5 golpes contra turistas para você ficar esperto

Você acabou de chegar em uma cidade depois de uma viagem de trem que virou a noite. Com sono e cheio de malas, combina o preço com um motorista para te levar ao hotel. Ao chegar ao destino, o motorista quer te cobrar por pessoa o valor que foi combinado pelo carro. Você questiona. Ele fica extremamente irritado e ameaça chamar a polícia se você não pagar. Isso aconteceu com a gente, na chegada a Chiang Mai, cidade no norte da Tailândia.

Poucos dias antes, a Luíza passeava pelas ruas de Hong Kong procurando uma lente de câmera para levar para o pai dela. Entrou em uma loja, que tinha um letreiro da Cannon de todo tamanho, e achou o preço bom. Muito bom. Bom até demais. Depois de conversar com o vendedor e ver a lente do mostruário, ela resolveu levar.

Eles já estavam preparando a máquina do cartão quando ela pediu que trouxessem do estoque o produto que ela ia levar para casa. Demora. Quinze minutos depois eles aparecem dizendo que se enganaram e não tinham a lente em estoque. Ela disse que iria embora e voltaria outro dia. Encucada com a história, comecei a pesquisar golpes na internet. Foi batata: depois de pagar muito barato por uma lente de marca excelente, eles iriam alegar que não tinham o produto e a obrigariam a levar uma marca genérica para casa. E não tem polícia que resolva o assunto.

Não tem jeito, turista é um alvo piscante e com gliter em qualquer lugar do mundo. Não importa o país que você esteja, sempre vai ter um pilantra tentando se aproveitar dos turistas desavisados. A gente separou alguns desses golpes para você ficar de olho.

1. O golpe do brinde

Esse golpe é irritante, mas já está mais que batido. Uma pessoa chega e te oferece um brinde. Pode ser um panfleto, um broche, uma fitinha do Senhor do Bonfim, comida de pombo ou qualquer outra coisa baratinha. “É de graça, pode pegar”. É um presente, é pra divulgar alguma causa. Mal você está com o brinde na mão, o discurso já muda e eles começam a pedir uma contribuição. “Não tô vendendo, tô pedindo uma contribuição”. “Pode ser a quantia que você quiser”. Você acaba de sentindo constrangido com a situação e abrindo a carteira.

Nos Estados Unidos, pode acontecer de uma pessoa que diz ser músico querer te dar o CD dele. Assim, de graça. Mas no momento que você coloca a mão no objeto, um valor começa a ser cobrado. Já algumas pessoas começam a conversar com você e, sem você entender bem o porquê, amarram uma pulseira ou fitinha no seu braço e começam a pedir dinheiro. Se você se recusa a pagar, elas começam a armar um escândalo dizendo que você não quer pagar por um produto ou serviço prestado.

2. Doações falsas

Uma variante desse golpe quase pegou a gente em Paris. Perto da Torre Eiffel, ficam umas mulheres andando com uma prancheta. Eles abordam você dizendo que estão colhendo assinaturas a favor de uma causa qualquer. Quando você assina o tal abaixo-assinado, elas exigem uma doação. O Rafa chegou assinar, depois de uma insistência enorme, mas se negou a dar dinheiro. E ainda teve que ouvir: “Mas você assinou a lista, agora vai ter que pagar”. E parece que essa tática também rola em outras cidades da Europa. Por isso, fique esperto.

Algo semelhante pode acontecer nas proximidades de templos, igrejas e lugares sagrados. Em Varanasi, na Índia, ao chegarmos nas proximidades das fogueiras onde os corpos são cremados, um homem que clamava pertencer a uma organização religiosa começou a falar com a gente.

A gente tentava se afastar, mas ele nos seguia, dando explicações não solicitadas sobre o lugar. O motivo da nossa fuga era simples: já sabíamos que no final ele ia tentar tirar dinheiro da gente. Tiro e queda. Fomos embora antes que ele tivesse a chance de insistir demais.

Leia também: Os golpes mais comuns na Índia

3. Produtos falsos

Lembra do nosso caso em Hong Kong? Pois ele não acontece só por lá. Tentaram fazer algo parecido com a gente no Paraguai, quando pesquisávamos os preços de uma GoPro. Mas isso pode acontecer em Buenos Aires, Nova York ou em qualquer lugar. E isso é especialmente comum de acontecer com quem gosta de comprar joias. Fique atento. Confira sempre o produto antes de comprar e desconfie se a barganha for espetacular demais.

4. Atração ou hotel fechado

Na Índia rolava o tempo inteiro, mas parece que a coisa é universal. Você pedia para o motorista de tuk-tuk te levar até o hotel de sua preferência e ele vinha com um papinho de que o lugar era ruim ou estava fechado. Na verdade, a intenção dele era te levar a um outro hotel que daria comissão a ele pelos clientes que conseguisse. Em alguns casos, você acaba pagando uma tarifa maior que a praticada oficialmente para cobrir a tal comissão.

Uma variação desse golpe é o motorista ou alguma pessoa na rua te dizer que a atração turística que você pretende visitar está fechada. Aí você já sabe, vai parar em um lugar nada a ver que beneficia o motorista ou suposto bom samaritano que te informou do lugar fechado. Esse golpe é muito comum de acontecer no Palácio Real de Bangkok. Tentaram com a gente, mas já estávamos vacinados.

Leia também: Os golpes mais comuns na Tailândia

5. Batedor de carteira

Esse é clássico e um velho conhecido, mas pode aparecer em versões criativas ao redor do mundo. Em Buenos Aires, por exemplo, já ouvi falar de gente que “acidentalmente” derruba alguma coisa em você e, enquanto você tenta se limpar, alguém vem e tira o que você tiver nos bolsos.

Quando estávamos no meio de um desfile de ano novo em Cape Town, duas pessoas começaram a andar bem devagar na nossa frente, obstruindo o caminho. Eu, que tenho um passo rápido e um tantinho de impaciência, sempre passava na frente deles, mas de uma forma ou de outra eles sempre conseguiam voltar a entrar no nosso caminho. Alguns minutos depois, pimba, uma pessoa enfiou a mão no bolso do Rafa. Por sorte, ele foi mais rápido e agarrou a mão do cara, que fugiu correndo. Milagrosamente os empata-caminho desapareceram depois disso.

 

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones, no Youtube e em inglês no Yes, Summer!. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

Ver Comentários

  • Eu cai na do CD, em Barcelona, este ano, estava "turistando" na cidade medieval, na rua Carrier Del Bisbe, ao lado da catedral de Barcelona, paguei dez euros para ficar em paz... As vezes você esta distraído, no meu caso fotografando, quando percebe, já tem alguém exigindo grana do seu lado.

  • Além da prancha para assinar, em Paris, esbarram em você e um anel cai. Juram que é seu. Mesmo falando que não é, insistem tanto que você acaba dando um euro para ficar livre. Minha tática é fechar a cara, apertar o passo e disparar um no no no para tudo! Funciona!!!

      • no...no...no.. tbm uso desse artifício e fecho a cara tbm... realmente funciona...rsrsrsr, estou decepcionado comigo, com os custos das minhas viagens... vou seguir vocês, para saber um pouco mais...estou pensando no tal ano sabático, não sei ainda p quando Natália, mas uma hora vai rolar... quero realizar serviços de voluntariado. Obrigado pelas dicas.

  • Esse golpe em Paris, eu caí. Só que não foi apenas ser obrigada a doar, as meninas tentaram bater minha carteira, e quase levam o dinheiro do dia de passeio, mas fui safa e estava segurando a carteira bem firme, quando sentir puxar, comecei a gritar bem alto, e outros vendedores de perto chamaram a polícia. Resumindo as meninas evaporaram e eu perdi apenas 10 euros, mas fiquei irritadíssima, nunca fui roubada no Brasil e me "roubaram" em Paris. ¬¬'

  • Em Cuzco, já caí no golpe da fitinha... Eles jão colocando na roupa da gente em seguida vem a cobrança da propina... Vc da 1 soles pra eles e eles acham pouco. Foi constrangedor, mas dei mais pra me livrar dessa encrenca.
    Em Cuzco ele tem "pos-doutorado" em exploração de turistas... hehehehe

  • Acho que poderiam comentar sobre o golpe do ingresso aos parques com desconto que é oferecido em Orlando. Isso ocorre em stands nos principais shoppings como Florida Mall, Milenia mall em hotéis e até dentro da própria Universal, basta você parar para pedir alguma informação e essas pessoas uniformizadas ne fazem a oferta. Se não ficar esperto você acaba entrando numa tremenda fria. Começam oferecendo o desconto, depois um café da manhã num Resort e depois querem te vender 7 dias de férias por ano de forma vitalícia. Um dos Resorts se chama Westgate, mas tem outros grupos.

  • Aqui em Milao, além dos caras que tentam colocar fitinhas no teu braço, tem muita gente nas estacoes de metro que querem "te ajudar" a comprar passagens, principalmente na estacao central (onde saem trens pra outras cidades e outros paises) e depois eles pegam o troco da maquina quando cai e saem correndo, ou entao fazem um escandalo por que tu nao deu o troco pra eles, é bem constrangedor.

  • Muito Boa a materia. Gostei de como falarom do golpe do Paraguai ( Sou Paraguaio). E bom esclarecer que pode acontecer em qualquer lugar. Moro em Ciudad del Este e isso ainda pode acontecer, mais um jeito de evitar isso e indo nas Lojas Premium que sao as mais conhecidas. Isso nao quer dizer preço mais caro, posso garantir que ainda tem preços mais baixos do que aquelas casas que fazem golpes. Se alguem quiser comprar posso recomendar a Casa Nissei. Os preços sao muito bons, voce vai se sentir bem atendido e tem muita coisa boa.

  • É bom saber que isso rola no mundo, pois eu já presenciei isso em Salvador ( a pulseira no braço ) Como era no Brasil avisei: coloca se quiser, pois não vou pagar. Ele colocou ficou falando só e eu fui embora. Outra vez eu caí meio boboca, pois estava dentro de uma igreja em SSA e o cara começou a contar histórias e eu achando bonito fui entrando na onda, só depois de alguns minutos me toquei que ele iria da o golpe no final. Foi o que aconteceu, ele cobrou super caro, eu disse a ela que daria algo simbólico, pois ele deveria se apresentar e falar o preço inicial. Como ele quis fazer barulho, deixei ele falando só e não dei nada. Como os atos foram no Brasil, ficou mais fácil de solucionar, até pq eu não estava sozinho. Mas lá fora talvez seja mais complicado. Bom saber, porém sempre ando com doleiras dentro da cueca e até dindin na meia.

    • Também já caí nessa em Salvador, Manoel. Lá fora é complicado porque é difícil discutir em língua estrangeira. Por isso temos que tomar cuidado redobrado!

      abraços!

  • Oi Natália.
    Fui uma vez no Paraguai e nunca mais piso os pés naquele país. Parece que todos os habitantes querem aplicar golpe em vc. Te mostram um mercadoria verdadeira e no momento de efetuar o pagamento, como num passe de mágica, fazem a troca por uma similar, sem que vc perceba. Nas ruas como nos camelôs, querem te vender armas de choque, armas de fogo de todos os calibres, e todo tipo de mercadoria falsa. As lojas que vendem as mercadorias verdadeiras e originais, praticam preços iguais aos nossos, não valendo a pena a viagem.

    • Não digo que nunca mais voltarei ao Paraguai porque acho que o país é muito mais que a Cidade do Leste. Mas realmente não acho que valha a pena ir lá para fazer compras. Além de tudo isso, no final você pode se complicar com a receita federal.

      abraços

    • Oi. Posso garantir pra voçe que as lojas que vendem produtos originais sao muito, mais muito mais baratos do que no Brasil. Pode ver isso nas lojas Mega, Casa Nissei.

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Publicado por
Natália Becattini

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