11 coisas que você tem que saber antes de um cruzeiro

Antes de explorar as praias do Caribe Sul e Antilhas com a Pullmantur, eu tinha diversas dúvidas e preconceitos sobre viagens de cruzeiro.  Será que eu não ficaria entediada com aquela imensidão de azul? Meu estômago iria se comportar bem? Esse tipo de viagem é para mim?

Conversando com amigos e conhecidos, percebi que muitas dessas dúvidas e preconceitos rondam a cabeça de pessoas que nunca viajaram de cruzeiro antes. Por isso, eu criei esse mini-guia para tentar responder algumas dessas questões e, quem sabe, te convencer (ou não) a se transformar em um marinheiro de primeira viagem.

Cruzeiros são para você?

Verdade seja dita, embora cruzeiros tenham um perfil de público muito abrangente, nem todo mundo é feito para um. Esse é um tipo específico de viagem, e você só vai aproveitar bem se tiver as expectativas no lugar.

Para começar, entenda que você vai passar mais tempo no navio que explorando os destinos. E que isso não é necessariamente ruim. Quem, como eu, está acostumado aos mochilões da vida e a ficar semanas em uma única cidade, pode achar meio frustrante.

Para que isso não aconteça, entenda que essa é uma viagem diferente. Essa é uma viagem para se deitar em uma espreguiçadeira, pedir uma piña colada (ou cerveja, ou mojito…) e não se preocupar com nada. Uma viagem livre de complicações, perrengues e correrias, perfeita para quem sonha com uma semana relaxante e precisa recarregar as baterias antes de voltar à rotina. De quebra, você ainda vai ter a chance de conhecer vários lugares diferentes em pouco tempo.

Leia também: Cruzeiro pelas Antilhas e Caribe Sul

É isso que você procura? Ótimo, vá em frente e reserve sua cabine! Prefere ter tempo para explorar bem cada destino e ter uma experiência mais imersiva? Então acredito que essa não é a melhor viagem para você.

Escolha o cruzeiro certo

Existe uma infinidade de trajetos e tipos de cruzeiros no mercado. Faça uma pesquisa e escolha aquele que mais atende os seus interesses e necessidades. O Caribe é só uma entre tantas opções disponíveis. Se você não é muito fã de passar o dia na praia, pode escolher um trajeto que inclua cidades históricas ou com outros atrativos turísticos (como os que passam por cidades europeias). Se gosta de natureza e paisagens lindas, quem sabe você não escolhe o trajeto pelos países nórdicos? Se quer aventura, talvez seja hora de explorar a patagônia.

Além dos trajetos, é importante também pesquisar os tipos de navios disponíveis. Alguns são mais luxuosos que outros ou podem ter opções de entretenimento que vão te agradar mais. Isso sem falar nas centenas de cruzeiros temáticos que existem: para crianças, para quem gosta de festa, para a galera do detox fitness, etc, etc, etc.

Investir um pouco mais pode valer a pena

Isso pode soar estranho. Afinal, todo o propósito deste blog sempre foi te ajudar a viajar gastando menos e, agora, eu estou aqui pra te dizer que talvez compense gastar um pouco mais. Mas, como eu já disse, esse é um tipo muito diferente de viagem e, por isso, as regras são outras.

No cruzeiro que eu peguei, você consegue uma cabine interna dupla por cerca de R$ 1000. No entanto, é claro que o seu nível de conforto, sombra e água-fresca aumenta conforme você vai subindo a classe das cabines. E lembra que eu te falei que esse é o justamente o ponto de um cruzeiro? E, até mesmo pelo tipo de viagem, pode ser que essa seja a sua única semana de férias do ano. Ou que você esteja desesperadamente precisando de um pouco de mordomia. Pode ser que essa seja a hora de tirar o escorpião do bolso e pegar uma cabine superior, mais espaçosa e aconchegante. Ou uma suíte com varanda privativa. Sem falar que, ao contrário de um hotel, você não vai entrar no navio apenas para dormir.

Meu espaço preferido no Monarch, por exemplo, era o The Waves, um área tranquila com sofás, espreguiçadeiras, bar exclusivo e internet liberada que só estava disponível para hóspedes das suítes. Não tenho dúvidas de que ter o acesso a essa área levou minha experiência no navio para outro nível.

Viagem sem estresse

Acho que uma das principais vantagens de um cruzeiro com relação a outros meios é ficar livre de toda a burocracia de viagem. Uma vez que você embarca, terá entrada facilitada em todos os outros portos do seu trajeto, sem ter que passar por aqueles processos maçantes de imigração e visto, filas quilométricas e fazer e desfazer malas incontáveis vezes. Basta descer do navio e aproveitar o dia.

Check In, Check Out

Embarcar em um cruzeiro é quase como pegar um avião. Ao chegar ao porto, você vai passar pela imigração e checagem de passaportes (isso só ocorre no primeiro porto). Em seguida, despacha suas malas e passa pelos procedimentos de segurança. Por isso, é importante preparar uma mala de mão para embarcar com você. A equipe do navio vai se encarregar de levar sua mala bonitinha até o seu quarto. No entanto, isso pode demorar algumas horas. Separe em uma mochila ou mala pequena tudo o que você vai precisar nas próximas horas, incluindo uma muda de roupas.

No dia do desembarque, você será instruído a deixar sua bagagem para fora do quarto até determinado horário. A equipe vai passar recolhendo e você só a verá de novo fora do navio. Por isso, lembre-se também de deixar na bagagem de mão tudo aquilo do qual você não pode se separar.

(Quase) tudo está incluído

Depois de comprar o pacote do cruzeiro, você não vai ter que se preocupar com quase nada. No entanto, é importante saber o que está e não está incluído no preço.

Faz parte do pacote:

– Acomodação

– Todas as refeições nos restaurantes e buffet. Dependendo do cruzeiro ou da classe da sua cabine, o serviço de quarto pode estar incluído ou ser cobrado à parte.

– Entretenimento de bordo e acesso ao teatro.

– Acesso às piscinas, jacuzzis, academia, quadras, bares, áreas exclusivas para crianças e adolescentes,

– Bebidas para acompanhar as refeições estão sempre incluídas. Em alguns cruzeiros as bebidas alcoólicas também fazem parte do pacote all inclusive. Em outros as pessoas podem optar por comprar um pacote de bebidas liberada ou não. A boa notícia é que o preço costuma valer a pena.

É preciso pagar à parte: 

– Excursões nas cidades onde o navio para. Você não precisa comprá-las, pode explorar os destinos por conta própria. No entanto, comprando os passeios do navio você tem a garantia de que ele não vai embora sem você no fim do dia.

– Pacotes no Spa

– Acesso à internet (a menos que você tenha acesso a áreas com wi-fi liberada)

– Compras nas lojas

– Apostas no cassino

Explore o navio

Uma vez a bordo, aproveite os dias de navegação para explorar as áreas do navio e descobrir tudo que ele tem para oferecer. Não caia na tentação de achar um lugar legal e ficar lá para sempre, ou se trancar dentro da sua cabine. Explore, aproveite, use os espaços. Vai ser muito mais divertido assim. Assista aos espetáculos, participe das festas temáticas, experimente os diferentes bares e restaurantes. As opções de entretenimento são tantas que muitas vezes vai ser difícil decidir o que fazer.

Noite do Capitão

Todo cruzeiro com mais de cinco dias de duração tem uma noite de gala especial com a presença do capitão. É nessa ocasião que ele se apresenta para os passageiros e separa um tempo para tirar fotos com quem quiser. Por isso, leve uma roupa mais arrumadinha. Não é para achar que está indo a um casamento, mas lembre-se de colocar um vestido ou camisa mais formais na mala.

Internet em alto mar

Eu sofro de um caso grave de FOBO (Fear of Being Offline) e, toda vez que eu pensava em fazer um cruzeiro, já rechaçava a ideia imediatamente (“Mas como eu vou passar dias inteiros sem internet?!”). Então vocês podem imaginar minha alegria quando eu descobri que sim, marujos, há internet em alto mar! E, por incrível que pareça, a qualidade da conexão é boa.

Por enquanto, ela só está disponível em pontos específicos de navio e, a menos que você tenha acesso a alguma área de internet liberada (como o The Waves, do Monarch), o custo pode ser bem salgado. No entanto, para os mais desesperados, pode compensar comprar alguns minutos só para subir aquela foto no Facebook e baixar todos os seus emails e feeds para ler mais tarde.

E o balanço?

Vou contar uma coisa: eu sou a pessoa mais enjoada que existe. Praticamente tudo que se mexe me causa enjoo. Não posso nem sonhar em me deitar em redes e, quando eu tomo banho de mar, não consigo ficar sem colocar os pés no chão porque começo a ter náuseas. Eu sei, é bizarro e eu deveria fazer um exame de labirintite. Por isso, eu estava morrendo de medo de passar muito mal durante a viagem, mas foi tudo mais tranquilo do que eu achei.

Não vou mentir, a coisa balança. Dependendo de como está a maré e o vento, pode balançar mais ou menos, mas balança. Eu passei o primeiro dia todo enjoada, mas como levei uns remedinhos just in case, deu para aguentar bem. O corpo acostuma rápido e logo nós entramos em uma área mais tranquila para a navegação, o que deixou a viagem mais prazerosa.

Tem um porém: eu não podia, em nenhuma hipótese, olhar pela janela, ou para o céu, ou me debruçar nos parapeitos do navio para ver o mar. Eu não podia nunca lembrar meu cérebro que a gente estava em movimento, que ele começava a rodar. Espero que vocês tenham um labirinto menos antipático que o meu.

O que levar na mala?

– Roupas confortáveis para os passeios em terra

– Roupas de banho e saídas para a piscina e praias

– Roupas mais arrumadinhas para os jantares, pois os restaurantes a la carte costumam ter um dress code (não pode entrar de bermuda e regata, por exemplo), e também para os bares e baladas noturnas

– Casacos leves, mesmo para cruzeiros por ilhas tropicais. Nas áreas internas o ar-condicionado pode ser power

*A blogueira viajou a convite da Pullmantur Cruzeiros

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones, no Youtube e em inglês no Yes, Summer!. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

Ver Comentários

  • Olá. Excelente post sobre cruzeiros. Estou mais tranquila quanto aos enjoos... rsrsrsrs... sinto muito enjoo com td. Bom, gostaria de perguntar sobre as cervejas. Essas fotos que você postou são da Pullmantur - navio Monarch? Estou perguntando porque meu marido ficou super empolgado com as fotos das cervejas, disse que são muito boas. Caso não seja do navio, você lembra qual o nome da(s) cerveja(s) que são servidas no navio? Obrigada.

    • Olá Luciana, as fotos são do Monarch sim e essas cervejas estão disponíveis, mas para compra a parte, não estão no pacote do open bar. No open bar só tem uma marca, mas agora não me recordo o nome dela.

      Abraços

  • 360 surpreendendo! Natalia, dica de cruzeiro eu nao esperava encontrar por aqui. Sem preconceito, mas nao parece ser o perfil de quem é explorador, como vc disse. Mas eu tb já me rendi a resorts, por exemplo, apesar de tudo o que representam. Mas tanto eles como os cruzeiros sao otimas opçoes para descansar! Um dia eh experimento e volto aqui pras dicas!

    • hahah pois é Marcia! Eu acho que tudo tem sua hora e lugar. Realmente cruzeiro não é para quem quer explorar, mas de vez em quando a gente precisa de umas férias relaxantes também, porque ninguém é de ferro, né? hahah

      Abraços!

  • Naty,
    Sempre quis fazer um cruzeiro e penso muito em voltar pro Brasil dessa maneira (estou fazendo intercâmbio na Irlanda). Uma dúvida: cruzeiros tem limite de bagagem como em viagens aéreas?
    Bjs

    • Existe sim, mas é bem mais alto (vi falando algo em torno de 90kg, mas varia de acordo com a companhia). Que incrível seria voltar ao Brasil dessa forma!

      Abraços

  • Eu sou um tipo de "viajante facinho"! kkkkkk
    O que isso significa? Todos os tipos de viagem me agradam. Já fiz mochilão, já fiz lua-de-mel, já fiz intercâmbio, já fiz cruzeiro, já trabalhei a bordo só para conhecer quase uma centena de cidades.
    Enfim, tudo isso para dizer que após ser passageira em 3 cruzeiros, considero este um ótimo tipo de viagem. Acho super divertido, e sou até meio viciada no mar.
    Cruzeiros pelo Norte da Europa (geralmente subindo pela Noruega até Svalbard) são os mais tranquilos, costumam durar entre 11 e 14 dias, passam pelos fjordes, pelas montanhas de gelo, tudo muito emocionante... mas só tem idosos, então não espere muita agitação. Esse exemplo foi só para elucidar como existem diversos tipos de cruzeiros, com diversos climas (tanto no sentido literal, quanto no sentido de animação).
    Seria um orgulho pra mim poder compartilhar um pouquinho da minha experiência marítima com vocês, e estou à disposição para isso ;)

    Beijossss

    • Ei Clarice, se você se animar a escrever seus relatos, teríamos o maior prazer em publicar!

      Abraços e obrigada pelo comentário.

      PS: também sou facinha!

  • Nossa Nati! Nem preciso dizer que já me deu kkk...
    A viagem deve ter sido ótimo. Acompanhei suas fotos de Aruba e Curaçao e me deu uma saudade enorme
    Adorei suas dicas sobre enjoo, também sofro com um labirinto antipático, bom saber que não impede de fazer um cruzeiro.
    Blog top como sempre!

  • Nati,

    Morri pensando que você não podia olhar pra fora e ver o navio navegando, foi uma das partes que mais amei no meu cruzeiro, a imensidão do oceano. Sentava nos parapeitos e esquecia da vida, ai que saudade, preciso fazer outro!

    Beijo

    • Era ruim mesmo, Mariane, mas algumas vezes eu forcei a barra para ficar olhando para fora por um tempinho.

  • Que chiqueza!!
    Em pensar que eu já desisti de um Cruzeiro e peguei o dinheiro de volta.
    De boa, ainda não era a hora!

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Publicado por
Natália Becattini

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