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Compras na Índia: o incrível guia da barganha

Não é segredo para ninguém que me conhece que eu sou o máximo do fracasso na negociação de preços. Eu ainda não fali, mas se não fosse a ajuda alheia já estaria perto disso. Então segue aqui um compilado das melhores técnicas, um verdadeiro guia da barganha que eu não uso, mas que é conhecido e aprovado pelos meus colegas de casa que parecem nunca gastar mais de 10 rúpias em qualquer coisa. Quem sabe escrevendo eu não aprendo um pouco?

As coisas na India são muito baratas. Assim, realmente baratas. E a gente, quando está com preguiça, costuma aceitar o primeiro valor que o vendedor oferece. Por exemplo, quando tentei comprar um souvenir, a moça disse: 70 rúpias. Isso significa R$ 2,50. Está justo, né? Só pagar e seguir a vida. Bom, não é bem assim.

Como barganhar na hora de fazer compras na Índia

1. A regra de ouro na arte da barganha indiana, ensinada por uma amiga americana e agora compartilhada com vocês é: nunca aceite o primeiro preço, mesmo que ele pareça justo. Se você aceitar o vendedor pode achar que está barato e aumentar o valor para o próximo cliente, ou seja, ao não barganhar você prejudica outros turistas, você mesmo no futuro e principalmente os locais, que não esbanjam dólares.

2. Na Índia, preço fixo existe em raras lojas, lugares que te deixam meio mal-humorado já que você não entende o porquê da pessoa não querer negociar. Evite-as se quiser economizar.

Compras na Índia

3. Aprenda números em hindi. Fica mais fácil para mostrar que você é local (mesmo que não) e não um turista trouxa pronto para pagar 600 rúpias num tambor inútil (igual a um russo na praia: loser!). Pequena lição de hindi da semana: “Kidna” significa quanto custa. Os números a seguir estão escritos como você vai ouvir do vendedor, tikeh?

1 – ek

2 – dô

3 – tín

4 – tchar

5 – pantch

6 – tchê

7 – Sat

8 – aath

9 – nò

10 – dâs

 20 – bis

30 – tis

40 – tchalis

50 – patchas

60 – saath

70 – satar

80 –assí

90 – nabê

Para o cem e todas as casas das centenas é só acrescentar um “sô”. Exemplo, 100 é Ek Sô. 350 fala-se Tín Sô Patchas. Fácil, né?

4. Nunca, em hipótese alguma, mostre o seu dinheiro. Não tire o dinheiro na frente do vendedor, não fale com ele que você não tem dinheiro trocado (sim, eu já fiz isso) e não encoste na sua carteira até que a negociação final tenha sido feita. A única forma aceitável de mostrar o dinheiro é se você tiver o valor trocado e mostrar que só vai pagar aquilo mesmo.

Veja também: Os golpes mais comuns na Índia

5. Li no twitter: “o melhor negociador é aquele que não mostra interesse”. É uma das melhores regras da barganha aqui na Índia. A cada, “nossa, que bonito”, se vão umas mil rúpias a mais, não importa a língua que você fale. Olhe mais ou menos e tente não mostrar empolgação. Se a negociação não estiver muito favorável fale obrigado e saia lentamente. Há 97% de chance de o vendedor vir atrás de você oferecendo um preço melhor.

Caixas da Kashemira

6. Aqui tem muita coisa, muitos lenços lindos, muito artesanato bacana, muito tudo. Isso significa que você sempre pode ir à loja ao lado e tentar um preço melhor, se na primeira der errado. Além disso, se você realmente gostou de um produto, mas a barganha deu errado, volte na loja um pouco mais tarde. Existe sempre a possibilidade de ser outro vendedor ou de eles preferirem vender a qualquer custo.

7. Para terminar, como proceder a negociação em si. Supondo que você provavelmente não vai saber o real custo de primeira, o que te categoriza com turista calouro burro:

Compras na Índia

O vendedor vai falar que aquele lenço lindo e colorido custa 600 rúpias. Diminua para mais ou menos 50% do preço, dependendo da qualidade do material e da loja em que você está. Quanto melhor a loja e o material, menor vai ser seu poder de barganha. Aí o vendedor vai começar a falar não, good quality, etc, etc e fazer cara de coitado. Evite contato visual nessa hora.

Continue falando, nei nei, não vou pagar mais do que isso. Ele vai oferecer um preço menor, mas não muito menor. Continue barganhando. Nessa hora você pode abrir mão do seu valor inicial e subir um pouco, mas sempre tenha um limite na sua cabeça. Aí colega, vale tudo: ir embora, chorar e falar que é pobre, contar que você mora na Índia (mesmo que não more, ajuda).

No final, se você mantiver o bom humor e algum jogo de cintura, sai da loja com um novo amigo indiano e com o produto. Se não, bom, pelo menos foi barato em reais ou dólares, né?

Ps. Contrariando o último argumento, NUNCA faça a conversão de valores, caso contrário você vai achar tudo barato e vai ser um loser da barganha. Game Over.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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26 comentários sobre o texto “Compras na Índia: o incrível guia da barganha

  1. Olá sou lojista tenho muita vontade de conhecer a Índia e comprar Rouoas e calçados bolsas pra revender , mas peças de primeira qualidade , nas não tenho ideia em qual cidade encontraria esse tipo que procuro , tenho Fotos se poder me ajudar !

  2. Oi, muito legal o texto! vou para India em janeiro e tenho uma dúvida sobre essa questão de barganha para alimentação e para tuk-tuks, como funciona? Em comidas na rua é um preço fixo ou preciso barganhar? E em restaurantes, existe cardapio com os preços fixos? sobre tuk tuk, acredito que tbm tenha que barganhar, ne? O tuktuk é pago por pessoa ou por viagem?

    Muito obrigado!

    1. Oi Gustavo,

      Restaurantes tem o preço no cardápio e não tem barganha. Comida de rua também costuma ter um preço mais fixo. Só barganhe caso você ache que eles tão cobrando a mais de vocês.

      O tuktuk varia. Se você pega um com outras pessoas aleatórias, o preço é por pessoa. Se for um só para vc e seus acompanhantes, é por viagem.

  3. Olá Luiza, td bem?
    Estou procurando algumas dicas especiais e seu texto veio como uma luz para mim! Estou na Índia agora e procuro por dicas de compras. Já li várias pessoas falando sobre os preços, que são bons e tal e até agora só vi coisas muito caras. O que imagino ser o mais barato, tipo imas de geladeira, estavam cobrando 200 rupias.. Contratamos uma empresa e um motorista e guia nos levam nos passeios previstos mas as opções de compras não foram legais até agora, estou um pouco decepcionada.. =( Será que vc pode me ajudar?
    Obrigada =)

  4. hauhaua, adorei as dicas. Eu acho que esse negócio de querer tirar proveito de estrangeiros é uma mal global. Já percebi isso em muitos lugares em que visitei, inclusive aqui dentro do Brasil mesmo.

    Obrigado

  5. Oi Luiza!!! ótimo posto… vou a India dia 1 novembro… fico 1 mes, Chego por Delhi… pretendo conhecer Delhi, Jaipur, Agra, Khajuraho, Varanasi, seguindo ao Nepal tudo via terrestre,nosso perfil é super economico! rs a dúvida é vamos levar 4,500 reais… é pouco?? é melhor eu tirar o role até o Nepal?? consigo fazer tudo ne periodo de 27 dias?? desde ja obrigada!

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