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The Peak, a vista mais incrível de Hong Kong

Quando Richard MacDonnell resolveu subir os 552 metros da Victoria Peak, a montanha mais alta de Hong Kong, tudo que ele queria era achar um lugar mais frio para chamar de casa – ou que pelo menos fosse um pouco mais fresco que o centro da colônia britânica que ele governava. A casa de Sir Richard foi erguida ali, no topo de tudo, inaugurando uma tendência: a partir daquele momento, os poderosos e ricos da colônia tinham um endereço dos sonhos. Um século e meio depois e agora popularmente chamada de The Peak, a montanha se tornou o ponto turístico mais concorrido de Hong Kong.

Pelo menos sete milhões de visitantes passam por ali todos os anos, uma multidão que vai atrás de uma das vistas mais inesquecíveis que se pode ter. Do alto do The Peak, Hong Kong revela toda sua grandiosidade. E isso não é pouco, afinal essa Região Autônoma da China chegou ao século 21 com a maior quantidade de arranha-céus por metro quadrado no planeta. Junte isso com a água da baía e muito verde e o resultado é esse aqui, ó:

victoria peak hong kong

Foto: Por Rad Radu, Shutterstock.com

Com uma vista dessas, não é à toa que o próprio órgão de turismo de Hong Kong aponta o The Peak como o passeio indispensável na cidade. Também dá para entender por que a rua no topo dessa montanha, com menos de quatro quilômetros, já foi apontada como o endereço mais caro e exclusivo do mundo. Por ali, o metro quadrado é mais caro do que na Quinta Avenida, em Nova York, mas com uma diferença: a avenida norte-americana é uma concorrida sede de empresas, já a The Peak Road é totalmente residencial.

E durante um século o Victoria Peak foi um endereço apenas para expatriados. Para morar ali, só tendo um pezinho no Velho Continente, por lei. O acesso ao local também era o mais excludente possível, com os moradores subindo e descendo o morro, todos os dias, em liteiras, aquelas carruagens que eram transportadas no suor e na marra, por pessoas ou, às vezes, por animais.

A situação só começou a mudar em 1888, quando, após iniciativa das famílias ricas que viviam por ali, foi inaugurado um tram. Com o trajeto simplificado, a população do The Peak rapidamente aumentou, mas o século 20 estava firme e forte quando o primeiro morador de origem chinesa foi permitido por ali, em 1947.

Hoje, o turismo transformou o local e o The Peak Tram se tornou o principal acesso usado pelos viajantes, que desembarcam na The Peak Tower, a 396 metros acima do nível do mar. Um shopping, o The Peak Galleria, e vários mirantes completam a lista de atrações. O Madame Tussauds de Hong Kong, o primeiro museu da marca na Ásia, também fica ali.

Veja também: Roupas, bugigangas e quiromantes nos mercados de rua de Hong Kong

tram de hong kong

Foto: Leungchopan, Shutterstock.com

Como é a visita ao The Peak, em Hong Kong: horários e preços

Eu visitei o local duas vezes, em 2012 e em 2018. E nas duas ocasiões eu fui de ônibus, não de tram. Se na primeira o problema foi dinheiro, já que eu viajava com baixíssimo orçamento, na segunda a escolha se deu pelo tamanho das filas do The Peak Tram. Era Ano Novo chinês e a procura estava gigante.

Por isso, o primeiro passo, caso queira ir de tram, é sair cedo de casa – tente chegar lá até às 9h, principalmente em finais de semana e feriados. O horário de funcionamento, por outro lado, é um facilitador: o tram circula todos os dias, de 7h até meia-noite. As saídas ocorrem a cada 10 minutos. Outra dica importante é ficar de olho na previsão do tempo, já que faz toda a diferença ir ao The Peak num dia de céu claro.

hong kong

Dia nublado em Hong Kong

Uma vez vencida a fila, o funicular leva os turistas até o topo em questão de minutos, por trilhos que têm cerca de 1400 metros. Quem já fez o passeio garante que um dos pontos altos é a ilusão de ótica causada pela inclinação, durante a subida, que faz com que os arranha-céus ao longo do morro pareçam inclinados.

Os tickets do tram custam HK$ 52 (7 USD), ida e volta. Há uma opção mais cara, de 99 HK$ (12 USD), e que inclui ainda a entrada no Sky Terrace 428, um mirante no topo do topo. Francamente, não acho que seja necessário, já que há mirantes gratuitos poucos metros abaixo. Se resolver ir ao Sky Terrace 428, tenha em mente que o local abre às 10h.

hong kong mega cidade

Para chegar ao terminal do tram no pé da montanha, o melhor é pegar o metrô e descer na estação Central (linha Tsuen Wan). Procure pela saída J. A partir deste ponto, basta seguir as placas. A estação do funicular estará a 10 minutos de caminhada, subindo uma pequena ladeira. Quem preferir ir de ônibus, seja por custo, seja pela lotação do tram, deve caminhar até o Exchange Square terminus, de onde parte o ônibus 15; ou até o Central Pier da Star Ferry, onde para o ônibus 15C.

As duas linhas deixam em frente ao The Peak em cerca de 40 minutos, numa rota que também é cênica, e custa HK$ 9 (1,3 USD) cada trecho. Uma vez lá, siga as placas e procure pelos mirantes gratuitos. Mas fique atento, porque a fila para pegar o ônibus também costuma ser grande em finais de semana e feriados, para ir e para voltar, principalmente perto da hora do pôr do sol.

A corrida de táxi leva 20 minutos, mas, todas as vezes que tentei usar essa opção, os preços estavam superfaturados e os motoristas se recusavam a usar o taxímetro – um deles chegou a pedir HK$ 400 (51 USD) para nos trazer de volta para a estação central, depois da visita.

Por fim, eu não fiz, mas vale dizer que há trilhas pela montanha, para os viajantes em forma. Informações sobre isso aqui.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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