Calcutá, Índia: a cidade da Madre Tereza

O Lonely Planet chama Calcutá de capital cultural da Índia e dedicou umas 30 páginas para a cidade na edição de 2011. Nós ficamos quatro noites em Calcutá para descansar dos últimos dias de viagem intensa e encontrar uns amigos que se mudaram para esse lado do país. Assim que cheguei à estação de trem, já achei que tinha alguma coisa errada. Nenhum motorista de tuk-tuk apareceu para nos oferecer uma corrida ou um hotel barato. Em geral somos urubuzados por vários, sem descanso.

Já na rua, uma fila de táxis amarelos. Uns carros que devem estar por ali desde a época em que a Inglaterra chamava essa terra de parte do Império. E o motorista não falava nem uma palavra em inglês, assim como todas as pessoas com quem a gente tentou se comunicar para pedir informação.

Uma vez que encontramos o apartamento dos amigos que nos hospedavam, o calor infernal e úmido que climatiza a cidade já havia nos irritado. Eu passei mal no primeiro dia e a Naty no segundo. Nos dias seguintes, resolvemos aguentar os assustadores olhares indianos e usar vestidos.

Enfim, a conversa com os intercambistas locais foi completamente de encontro às informações do guia: “aqui não tem nada para fazer” – disseram húngaros, americanos, portugueses e brasileiros. E nós comprovamos. A grande verdade é que Calcutá não é uma cidade turística, não tem preparação nem vocação para tal e, a não ser que você seja um católico mais fervoroso que minha avó, não vale a pena nem pelo turismo religioso.

Não se engane: apesar de ser a segunda maior cidade do país e ter sido a capital do Império Britânico na Índia, Calcutá carece de pontos turísticos, hotéis (vários deles, inclusive, não aceitam estrangeiros) e pessoas que possam dar informações, pelo menos na nossa humilde opinião.

Mas caso seu voo de ida ou volta passe por lá – como o nosso para Malásia – ou caso você só esteja lendo essas dicas agora, tarde demais, seguem algumas sugestões do que fazer em Calcutá. Além de derreter, claro.

Victoria Memorial

Construído em 1921 em homenagem à rainha Victoria, o bonito prédio do Victoria Memorial é circundado por um parque, lago e jardins e é uma das atrações mais importantes de Calcutá. A entrada custa 150 rúpias para estrangeiros, o que eu pessoalmente considero um exagero, dada a falta de estrutura do que seria o museu dentro do prédio.  Para ser bem honesta, o local parecia mais com uma exposição de trabalhos de alunos da 5ª série. Porém, vale a pena pela arquitetura e pela agradável sombra do parque no entorno.

Birla Planetarium e  Catedral de Saint Paul

Na região do Victoria Memorial estão, lado a lado, o Planetário e a Igreja. O planetário é o um dos maiores da Índia e exibe filmes astronômicos em inglês às 13h30 e às 18h30. A igreja fica a uns 100 metros dali e só vale a visita pela proximidade.

Indian Museum

Custa 150 rúpias para estrangeiros e mais 50 pela câmera fotográfica. Construído em um palácio colonial, possui esculturas hindus, coleções de insetos e até esqueletos de dinossauros.

Missão da Madre Teresa

No local estão a tumba e um pequeno museu com o quarto no qual a religiosa trabalhou de 1953 a 1997, além de alguns de seus pertences. A missão fica na Ripon St. Atenção ao endereço! Digo isso porque o tuk-tuk nos levou ao lugar errado, um orfanato das freiras da mesma missão católica que a Madre Teresa participava.

Informações turísticas sobre Calcutá

Onde ficar

A acomodação é bem mais cara que no resto da Índia. Como já disse, alguns hotéis se reservam o direito de recusar turistas estrangeiros, sabe-se lá por qual motivo. O melhor local para os turistas se hospedarem é a região da Sudder St. Os preços variam entre 200 e 1000 rúpias. Veja aqui uma lista com opções de hospedagem em Calcutá.

Locomoção

Ao contrário do resto da India, os tuk-tuks em Calcutá não podem te levar a qualquer lugar. Eles fazem corridas fixas que custam de 4 a 10 rúpias. O jeito é pedir que eles te deixem na estação de metrô mais próxima ou ir de táxi.

Chegar e sair

Calcutá possui um aeroporto com saídas nacionais e internacionais, apesar do aspecto de abandono do lugar. É um bom porto para quem viaja para outros destinos do sudeste asiático, uma vez que a proximidade faz com que as low-costs cobrem mais barato saindo de lá. Trens e ônibus também têm grande oferta para Calcutá indo ou vindo de outros lugares da Índia. Mas nem preciso lembrá-los de que é longe e leva um bucado de horas, a não ser para viagens dentro do estado de West Bengal.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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