A experiência de um intercâmbio em Chennai, Índia

Você já sabe que nós fizemos um intercâmbio profissional na Índia. Por mais que esse país não seja exatamente a primeira escolha do intercambista, muitos brasileiros tem cruzado o mundo para viver experiências incríveis por lá. Esse é o caso também do Mario Jorge, que foi morar e trabalhar em Chennai, uma das maiores cidades do país. Ele entrou nessa aventura por meio da AIESEC, a mesma organização que nos mandou pra lá. Veja abaixo o relato do Mario.  

Terminei o curso de Bacharelado em Sistemas de Informação em novembro de 2012 e em dezembro 2012 peguei meu voo no aeroporto do Rio rumo à Índia, onde estou realizando meu intercâmbio profissional pela AIESEC. Foi assim que comecei toda essa aventura.

Dia 12 de Abril deste ano completei 4 meses morando em Chennai, no estado de Tamil Nadu, no sul da Índia. Ficarei aqui até novembro de 2013.

Trabalho numa empresa indiana com desenvolvimento de sistemas e outras coisas mais. Minha job description (documento da AIESEC que descreve as atividades do trabalho) falava sobre desenvolvimento e fim.

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Mas cá na empresa, entre projetos e reuniões, acabei assumindo mais responsabilidades. Então, sem dúvida, tem sido um crescimento fora do comum. Já ajudei no planejamento de novos projetos, já colaborei no processo seletivo de novos funcionários, já lidei com clientes e por aí vai!

O estado de Tamil Nadu, até onde sei, é o mais conservador, com bastante marcas de uma cultura tão diferente. Fazer xixi na rua e cuspir a cada cinco minutos são coisas mais que comuns aqui. Jogar lixo no chão então… eu prefiro nem comentar.

Comer aqui não tem sido uma missão simples! Antes de me mudar, ouvi falar sobre a comida ser apimentada. Na minha inocência, comecei a comer um molho de pimenta ou outro para já ir me acostumado. Tudo em vão.

Comida não apimentada ou pouco apimentada é difícil de engolir. O que sempre vejo é algum tipo de pão (nada parecido com o que temos no Brasil) ou arroz e algum molho que varia entre as cores laranja, bege ou vermelho. Pra mim é basicamente isso. Para o almoço nos dias de trabalho o que normalmente tenho é pizza ou sanduíche!

Todavia, mesmo com essas e muitas outras diferenças, no trabalho não é difícil me relacionar com os outros. Na empresa todos falam inglês, então a comunicação flui sem muitos problemas. De vez em quando leva um tempo para explicar/entender algum detalhe, mas não é nenhuma missão impossível.

Às vezes eles começam a conversar perto de mim em Tamil (o dialeto daqui) e eu não entendo nada, mas já inventei uma solução: começo a falar em Português com eles, como que interagindo na conversa! Solto um “não estou entendo nada” ou “desculpe-me!”, logo todos olham para mim e começam a rir, nisso voltamos todos para o inglês! Faço os mesmo com os motoristas dos rickshaws e vendedores em algumas lojas, funciona perfeitamente!

Jardim Botânico de Bangalore

De tudo que tenho vivido aqui, acredito que o principal aprendizado é  lidar com a diversidade, o desenvolvimento de uma resiliência extrema. A lista de novidades, fatos e diversidades só cresce a cada dia: a nova cultura do país, estar longe da família e amigos, o ritmo de vida… Mas, sem sombra de dúvidas, como é gostoso isso tudo!

Confesso que eu me emociono quando penso sobre toda essa fase, são tantos sentimentos para lidar. Os primeiros foram dar adeus para os amigos, conhecidos e família; na sequência veio a despedida final no aeroporto e todos os questionamentos durante as muitas horas de voo. Depois de finalmente chegar aqui, a mistura das novidades com a saudade.

Talvez hoje o mais importante de tudo é saber que eu sobrevivi a tudo isso, que estou pronto para as próximas situações, sentimentos e o que mais vier. A gente sabe que um dia ou outro vai bater saudade ou tristeza (é engraçado como esses sentimentos são fortes a cada novo mês que completo), mas que a gente vai ficar bem e que “o show vai continuar”.

Festival Holi, Goa

São tantas coisas já vividas e tantas que estão por vir que posso considerar como o mais importante é viver isso tudo de braços abertos. Estar aberto para vida para que ela se abra para nós!

Seguro

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