“O Reino de Talossa é uma nação independente e soberana, na América do Norte, que se separou pacificamente dos Estados Unidos em 1979 (mas nós não estamos certos de que os Estados Unidos notaram isso)”. Assim explica o site oficial desse pequeno reino localizado próximo ao Lago Michigan.
Talossa é uma das cerca de 400 micronações que existem no mundo. E por micronações não entenda estados como Mônaco, Luxemburgo ou o Vaticano, que têm reconhecimento internacional. Estamos falando de países que surgem por motivos bem mais, errh, excêntricos. Tipo o pai que queria que sua filha fosse uma princesa e declarou uma área não reclamada da Africa como sendo dele.
De forma geral, micronações têm bandeira, idioma, moeda e até sistema de governo – normalmente a monarquia. Mas, óbvio, não têm reconhecimento internacional ou independência de fato. Na maioria das vezes, os países que viram essas pequenas nações se tornarem “soberanas” lidaram com a questão do jeito que ela merece: na brincadeira. Com isso, alguns deles ganharam uma importante atração turística. Afinal de contas, quem não se interessa em conhecer o cara que declarou o próprio quintal independente?
Veja abaixo 9 micronações famosas mundo afora
Talossa
Já que começamos o texto com ela, que tal aprendermos mais sobre a história do Grande Reino de Talossa? Alegando independência desde 1979, essa micronação conta com 221 habitantes. Mas a maior parte dos habitantes vive bem longe da capital, Abbavilla – a maioria é expatriada, vivendo no vizinho Estados Unidos da América.
Bandeira de Talossa
Você sonha em ter outra cidadania? A de Talossa é fácil de conseguir. Basta entrar no site, dar um oi para o pessoal do reino mais legal das Américas (oi é “azul” no idioma local. Simpático, né?) e preencher um formulário online que vai direto para o Ministro da Imigração. Se aprovado, você pode virar o cidadão de número 222 desse Reino.
Principado de Trinidad
Essa micronação não existe mais, mas merece um lugar na lista. Primeiro, porque é a prova de que as micronações não são uma tendência moderna – esse principado surgiu no século 19. Em segundo lugar, porque ele ficava no Brasil. Para sermos mais específicos, no Espírito Santo, a 1200 quilômetros de Vitória.
A soberania dessa micronação foi declarada pelo escritor James Harden-Hickey, que em 1893 percebeu que uma pequena ilha perdida no Atlântico Sul não havia sido tomada por nenhum país. Ele declarou a independência de Trinidad e se autoproclamou James I, pai da pátria e monarca da ilha.
O Reino Unido, que na época não curtia muito esse tipo de piada, tratou de tentar tomar a ilha. Pouco depois, o Brasil exigiu a ilha para si. James I foi destronado, planejou invadir o Reino Unido e, dizem por aí, quase conseguiu um patrocinador disposto a torná-lo rei do Havaí. O Brasil, por via das dúvidas, tratou de montar uma base na ilha que quase foi um reino independente.
A colorida República de Neustadt
Durante a Guerra Fria, Dresden, na Alemanha, ficou na parte soviética do país. Após a queda do muro, alguns bairros da cidade passaram a conviver com a especulação imobiliária. Foi assim, com a insatisfação dos moradores, que surgiu a Bunte Republik Neustadt, ou Colorida República de Neustadt.
E colorida mesmo. Essa micronação tem uma bandeira nas cores do antigo domínio soviético. No centro da bandeira, um Mickey, símbolo capitalista que ajuda a deixar clara a fusão de dois mundos. O país chegou a ter moeda própria e a criar um importante festival.
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Império Aerica
Começou como uma micronação, mas virou um Império. Fundada em 1987, por uma criança, hoje esse estado que jura ser soberano diz ter territórios na Austrália, no Canadá, nos Estados Unidos, na Nova Zelândia e, por que não, em Marte, Plutão e num planeta imaginário.
Não bastasse toda essa viagem (não literal) para colonizar outras terras, o Império Aerica (repare que é quase uma América) tem bandeira parecida com a do Canadá. A diferença é o símbolo no meio, bem mais, digamos, feliz. E coerente com o Império. Aerica tem 400 habitantes. Não se sabe quantos deles vivem no tal planeta imaginário. Virar cidadão de lá é fácil. Basta preencher essa papelada aqui.
Ilha Norte Dumpling
David Kamen, o fundador dessa micronação, atingiu um novo patamar diplomático: ele tem energia própria e não depende do vizinho, os Estados Unidos. Isso é algo que nem o Vaticano conseguiu. 😉
Essa ilha de 800m² fica perto da costa de Connecticut. Foi comprada pelo atual proprietário, quer dizer, monarca. Ele tentou instalar uma usina eólica lá, mas foi proibido pelo governo dos Estados Unidos. Como retaliação, ele disse que estava se separando do país. Pelo sim ou pelo não, ele preferiu não contrariar as vontades norte-americanas. Recentemente essa nação criou um complexo sistema que une energia solar e eólica, atingindo a almejada independência energética – mas sem peitar o Obama.
Essa micronação tem constituição, bandeira, moeda, hino nacional e até marinha. Ok, marinha não: tem até um barco.
Reino do Sudão do Norte
“Certo dia, durante o inverno, eu e minha filha Emily estávamos brincando. Ela tinha uma fixação em ser princesa. Ela me perguntou, de forma séria:
Eu vou ser uma princesa de verdade algum dia, papai?
Eu disse que sim”.
A história acima foi narrada pelo norte-americano Jeremiah Heaton. E ele fez questão de cumprir a promessa. Para isso, localizou um pedaço de terra de cerca de 2 mil quilômetros quadrados, entre o Egito e o Sudão. Um pedaço de terra numa região inóspita e que não é reclamado por nenhum dos países – na prática essa era uma terra de ninguém. Literalmente. Já que era assim, por que não poderia ser do Jeremiah e sua filha?
É claro que ele não foi o primeiro a ter essa ideia, afinal não há muitas terras sem dono dando sopa por aí. Mas ele foi o primeiro a sair da internet, fazer as malas e alcançar o lugar (e fincar uma bandeira azul com quatro estrelas em seu novo reino). E assim a Emily virou uma princesa de verdade.
República Naminara
Segundo a Wikipédia, cerca de 1,5 milhão de visitantes passam pela República Naminara todos os anos, o que faz dela a micronação mais visitada do planeta. É uma ilha em formato de meia-lua que teoricamente pertence à Coreia do Sul. Teoricamente, afinal esse pedaço de terra pode até não ser uma nação soberana para a ONU, mas é para seus habitantes. A República declarou sua independência no dia 1° de março de 2006.
A micronação conta com passaporte, moeda e cartões de telefone próprios. O governo da Coreia do Sul parece não se importar, afinal de contas o local virou um ponto turístico.
Akhzivland
Em 1970, o governo de Israel tentou demolir a casa de Eli Avivi. A resposta dele foi direta: fundou uma micronação, a Akhzivland. Como em toda democracia que se preze, o primeiro passo foi convocar uma Assembleia Constituinte e determinar as regras do jogo. E a constituição de Akhzivland é clara: “O presidente será eleito democraticamente. Por seu próprio voto”. E assim Eli Avivi se elegeu presidente da República de Akhzivland.
Veja também: 26 carimbos mais legais para ter no seu passaporte
Israel não aceitou a coisa passivamente. Eli foi processado e preso pelo governo, mas o juiz acabou inocentando o homem, ao dizer que não há nada de ilegal em criar sua própria micronação. Entre mortos e feridos, sobreviveu o turismo: a justiça deu a posse da terra a Eli por 99 anos, embora não tenha oficialmente concordado com a existência da micronação.
No meio tempo, Isarel passou a promover Akhzivland como um destino turístico. Se você passar por lá, separe seu passaporte e prepare-se para receber um carimbo.
República de Uzupis
A autodeclarada República de Uzupis, fica em Vilnius na Lituânia. O bairro fica do outro lado do rio Vilnia, o nome da república significa exatamente:“atrás do rio”. A área costumava ser a mais pobre e violenta da cidade, até que, com a independência da Lituânia, em 1991, jovens artistas foram viver ali, criando uma comunidade criativa, artística e boêmia.
República de Uzupis possui a própria constituição – que fica disponível para visitantes lerem, em diversas línguas, num muro da micronação. Além disso, contam com hino, presidente e até um bispo.
Quem visita o lugar pode ganhar um carimbo de graça no Centro de Informações local.
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Ainda hão de escrever sobre o Reino Unido de Essos, Sothoryos, Ulthos e Westeros.
haha.
Faltam esses, Yuri.
Abraço.
Lembrei de Giãão https://youtu.be/Nsey7pVJQvw
Obrigado pela dica, Lucas.
Abraço.
Gente, onde vcs acham essas coisas? rsrs
Muito legal a matéria..
haha! E tem mais centenas de micronações, cada uma mais interessante que a outra. 🙂
Obrigado pelo comentário, Patrícia.
Abraço.
Se tornando um cidadão Aericano em 3, 2, 1…
haha! Minha micronação favorita.