O Apóstolo Paulo não conheceu Jesus em vida, tal como Pedro e os outros apóstolos. Judeu e cidadão romano, nascido em Tarso (uma região que hoje é o leste da Turquia), ele passou uma boa parte da vida perseguindo cristãos até que teve uma visão de Cristo ressuscitado, se converteu e passou a ser um fervoroso defensor e difusor do Evangelho em diferentes cantos do Império Romano.
Ele teria escrito diversas cartas que hoje servem como base do Novo Testamento. Foi preso após o incêndio de Roma, em que Nero acusou os cristãos de serem autores. Assim, Paulo foi condenado a ser decapitado fora dos muros da cidade (os muros aurelianos) e sepultado numa necrópole romana, na via Ostiense, em alguma altura entre os anos de 65 e 67. O local tornou-se um ponto de peregrinação.
Foi só no período do Imperador Constantino, lá pelo início do século 4, que cessaram as perseguições aos cristãos e o próprio imperador ordenou que fossem escavados os locais onde se veneravam a memória do apóstolo São Paulo. E ali, na via Ostiense, a cerca de 2km fora dos muros de Roma, mandou erguer uma Basílica para o santo. Em 325, o papa Silvestre consagrou a Igreja.
Ao longo dos séculos seguintes, diferentes papas aprimoraram e expandiram a basílica: proteção contra invasões, campanário, uma porta bizantina, mosaicos enormes, claustro, etc. A Basílica de São Paulo foi a maior de Roma até 1626, com a consagração da Basílica de São Pedro. Mas até hoje segue como a segunda maior das basílicas papais na cidade.
Teria sido também uma das igrejas mais antigas e bem conservadas da história, uma vez que por 1435 anos preservou seu formato original. Infelizmente, na noite de 15 de julho de 1823, um incêndio destruiu boa parte da Basílica Papal e das obras de arte paleocristãs, bizantinas, do Renascimento e do Barroco que eram guardadas ali. A reconstrução buscou ser idêntica a versão original, que foi consagrada em 1840 pelo Papa Gregório XVI. No século 20, ainda foram feitos novos aprimoramentos, como o pórtico com 150 colunas.
Outra reforma mais recente foi a exposição do túmulo do Apóstolo Paulo. A lápide de mármore fica abaixo do altar papal e tem a inscrição: PAULO APOSTOLO MART. Também há um sarcófago, que é visível através de uma grande janela abaixo do altar. Assim, todos os fieis e visitantes podem ter acesso.
São Paulo Fora dos Muros (vem do italaiano Basilica Papale di San Paolo fuori le Mura, ou seja, pode ser chamada também de Basílica Papal de São Paulo fora da Muralha ou Basílica Papal de São Paulo Extramuros) é um território da Santa Sé fora do Vaticano. Assim, mesmo estando na “Itália”, dentro da área da igreja, a lei é a do Papa. Algo que lembra tal poder dos papas é uma série de medalhões representando cada um dos papas da história. A tradição começou com Leão Magno, no século 5. O primeiro, claro, é Pedro. E o último que foi representado é Francisco.
A visita a Basílica Papal de São Paulo Fora dos Muros
Enorme e belíssima, vale muito a pena se deslocar do centro de Roma para conhecer a Basílica. Apesar da Basílica de São Pedro ser maior, essa tem uma estrutura que dá mais a impressão de grandiosidade, sem contar o tom mais escuro, meio místico.
A entrada é gratuita, mas há uma fila na porta, para passar pelo Raio X. Logo após a entrada você cairá nos jardins do quadripórtico, onde há uma grande estátua de São Paulo e está acesa a Chama Paulina. Também é ali que está a Porta Paulina, onde você entra de fato na Igreja. A porta tem resquícios da original, vinda de Constantinopla.
Uma vez dentro da Basílica, há muito o que observar na enorme Nave, desde o teto riquíssimo, as colunas de mármore, os medalhões de Papas e os vitrais nas janelas. Caminhe na direção do altar, passando pelas estátuas de Pedro (que carrega a chave) e Paulo (que carrega a espada), até o túmulo.
No túmulo, além do sarcófago e lápide, também estão expostas as correntes que teriam aprisionado o santo em Roma.
Por fim, observe o mosaico no topo da absíde, as estátuas e arte nos dois transeptos, onde ficam pequenas capelas e o batistério.
Só é preciso pagar caso você queria visitar a área arqueológica e do claustro. Essa parte custa 3 euros. Eu visitei e não achei muito interessante, sinceramente.
Serviço
A basílica fica aberta das 7h00 às 18h30. Consulte o site oficial para conferir se não há missas ou celebrações na data de sua visita.
Para chegar você pode pegar o metrô Linha B e descer na estação “San Paolo Basilica”. Ou ainda, o ônibus da linha 23 (Pincherle / Parravano) e descer na parada “Ostiense / LGT S. Paolo”.
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Excelente trabalho. Também já estive em Roma e não vi esta matavilha referente ao o grande apóstolo Paulo. Se voltar irei visitá-la.
Vale a pena Aldo!
Esta igreja é linda, compensa muito deslocar-se para conhecê-la.
Poxa, vida. Voltei de Roma faz 13 dias, e não sabia da existência dessa capela. Que pena. Gostaria muito de tê-la visitado.