Como ser um explorador do mundo

Para ser um explorador do mundo, não é preciso gastar milhares de dólares em passagens aéreas para um destino remoto. Nem comprar todos os itens na divisão de aventura daquela loja esportiva (por mais legais que sejam). Tudo o que você precisa é das suas pernas, um calçado confortável e seus sentidos. Dá para ser um explorador sem ao menos sair do seu próprio bairro. E esse é um grande exercícios para o dia em que você finalmente for alargar as fronteiras do seu mapa.

Tenha sempre um caderno e uma caneta. Anote pensamentos interessantes, frases que você leu ou escutou no ônibus, impressões sobre as coisas mais interessantes que você viu naquele dia. Ou desenhe, se você achar melhor. Fotografe, filme, não importa. Descubra sua própria maneira de documentar as coisas. Você se surpreenderia com quantas pérolas a gente entra em contato todos os dias que acabariam perdidas se ninguém para pra prestar atenção.

Esteja atento ao seu redor. Tente um caminho diferente a cada dia, isso ajuda a forçar seu cérebro a se concentrar no entorno. Ande mais, dirija menos. Leia os grafites e pichações que encontrar. Há muitas verdades marcadas nos muros da cidade. Experimente as coisas que você sempre quis provar e as que você nunca imaginou que iria provar também.

Diga “sim” mais vezes. O “sim” tem o poder de te levar a lugares imprevisíveis, por isso não tenha medo de mudar seus planos se for preciso. Uma vez você diz “sim” e acaba provando comida feita por velinhas em uma feira rural. Em outra, conhece um restaurante diferente. Se tiver muita sorte, pode até acabar fazendo novos amigos.

E, falando em amigos, cultive real interesse em cada uma das pessoas que você conhece. Cada mente é um mundo vasto esperando para ser explorado. Colecione histórias. As suas próprias, as que você escutou, as reais e as fictícias. Saia em busca delas. Nenhum caso interessante começa com “Eu estava deitado em minha cama, olhando para o teto…”.

Para ser um verdadeiro explorador do mundo, é preciso guardar em si um pouco do nosso olhar infantil. É preciso não perder a fé de que, há neste planeta, um pouco de magia. E acreditar que ainda há terras para descobrir além da linha do horizonte.

Você se lembra de quando o quintal de casa era um grande universo a ser explorado? De quando você encostava o dedo no tatu-bolinha só para ver ele se enrolar todinho? E de quando você ficava olhando para a estrada do banco de trás do carro: “pai, onde a gente tá agora?”? É preciso guardar essa curiosidade de quem ainda vê a vida como uma grande novidade.

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones, no Youtube e em inglês no Yes, Summer!. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

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Natália Becattini
Tags: Reflexões

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