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Atlas: Pequim, China

O que fazer em Pequim: roteiro de quatro dias

Tem muralha, tem construções imperiais para turista nenhum reclamar. E Pequim, capital da China, vai além: parques por todos os lados e importantes espaços públicos, como a Praça da Paz Celestial, formam uma cidade agradável, gostosa para caminhar (ou pedalar) e com muito para conhecer. Preparamos um roteiro de quatro dias pela capital da China, com dicas sobre o que fazer em Pequim. Quem tem mais tempo, claro, não reclama e nem fica sem programação.

1°dia: Cidade Proibida e parques

Construída a partir de 1406, com o envolvimento de quase um milhão de trabalhadores, a Cidade Proibida marcou a mudança de capital no Império Chinês: Nanquim foi substituída por Pequim. Duas dinastias de imperadores governaram a China a partir dali – 14 deles eram da casa Ming; os Qing contribuíram com 10 monarcas. O último deles, Pu Yi, foi forçado a abdicar em 1912, durante a revolução que transformou o país numa república. Até meados do século 20, apenas os imperadores chineses, suas famílias e funcionários mais importantes eram permitidos dentro daqueles muros. Daí o nome do local.

cidade proibida em pequim

Transformada em museu após a declaração da República, a Cidade Proibida é visitada por pelo menos 40 mil pessoas por dia, número que pode dobrar na alta temporada. A visita dura entre três e cinco horas, dependendo do seu ritmo. Um tour detalhado por todos os espaços vai exigir um dia inteiro. Por isso, é preciso chegar cedo.

Também é importante saber que o número máximo de visitantes é limitado (80 mil pessoas por dia) e que os ingressos se esgotam nos períodos de maior procura. O horário de visitação varia ao longo do ano: de 8h30 às 17h, entre abril e outubro, e de 8h30 às 16h30, de novembro a março. Nesta época o valor é menor, apenas 40 yuans. Já nos outros meses o ingresso sobe para 60 yuans. A última entrada é uma hora antes do fechamento. As estações de metrô mais próximas são a Tian’anmen East e a Tian’anmen West, ambas na Linha 1.

Cidade proibida pequim

Ao sair da Cidade Proibida você estará em frente ao Parque Jingshan. Use a passagem subterrânea para pedestres para atravessar a avenida e pague os dois yuans de entrada. Desse parque você terá uma vista incrível de Pequim. Se sobrar tempo, siga depois para o Parque Beihai, um jardim imperial que fica ao lado – quem não quiser ir caminhando pode aproveitar a oportunidade para fazer uma corrida de tuk-tuk. A entrada custa entre 5 e 10 yuans, dependendo da época do ano, e o parque funciona do comecinho da manhã até 20h (no inverno) ou 21h (no resto do ano).

Veja também: A Cidade Proibida, em Pequim, e a casa dos imperadores da China

2° dia: Muralha!

A grande estrela, o motivo máximo da viagem, o objetivo principal de qualquer turista. Pequim é a melhor base para conhecer a Grande Muralha da China, que tem vários trechos abertos ao público nos arredores da cidade. Alguns deles podem ser visitados por conta própria, outros exigem a contratação de um tour de agência – o que você pode fazer ao chegar em Pequim, na recepção do seu hotel. Se escolher esse caminho, garanta que o passeio não vem com pegadinhas, tipo a obrigação de visitar fábricas de seda, jade ou chá.

Reserve um dia inteiro para a Muralha. O trecho mais popular entre turistas chineses é o de Badaling, que por isso mesmo está quase sempre lotado. Eu estive em Mutianyu, que é lindíssimo, muito procurado por viajantes estrangeiros e mais vazio. E existem outras opções, a maioria delas a cerca de 2h de estrada de Pequim.

Leia também: A Muralha da China e os perrengues que fotos não contam
7 curiosidades sobre a Grande Muralha da China

Muralha da China

3° dia: Vamos ao céu?

Reserve o terceiro dia para conhecer duas das atrações mais interessantes de Pequim. Deixe cedo o hotel para chegar no Templo do Céu ainda nas primeiras horas da manhã, quando o local está mais vazio. A construção é de 1420, durante o governo do Imperador Yongle, da Dinastia Ming. Os imperadores iam ao Templo do Céu duas vezes por ano. Na primavera, para pedir por uma boa colheita, e no outono, para agradecer por ela.

São 273 hectares, área que é em sua maior parte ocupada por um parque onde os moradores de Pequim caminham, passam o tempo e fazem atividades esportivas. Mas o grande cartão-postal dali – e um dos mais importantes de Pequim – é a estrutura circular em madeira, com três lances de telhados azulados e uma bola no topo.

Templo da China

Todo o complexo foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1988. O Templo do Céu abre todos os dias, das 8h às 18h. A entrada custa entre 30 e 40 yuans, dependendo da época do ano – é mais caro na alta temporada. A estação de metrô mais próxima é a Tiantandongmen, da Linha 5.

Veja também: O Templo do Céu, em Pequim, e a fé dos imperadores chineses

Tente sair do Templo até às 11h e siga para a Praça da Paz Celestial – não passar desse horário é importante caso você tenha interesse em visitar o Mausoléu onde descansa o corpo embalsamado de Mao Tsé-Tung. O gigantesco prédio fica em frente à Cidade Proibida e abre de terça a domingo, entre 8h e meio-dia. Deixe mochilas, câmeras e bolsas num guarda-volumes à esquerda do mausoléu, vista-se de forma respeitosa e siga em silêncio, com a cabeça descoberta. O Mao te espera do outro lado.

Depois de bater cartão (ou não) na tumba do líder chinês, aproveite para conhecer com calma a Praça da Paz Celestial – você já a viu do outro lado da avenida, quando foi na Cidade Proibida. Centro político do país e motivo de orgulho para os chineses, a Praça da Paz Celestial é conhecida no resto do mundo por conta do massacre que deixou um número alto de mortos, em 1989. Durante protestos de estudantes e operários, o governo usou o exército para desocupar a Praça – a imagem de um manifestante solitário que enfrenta tanques de guerra rodou o mundo.

Praça da paz celestial

Mausoléu de Mao Tsé-Tung

Nessa praça ficam o Grande Salão do Povo, sede do poder legislativo chinês, o Museu Nacional da China e o Zhengyangmen, outro museu, mas esse dedicado à história de Pequim. De metrô, as estações Tiananmen West, da Linha 1, e Qianmen, da Linha 2, te deixam na Praça da Paz celestial.

Se visitar museus for o seu tipo de programa, essa é a hora. Se não, sobrará tempo, depois do almoço, para outros passeios. Uma opção é seguir para o Complexo Olímpico, sede dos jogos de 2008 e onde fica o icônico estádio Ninho do Pássaro. De metrô, a estação é a Olympic Green, da Linha 8.

Veja também: A Praça da Paz Celestial, em Pequim, e o coração político da China

4° dia: Palácio de Verão

Um grande jardim imperial, muito bem preservado e que fica na região norte de Pequim. Por ser afastado do centro, reserve bastante tempo para conhecer o Palácio de Verão – você vai gastar quase um dia inteiro por lá, contando o tempo de deslocamento. Foi construído a partir de 1750, durante o governo do Imperador Qianglon.

Templos e prédios históricos dividem (um grande) espaço verde com lagos e, claro, jardins. Como o nome indica, essa era a casa de verão da corte imperial, que migrava para fugir do calor da Cidade Proibida. Foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, em 1998. O Palácio de verão abre todos os dias, de 8h30 às 17h, e a entrada custa 50 yuans. A estação de metrô mais próxima é a Beigongmen, da Linha 4.

Preciso de visto?

Na maioria das vezes a resposta é sim, mas há um programa que isenta turistas em conexão da necessidade de tirar o visto. Para isso, é preciso que o tempo entre os voos seja de no máximo 72 horas, o turista não pode sair da área de entrada (no caso, Pequim) e os voos devem envolver um terceiro país – precisa ser uma conexão de fato. Saiba mais sobre o visto chinês aqui.

o que fazer em Pequim

O que fazer em Pequim: como se locomover

O metrô de Pequim é amplo e te deixa nos principais pontos turísticos. Mas, dependendo da região onde você se hospedar, dá pra fazer muita coisa a pé. E mesmo corridas de táxi são baratinhas. Para isso, leve com você um cartão com o nome do local que você quer visitar e o nome e o endereço do seu hotel, ambos em chinês. Basta mostrar o cartão para o taxista. Certifique-se que o motorista ligou o taxímetro, que funciona mais ou menos como no Brasil.

Embora existam aplicativos de transporte chineses, não há os ocidentais, como o Uber. Já para corridas de tuk-tuk é preciso negociar o preço com o motorista antes da corrida começar – não tenha vergonha ou medo de pechinchar. Por fim, também dá para pedalar. Cerca de 90 mil bicicletas públicas estão espalhadas pela cidade. A diária de uma bike custa em torno de 10 yuans e para reservá-la é preciso ter um cartão do serviços de transporte de Pequim. Saiba mais aqui.

Onde se hospedar

Eu me hospedei no Park Plaza Beijing, que fica perto de Wangfujing, um dos principais centros de compras de Pequim – e também uma boa opção para testar várias comidas de rua. Gostei da localização. Foi possível fazer muita coisa a pé e mesmo a Cidade Proibida não estava distante (cerca de 20 minutos de caminhada). Uma opção mais econômica, mas também bem localizada, é o Peking Station Hostel.

Onde comer

A comida imperdível de Pequim é o pato assado, feito por ali há pelo menos 1500 anos, sempre com a característica pele fina e crocante. Eu provei a iguaria duas vezes, em dois restaurantes distintos, e recomendo o Siji Minfu, que fica nos arredores do Palácio de Inverno e da Cidade Proibida. Também não deixe de aproveitar as várias opções de comida de rua da feira da rua Wangfujing

pratos típicos da culinária chinesa

Trocar dinheiro

Em geral, a melhor opção para trocar dinheiro na China são os Bancos. Em Pequim, troquei dólares no Banco da China e no Banco de Pequim. Basta levar seu passaporte e seguir o passo a passo informado pelos funcionários. Caso os bancos estejam fechados (se você precisar de dinheiro à noite, num feriado ou num domingo), vale a pena conferir a cotação do balcão do hotel. Nosso hotel funcionava como uma casa de câmbio autorizada pelo Banco da China, com a mesma cotação e sem taxas.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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