O que fazer em Vilnius, na Lituânia: roteiro pronto

Vilnius, na Lituânia, é provavelmente uma das capitais menos conhecidas e visitadas da União Europeia. Uma pena, porque ali você encontra uma bela combinação de história, arte de rua, cultura e custo/benefício. Nesse texto, montei um guia completo de o que fazer em Vilnius, incluindo um roteiro de 2 dias (ou mais), dicas de onde comer, onde ficar, quanto custa e outras sugestões.

Se você vai viajar para os Bálticos, não deixe de ler nosso post com dicas de como organizar sua viagem entre Estônia, Letônia e Lituânia!

Quantos dias ficar em Vilnius?

Considere pelo menos dois dias inteiros, ou seja, descontando o dia da chegada e o da partida. Eu acredito que Vilnius é a cidade ideal para começar seu roteiro por Estônia, Letônia e Lituânia, porque é menor e mais compacta que as outras capitais. Eu fiquei três noites e tive dois dias e meio de passeio, o que foi suficiente para aproveitar a cidade.

Como vocês vão notar pelo roteiro abaixo, em dois dias dá para ver quase tudo na cidade, o que permite um terceiro dia de bate-volta para o castelo de Trakai.

Dá para fazer em um dia só? Sim, mas será necessário eliminar alguns passeios ou correr um pouco mais.

Quanto custa viajar para Vilnius?

Minha viagem, que teve um estilo econômico/confortável, custou cerca de 45 euros por pessoa/dia:

Foram 70 euros por três noites num estúdio para duas pessoas (€12,50 por noite) Você pode conferir nossa hospedagem aqui. E também ler nosso guia de onde ficar em Vilnius com mais dicas de hotéis.

Some ainda cerca de 25 euros por dia (por pessoa) com alimentação em restaurantes legais, passeios, cervejinhas e pequenas contas; e €7 do ônibus que nos levou para Riga. Não usamos transporte público na cidade – o Bolt/Uber, do aeroporto para o hotel, foi apenas 3 euros.

Avenida Gediminas

Diria que um mochileiro conseguiria sim diminuir esses custos no nível de 35 a 40 euros por dia. E uma viagem mais confortável, num hotel 3 ou 4 estrelas, ficaria em torno de 60 euros por dia ou mais, afinal há restaurantes mais sofisticados na cidade.

O que fazer em Vilnius: roteiro de 2 dias

Dentro desse roteiro você encontrará também dicas de onde comer e bares interessantes. É possível fazer esse roteiro todo a pé, mas caso você se canse, existe a opção dos patinetes da Bolt ou os próprios carros (é só baixar o app. Se quiser, pode usar meu código de desconto para primeiros usuários GBC4E).

Dia 1: Centro histórico e arte de rua

Comece o dia na Praça da Prefeitura (Town Hall Square), a praça central da cidade desde o século 13, apesar dos prédios ali serem bem mais novos, do século 18, incluindo o edifício da prefeitura em si, que hoje também funciona como centro de exposições.

A praça será o ponto de partida para você circular por todo o centro histórico de Vilnius. Vamos começar pelo distrito judeu (Big and Small Ghettos).

O Pequeno Gueto, que fica na região da rua Stiklių, costumava ser o centro da vida judia na cidade no período medieval. Até que, com a ocupação nazista, cerca de 12 mil membros da comunidade foram segregados ali, até sua extinção, quando em 1941, as autoridades alemãs ordenaram a construção do Grande Gueto, nas ruas Lydos, Rūdninkų, Mėsinių, Ašmenos, Žemaitijos, Dysnos, Šiaulių, e Ligoninės. Lá, cerca de 29 mil pessoas foram presas e a maioria acabou massacrada nos arredores de Vilnius nos dois anos que se seguiram, tornando o dia 23 de setembro de 1943, quando o gueto de fato deixou de existir, o dia do Genocídio Judeu na Lituânia.

A placa com explicação sobre a história fica entre as ruas Stiklių e Didzioji

Apesar da história triste, a região é hoje bonita e animada, cheia de bares e jovens. Principalmente na área que seria o pequeno gueto. Por ali, eu experimentei o Alyne Beer Pub, que serve cervejas artesanais e pratos típicos. Na mesma rua, em frente, fica uma cervejaria do mesmo grupo, Bambalyne, numa cave no subsolo, que vende em garrafas que o próprio cliente escolhe, com cerca de 150 opções de cervejas artesanais da Lituânia.

Siga em direção à Praça Konstantino, aos pés da Igreja Ortodoxa St. Paraskeva’s, que na Idade Média era um mercado de peixe. Hoje, ali se concentram barraquinhas de artesanato e bares.

Agora, minha sugestão é que você suba a Rua Didzioji e aproveite para explorar algumas das ruelas do lado esquerdo da Praça Town Hall.

Ruelas do Centro Histórico: rua Savičiaus

O caminho adorável te levará até a Praça Jonas Basanavicius, que homenageia um homem que lutou pela independência da Lituânia, no início do século 20. Na praça também fica o belo prédio da orquestra filarmônica da cidade.

Dica: para quem gosta de queijo, a loja Dziugas é especializada em queijos da Lituânia. Você pode se sentar no café para apreciar o produto típico. Ou pode fazer como eu e comprar uma porção (€2.90, 100g) para comer como piquenique numa praça de sua escolha.

A subida pela rua passará por várias lojinhas e restaurantes legais, até chegar no Portão da Alvorada (The Gates of Dawn), o único portão que sobreviveu das entradas da cidade murada, de 1522. O nome tem a ver com o culto à Virgem Maria. E a imagem da virgem, do século 17, fica na capela do portão e é famosa entre fiéis cristãos.

Ao cruzar os portões você entra na parte nova da cidade. Dali, são dois quarteirões até o mercado municipal de Vilnius (Halle Market), cuja visita te convida a sentir os cheiros e sabores de produtos típicos e frescos. Há opções de restaurantes dentro do mercado – essa foi a minha escolha de almoço no último dia, pela proximidade da estação de ônibus: comi no Spoon Out, que serve sopas tanto da Lituânia, quando asiáticas.

Em frente ao mercado fica um mural grande do artista de rua Millo. Aos domingos, nessa área funciona um grande mercado de rua. Nessa região, da Rua Pylimo, você encontra vários grafites e outras coisas interessantes, como um mural com Trump e Putin se beijando ou uma estátua de Stalin em forma de porco.

Por ali, uma boa pedida em dias de sol é a Vijokliai Beergarden, uma cervejaria com área aberta; ou a Plataforma, que fica num espaço que pertence ao Museu da Ferrovia, onde antigas carruagens de trens servem de bares e foodtrucks, com comida de rua de toda Europa. 

Dia 2: Museu KGB, Catedral, Castelo e Uzupis

Comece o dia no Museu da KGB, ou melhor, Museu das Ocupações e Luta pela Liberdade. O espaço não é muito grande: conta com dois andares de exposição e o subsolo da antiga prisão da KGB (o serviço secreto da URSS).

Um resumo da história: a Alemanha Nazista e a União Soviética assinaram secretamente um pacto de não-agressão, chamado Molotov–Ribbentrop, em 1939. Dentre os termos desse pacto estava a divisão de alguns territórios entre esses países, incluindo a região dos Bálticos. Assim, os soviéticos anexaram Estônia, Letônia e Lituânia. Até que, em 1941, a Alemanha Nazista quebrou o pacto e invadiu esses países, que depois da guerra voltaram a ser anexados pela URSS. Milhares de pessoas morreram e os três bálticos só tornaram-se independentes em 1990/91.

A visita ao museu conta os detalhes dessa história, dos grupos de guerrilha que se organizaram para lutar pela independência, e também sobre espionagem, tortura e outras coisas assim. O ingresso custa 4 euros. Fica aberto de quarta a domingo, das 10h às 18h.

Do museu, siga pela Avenida Gediminas. Você passará por prédios históricos lindos, dos séculos 19 e 20. No fim do caminho, chegará à Catedral de Vilnius (entrada gratuita), um templo enorme e todo branco, e à sua Torre do Sino (Bell Tower – €4,50). Logo atrás da igreja fica o Palácio dos Duques, o antigo centro político do país, hoje Museu de História. O palácio foi reconstruído: sua versão anterior foi destruída no início do século 19.

Ainda nos arredores da catedral está a Ponte Mindaugas, que cruza o rio Neris. De lá, você terá uma bela vista da cidade e da Fortaleza de Gediminas, no alto da colina. A visita à fortaleza custa 5 euros e você tanto pode subir a pé, como de funicular, por 2 euros (ida e volta). O castelo faz parte do acervo do Museu Nacional da Lituânia, com coleções de arqueologia, história, cultura tradicional, entre outras. Saiba mais sobre a visita. 

Castelo Visto da Ponte Mindaugas

Estátua do rei Karalius Mindaugas, em frente ao Museu Nacional da Lituânia

Onde comer: Nessa região, experimentamos o tradicional Old Green House. O restaurante serve pratos típicos do país; os preços variam de 5 a 20 euros.

Siga pela Rua Pilies, que por si só é uma atração: essa é uma das ruas mais antigas da cidade, que conectava o castelo ao resto da vila. No caminho, faça um desvio até a Praça Daukanto, para dar uma olhada na Universidade e no Palácio Presidencial.

Depois dessas paradas você chegará à Rua Literária (Literatai), que tem esse nome em honra a um poeta, Adam Mickiewicz, que viveu ali. Em 2008, um grupo de artistas resolveu decorar toda a rua com temas relacionadas à literatura – e lá estão até hoje.

A próxima parada é a Igreja de St. Anne, com sua fachada gótica de tijolinhos vermelhos. O templo tem cerca de 500 anos e sobreviveu às diversas invasões à cidade.

Por fim, atravesse a pequena ponte no Rio Vilna e chegue à autodeclarada República de Uzupis (o nome significa “atrás do rio”). Esse bairro artístico e boêmio tem sua própria constituição, hino, presidente e bispo. Costumava ser a área mais pobre e violenta da cidade, até que, com a independência da Lituânia, em 1991, jovens artistas foram viver ali, criando uma comunidade criativa. Por lá, não deixe de ver o Uzupis Art Incubator, a Praça do Anjo e o muro onde está a Constituição da República de Uzupis em diversos idiomas.

Duas dicas de onde comer e beber: o pub Spunka é um pequeno espaço na Praça do Anjo, com boas cervejas locais. Já o café Thierry Kepykla (que tem outros dois endereços na cidade) tem uma seleção deliciosa de bolos e doces.

Mais coisas para fazer em Vilnius, Lituânia

Sobrou tempo na cidade? Sem problemas, ainda há coisas para ver em Vilnius! Segue a lista:

  • Bastião da Muralha de Defesa: parte da antiga torre de defesa da cidade. Lá do alto se tem uma bela vista da área. Custa 4 euros e fica na Subačiaus g. 18. Subindo por essa mesma rua e chegando na esquina da rua Maironio você também consegue ter uma vista panorâmica da cidade – e de graça (link para localização, no Google Maps)
  • Bernardine Gardens: jardins que ficam logo atrás da colina de Gediminas.
  • Three Crosses: um monumento com três cruzes que fica no alto de uma colina, com uma vista linda.
  • Amber Museum-Gallery: viajar pelos Bálticos significa encontrar inúmeras lojas que vendem peças de ambar. Esse museu gratuito conta mais sobre a resina fóssil.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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