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E quando a gente volta para a tal Zona de Conforto sem perceber?

Este texto começou a ser escrito numa vibe meio pra baixo. Sabem como é, né? Eu sou de gêmeos. Às vezes eu vejo as coisas com uma ótica do copo meio vazio e depois eu mudo o pensamento para o copo meio cheio. Talvez seja porque eu comecei a escrever o post um dia antes de ir para Barcelona e agora fui reler e completar depois que voltei de viagem. E conversei esse assunto com a Naty e uma outra amiga nossa, a Sula, lá nos Bunkers del Carmel, uma das vistas mais bonitas da cidade, regada a muito vinho.

O tema da nossa discussão era a tal da zona de conforto. Esse assunto todo começou, na verdade, numa das nossas reuniões de pauta do blog, que fazemos toda segunda-feira. Sim, não importa que estejamos em três países diferentes e três fusos diferentes, tentamos nos reunir toda segunda.

Não lembro exatamente como começou o assunto, mas é algo que temos discutido repetidamente desde janeiro, pelo menos. Andamos realizando as tarefas de maneira mecânica. Fazemos os posts da tabela e outras tarefas cotidianas como responder emails, publicar nas redes sociais, responder comentários. Mas, de repente, percebemos: caímos de novo naquela tal “zona de conforto”.

Eu não tinha percebido isso tão claramente, apesar de andar meio desorganizada demais e por vezes desmotivada com as minhas tarefas. Não é fácil perceber quando, de repente, todo aquele movimento que você gerou caiu de novo numa rotina que de certa forma te massacra, sem você perceber, porque te impede de criar coisas novas e pensar fora da caixa. A Jout Jout fez um vídeo sobre isso também:

A verdade é que quando olhei com calma para o meu calendário de abril, me deu um pequeno desespero. Porque com tantas viagens assim, as outras tarefas ficam comprometidas. Minha zona de conforto, minha rotina, não tem a ver com trabalhar no escritório. Não é chata, nada disso. Mas, querendo ou não, a falta de tempo, a falta de espaço para criar, a sequência de eventos que te sufocam sem você perceber, está aí rondando. Não tenho muito tempo para fazer coisas diferentes e fico atolada em tarefas que acabam se tornando mecânicas, o que é péssimo, porque elas deveriam ser criativas.

Depois de quatro anos e meio que criamos este blog e quase três anos que abandonamos de vez nossos trabalhos em escritórios para nos dedicarmos integralmente ao 360meridianos, de repente a zona de conforto volta, sem mais nem menos, a nos colocar naquele lugarzinho que lutamos tanto para fugir.

Mas a grande questão é o que eu e as meninas discutimos lá em Barcelona: concluímos que se reinventar e não estar nessa tal zona de conforto é uma questão muito mais mental do que “física”, no sentido de ter que mudar de trabalho, cidade, casa ou qualquer coisa assim. Parece até que é da nossa natureza, de certa forma, colocar as coisas no automático depois de certo tempo. Deve ser um jeito de descansar os neurônios ou coisa assim (pessoal da biologia ou psicologia que desculpe minhas asneiras, rs).

Mas seja lá qual o motivo, cada um precisa lidar com isso da sua forma. Para mim, por exemplo, é tentar buscar coisas que me inspirem novamente e que me façam ser criativa e menos mecânica. Sem estar de olhos abertos para o mundo a minha volta, não consigo ter a inspiração que preciso para mudar as coisas e ter ideias novas. Se reinventar, assim, teria muito mais a ver com manter sempre os pensamentos frescos, abertos do que qualquer outra mudança radical.

Vocês concordam? Já caíram na rotina, na zona de conforto, depois de supostamente ter saído dela?

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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9 comentários sobre o texto “E quando a gente volta para a tal Zona de Conforto sem perceber?

  1. Empolgante tudo o que vejo aqui. Realmente depois de ter aprendido a voar, o melhor que o homem pode fazer é viajar ….
    Abraços. Sempre indico este blog aos amigos que procuram informações desse nivel

  2. Olá! Muito bacana essa reflexão. Sempre me identifico muito com o que vocês escrevem. Eu fiz intercâmbio em 2014 com a intenção de aprender algo novo, de sair da tal da zona de conforto, mas depois de um tempo eu notei que eu simplesmente havia criado uma nova zona de conforto. Não que isso tenha me incomodado. Como disse Liliana no comentário acima, eu não tenho problema nenhum com isso. Inclusive, a minha ansiedade some quando eu crio uma rotina. Me sinto segura. É sempre bom lembrar que nem todo mundo tem as mesmas ânsias e necessidades, e isso vocês fazem de forma excelente!!!

    1. Isso Jéssica, vc tem que fazer o que te deixa confortável.

      O que acontece as vezes, e o que quis dizer com esse post, é mais quando a gente cai novamente naquela zona de conforto meio do mal, que impede a criatividade e tudo mais.

  3. Luíza,
    Eu não acho que seja problematico estar na zona de conforto, não sempre e nem em todos os aspectos da vida. Eu tenho um pouco de pânico de ficar sem dinheiro, de não ter tranquilidade financeira. Então eu sou muito feliz de ser assalariada e ter uma certa zona de conforto nessa parte. Eu gosto de aprender coisas novas no trabalho, de ter desafios, mas não no final do mês na hora de pagar minhas contas. Por isso eu tenho um milhão de atividades extras na vida que mexem com minha criatividade, e estimulam meu aprendizado também, mas não entendo muito essa coisa de ter que estar fora da zona de conforto o tempo todo. Me cansa um pouco essa busca. Estaria eu velha demais para entender essa ânsia da geração Y pelo novo, diferente e desafiador? hahaha Brincadeira, mas acho que sou preguiçosa mesmo, ou talvez eu tenha um trabalho muito normalzinho que me fez cair nesse ciclo de pensamento, mas eu não acho todo mundo precisa estar o tempo todo se desafiando. Aliás, às vezes se desafiar pode ser mesmo viver a vida sem essa busca por um tempo, apreciando um pouco da calmaria.

  4. Não sei se me falta ler mais coisas sobre vocês, deixando claro que curto muito das coisas que vejo aqui. Mas, vejo vocês falaram de tantas coisas, tantas viagens, darem tantas dicas, só me falta saber como é que se ganha dinheiro para bancar uma vida que não fique estagnada na zona de conforto ? Nem que seja o mínimo para pagar um hostel, pegar um voo super econômico e fazer um lanchinho por dia, nem precisa ser aquelas boas refeições regadas a vinho ….
    Gostaria muito de saber pelo menos um pouquinho sobre isso
    Abraços

  5. Oi Luíza! Tudo bem?

    Acho que seu post traz uma reflexão bem interessante. Somos ensinados que o sucesso é ter coragem de largar tudo e sair por aí explorando o mundo, mas a gente esquece que, depois de tanto tempo na estrada, isso vira a nossa zona de conforto.
    Não estou dizendo que é o caso de vcs, mas muitos encaram um sabático como uma fuga da realidade (e dos problemas), o que faz com que voltar pra casa seja, no fim das contas, o maior desafio.

    Estou passando por um período de grande reflexão sobre o meu futuro profissional, somado à crise dos 25 anos e ao desânimo com a situação política do Brasil e uma vontade louca de me jogar no mundo de novo. Enfim, estou refletindo se devo encarar o mundo ou enfrentar uma situação que, no momento, se mostra mais desafiadora ainda, que é criar estabilidade num país a beira do caos.

    Tenso… Me desejem sorte! Hahahaha

    Abraços!

  6. Amo quando vocês fazem textos reflexivos. Ótimo tema para ser pensando Lu! Queria pedir uma opinião, imagina que você tem o sonho de viajar, por tal guarda dinheiro para esse fim, planejava ir para o EUA (pois tem familiar no local), mas não sabe se conseguiria pagar curso de inglês lá pelo quesito financeiro mesmo. E de repente conhece a aiesec, e se vê na possibilidade de fazer intercâmbio social (que vai fazer você gastar metade da grana que tem guardado). A ideia da segunda opção é encantadora, e realmente a faz pensar sobre, mas claro que existe aquele medo de gastar parte da grana que poderia fazê-la ir passar um tempo nos eua, mas também tem a segunda opção que pode fazer você ir a mais de um país. O que faria mediante a tal situação?

  7. Ótimo relato

    To me sentindo assim ultimamente, também morei fora, fiz intercâmbio de 1 ano em Dublin e voltei a 10 meses. To agoniado de voltar para casa dos pais depois de ter vivido sozinho por um bom tempo, mas mês que vem estou partindo para fora novamente, dessa vez indo morar na Tailândia.

    Acho que quando a gente sai de casa uma vez na vida e conhece esse mundão todo, não da mais vontade de voltar nem parar mais em um só lugar.

    Abraços

    1. Oi Flávio,

      Se você já vai partir novamente em breve, aproveite o tempo com a sua família e foque nas coisas boas de estar em casa…
      É complicado mesmo conseguir ficar só em um lugar, a gente para de sentir pertencimento, é estranho.

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