Vondelpark, um passeio legal em Amsterdam

“Conheça Amsterdam, voe com a KLM, durma no Vondelpark”. A frase, um slogan da KLM na década de 70, destaca um dos momentos de maior fama do Vondelpark, uma área verde enorme dentro da cidade, nos moldes do Central Park, em Nova York, ou do Parque del Buen Retiro, em Madrid.

Era o auge do movimento hippie. Milhares de jovens invadiram o parque mais famoso de Amsterdam, montaram barracas e aproveitaram o momento. A farra durou alguns anos, até que o governo local resolveu proibir as barracas e expulsou os hippies dali: pronto, agora era preciso reservar um hostel para dormir na cidade.

Embora o movimento hippie tenha ajudado a espalhar a fama do Vondelpark pelo mundo, a história desse espaço público começou bem antes. E por iniciativa popular. Um espaço público que garantiu seu lugar no coração do povo de Amsterdam e de uma grande quantidade de turistas.

Todos os anos, 10 milhões de pessoas passam pelo Vondelpark. Eu fui uma dessas pessoas, quando estive em Amsterdam. E acho que você também deveria fazer o mesmo. Mas, antes de falarmos sobre o parque em si, vamos voltar para a história?

Veja também: Onde ficar em Amsterdam

O nascimento do Vondelpark

Tudo começou em 1864. Foi naquele ano que um grupo de moradores de Amsterdam abraçou um propósito: criar um novo parque na cidade. O nome inicial, talvez porque toda a criatividade estivesse sendo usada no projeto em si, foi esse mesmo: Het Nieuwe Park, ou O Novo Parque.

Para realizar o projeto foi fundada uma associação, que gerenciou o local durante suas primeiras décadas. Se o nome do parque era simples, o da associação era mais complexo, pelo menos para quem, como eu, não fala nada de holandês: Vereeniging tot Aanleg van een Rij- en Wandelpark

Ok, eu também não faço ideia nem de como ler o nome acima. Mas o que importa é que essa associação de nome impronunciável (para mim) gerenciou o parque até 1953, quando ele foi doado para a prefeitura de Amsterdam, que passou a gerenciar o local.

E o nome? Mudou como? Você pode imaginar que “Novo Parque” não é um nome que gruda no imaginário popular, né? Pois bem, bastou que uma estátua fosse colocada no parque, uma homenagem ao dramaturgo Joost van den Vondel, para que o nome Parque do Vondel, ou Vondelpark, caísse no gosto popular. O nome mudou oficialmente em 1880, quando o parque ainda não era gerenciado pela prefeitura de Amsterdam.

Depois disso vieram os hippies, o parque passou por algumas reformas, recebeu várias construções, foi declarado monumento nacional e se envolveu num disse-me-disse internacional: a impressa noticiou, vai saber por que, que seria permitido fazer sexo no parque, desde que à noite e longe das aéreas infantis. A história, claro, chamou atenção e o Vondelpark logo ganhou o título de Parque do Sexo de Amsterdam.

Um título absolutamente injusto, afinal tudo não tinha passado do tradicional exagero da imprensa. Quem conta isso é o Daniel, do blog Ducs Amsterdam, que adora o Vondelpark e já morou pertinho dali. Na realidade, diz o Daniel, houve um projeto de lei que pretendeu liberar o sexo no Vondelpark, mas esse projeto nunca foi pra frente. E a polícia de Amsterdam jogou água no chopp da galera ao dizer que iria evitar a prática. Quando estive lá, tudo que encontrei foi uma área verde calma, repleta de famílias e crianças e sem nada de, digamos, inesperado.

O que fazer no Vondelpark

Olha, se eu fosse você, faria algo bem simples: pegue um livro, procure seu cantinho na grama e relaxe. Viajar também envolve ter momentos assim. Se preferir outra alternativa, compre umas comidinhas e faça um piquenique, algo comum na Europa. O importante é descansar da correria da viagem e aproveitar o parque da mesma forma que os holandeses fazem.

Desnecessário dizer, mas suas atividades no Vondelpark vão variar de acordo com a estação do ano. Se a grama verde te espera na primavera, no inverno você pode encontrar um parque frio e nevado, mas nem por isso menos charmoso. E com o bônus das bolas de neve (eu, que estive lá num mês de outubro,  não tive o prazer de testemunhar).

Além de jardins, muitas árvores e um lago, no Vondelpark fica um teatro ao ar livre que recebe diversos tipos de shows – de música, teatro e dança, áreas para ciclistas, playgrounds para crianças, esculturas e alguns bares e restaurantes.

Por fim, uma informação inútil: Vondelpark também é o nome de uma banda inglesa que se inspirou no parque de Amsterdam. Eu avisei que era uma informação inútil, mas pelo menos mostra que a presença do parque no imaginário popular vai muito além da cidade dos canais. Culpas dos hippies.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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