“Abra uma porta, cruze uma cerca ou esgueire-se por um buraco e você está visitando o mundo da exploração urbana. Acaba de deixar para trás o mundo ordinário, esta explorando”. A frase está na introdução da página Forbidden Places que, entre fotos de ruinas, passagens escuras e lugares abandonados, se dedica a reunir informações sobre a Urban Exploration para praticantes, iniciantes e curiosos sobre o tema.
Exploração Urbana, ou Urban Exploration, é a investigação, documentação, exploração e mapeamento de lugares abandonados ou de acesso proibido. Impulsionados por um espírito aventureiro e pelo prazer da descoberta, os exploradores urbanos ultrapassam – com autorização ou não – áreas de manutenção ou serviço de edifícios, túneis, prédios abandonados – como hospitais, edifícios do governo e instituições militares – e qualquer outro lugar onde o grande público não deveria ir.
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Uma busca pela hashtag #urbex no Instagram revela um submundo oculto que existe dentro das cidades. Centenas de imagens de lugares abandonados, ruínas e grafites em todo o mundo mostram a relação próxima entre a atividade e a fotografia. É que os exploradores urbanos adotaram para si o popular lema dos que se aventuram pela natureza: “tire apenas fotos, deixe apenas pegadas”.
“As fotografias são uma forma de tornar aquele lugar eterno”, explica a página Forbidden Places. Outro bom lugar para conhecer mais sobre a prática e ver algumas boas fotos de lugares abandonados é o blog Fotostrasse, escrito por Felipe Tofani e Marcela Faé, dois brasileiros que há anos vivem em Berlim. Para Felipe, o que mais atrai na Urban Exploration é a possibilidade de conhecer mais a história local através desses sítios e ver a ação do tempo. “Gosto de observar como esses lugares se degradam sem a presença humana”, conta.
Nos anos recentes, a atividade ganhou popularidade. Isso se deve à exposição do tema na mídia tradicional, com as séries Urban Explores, da Discovery Channel, Fear, da MTV, e Cities of the Underground, da History Channel. Em 2006, o filme After…, de David L. Cunningham, levou à telona um thriller sobrenatural sobre um grupo de exploradores que percorriam os subterrâneos de Moscou.
No entanto, preciso alertar que interessados em explorar esses espaços devem estar atentos aos riscos envolvidos na atividade. Muitos dos lugares visitados não são desenhados para pessoas. Bueiros, por exemplo, podem receber inundações e gases tóxicos, e as construções abandonadas costumam ter estruturas instáveis, pisos inseguros, vidro quebrado, fios desencapados e produtos químicos nocivos.
Cruzar um limiar de acesso proibido também pode representar problemas com as autoridades locais. O caso mais conhecido é o das Catacumbas de Paris que, apesar de ter acesso proibido para a maior parte de seus túneis, atraem exploradores de todo o mundo que podem terminar com um multa ou – pior – perdidos em um emaranhado sem fim de passagens. Por isso, é vital que os exploradores tenham conhecimentos de segurança e primeiros socorros, conheçam o entorno a ser explorado e também a legislação local sobre invasão de propriedades.
Fotos: Domínio Público
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Opa, postei no meu blog (que é de viagens na verdade) a exploração de um resort abandonado em Aruba. Quem curte o assunto dá uma conferida:
penaestradacabecanalua.wordpress.com/2017/09/08/os-ultimos-dias-de-um-resort-fantasma-em-aruba/
Que legal, Luciano! Obrigada por compartilhar!