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Casa Kubitschek, o lar de JK na Pampulha

Para quem é de BH, a Pampulha é uma região para fazer caminhadas, andar de bicicleta e torcer para que, quem sabe um dia, os políticos cumpram suas promessas e limpem a lagoa. Para os turistas, visitar a Lagoa da Pampulha é também uma oportunidade de conhecer o mundo modernista imaginado por JK e Niemeyer. E, além dos prédios públicos assinados pela dupla, vale conhecer também aquilo que foi um lar: a Casa Kubitschek, encomendada do Oscar por Juscelino.

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A história da Casa Kubitschek

Descansando dentro da casa com teto em formato de asa de borboleta, Juscelino Kubitschek conseguia avistar a Lagoa da Pampulha. Região que ele ajudou a desenvolver, na década de 1940, quando era prefeito de Belo Horizonte. Para criar uma área de lazer e turismo na capital, JK contratou um arquiteto cheio de ideias mirabolantes: Oscar Niemeyer.

A dupla, que mais tarde trabalhou no projeto Brasília, ergueu um cassino, um clube, um salão de danças e uma igreja, tudo às margens de um espelho d’água artificial com 18 quilômetros de orla. Conjunto que, ao longo das décadas, ganhou novos companheiros, como os estádios Mineirão e Mineirinho. Cerca de 70 anos mais tarde, o Conjunto Moderno da Pampulha foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

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Essa era a moradia de campo do prefeito, que passava seus dias de folga por ali, na frente da lareira, jogando sinuca com os amigos ou fazendo política na piscina – a primeira numa residência da capital mineira. Mas foi assim por pouco tempo. Ainda na década de 40, JK vendeu a casa da Pampulha para um casal de amigos, Joubert e Juracy Guerra. A família Guerra viveu ali até 2004. E JK, inclusive durante a presidência, sempre teve o costume de visitar os amigos,  muitas vezes chegando sem avisar.

Casa Kubitschek, Pampulha

Após a morte de dona Juracy, em 2004, a casa foi desapropriada pela prefeitura, passou por obras e foi aberta ao público na forma de um museu. Eu nem sei quantas vezes passei em frente ao antigo lar de JK, seja durante caminhadas pela orla ou dentro do ônibus, ao seguir para UFMG, onde estudei. Mas foi só nesta semana, quando um vento frio começou a atrapalhar a caminhada, que resolvi cruzar a Avenida Otacílio Negrão de Lima e descobrir como é a Casa Kubitschek por dentro. A primeira descoberta foi ótima: a visita é de graça.

Casa Kubitschek, Pampulha

Passei pelos jardins projetados pelo paisagista Burle Marx e entrei numa pequena exposição que conta a história da Pampulha, de JK e do Niemeyer – histórias que se confundem com a de Brasília. O terreno tem 2800 metros quadrados. Além da casa principal, no fundo há mais jardins, a piscina e outra casa anexa, hoje usada pelos funcionários que trabalham ali e em outros setores do Conjunto da Pampulha.

Entrar na casa é voltar aos anos 40 e aprender sobre o modernismo brasileiro. Casa de final de semana, tudo por ali foi projetado para receber visitas e ajudar nos momentos de lazer. Na sala de estar, uma mesa de centro pintada com o quadro Guernica, do Picasso, ganhou o título de objeto que gostaria de ter em casa.

Casa Kubitschek

Um bar, sofás apontados para uma lareira (da época em que a TV não tinha surgido e virado o norte de todos os móveis) e uma mesa de sinuca, onde JK costumava se divertir, são outros destaques do primeiro piso.

Casa Kubitschek, Pampulha

Casa Kubitschek, Pampulha

A sala de jantar (ou seria de reuniões políticas?) tem vista para a Lagoa e a varanda guarda um painel de Alberto Volpi, um dos mais importantes pintores do modernismo. Subindo a escada vamos para os quartos e banheiros, que têm mobiliário da época. Antes, porém, há uma sala de música, também com vista para a Pampulha. Fotos da época e um vídeo, projetado num dos quartos, ajudam a explicar aos visitantes um pouco da vida nos anos de JK.

Casa Kubitschek, Pampulha

Casa Kubitschek

Cozinha, os jardins do fundo e o prédio anexo também podem ser visitados. Demorei pouco mais de uma hora para percorrer todos os corredores da casa – valeu cada minuto.

Casa Kubitschek, Pampulha

Casa de Kubitschek – Serviço

A Casa de Kubitschek abre de terça a sábado, das 10h às 17h. A entrada, como dito antes, é de graça. O endereço é Av. Otacílio Negrão de Lima, 4188. O ônibus 5106, sentido Bandeirantes, para na porta. É possível pegá-lo da Savassi e do Centro, caso você esteja nessas regiões. Mais informações no site da Prefeitura de BH.

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Casa Kubitschek, Pampulha

Uma boa ideia é combinar a visita com um passeio de bicicleta pela lagoa, uma passadinha na Igreja de São Francisco de Assis, que está a 800 metros dali, e ao Mineirão e Mineirinho. E, já que você está ali, não deixe de parar no mirante que fica pertinho da Casa Kubitschek e tem uma das minhas vistas favoritas de BH.

Onde ficar na Pampulha

Em geral eu acho que é melhor procurar por hospedagem no eixo centro/Savassi e passar um dia na Pampulha, mas muita gente tem optado por já ficar perto da orla da lagoa de uma vez. Além dos prédios, os motivos podem ser um jogo ou show no Mineirão, algum evento na UFMG, ficar um pouco mais próximo do Aeroporto de Confins ou mesmo querer conhecer melhor outra região de BH.

Pampulha Design Hotel fica na orla, tem estacionamento gratuito e, o melhor, diárias por a partir de R$ 120 o casal. Outra opção interessante é o San Diego Concept Pampulha, que está a 15 minutos de caminhada do Mineirão e perto do Iate, também na Orla. Achei diárias por a partir de R$ 160, para duas pessoas. É um hotel novo, daquela leva Copa do Mundo. Ainda mais perto do estádio está o Da Orla Pampulha Hostel, que tem dormitórios e quartos para famílias e grupos de amigos. 

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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