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O que fazer em Brasov, Romênia: a base para Transilvânia

Se você quer visitar a região da Transilvânia, na Romênia, não tenha dúvidas que Brasov (pronuncia-se Bra-shov) é a sua melhor base. A cidade não é pequena, mas o seu centro histórico dá a impressão de que você está numa cidadezinha medieval. Aliás, provavelmente você vai ficar na parte velha da cidade durante toda sua estadia, tendo em vista que lá é um dos lugares mais visitados da Romênia.

Quantos dias ficar em Brasov?

Espere encontrar em Brasov uma cidade romena animada, colorida e bem turística. Fique lá pelo menos dois dias para explorar bens as ruelas e atrações. Também é uma boa ideia (foi o que eu fiz!) ficar lá mais tempo e usá-la como base para explorar outros cantos da Transilvânia. A cidade é um hub que concentra trens e ônibus partindo para outros cantos, a curtas distâncias: o Castelo de Bran, a Fortaleza de Rasnov, o Castelo de Peles, em Sinaia, as cidades históricas de Sighisoara e Sibiu. Tudo fica a uma ou duas horas de distância.

Um pouco da história de Brasov

Brasov foi fundada em 1211, por Cavaleiros da Ordem Teutônica, um grupo tão importante quanto os cruzados. O rei Húngaro, o mesmo que ordenou a construção da cidade, depois expulsou os tais cavaleiros anos mais tarde e povoou a cidade fortificada com saxões. As outras sete cidades fortificadas na Transilvânia eram: Bistrita, Cluj-Napoca, Medias, Sebes, Sibiu e Sighisoara.

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Turismo na Romênia: como organizar sua viagem

Brasov, cujo nome alemão era Kronstadt, era dividida entre povos húngaros, alemães e romenos. A cidade floresceu devido a sua posição estratégica na rota entre o Império Otomano e os alemães comerciantes eram quem detinham o maior poder. Eles expandiram as fortificações no entorno da cidade, com torres medievais para entrada e saída. Os povos romenos, por exemplo, só podiam entrar e sair num único portão: a Poarta Schei.

O que fazer em Brasov: pontos turísticos

  • Praça Central (Piata Sfatului)

Brasov Turismo Romênia

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O centro da cidade velha é a Piata Sfatului. Por ali ficam o antigo prédio da Prefeitura – Casa Sfatului construído no século 13 e que hoje abriga o Museu de História de Brasov. É um prédio bem no centro da praça. Também no entorno, junto a dezenas de restaurantes e lojinhas, ficam algumas casas históricas: a Casa do Mercador, onde hoje fica o restaurante Cerbul Carpatin, uma Igreja Ortodoxa e o museu da família Mureseanu.

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A praça também é um ponto de encontro importante na cidade, onde acontecem shows e festivais. Quando eu estive lá em junho estava rolando um festival de danças folclóricas.

  • A Igreja Negra (Biserica Neagra)

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Quem chama mesmo a atenção na região na praça central não são os simpáticos edifícios coloridos, mas uma enorme igreja gótica, com tijolos negros, a Igreja Negra. Construída entre 1385 e 1477 pelo alemães (que a chamavam de Marienkirche), a igreja ganhou o nome que tem hoje após um grande incêndio de 1689, que destruiu boa parte da cidade e enegreceu as paredes da construção.

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A restauração levou quase 100 anos, com ela, o interior gótico acabou se tornando barroco. Por dentro, também encontra-se um órgão gigantesco, com 4 mil tubos, datado de 1839. Nas pareces, carpetes turcos adornados, que eram presentes das famílias dos comerciantes à igreja, nos séculos 17 e 18. A Biserica Neagra não abre aos domingos e tem concertos de órgão durante os verão, de junho a setembro, às terças, quintas e sábados.

  • A rua mais estreita da Europa

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A Strada Sforii, ou Rua da Corda, é a rua mais estreita da Europa, com 1,3 metros de largura, ficando entre os fundos das construções. A rua, ou melhor, o beco, fica bem perto da Igreja Negra: siga pela rua Hans Benkner, que você chegará ao local.

  • Ruas do Centro Histórico

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Sinceramente, essa tal Strada Sforii é só uma curiosidade. Interessante mesmo, é explorar bem todas as ruas do centro histórico de Brasov. Comece pela maior delas, a Strada Republicii, cheia de restaurantes para todos os lados e fechada para circulação de carros. A partir dela, aventure-se pelas ruelas laterais. Você se deparará com casinhas coloridas residenciais, que dividem espaço com hotéis, hostels e diversos restaurantes, cafés e bares. Vale a pena sentar num desses lugares e observar o movimento.

Onde ficar em Brasov Transilvania Romenia

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  • Antigas muralhas e sistema defensivo

Como eu expliquei lá em cima, os cavaleiros teutônicos e depois os povos germânicos, construíram em Brasov uma extensa muralha e sistema defensivo no período medieval (entre 1400 e 1600)  e parte dessas construções ainda são visíveis hoje, apesar de boa parte ter sido destruída no século 19, para expansão da cidade.

Originalmente, eram sete os bastiões que serviam de ponto de observação e defesa da fortaleza. Hoje, restam cinco: as Torres Branca (Turnul Alb) e Negra (Turnul Negru), construídas em 1494, ambas com quatro andares. Como ficam numa pequena colina, dali se tem uma excelente vista de Brasov, especialmente do centro histórico.

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A Torre Negra tem esse teto de vidro porque já foi atingida mais de uma vez por raios

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Vista da Torre Branca

Ao pé dessa colina ficam dois outros bastiões: o Graft (Bastionul Graft), recentemente restaurado, construído em 1521 e o Bastião dos Ferreiros (Bastionul Fierarilor), de 1529, onde hoje ficam os arquivos públicos da cidade, com diversos documentos centenários. Por fim, o Bastião dos Tecelões (Bastionul Tesatorilor), fica do outro lado da cidade, perto do Monte Tampa, e é o maior e mais bem preservado dentre todos. Lá dentro fica um museu sobre o período medieval.

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Bastião Graft, alcançado a partir de escadinhas descendo da Torre Branca

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Bastião dos Tecelões

Também restou uma única fortaleza, a Cidadela (Cetate), que fica fora do centro, também numa colina. A estrutura em pedra que existe hoje foi construída no século 16 e abandonada no século seguinte. Atualmente, no local funciona um restaurante. Por fim, há também dois dos portões que serviam de entrada para os muros da cidade antiga. O mais bonito é o Portão Catarina (Poarta Ecaterinei), construído em 1559 pela guilda dos alfaiates e que sobreviveu aos períodos medievais. Ou pelo menos, parte dele: a estrutura com pequenos torres era muito maior, mas grande parte foi demolida em 1827.

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Além desse, o Portão Schei (Poarta Schei), marcava a entrada para o distrito romeno. A estrutura que vemos hoje é relativamente recente, construída em 1827, já que o anterior foi muito destruído por incêndios.

  • Distrito Romeno (Schei district)

Onde ficar em Brasov Transilvania Romenia fora do centro

Como já disse antes, os povos romenos que viviam em Brasov eram relegados a um distrito fora das muralhas da cidade. Até hoje existem nomes de coisas em húngaro ou alemão nessa região da Transilvânia. E não sei se vocês sabem, mas a Hungria e a Romênia são países meio inimigos, por conta do domínio de anos que a primeira exerceu sob a segunda. Ao mesmo tempo, muitos húngaros acham até hoje que a Transilvânia deveria fazer parte de seu país.

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Mas voltando a Brasov. O distrito romeno tem ruas menos organizadas do que aquelas do centro histórico. Por ali, os destaques são uma igreja ortodoxa, a Basílica de São Nícolas, cuja primeira fundação é de 1392 (o prédio visto hoje é mais recente) e a primeira Escola Romena, uma prédio de 400 anos, que hoje funciona como museu.

  • Monte Tampa

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Esse monte que margeia boa parte do centro histórico é onde fica no topo um grande letreiro, como em Hollywood, escrito: Brasov. Mas a montanha é mais importante e histórica do que isso. Ao seu pé foi construída e fortaleza original da cidade. E, de 1458 a 1460, o famoso Vlad Tepes (que inspirou o Drácula), atacou a cidade, destruiu a cidadela e praticou sua atividade favorita: mandou empalar 40 mercadores germânicos no topo da montanha. Certamente, a visão do letreiro é preferível.

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Para chegar ao topo da colina é possível fazer uma trilha pela mata (leva cerca de 1 hora) ou subir de teleférico, a Telecabina Tampa. Porém, é bom ficar atento aos horários de funcionamento variam de acordo com os dias da semana e estações do ano, e eles não possuem um site oficial. Custava (em junho de 2015) 16 lei, ida e volta.

Outras atrações e arredores de Brasov, Romênia

Há em Brasov outros museus e igrejas. Você pode checar a lista completa no site oficial do Turismo na Romênia. Além das cidades já sugeridas no início do post como bons bate-volta para a Transilvânia, nos arredores da cidade ficam a Estação de Esqui Poiana Brasov, uma das maiores da Romênia; o Piatra Craiului National Park, localizado nas montanhas, bom tanto para um passeio romântico como para quem quer fazer trilhas; e as Igrejas Fortificadas de Harman e Prejmer.

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Dicas de hospedagem em Brasov, Romênia

Apesar de Brasov ser relativamente grande, é no centro histórico onde se concentram as atrações e onde você deve escolher a sua hospedagem. Veja todas as opções de hospedagem por lá!

Como eu fiquei 6 dias por lá, acabei experimentando dois hostels em Brasov: Centrum House e no JugendStube. Ambos excelentes opções, muito confortáveis e com nota excelente no Booking.

Se você quer uma opção de hotel ou hospedagem mais confortável, a boa notícia é que os preços na Romênia são muito camaradas e existem excelentes opções em Brasov, dá uma olhada:

  • Residence Piata Sfatului, pousada, nota 8,7, diárias quarto duplo a partir de 43 euros
  • Residence Hirscher, 3 estrelas, nota 9,1, diárias quarto duplo a partir de 54 euros
  • Hotel Drachenhaus, 3 estrelas, nota 8,8, diárias quarto duplo a partir de 63 euros
  • Arce Boutique Hotel, 3 estrelas, nota 9,8, diárias quarto duplo a partir de 69 euros
  • Casa Wagner, 3 estrelas, nota 9,0, diárias quarto duplo a partir de 61 euros
  • Villa Prato, 4 estrelas, nota 9,2, diárias quarto duplo a partir de 116 euros
  • Hotel Aro Palace, 5 estrelas, nota 8,6, diárias quarto duplo a partir de 120 euros
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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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16 comentários sobre o texto “O que fazer em Brasov, Romênia: a base para Transilvânia

  1. Estou indo a Romênia em novembro.
    Que vc sugere como transporte Bucareste/Brasov ?
    Qual agência p visitar o Castelo de Drácula?
    Transporte de Bucareste a Sofia?
    Estou lendo deu material, e achando bem completo.

  2. Oi, tufo bem? Gostaria de saber se dá pra se virar só falando inglês na Romênia…
    A ideia é passar por Romênia, Polônia e Hungria mas estou com medo de fechar as coisas por conta e depois não conseguir me comunicar lá (pra comer, pegar trem, dormir, essas coisas…).
    Alguma sugestão? Pretendo ir em Junho deste ano (2018).

  3. Que lugar bonito! Realmente a impressão que dá pelas fotos é a de um lugar que ficou parado no tempo, mas isso é que faz esse lugar interessante! Espero ter a oportunidade de conhecer. Vou adicionar esse lugar nos meus roteiros de viagem!

    1. Oi Rodrigo,

      Dá sim, um pouco apertado, porque a viagem dura cerca de 2h30 horas de trem e tb é porque Brasov rende bem mais do que um dia.

  4. Oi, Luiza, boa tarde.
    Pretendo ir para a Sérvia, Romênia e Bulgária em maio/junho. Um mês ao todo, dividido entre os 3 países.
    Na Romênia, penso em ficar uma noite em Timisoara, 2 noites em Sibiu, uma noite em Sighisoara, 3 em Brasov, 3 em Bucareste.
    O que acha? Sugere alguma mudança? É tempo demais? De menos?
    Gostaria de ouvir sua opinião.
    Muito obrigado.

    PS – Já me sugeriram que mantivesse o trajeto, mas passasse 4 noites em Brasov…
    Ou que não pernoitasse em Sighisoara, mas fizesse um bate-e-volta a partir de Sibiu, uma vez que estarei com carro alugado durante todo o tempo.

    1. Oi Sergio, tudo bem?

      De fato, não vejo necessidade de pernoitar em Sighisoara, a cidade é bem pequenina e dá para visitar tudo tranquilamente em um dia. Mesma coisa de Bran, Rasnov e Sinaia. Eu acrescentaria uma noite em Brasov ou Sibiu.

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