Museu da Gente Sergipana: passeio de graça em Aracaju

É complicado dizer não para o seu José, um dos mais insistentes vendedores do nordeste. E olha que ele não atua no Mercado Municipal, mas ali pertinho, no Museu da Gente Sergipana, que fica no centro de Aracaju. Ao lado de uma vendinha onde há de tudo, o feirante, que é um holograma, conversa com os visitantes e tenta convencê-los a levar alguma coisa. Qualquer coisa.

Pensado pelo curador Marcello Dantas, o mesmo que planejou o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, o Museu da Gente Sergipana é o tipo de lugar que conquista pela forma inteligente de apresentar as informações. Tipo o holograma-feirante, que representa a lábia e criatividade de milhares de trabalhadores do estado.

Veja também: Onde ficar em Aracaju

O Museu da Gente Sergipana foi inaugurado em 2011 e funciona no prédio do antigo Colégio Atheneu Dom Pedro II, que se mudou de endereço no final da década de 60. Nos anos seguintes, o prédio foi sede de órgãos do governo estadual, até que chegou ao seu objetivo atual: contar um pouquinho do estilo de vida, da comida, do jeito de falar e da história do povo do Sergipe. Você não encontrará por ali objetos históricos ou artefatos importantes, mas itens e salas que ajudam a explicar a identidade do sergipano.

Deixamos o Seu José para trás e seguimos em frente. Na próxima sala, batizada de “Nossos Leitos”, um barco no meio de um túnel é um convite para que você se sente e navegue por uma projeção que mostra a fauna e a flora do estado. A próxima atração é um jogo em que os visitantes aprendem mais sobre a comida e os sabores locais, enquanto as paredes do átrio estão repletas de painéis que explicam a origem e o significado de dezenas de expressões sergipanas.

Personagens importantes, sejam eles sergipanos ou gente que viveu boa parte da vida por ali, também têm uma sala. A técnica é a mesma usada na área do feirante: é um holograma de Lampião que nos conta um pouco mais da história do cangaceiro e de sua companheira, Maria Bonita.

Veja também: Lampião, Maria Bonita e a história do Cangaço

Um carrossel ajuda a mostrar um pouco das praças sergipanas, enquanto os visitantes são convidados a jogar amarelinha para aprender sobre as festas do estado ou a encarar um jogo da memória para entender outros aspectos da vida local. E assim, entre um jogo e outro, a visita acaba e você volta para casa sabendo um pouquinho mais sobre o menor estado brasileiro.

Museu da Gente Sergipana: serviço

A entrada, como dito no título do texto, é gratuita, mais um motivo para incluir o Museu da Gente Sergipana no seu roteiro de viagem. Não deixe para ir no fim do dia, pois o local fecha cedo: funciona de terça a sexta, das 10h às 16h; e sábados, domingos e feriados, das 10h às 15h. Além das segundas-feiras, o museu também não funciona em alguns feriados específicos, como Natal ou Ano-Novo – confira a lista completa no site oficial.

O Museu da Gente Sergipana fica na Avenida Ivo do Prado, 398, no centro de Aracaju. Uma ideia interessante é combinar a visita ao museu com um almoço no Mercado Municipal, que fica perto. Lá, procure pelo restaurante Caçarola, um buffet por quilo bom e barato que fica no terraço do mercado, com uma vista linda para o Rio Sergipe.

*Imagem destacada: e-sergipe, Wikimedia Commons

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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