fbpx

O que fazer em Bolonha, no norte da Itália

Também conhecida como “La grassa, La dotta, La rossa” (a gorda, a culta e a vermelha), Bolonha pode até não ser a cidade mais famosa entre as muitas estrelas do turismo italiano, mas é difícil se arrepender de incluir a cidade no roteiro. Com uma das tradições gastronômicas mais celebradas do país, aliada a um clima universitário festivo e a um charmoso centro histórico, essa pequena capital italiana tem de tudo para fazer qualquer um se apaixonar. Veja agora um guia completo com o que fazer em Bolonha.

Vai viajar? Saiba onde  ficar em Bolonha

Vai viajar? O Seguro de Viagem é obrigatório em dezenas de países e importante em qualquer viagem. Veja como conseguir o seguro com o melhor custo/benefício

O que fazer em Bolonha, La Grassa: comer até se acabar

A gorda, devido à culinária, principalmente o tal do espaguete que eu citei lá em cima. O pior, saibam vocês, é que isso não é tradição em Bolonha: lá eles comem é o Tagliatelle Al Ragú – mas isso é assunto para outro post. Quando eu ainda estava em Florença, o atendente do hostel disse: “Aproveite muito a comida em Bolonha”. Muitas das delicias italianas vem de lá. Massas como o tagliatelle e o tortelloni. Molhos como “al ragú” e “sálvia e burro”.

Os gelatos em Bolonha eram deliciosos, assim como os cafés. Queijo parmesão original e presunto de parma: fácil de achar, porque Parma fica ali do lado. Enfim, a comida em Bolonha é tão boa que até a pizza gigante de 2 euros, que a gente comprava no podrão ao lado do nosso apartamento, era excelente.

Leia também: O espaguete a Bolonhesa não existe

Tem uma região em Bolonha que é conhecida como Quadrilátero. Esse lugar é formado por um monte de ruas estreitas, que faziam parte do antigo mercado da cidade e hoje ainda tem esse ar de comércio. Ali você vai achar de tudo – frutas, peixes, massas, tudo fresco. Essa área histórica fica bem no centro, próxima à piazza Maggiore: procure pela via Rizzoli, piazza della Mercanzia, via Castiglione, via Farini, piazza Galvani e via dell’Archiginnasio.

Onde ficar em Bolonha

Além disso, Bolonha é o lugar onde mais encontrei bares que servem aperitivos fartos e de todos os tipos. Se você se perguntou o que diabos é um aperitivo, te introduzo agora a melhor tradição europeia que conheci – supera até as tapas espanholas, na minha opinião. Funciona assim: durante o período do happy hour, tipo de 18h às 21h, os bares montam uma mesa de comida, que inclui algumas variações de bruschetas, azeitonas, batatas, sanduíches, pedaços de pizza e massas. Alguns servem mais, outros menos. Aí você pede uma bebida e tem acesso ilimitado a toda mesa de comida. A bebida pode custar de 4 a 12 euros, dependendo do lugar. Os italianos, no verão, costumam pedir o Spritz, feito de vinho, aperol (ou campari) e soda.

Onde comer em Bolonha: dicas de restaurantes

A Raquel Sodré, uma amiga que morou em Bolonha por um ano e deu algumas dicas para gente: façam um aperitivo no Ristoro delle Fate, na via Zamboni. Na Via del Pratello, no penúltimo quarteirão do lado direito, tem uma portinha que vende massa fresca. Lá eles servem almoço também. É só um balcão, mas é o melhor tortellini de Bolonha. Peçam al ragù. O tortellone al burro e salvia (manteiga e sálvia) também é divino. Aproveitem pra pedir uma panna cotta de sobremesa. E não deixem de tomar o gelatto da Gianni, do lado das Duas Torres! Já  foi eleito o melhor do mundo algumas vezes.

O que fazer em Bolonha, La Dotta: a universidade mais antiga do mundo

O motivo de Bolonha ter tantas opções de bares é o fato de ser uma cidade universitária, mas não qualquer uma. Trata-se da Universidade mais antiga do mundo ocidental, fundada em 1088. Tá bom ou quer mais? Poetas como Dante, Boccaccio e Petrarca foram professores lá. Por isso, o apelido La Dotta, ou seja, a Culta.

Ainda hoje é possível visitar o Archiginnasio, que antigamente era o prédio mais importante da universidade, construído no século 16. Atualmente, abriga uma enorme biblioteca municipal, que está ali desde 1838. No entanto, o lugar mais interessante a ser visitado por lá é a Sala de Anatomia do Archiginnasio. Construída em 1636, é toda feita de madeira e decorada com esculturas. É enorme e realmente impressionante. A sala foi bastante destruída durante um bombardeio na Segunda Guerra, mas foi reconstruída utilizando a madeira original. Para conferir como chegar e horários de funcionamento, clique aqui.

Sala de anatomia, universidade de Bolonha

O lado legal de Bolonha ser uma cidade universitária é que a noite lá é incrível. Lugares como a Via Zamboni, Via Marsala, a região da piazza Maggiore e várias outras ruazinhas nas quais você vai se perdendo – e se encontrando – são muito movimentadas quando o sol de põe.

Em geral, os italianos, estudantes ou não, começam a noite num bar com aperitivo e depois seguem para outros bares, pubs ou boates. A noite é tão animada, que aos finais de semana algumas vias são fechadas para trânsito de carros e bandas tocam no meio da rua. Mas fique esperto: no verão, quando os universitários entram de férias, a cidade fica meio às moscas.

O que fazer em Bolonha, La Rossa: O segundo centro histórico mais preservado da Europa

O apelido de vermelha é dado à Bolonha devido ao tom avermelhado das suas construções. A cidade tem o segundo maior centro histórico mais conservado da Europa. E a  primeira coisa que você vai reparar quando chegar lá é a enorme quantidade de pórticos.

Pórticos de Bolonha, Itália

Praticamente todo o centro da cidade é coberto por eles, que, além de elegantes, facilitam muito a vida das pessoas em caso de chuva. Um bom lugar para observar os pórticos e o clima da cidade é a Via Indipendenza. Trata-se de uma das maiores avenidas de lá, com várias lojas e cafés. Ali pertinho, se você virar na Via Marsala, vai chegar à Via Piella. Ali, numa janela perto do número 2, você consegue ver os antigos canais de Bolonha, cobertos há dois séculos.

Veneza de Bolonha, Itália

Credito foto: Twice25/Wikimedia Commons

De lá, o lugar para ir é a Piazza Maggiore. Essa é a principal praça da cidade. Ali você vai encontrar a Fontana del Nettuno, símbolo de Bolonha construído em 1566. Uma série de belos palácios circundam a praça. Entre eles, você pode entrar no Palazzo d’Accursio, prédio da prefeitura, que contém obras de arte e história, com entrada gratuita.

 Netuno de Bolonha, Itália

palazzo_bologna.jpg

Além disso, a Igreja enorme que fica na praça é a Basilica de San Petronio, com entrada gratuita. Para ver alguns afrescos mais famosos, no entanto, é cobrada uma taxa. Na região da praça também fica o Voltone del Podestà, uma pequena galeria entre o Palazzodi Podestà e o Palazzo Re Enzo, com dois arcos que se cruzam. Se você sussurrar alguma coisa num canto de uma das paredes a pessoa que está no canto oposto consegue te ouvir. É verdade mesmo, nós testamos.

Basílica San Petronio, Bolonha

Da praça é possível ver o grande símbolo de Bolonha, as Duas Torres. Não, Bolonha não foi cenário de Senhor dos Anéis, mas tem suas torres, Asinelli e Garisenda. Essas são algumas das poucas que sobraram do período medieval (hoje há 20 no total), quando mais de 100 dessas dominavam a paisagem.

Asinelli é a torre mais alta, com 97,2 metros de altura, construída em 1119. Você pode subir os estreitos 498 degraus até o topo e observar a vista da cidade vermelha. Já a Garisenda, a torre torta de apenas 47 metros, foi construída na mesma época e entortou desse jeito por conta do solo e da fundação. Ela inclusive teve que ser diminuída no século 14, para não cair de vez.

Due Torri, Bolonha

O que fazer em Bolonha: outros pontos turísticos

  • Visitar a Basílica de Santo Stefano
  • Visitar o Santuário de Luca
  • Visitar o Museu arqueológico
  • Visitar o Museu Medieval
  • Visitar o Museu de história de Bolonha
  • Fazer um curso de sorvete italiano no Carpigiani Gelato Museum

Há muito mais o que fazer em Bolonha. A cidade tem diversos outros pontos turísticos e históricos interessantes. Entre as Igrejas, a Basílica de Santo Stefano é famosa por ter sete templos construídos dentro de um só, como uma daquelas bonecas russas. Já o Santuário de San Luca fica no alto de um morro, afastado do centro da cidade. Os pórticos que levam até lá somam cerca de 600, numa distância de quatro quilômetros. De lá, é possível ter uma vista de Bolonha, mas confesso que não achei que não vale o sacrifício.

Bolonha tem museus de diversos estilos, muitos relacionados às escolas da universidade. Os mais recomendados costumam ser o Museu Arqueológico, que se dedica a peças e relíquias Egípcias, Etruscas, Gregas e Romanas; e o Museu Medieval, focado em artefatos da época. Nós visitamos o Museu de História de Bolonha, mas não recomendo, uma vez que o acervo, apesar de interessante, só tem explicações em italiano.

Legal mesmo é o Carpigiani Gelato Museum, um museu sobre a história do Gelato, construído por uma fábrica de máquinas de sorvete e que também ministra cursos universitários e livres para quem quer aprender a fazer o legítimo gelato italiano. A visita tem que ser agendada com antecedência e incluí guia e uma pequena aula prática. Leia aqui o relato completo sobre a experiência na Universidade do Gelato, em Bolonha.

Avalie este post

Compartilhe!







Eu quero

Clique e saiba como.

 




Luiza Antunes

Sou jornalista, tenho 34 anos e atualmente moro na Inglaterra, quando não estou viajando. Já tive casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitei 50 países pelo mundo afora. Além de escrever, sempre invento um hobbie novo: aquarela, costura, yoga... Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

  • 360 nas redes
  • Facebook
  • YouTube
  • Instagram
  • Twitter

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

26 comentários sobre o texto “O que fazer em Bolonha, no norte da Itália

  1. Que sonho ler tudo que escreveu sobre Bolonha, estive lá há sete anos atrás , realmente é tudo isso que relatou.Amei passear pelas ruazinhas estreitas, comer massascom molhos deliciosos.Existe restaurantes para todos os bolsos.Estive la no mês de novembro um mês muito frio , mas não nevou.

  2. Olá Luiza. Achei super legal tuas informações. Eu morei 7 anos na cidade de Trento, resolvi fazer um projeto no Brasil na cidade de Jaragua do Sul-SC e agora estou voltando para Itália desta vez para morar em Bolonha já que Trento é uma cidade gélida e com a maior concentração de idosos que eu já vi na vida. Então vai a pergunta: A cidade é cinza durante quanto tempo no ano? No verão o que se pode fazer já que é vazia? E o custo de vida? É uma boa relação com o custo beneficio? Ou é cara com relação ao resto da Itália?

Carregar mais comentários
2018. 360meridianos. Todos os direitos reservados. UX/UI design por Amí Comunicação & Design e desenvolvimento por Douglas Mofet.