Conheça Katmandu, a capital do Nepal

O aeroporto de tijolinhos laranjas não esconde: Katmandu é charmosa, não moderna. E olha que a maior cidade do Nepal, com mais de 1 milhão de habitantes, passa longe de ser um lugarejo bucólico. O trânsito é caótico, o ar poluído e a pobreza está por todos os lados. Mas basta ver as ruas do Thamel, o bairro mais badalado, para se apaixonar pelo local. Os milhares de turistas que desembarcam na cidade todos os anos concordam com isso – e sim, a Carmen Sandiego está incluída na lista.

Se você é um mochileiro perdido na Ásia, provavelmente vai ter outra razão para se apaixonar por Katmandu: muito viajante começa a explorar essas bandas depois de passar alguns meses desbravando a incrível Índia. E o Nepal, outro país de maioria hindu e também um país pobre, é muito mais organizado e limpo. Enfim, um descanso depois de um mergulho em tudo que o país vizinho representa.

As Durbar Squares, ou “Praças Reais”, são as mais importantes atrações da região de  Katmandu. A principal fica no centro da cidade e está repleta de prédios e templos, a maioria delas do século 17. Destaques para o templo Kasthamandap, uma das construções de madeira mais antigas do mundo, e para o Palácio Real.

Veja também: A Durbar Square, praça incrível do Nepal

Você reparou que o parágrafo anterior começou no plural? É que essa não é a única Durbar Square do vale de Katmandu. Em Patan, teoricamente uma cidade vizinha, mas que na prática já se converteu em bairro da capital, fica outra. A terceira, mas não menos importante, fica em Bhaktapur, cidade a 13 quilômetros de Katmandu e que rende um dia inteiro aos turistas interessados em explorar ruelas e prédios antigos. Todas as Durbar Squares do Nepal foram declaradas Patrimônio Mundial pela Unesco.

É impossível pensar no Nepal sem pensar nos famosos templos decorados com os olhos do Buda. A mais conhecida das estupas budistas é sem dúvida a de Boudhanath, que serve de casa para a maioria dos exilados tibetanos que vivem no Nepal. O templo é cercado por vários monastérios, além de alguns restaurantes. O Boudhanath também foi declarado Patrimônio Mundial pela Unesco e há quem diga que na estupa se encontram os restos mortais do Kassapa Buddha.

Veja também: A estupa de Boudhanath, em Katmandu

Outro templo budista interessante é o Swayambhunath, também conhecido como Templo dos Macacos. Fica no alto de uma colina, só acessível por uma quase interminável escadaria. Mas até mesmo os sedentários concordariam que a vista lá de cima – somada com a presença de outra estupa de Buda – faz o esforço valer muito.

Já o Pashupatinath é um centro religioso hindu, um dos maiores templos dedicados ao Shiva do mundo. No templo, que está localizado às margens do Rio Bagmati, são realizadas cerimônias de cremação semelhantes às que acontecem em Varanasi, na Índia.

As taxas para turistas

O Nepal ainda é um dos países mais baratos do mundo, mas medidas recentes do governo local encareceram um pouco a vida do turista. Como as três principais atrações do Vale de Katmandu são praças, não esperávamos pagar nada para ver a fachada de boa parte dos prédios antigos. Só que para simplesmente passar pela praça é preciso pagar uma taxa que varia entre U$ 7 e U$ 12. Isso significa que você vai ter que pagar não só para entrar para ver a área, mas também toda vez que quiser comer em algum restaurante ou fazer compras em alguma loja que fica na região das Durbar Squares.

O problema – e consequentemente o rombo no orçamento – aumenta ainda mais se você pensar que as praças estão em regiões por onde você vai precisar passar mesmo que seja para cruzar a cidade. O blog The Longest Way Home diz que é possível pagar a taxa apenas uma vez, desde que você registre o seu ticket no escritório de apoio ao turista. Não testamos essa saída, mas certamente seria uma forma de economizar.

Informações turísticas sobre Katmandu

Como se locomover em Katmandu

Você tem duas opções: a econômica e a nem tanto. Se você estiver mesmo com o orçamento apertado é possível andar de ônibus até mesmo para outras cidades do Vale de Katmandu. Caso a economia possa ser menor, então use os táxis e tuk-tuks para chegar às principais atrações da cidade. E nunca se esqueça de pechinchar muito, reduzindo os preços quase sempre pela metade.

Onde ficar

Vai para Katmandu mas ainda não sabe onde ficar? Grave esse nome: Thamel. Sem exagero, esse foi um dos lugares mais incríveis que conheci em toda a viagem de volta ao mundo. Hotéis absurdamente baratos, incontáveis restaurantes com todo tipo de comida e muitos, muitos bares. Mais incontável ainda é a quantidade de placas que formam um tipo de poluição visual que só a Ásia é capaz de oferecer, como mostra a foto. Vai falar que não parece um lugar único?

Veja também: Onde ficar em Katmandu, os melhores bairros

Quantos dias ficar

No mínimo três dias inteiros, para dar tempo de ver tudo em Katmandu e também visitar Bhaktapur.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

Ver Comentários

  • olá, estou fazendo um trabalho de faculdade sobre Katmandu e tenho dificuldade de saber se possui placas turísticas nessa cidade, preciso de fotos, se alguém puder me ajudar fico feliz.

  • Boa noite! Alguem já foi para a região de Lukla, Namche Bazaar e Tengboche (Nepal). Eu estou querendo chegar até o Monastério de Tengboche e daí contemplar o Himalaia e o Evereste. Gostaria de algumas dicas. Distancias? Se só se vai de avião prá Lukla? Como se vai de Lukla a Namche e de lá para Tengboche.

    • Oi, Elvis. Estou em Kathmandu e acabo de fazer essa viagem.

      Na verdade fiz o trek para o campo base do Everest, passando por todos esses lugares que voce menciona. Uma viagem incrivel e gratificante! :)

      Voei para Lukla, o que a maioria das pessoas fazem, mas tem como ir andando sim!

      Me adiciona no instagram, podemos falar por inbox: thaisabraham.

      Espero ter ajudado!
      Boas aventuras!

    • Sim, você vai de avião à Luckla e, dalí, à pé pelas trilhas, passando por Monjo, até Namche Baazar e Tengboche.
      É maravilhoso, mas tem que estar preparado fisicamente.
      Em geral caminha-se 6 ou 8 km por dia, mas considere que sao subidas e descidas na altitude e que vai ficando mais frio na medida em que se sobe.

    • Infelizmente não fui nessa região, Elvis. Mas torço para que apareça alguém para te ajudar.

      Abraço.

  • Rafael, tudo bem?
    Você acha que é tranquilo para mulher viajar sozinha para o Nepal?
    Vou ficar em Kathmandu por 3 dias no final de julho.
    Obrigada! Abraços.

  • Oi pessoal, estou pensando em ir para Kathmandu em novembro de 2016. Será que por causa do terremoto a situação continua muito ruim?

    Parabéns pelo blog.

    Obrigada
    Sueli

    • Oi, Sueli. Acompanhei, pelo Instagram, as viagens de alguns brasileiros por lá. Tem muita coisa sendo reconstruída, mas não me parece uma viagem inviável não. Eu adoraria voltar. :)

      Abraço.

  • Olá Rafael, tudo bem?
    Estou indo pra India e meu roteiro inclui o Nepal, posso após 3 dias no Nepal posso reentrar na India com um visto de turismo eletrônico?

    Abraço e obrigado pelas dicas!

    • Diego,
      Infelizmente vai ter de retirar Katmandu e arredores de seus roteiros de viagem pelo

      menos para os próximos 3 anos, pois a devastação do terremoto vai demorar para ser

      consertado, sendo que alguns locais estão perdidos para sempre...

      Há 30 dias estive na Índia e viajei por diversas cidades e depois

      fui para o Nepal e nos hospedamos por 4 dias em Katmandu.

      Fizemos inúmeras visitas a praças, templos, áreas rurais , rios e morros

      e "VIMOS" conjuntos arquitetonicos e obras antigas maravilhosas. Povo humilde,

      sofrido, trabalhador e muito gentil e hospitaleiro.

      Digo "VIMOS", pois após a nossa volta ao Brasil houve este terrível terremoto

      que simplesmente apagou do mapa lugares por onde passeamos, tiramos fotos

      e sentamos apreciando a paisagem. Vendo as fotos depois do terremoto é terrível

      ver o que se perdeu em termos de cultura antiga...Ficamos a cada dia mais chocados

      quando mais fotos aparecem na mídia e triste de ver aquele povo alegre chorando

      a perda de seus entes queridos e de seu pouco patrimõnio...Triste, muito triste..

    • Oi, Diego.

      Esse visto eletrônico só permite uma entrada. Você precisa tirar da forma tradicional, pedindo um visto de múltiplas entradas.

      Aí você não terá problemas.

      Abraço.

  • Olá Galerinha dos 360 Meridianos. Então, vocês não sabem o quanto tem me inspirado a sair mundo a fora. Alguns meses atrás planejava vim a India. E agora já estou aqui, peguei muitas dicas de de vocês. Meus próximos planos será Nepal, e Ainda assim continuam me ajudando. Paraabéns pelo o conteúdo de vocês!!!

    • Muito obrigado pelo comentário, H. Costa.

      É muito legal receber esse retorno dos leitores.

      Um abraço e boa viagem!

  • Pessoal, uma perguntinha: vocês foram de avião, certo? Partiram da Índia? A passagem foi muito salgada? hehe Obrigada!

    • Oi Tati! Sim, voamos de Délhi para Kathmandu com a JetLite. A passagem só de ida custou R$ 140 reais, já com todas as taxas incluídas.

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Publicado por
Rafael Sette Câmara

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