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Viagem em família depois de adulta

Não sei se com vocês aconteceu assim, mas quando eu era criança, eu e minha família costumávamos viajar juntos, normalmente de carro, numa aventura que era muito divertida. Mas só até o momento em que eu e minhas irmãs crescemos e passamos a fazer nossas viagens com amigos. Anos depois, agora que já está todo mundo criado, a ideia de viajar junto voltou a ser interessante.

Existem inúmeros blogs falando de viagem em família e a enorme maioria deles foca em viajar com crianças. Por outro lado, não é assim tão fácil encontrar conteúdo sobre viajar com a sua família depois de adulto.

Em dezembro e janeiro do ano passado, eu, minha mãe e irmãs planejamos e colocamos em prática um roteiro de 20 dias pela Europa. Não foi a nossa primeira viagem juntas na fase adulta. Estivemos no Chile, em 2012, quando eu estava terminando a volta ao mundo e as encontrei lá. Mas foi só nessa aventura mais recente que eu planejei de fato uma viagem em família desde a compra das passagens em fevereiro de 2014, antes mesmo de eu ter certeza que estaria morando na Europa na época da viagem.

paris família

Portanto, nada mais justo que eu contar para vocês o que aprendi com esse planejamento.  Afinal, se viajar acompanhado já não é tarefa fácil, o desafio ainda é maior quando se viaja com aquele grupo de pessoas que se conhecesse tão bem e há tanto tempo, que torna mais fácil o surgimento de conflitos e as inúmeras negociações que uma viagem demanda.

1. Sobre o roteiro

Minha irmã queria passar por Paris, minha mãe por Roma. Elas desembarcariam em Londres, mas estavam com medo do frio na cidade. Eu queria conhecer pelo menos um destino diferente. O voo de volta era de Madrid. Muitas vontades para conciliar. Acabamos decidindo por três noites em Londres, cinco noites em Paris, três em Nápoles, cinco em Roma e três em Madrid. Corrido demais para meu gosto, mas foi a melhor forma que conseguimos adequar os desejos de todo mundo.

Viagem em Família

No final, minhas irmãs concordaram que foi corrido. O processo de mudança de cidades é muito cansativo. Tenha isso em mente quando for montar seu roteiro. Essa é uma filosofia que estamos sempre pregando aqui no 360, porque é a mais pura verdade: quanto mais lugares você colocar no roteiro, mais sua viagem vai parecer uma maratona e menos será uma viagem de férias.

2. Sobre o orçamento e a organização

Nossa viagem era a que chamamos de econômica-confortável, ou seja, não ficamos em hostels, comemos ocasionalmente em restaurantes legais, mas pegamos transporte público na maioria das vezes e buscamos economizar na hospedagem e alimentação. Se, por um lado, achei que algumas coisas que fizemos deram muito certo, por outro, há possibilidade de melhorias. Vamos a elas:

– Apartamentos são uma excelente ideia para viajar com a família. Há mais espaço, mais privacidade e também é uma baita economia fazer lanches na cozinha. Os hotéis teoricamente oferecem mais conforto, mas também têm menos espaço e acabam sendo menos agradáveis. Reserve com antecedência, se possível, para garantir bons preços. Localização boa é fundamental.

Leia mais: Como alugar um apartamento pelo Booking

Viagem em Família

– Apesar de eu ainda ser uma advogada da causa do transporte público, quando estamos em família, vale a pena reservar uma grana para o táxi ou aluguel de carro. Sei lá, acho que minha mãe, com três filhas adultas, conquistou o direito de não ter que carregar uma mala escadas e escadas acima pelo metrô de Paris. Sem contar que, dividido pelo número de membros da família, um táxi às vezes sai mais barato que o ônibus ou metrô.

– Conversem bem sobre o orçamento e a divisão das contas. Isso varia para cada família, mas acho que é saudável para todo mundo saber quanto dinheiro vocês terão disponível para viagem e que tipo de gastos podem fazer, além de como vão dividi-los.

3. Sobre os passeios

Uma coisa que funcionou bem nessa viagem foi a minha velha política de que “ninguém nasceu grudado”. Por exemplo, eu queria ir ao D’Orsay e elas queriam ir ao Louvre. Cada qual foi para seu lado e nos encontramos mais tarde para o lanche. Claro, nem sempre isso é possível, mas tentem adequar as atividades de forma que sejam atrativas para todos. Lembre-se que mesmo que você esteja acostumado a andar 15 km por dia, talvez seus pais precisem de mais tempo de descanso. Ou contrário!

Não deixe de ler: como minha mãe e irmã ficaram presas no cemitério, na noite do Ano-Novo.

Eu sei que tem gente que tem parentes que gostam de planejar o roteiro milimetricamente, ou pais/irmãos que se ofendem se vocês se separarem. Por isso, é bom combinarem as coisas antes. Também é bem comum que uma pessoa acabe sendo a responsável pela organização dos passeios. Nenhuma surpresa, que eu, a blogueira de viagem, me tornei essa pessoa. E não vou mentir que é uma posição bem chata. Por isso, fica aqui minha sugestão, conversem entre si, troquem ideias sobre o que querem fazer antes para não sobrecarregar alguém ou se sentir o tempo inteiro numa visita guiada.

4. Compromisso com a diversão

Essa é a melhor dica que eu posso dar. Antes de ir, eu fiz um exercício real de mentalização (nem sei se existe essa palavra, haha) de que eu não ia brigar ou me estressar. Que eu estava ali para me divertir com a minha família e que eu iria fazer todo o esforço do mundo para ser paciente e aproveitar a presença delas. Eu acho que é muito fácil a gente se esquecer de ser cortês com quem temos muita intimidade. Nós já conhecemos os defeitos uns dos outros desde que nascemos e por isso nos irritamos muuuuuito mais rápido.

Viagem em Família

Mas se tem uma coisa que viajar sozinha e morar longe me ensinou, foi apreciar os momentos que podemos dividir com quem amamos. Então, respire fundo e lembre-se de que essa é uma viagem de família e a aprecie como tal. Te garanto que vai melhorar 90% da sua experiência.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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9 comentários sobre o texto “Viagem em família depois de adulta

  1. Oi Luiza!!
    Adorei a matéria,sempre viajo em família.
    Eu e minha filha de 22 anos, já fomos a Londres, Paris,Barcelona,Madri, Lisboa, Itália,Turkia e 2 vezes na Grécia. Com meus pais as viagens são pelo nordeste brasileiro. É um momento único, onde podemos descontrair, sem as cobranças que existe no dia a dia.

  2. O Blog de vocês me inspira! Esse post tem muito a ver comigo, mas basicamente porque 90% das minhas viagens são em família, mesmo depois de adulta. Ainda não sou casada embora tenha um namorado há 7 anos, e na verdade nossa vida está se ajeitando agora. Então, até então, fui conhecer muitos lugares com meus pais, o que foi maravilhoso!

    também falo um pouco sobre as minhas experiências e algumas dicas, se vocês quiserem conhecer seria uma honra: http://www.trackingtrip.com.br

  3. Luiza que legal esse post. Sempre viajei em familia, amigos e tals, mas agora no meio desse ano faremos nossa primeira viagem para a Europa os quatros juntos, eu, meu irmao, minha mãe e meu pai. A ideia da viagem é o economico confortavel tambem, buscando economizar o máximo e aproveitar o máximo também. Já combinamos todos de fazer o preparo psicologico, todo dia ao acordar “Estamos de férias, na Europa, não irei me estressar” para não correr o risco. Adorei ver uma postagem nesse sentido, já que sinto falta de encontrar blogs que falem sobre esse tipo de viagem em familia, e não só com crianças e em Abril do ano que vem já estamos programando uma volta pelos EUA, vamos ver se tudo vai correr bem nessa para ficarmos mais animados para a proxima.

  4. Participaste um pouquinho da minha última viagem em família! Controlar o estresse com aqueles mais íntimos é um belo exercício… Eu e minha irmã não temos gostos assim tão parecidos, mas com meus sobrinhos a afinidade é maior.
    Beijinhos.

  5. Ótimas dicas Luiza! No meu blog a maioria das viagens que conto, eu fiz com meus pais já adulta (e tb sendo a responsável por planejamento dos dias e afins): Londres, Amsterdã, Nova York, Ilha de Páscoa, Paris, Portugal, Buenos Aires, Santiago etc. No meu caso, não viajei muito com amigos para fora do Brasil porque as datas/grana disponível/vontades nunca batem! rs Essa é a maior vantagem de viajar com meus pais – eu sei que em 80% dos casos, nós queremos visitar as mesmas atrações, não queremos perder tempo dormindo, nunca que vamos pro outro lado do mundo só pra tirar uma foto em frente a um monumento X e depois correr para o próximo, sem entrar e sem curtir a cidade. São estilos de viagem – o meu é diferente do da maioria das pessoas e muito parecido com dos meus pais e portanto sempre considerei que eles são uma super companhia de viagem.

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