mulher branca viajando sozinha pelo mundo. Isso do racismo me deixa muito insegura. O que você me diz para me encorajar? Preciso de uma palavra de encorajamento, se outras mulheres negras são experientes nisso, por favor digam suas experiências.

    • Oi, Adriana!

      Entendo o seu medo. A gente acha na internet sites que encorajam mulheres a viajarem sozinhas mas achar mulheres negras que viajam sozinhas é um pouco mais difícil.

      Sou negra e já viajei para o Exterior, inclusive sozinha. Não lembro de ter enfrentado nenhuma situação de racismo. Eu sempre pesquiso sobre isso ao escolher os lugares para onde vou, por isso ainda tenho uma certa ressalva em conhecer alguns países como a Rússia (li em alguns sites sobre racismo na Rússia). Sempre tive um medo da África do Sul mas ano que vem, pretendo conhecer o país e outros da África, estou pesquisando bastante sobre isso.

      A coisa que mais me incomoda é ser sempre vista com desconfiança na Imigração. Geralmente sou parada e tenho que mostrar todos os documentos. Isso me irrita profundamente mas eu entendo que é o trabalho do policial ou agente. Acredito que isso acontece mais porque estou viajando sozinha e por ser brasileira do que
      por ser negra. Vale a pena dizer que sempre fui tratada com cordialidade mas é chato você ver várias pessoas passando direto na fila e quando chega a sua vez, tem que responder a uma sabatina.

      Liberte-se dos seus medos! Vá sim. Comece por grandes cidades e à medida que se sentir segura, vá expandindo seus horizontes.

      Sobre viajar sozinha: Eu descobri que viajar é algo que me faz feliz. Já fiz viagem de casal, com amigos e sozinha. Gosto muito de ter companhia nas viagens mas eu não tenho o menor problema em viajar sozinha. Entendo que é difícil as pessoas terem ao mesmo tempo: dinheiro, folga e disposição para viajar. Sim, disposição! Porque às vezes você quer ir conhecer um destino de ecoturismo como o Jalapão ou mas seus amigos só gostam de centros urbanos. E aí? O que fazer? Esperar?

      A minha primeira viagem ao Exterior foi para Europa. Era um sonho e minhas amigas que poderiam ir, deram preferência aos EUA. Eu fui, não com a cara e a coragem, fui bem informada, com as reservas e graças a Deus, deu tudo certo. Hoje, se eu tivesse que aconselhar a alguém a viajar sozinho, diria para começar a fazer aqui no Brasil ou em um país vizinho.

      Então, eu acho que com bastante informação e tomando todos os cuidados que você toma no Brasil (falando sobre segurança),tem tudo para sua viagem dar certo.

    • Oi Adriana, como voce sou negra, morei 35 anos na Europa e Africa, hoje moro em Salvador. Qdo cheguei na Irlanda 35 anis atraz nao existia uma so oessoa da minha cor, enm por isso eu fui infeliz. Tinham curiosidade sim mas, o importante eh que tudo estava sempre resolvido na minha cabeca. Hoje viajo sozinha e em comoanhia qdo acho, e munca nottei nada de indelicado contra mim. Talvez tenha existido, mas te juro que se existiu passou batido, nao me importo com isso, nao penso nnisso, so sei que sou negra qdo devo escrever em algum formulario que pede a raca.
      Tudo acredito depende da cabeca e seguranca de cada um.
      O importante eh ser educada, vestida de acordo com o pais que vc esta visitando, um sorrisao na cara, se missturar com os locais, e sem medo de ser Feliz.
      Va pro mundo e curta a vida que eh uma so. Feliz Nattal e seja feliz querida

      • Luiza, você tem razão, isso existe no Brasil. Obrigada pelos artigos, gostei muito!
        Daysy, vou aprender a ser forte e corajosa como você! Suas palavras me animaram, obrigada :))
        Feliz natal para você e a Luiza também.

    • Oi Adriana,

      Entendo seu medo, de fato é justificado.
      Eu não posso falar como uma mulher negra, mas em geral, encontramos pessoas negras vivendo ou viajando em muitos lugares do mundo. Conheço alguns casos de preconceito, mas no Brasil eles também existem, não é?

      Acho que a princípio, você pode buscar destinos mais turísticos e grandes cidades, onde as pessoas já estão acostumadas com muita diversidade. E com o tempo e as experiências, vai se sentindo mais segura.

      Espero que tenha te ajudado.

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Publicado por
Luiza Antunes

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