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Atlas: Uruguai

Compras no Uruguai: 7 dicas para decidir o que trazer da viagem

Todo ano, cerca de 500 mil brasileiros cruzam a fronteira – por terra, água ou ar – e aproveitam os dias de folga em território uruguaio. Menor que vários estados do Brasil, mas cheio de atrações, o nosso vizinho ao sul rende fácil uma semana incrível. E quem fica mais tempo não reclama, não. Neste texto você encontrará um guia completo na hora de fazer compras no Uruguai.

E não estou falando de eletrodomésticos, veja bem, embora também dê as direções para quem pretende fazer esse tipo de aquisição. Nosso foco aqui está naqueles produtos que funcionam como suvenires de viagem, tipo vinho e doce de leite. 

Ao longo do artigo, falarei, com detalhes, dos seguintes tópicos:

  • Qual moeda levar e usar nas compras?
  • Vale a pena fazer compras com cartão de crédito no Uruguai? 
  • Como funciona o retorno do IVA e o taxfree?
  • Quais o melhores locais para suas comprinhas? 
  • O que comprar na viagem?
  • Os free shops em fronteiras e aeroportos
  • As regras brasileiras para quem faz compras em outro país

E se você está no meio do planejamento da viagem, não deixe de ler outros artigos importantes:

Veja também: Uruguai de carro, um guia completo para organizar a viagem
Vinícolas do Uruguai – o mapa do vinho perto de Montevidéu
Onde ficar em Montevidéu – nossas dicas de hotéis e bairros

Qual moeda levar ao Uruguai?

Leve reais e ponto final. Na realidade, o grande truque não está na moeda, mas na quantidade de dinheiro que você deve ter e também em quanto trocar. Para minha última viagem, de cinco dias, saquei oitocentos reais no Brasil. Troquei por pesos uruguaios apenas uma vez, ainda na fronteira, e mesmo assim apenas 200 reais. E gastei só metade.

É que no Uruguai compensa, e muito, pagar quase tudo com cartão de crédito, por conta das isenções do IVA feitas pelo governo. Mas, ao mesmo tempo, nunca é bom ficar sem dinheiro nenhum. Por isso, a melhor opção é trocar o dinheiro aos poucos, conforme sua necessidade. Aumente a quantidade de pesos uruguaios na carteira se você for viajar pelo interior ou fora das áreas turísticas. 

Você sabia? O seguro viagem pode até não ser obrigatório para passar pela imigração uruguaia, mas é um item indispensável para a segurança do viajante – e que custa menos de R$ 10 por dia de férias. Veja como comprar a melhor cobertura para o Uruguai.

Seguro Viagem:
América do Sul
AC 60 AM. LATINA (Exceto EUA) COVID-19 AC 60 AM. LATINA (Exceto EUA) COVID-19
Assistência médica USD 60.000
Bagagem extraviada USD 1.200
*Valor referente a 7 dias de viagem.
AC 35 AM. LATINA (Exceto EUA) COVID-19 AC 35 AM. LATINA (Exceto EUA) COVID-19
Assistência médica USD 35.000
Bagagem extraviada USD 1.200
*Valor referente a 7 dias de viagem.
CORIS 30 BASIC +COVID19 CORIS 30 BASIC +COVID19
Assistência médica USD 30.000
Bagagem extraviada USD 1.000
*Valor referente a 7 dias de viagem.

Como funcionam as compras com cartão de crédito no Uruguai?

Há anos o Uruguai devolve aos turistas a maior parte do IVA, um dos mais importantes impostos do país. Isso significa, em geral, 18% a menos em contas de bares e restaurantes do que o preço que será informado no menu. Uma economia que cobre – e ainda sobra – o IOF brasileiro.

A grande sacada é que o retorno do imposto é feito somente para pagamentos com cartão internacional. Quem paga com Visa vê o abatimento na hora e já leva a fatura menor para casa; quem usa Mastercard paga o total, mas recebe o valor do imposto de volta só alguns dias depois – então pode ser apenas na fatura seguinte. 

Além de bares e restaurantes, preste atenção a estabelecimentos como vinícolas: algumas têm registros de restaurantes e por isso dão o desconto. E também há imposto a menos na reserva de hotéis, mas o valor mostrado pelo Booking, na hora da reserva, já prevê o desconto no imposto, e na locação de veículos. Nos dois casos é preciso pagar com cartão internacional e em solo uruguaio. 

bodega pizzorno, no Uruguai

Vinícolas perto de Montevidéu

Além da isenção do IVA em restaurantes, bares, hotéis e na locação de veículos, o Uruguai oferece tax free para compras de produtos que custem acima de 600 pesos. Isso vale para roupas, sapatos, suvenires e artesanato, por exemplo. Para ter o benefício é necessário comprar em lojas que façam parte do Global Blue (busque por sinais indicativos disso ou um adesivo de tax free nas portas dos estabelecimentos).

Na hora de compra, informe ao vendedor que você deseja a isenção de taxas. Ele te pedirá documentos e fornecerá um formulário, que deverá ser preenchido. Depois, basta apresentar essa documentação num dos 13 postos de autogestão de tax free que estão nos pontos de saída do país, tanto nos aeroportos internacionais como em algumas cidades da fronteira. Se você tiver que pegar um voo, lembre-se de chegar com antecedência maior no aeroporto, já que o processo pode não ser rápido. O dinheiro do imposto será restituído na sua fatura do cartão. 

Há postos de devolução de taxas no Aeroporto Internacional de Carrasco, no Aeroporto de Laguna do Sauce, no Porto de Montevidéu, no Porto de Colônia, no Ponto de chegada de Cruzeiros de Punta del Este, na Ponte Salto-Concórdia, na Ponte Paysandú-Colón, na Ponte Fray Bentos-Porto Unzué e no Chuy. 

O que comprar numa viagem ao Uruguai

Não se espante ao descobrir que o custo de vida no Uruguai pode ser mais elevado do que o do Brasil. De restaurantes a supermercados, é provável que você gaste um pouco mais lá do que em casa. Mas se Montevidéu não é exatamente o paraíso dos turistas em compras, alguns itens cabem na mala sem apartar o orçamento. Os mais básicos são vinhos – em especial os tannat, um símbolo uruguaio – e produtos típicos, como o doce de leite ou o alfajor.

Em 2016, o Ministério da Agricultura liberou a entrada no Brasil de produtos industrializados de origem animal, encerrando de vez o problema dos carregamentos de doce de leite apreendidos nos aeroportos. Hoje você pode trazer queijos, embutidos e doces sem risco, desde que dentro de suas embalagens originais e com rótulos. Veja aqui as regras e limites por pessoa. 

Além de produtos alimentícios, artesanato e suvenires, a região da fronteira, em especial a cidade de Rivera, atrai muitos moradores do sul do Brasil para seus free shops. Definir ou não se um produto vale a pena depende do valor do dólar e dos seus custos com a viagem, mas é bom sempre conferir os itens nas prateleiras. Vi gente levando de tudo, de aparelho de ar-condicionado a camisetas. 

Se optar por investir no doce de leite, marcas como Nietitos, Conaprole, Narbona e Lapataia são algumas das mais tradicionais. Se preferir bebidas, vinícolas como Pizzorno, Bouza, Juanicó e H. Stagnari produzem vinhos de qualidade. E também fique de olho nos alfajores e no Medio y Medio, típica bebida uruguaia. 

Onde comprar: dos mercados aos free shops 

Não faltam mercados para fazer compras em Montevidéu. Declarado Patrimônio Nacional e ocupando um prédio belíssimo, o Mercado Agrícola é o endereço para comprar produtos típicos e turistar.

E se você der a sorte de passar pela cidade num domingo não deixe de conhecer a Tristán Narvaja, uma das maiores feiras de rua da América Latina. Você vai achar de tudo um pouco por ali: de frutas e legumes a roupas usadas (ou falsificadas). Mas para os viajantes o ponto alto para comprinhas é o setor de antiguidades. Nele, basta perambular pelas ruelas para achar coisas interessantes e que dão ótimas lembrancinhas ou presentes de viagem. 

No mais, shoppings e lojas de artesanato são sempre boas opções. Não deixe de verificar também as prateleiras de supermercados, ótimas opções para garantir o melhor suvenir de viagem: aquele que enche a pança. Se preferir levar vinhos, uma boa alternativa é comprar diretamente nas vinícolas – e existem dezenas delas nos arredores de Montevidéu. 

mercado del Puerto, Uruguai

Mercado del Puerto, em Montevidéu

Free shops

Todo free shop guarda uma pegadinha. É que as compras que você fizer em estabelecimentos tax free no Uruguai, sejam no aeroporto ou na fronteira, são sim isentos de impostos uruguaios. Mas isso não significa que sejam livres de impostos da Receita Federal, na sua volta ao Brasil – para esse caso, sem impostos mesmo só os free shops de retorno, tipo o do Aeroporto de Guarulhos quando você faz as compras logo depois de voltar ao país. Se comprar em free shops uruguaios, fique atento aos limites da cota isenta, que serão explicados no tópico abaixo.  

Além dos aeroportos, há free shops em cidades como Rio Branco, Chuy e Rivera, já na fronteira com o Brasil e que acabam virando paradas estratégicas para quem faz a viagem de carro. Nós paramos em Rivera, a cidade com maior quantidade de free shops na fronteira entre Brasil e Uruguai. 

As regras para compras no Uruguai

Há dois tipos de cotas isentas para quem viaja ao exterior:

  • Se a viagem é por via aérea ou marítima, o valor em compras isento de impostos, no retorno ao Brasil, é de 500 dólares americanos. Ou seja, se você chegar e partir do Uruguai pelo aeroporto de Montevidéu, suas compras, até o limite de 500 dólares, não serão taxas. O que passar será tributado. 
  • Se a viagem é por via terrestre, o valor isento cai: 300 dólares. E uma coisa importante, para quem faz a viagem de carro, é ficar atento a possíveis mudanças, porque há anos o governo brasileiro ensaia reduzir esse valor para a metade. 

Além da forma de transporte, é preciso ficar atento aos limites numéricos: até 20 unidades de produtos com preço abaixo de cinco dólares – e no máximo 10 deles idênticos. Para produtos com custo de cinco dólares ou mais o limite máximo é de 10 unidades, mas só três idênticas.

uruguai de carro

Há também regras quantitativas de bebidas alcoólicas (12 litros) e cigarros (10 maços, sendo 20 unidades cada). E lembrando que a cota é pessoal e intransferível. Então um carro com 5 pessoas, incluindo uma criança, tem sim cinco cotas, mas na da menor de idade não entrarão produtos adultos – tipo bebidas alcoólicas. 

Por fim, existem produtos, considerados de circunstância da viagem, que não gastam a cota isenta. É o caso de  máquinas fotográficas, relógios e celulares, desde que você passe pela imigração com provas de que eles foram usados e necessários durante as férias. 

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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9 comentários sobre o texto “Compras no Uruguai: 7 dicas para decidir o que trazer da viagem

  1. Boa noite, irei a Montevidéu no próximo mês e gostaria de indicação de lojas de utilidades domésticas, vc pode me ajudar nisso

  2. Olá, estou pensando em ir a riveira para comprar roupas infantis para revenda, oque você acha? Será que vale apena como falam ou é dinheiro gasto a toa ?
    Terei de início mil reais para gastar entre viagem e compras. OBRIGADA

    1. Patrícia, tudo bem?

      Honestamente, não acho que seja a melhor pessoa para responder isso. Toda minha experiência é com compras de turismo mesmo.

      Abraço.

  3. Boa tarde Rafael, tudo bem? Vamos ao Uruguai na próxima semana. Gostaria de tirar uma dúvida quanto ao cartão de crédito. Eu tenho um Cartão Ourocard Estilo Visa Platinum, não está gravado nele “Internacional”, mas é um cartão completo de múltiplas funções e com ele eu posso movimentar a conta corrente e investimentos e comprar bens e serviços nas funções débito e crédito no Brasil e no exterior. Eu já habilitei o uso dele no exterior no período da viagem. Embora não esteja gravado nele “Internacional”, por acaso você sabe se esse cartão se enquadra para obter a isenção do IVA no Uruguai? Desde já os meus agradecimentos.

  4. Olá Rafael ! Veja se pode me ajudar ! Eu vou final do ano para Punta del Este, eu vi que falou em 800 reais para 5 dias, foi o suficiente ? E outra coisa para compras de celular se você viu quando foi, vale a pena ?

    1. Oi, Gabriela. Isso pra gasto em dinheiro em espécie, porque a maior parte das contas paguei com cartão. Na realidade, em espécie gastei só 200 reais mesmo.

      Não vi nada sobre celular, mas pelo preço de outras coisas ficou a impressão de que não vale, não. Posso estar errado.

  5. Oi pessoal. Através da minha irma fui informada pelo blog de voces. Muito legal!
    Meu esposo e do Uruguay. Em nossa ultima viagem entramos no Brasil com doce de leite. Os agentes da alfandega nos deram a seguinte opção: ou comer o produto as 7 da manha, ou a destruicao do mesmo , ali na nossa frente. Nao havia sido informada anteriormente sobre nao poder levar este tipo de produto para o Brasil. Na reportagem sobre os produtos uruguaios, voces sugerem o doce de leite. Pode ser que a lei ja tenha sido modificada, mas sugiro confirmar. Adorei o blog. Parabéns!

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