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5 coisas para fazer de graça em Belgrado

No meio do ano passado, fiz um mochilão que incluiu a Sérvia no roteiro, mais especificamente a cidade de Belgrado, capital do país. Por que decidi ir para lá? Além do fato de minha pessoa querer ir para qualquer lugar desse mundo (haha), há alguns anos, quando estava fazendo intercâmbio na Finlândia, fiquei amiga de uns sérvios que estudavam na cidade onde morei – Lappeenranta.

Tais amigos sempre falavam o quanto adoravam e sentiam falta da sua cidade natal – Belgrado -, da culinária local, bebidas típicas, festivais e que eu deveria visitá-la. O que, de fato, fiz dois anos depois. E ainda quero voltar! Como de costume, no Leste Europeu os preços são bem mais baixos se comparados à parte Ocidental do continente. Mas o surpreendente é que eu acabei fazendo muitos passeios que me custaram (sem contar o eventual transporte nos dias que não estava querendo andar muito na chuva) NADA!

1. Fortaleza de Belgrado – Kalemegdan

Fortaleza de Belgrado - Sérvia

É definitivamente o meu lugar favorito na cidade, por causa da vista linda que se tem do encontro dos rios Danúbio e Sava, da Ilha da Grande Guerra, da famosa ponte que separa a parte mais antiga da mais nova da cidade e, bem ao fundo ao Noroeste, da região de Zemun. Hoje em dia, é uma espécie de parque com ruínas e algumas áreas mais preservadas de construções que remontam a vários períodos da história da cidade (e do país), a começar do Século I, quando fazia parte do Império Romano.

O local fica em uma colina às margens de dois rios importantes para a região balcânica, o que permitia visão e acesso privilegiados. Por isso, foi ali que começou a surgir a cidade de Belgrado. Normalmente, eventos culturais como shows e exposições são realizados no lugar. Quando eu lá estava, havia uma exposição de fotografia sobre as inundações que infelizmente acontecem com certa frequência na Sérvia. 

Site oficialwww.beogradskatvrdjava.co.rs

2. Skadarljia

Famosa rua de bares e restaurantes na região mais antiga da cidade. A história relacionada a sua boemia tem origem no fim século 19. Antes, na área havia somente barracões que pertenciam aos ciganos, sendo que até mesmo o nome do lugar era “Quarteirão dos Ciganos” (Gypsy Quarter). Aos poucos, casas com estrutura de tijolo foram construídas e outros grupos da sociedade, como artesãos e poetas, se mudaram para lá.

Estátua em Skadarljia - Belgrado

O marco do início da boemia ali foi quando o restaurante Dardaneli, ponto de encontro do círculo artístico da época, foi demolido em 1901. Os artistas, poetas e bebuns passaram a se reunir nas kafanas (taberna em sérvio) da rua Skadarljia. Atualmente, o lugar é uma rua fechada cheia de bares (kafanas!) e restaurantes que servem tanto a comida tradicional sérvia, como também cozinha internacional, para os menos aventureiros. Para os curiosos, o Dardaneli funcionava antes onde hoje está o Museu Nacional.

Os preços podem variar bastante, mas como temos a vantagem de ter uma moeda valorizada em relação ao dinar, até mesmo os lugares mais caros não se comparam ao que é caro no Brasil. Algo bem legal que geralmente acontece por lá é a apresentação de bandas que tocam música tradicional sérvia. Como esses evento ocorrem na rua, obviamente não há qualquer tipo de cobrança.

3. Free Walking Tour

Há mais de uma empresa em Belgrado que faz esse estilo de tour gratuito. Por indicação do dono do hostel em que fiquei – o qual diga-se de passagem é bem bom: Indigo Belgrade – fiz o tour oferecido pela empresa Belgrade Free Tour. Além do free walking tour no centro da cidade, eles trabalham também com tours pagos, que infelizmente eu não tive tempo de fazer: um sobre os tempos da Iugoslávia, ao preço de 10 euros, com os ingressos dos museus e ônibus inclusos, às quartas e sábados, em frente à Praça da República;  e outro no formato de pub crawl, também por 10 euros (com direito a quatro drinks), nas quintas, sextas e sábados, às 22 horas em frente ao monumento da Praça da República.

Grafiti na parte central de Belgrado

O tour gratuito pelo centro histórico da cidade passa por seus principais pontos turísticos – como a Fortaleza e Skadarljia – mas também conta sobre a história mais recente do país, como a Guerra Civil Iugoslava e posterior crise econômica causada (ou melhor, agravada) pelas sanções aplicadas à Sérvia. Além disso, nossa guia nos contou também algumas curiosidades da cidade que só os locais sabem, como o fato de que os edifícios residenciais aparentemente em ruínas no bairro Stari Grad (cidade velha em sérvio) são, na verdade, maravilhosos, lindos e bem cuidados por dentro e pertencem, claro, às “rykas” da cidade.

Ainda, a guia se colocou à disposição para dar dicas sobre a cidade, arredores e de bons kafanas. O ponto de encontro para o free tour é na Praça da República, em frente ao relógio, às duas da tarde nas terças, sextas e domingos. O esquema de “não pagamento” é o habitual de outros tours do tipo: “gostou? pode contribuir? contribua!”

4. Zemun

Zemun, localizada ao norte de Belgrado, é um dos municípios que constituem a Capital do país. Na época em que a região pertencia ao Império Romano, seu nome era Taurunum e há registros das Cruzadas de seu atual nome eslavo, antes Zemln e atualmente Zemun ou Земун (em cirílico).

Vista de Zemun Belgrado

Historicamente a região é de grande importância, pois já fez parte ou foi conquistada por vários impérios ao longo dos anos – pelos romanos no início no século 1, pelo Império Bizantino, pelo Reino germânico dos Gépidas, pelo Império Búlgaro, pelos húngaros no século 12, pelo Império Otomano no século 15, foi conquistada pelos Habsburgos no início do século 18 e, no século 19, pertencia ao Império Austro-Húngaro. Passou a fazer parte de fato da Sérvia (na época, a Iugoslávia) somente a partir da Primeira Guerra Mundial.

A cidade ficou famosa a partir do século 19 por ser o ponto de divisão entre o Império dos Habsburgos (posteriormente, o Austro-Húngaro) e o Otomano, sendo que ainda hoje há construções da época (ou o que restou delas), como a Torre de Zemun – erguida pelo húngaros no século 19. Para visitar essa parte da cidade, basta pegar qualquer ônibus escrito Zemun como destino, na parte central de Belgrado. Vá para a rua Jug Bogdanova – Југ Богданова, em cirílico -, onde é o ponto final de vários ônibus.

Pegar busão no Leste Europeu às vezes pode ser estranho para a gente, mas é só perguntar a uma boa alma (sempre tem uma) como faz. No caso de Belgrado, deve-se primeiro comprar o bilhete nessas lojinhas que vendem jornais, revistas, água e afins, o que seria uma banca de jornal no Brasil. Depois, já dentro do veículo, não se esqueça de validar seu passe no leitor digital. A viagem de lá até a parte mais central do município não levará muito mais que 15/20 minutos.

5. Ilha da Grande Guerra 

Localizada onde os rios Danúbio e Sava se encontram, é uma ilha inabitada que fica entre Zemun e a Fortaleza de Belgrado. A ilha faz parte da capital do país e pertence ao município de Zemun, a partir do qual pode-se alcançá-la de barco. Durante os dias de sol no verão (o que infelizmente não aconteceu comigo, pois até casaco tive que usar quando lá estava), uma ponte flutuante de acesso à ilha é colocada para seus visitantes.

Ilha da Grande Guerra Belgrado

O lugar tem esse nome – Ilha da Grande Guerra – devido ao fato de ter sido de grande importância estratégica tanto para aqueles que buscavam conquistar a cidade – usando-a como base de ataque à Kalemegdan – como também para a defesa de Belgrado. Atualmente, ⅔ da ilha é uma reserva ecológica com cerce de 190 espécies raras de pássaros, inclusive algumas sob perigo de extinção. A outra parte da ilha pode ser livremente visitada e há inclusive uma praia na parte norte, na área das águas do rio Danúbio.

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Gabriela Dilly

Analista internacional mais interessada em experienciar outras culturas que em analisá-las. Escreve também no blog Dupla Trip.

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6 comentários sobre o texto “5 coisas para fazer de graça em Belgrado

  1. Parabéns pelo blogue, Gabi. Você me ajudou muito a preparar minha próxima viagem, dessa vez aos Balcãs. Como é a questão de segurança em Belgrado?

  2. Boa noite, Gabriela.
    Pretendo visitar a Sérvia, Bulgária, o sul da Hungria e possivelmente Romênia e norte da Grécia no ano que vem, se a “Queen of Chaos” warmonger Hillary Clinton não colocar fogo no mundo até lá…
    Você começa o artigo dizendo “No meio do ano passado” e, a certa altura, diz que “até casaco teve que usar”. Fiquei em dúvida: você foi durante o verão, certo? E mesmo assim usou casaco?
    Estive nos Balcãs/Europa Central em 2013 e peguei (juro!) chuva durante 45 dos 54 dias que fiquei por lá…de Dubrovnik até a Cracóvia, mas ainda era abril/maio e aquele ano foi, segundo todo mundo, atípico.
    Como pretendo viajar em maio/junho em 2017, acha que devo começar a botar as barbas de molho ou pensar em agosto/setembro? Ou 2014, quando você foi, também foi considerado atípico por lá?
    Além disso, pretendo fazer (como em 2013) todo o trajeto (30 dias) com carro alugado, provavelmente na Sérvia mesmo. Acha razoável?
    Muitíssimo obrigado pelas dicas e parabéns pelo blog.
    ,

    1. Olá Sergio!

      Como disse no post, fui a Belgrado no verão de 2014 e não fez calor algum, e sim tive que usar casaco. Fui em alguns outros países da mesma região (como Croácia e Montenegro) no início do verão deste ano e o clima estava ótimo, sendo que quase não choveu, exceto Sarajevo, onde fez inclusive friozinho.

      Ou seja, acho que é mais sorte mesmo do que se é atípico ou não (o que também não saberia dizer)… Independentemente de sorte com chuva, se fosse você, iria em maio e junho pois é o início da alta temporada e os lugares ainda não estão abarrotados de turistas, mas isso pq é o meu perfil de gosto mesmo.

      Quanto ao carro, nunca viajei de carro pela Europa, nem carteira tenho. Talvez compense pela economia de tempo, já que os trens são bem lentos e alguns ônibus são cata jecas, como também pela liberdade que terá. Conheci um pessoal brasileiro em Montenegro este ano que estavam viajando de carro e disseram ser tranquilo com um porém: eles tinham que devolver o carro no mesmo lugar onde o alugaram, então vale a pena dar uma olhada nisso.

      Espero que tenha ajudado!

  3. Olá Gabriela, muito interessante o seu post, pois, além das dicas sobre a cidade, você fez uma ótima contextualização histórica do lugar!!!

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