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A História Real dos Vikings, no Museu Nacional da Dinamarca

Nesse texto você descobre a real história dos Vikings, os legendários povos escandinavos que pilharam e invadiram boa parte da Europa. E também contamos como é a visita ao Museu Nacional da Dinamarca em Copenhague, que tem centenas de artefatos e narrativas vikings que contam a história real por trás de personagens da ficção como Ragnar Lothbrok (série Vikings) e Utred (The Last Kingdom).

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Como é o Museu Nacional da Dinamarca, em Copenhague

Se você está interessado em saber mais sobre as histórias da era viking, o Museu Nacional da Dinamarca, em Copenhague, é um passeio imperdível.

A exposição permanente do museu trata da história dos povos escandinavos desde a pré-história até os dias de hoje, com grande destaque para a Era Viking, sem dúvida a mais curiosa e popularmente retratada em obras de ficção.

São milhares de artefatos bem preservados: de elmos e taças em metal a escudos, armas e até um navio viking de madeira. Muitos totens detalhando a história de forma bastante didática e interessante (praticamente todo o texto abaixo foi escrito com base nas informações do Museu!).

the golden horns na exposicao do museu nacional da dinamarca

Na área Viking do museu também conta com a exposição multimídia cinematográfica The Raid, que conta a história de Bjor Ironside e sua frota de ataque numa tentativa de assalto a Roma – mais abaixo no texto conto mais sobre essa história.

Quanto custa a entrada do Museu Nacional da Dinamarca

A entrada do museu custa 120 coroas dinamarquesas (mais ou menos 16 euros). Dá para comprar o ingresso com antecedência pela internet, o que é uma boa ideia se você for na alta temporada e quiser evitar filas.

Outra opção é adquirir o cartão de turismo oficial da cidade, o Copenhagen Card-Discover. O passe é válido de 24 a 120 horas e inclui praticamente todas as principais atrações da cidade, incluindo o Museu – além de acesso ilimitado ao transporte público.

Se seu plano inclui não só o museu, mas passeio de barco, castelos, museus ou os jardins Tivoli, o Card Discover é uma boa economia.

Informações práticas sobre a visita ao Museu Nacional em Copenhague

O Museu Nacional fica no centro de Copenhague, pertinho do Tivolli Gardens e da Rådhuspladsen, a praça principal da cidade.

Os horários de funcionamento variam ao longo do ano, então fique atento ao site oficial quando for planejar a viagem.

  • De junho a setembro abre todos os dias, das 10h as 18h.
  • De outubro a maio, abre de terça a domingo, das 10h às 17h.
  • Nesse período de inverno, o museu fecha nas segundas-feiras, mas tem algumas excessões. Confira antes de ir.

A História Real dos Vikings na Escandinávia

Originalmente, os povos da região que hoje formam a Dinamarca, Noruega e Suécia eram pescadores, fazendeiros, artesãos e comerciantes. Há referências históricas de atividades de comércio desse povo com Constantinopla e até que eles conseguiram chegar ao Canadá. 

Porém, em algum momento no século 8, os escadinavos decidiram sair aos mares com intenções mais nefastas do que trocas comerciais. 

“A palavra viking já era usada durante o período. As pessoas poderiam ser um vikingr – um pirata ou saqueador, ou ser um viking durante um ataque. Os dois significados da palavra podem ser encontrados em runas de pedras na Dinamarca e Suécia”, explica um totem no Museu Nacional da Dinamarca. 

historia dos ataques vikings museu nacional em copenhague

O início da Era Viking: assalto a Abadia de Lindisfarne

O primeiro assalto documentado, que registra o início da Era Viking, foi à Abadia de Lindisfarne, na região da Northumbria, hoje norte da Inglaterra. Os monges foram mortos, jogados ao mar ou levados como escravos, junto com as riquezas da igreja. 

O cronista Alcuin de York escreveu: “Nunca antes na Bretanha tamanho terror existiu”. 

“Os ataques e conquistas vikings na Europa foram devastadores. As perdas não estavam limitadas ao vandalismo das propriedades e saques. À medida que os exércitos vikings continuavam a crescer, eles tomavam comida e outros suprimentos de fazendeiros locais, que muitas vezes eram deixados para morrer de fome.”

Segundo o Museu, os navios vikings, também conhecidos como drakar, de formato longo e afinado, eram tecnicamente avançados para a época. Isso permitia que os guerreiros fizessem investidas rápidas e violentas às costas de mares e rios indefesos.

estrutura de um navio viking

Os motivos que levaram os vikings pelos mares fazendo assaltos piratas, de pequenos mosteiros a grandes cidades como Paris e Londres, é estudado até hoje. 

Na revista Science há um artigo com possíveis explicações que vão da necessidade de capturar novos escravos – chamados de thrall, eram base da economia escandinava – ou a busca por esposas, uma vez que a poligamia fazia com que apenas nobres tivessem acesso às mulheres desejáveis para o casamento. 

Danelaw: da pirataria à conquista de territórios

Na segunda metade do século 9, os ataques aos reinos saxões (hoje ingleses) mudaram de perfil. Vastos exércitos vikings simplesmente ficaram na ilha britânica durante o inverno. Na base de muitas guerras, conquistaram parte do território, áreas que passaram a ser chamadas de Danelaw. 

A população de Danelaw chegou a cerca de 35 mil escandinavos. Segundo o Museu Nacional da Dinamarca: “isso resultou numa mistura cultural que teve impacto significativo no inglês antigo. Diversos nomes de lugares na Inglaterra têm raízes escandinavas e cerca de 600 a 900 palavras modernas do inglês são baseadas na Escandinávia: husband, ugly, law e outlaw são algumas delas.”

copenhague artefatos vikings em exposição em copenhague

Essas trocas culturais também afetaram os povos vikings, que inicialmente eram chamados de pagãos por seus costumes e rituais de adoração a deuses e espíritos. Porém, a força do cristianismo foi, pouco a pouco, avançando sobre esses povos.

Harald Bluetooth e o cristianismo entre os vikings

A consolidação da religião cristã entre os escandinavos se deu com a conversão de um de seus reis, Harald Bluetooth. Sim, o mesmo rei que inspirou o nome da tecnologia wireless. 

Reza a lenda que o rei foi convencido por um milagre. A verdade, explica o Museu, é que a aceitação do crisitanismo por Harald foi estratégica. A nova fé lhe garantia o futuro do reino.

É que para que os reis dinamarqueses fossem considerados iguais aos outros líderes europeus, eles precisavam da benção e apoio da poderosa Igreja, que já tinha forte presença no território.  

imagens de reis vikings museu dinamarca

O auge do poder dos reis vikings veio com Cnut, o Grande, no final dos anos 1020. Ele conseguiu formar um império que incluía Inglaterra, Dinamarca, Noruega e partes da Suécia. Consolidou seu poder ao não só tomar as terras britânicas, mas se casar com a viúva do rei inglês, Emma da Normandia. (A história de Cnut é retratada na série da Netflix, Vikings: Valhala) 

Como foi o fim da Era Viking

Com os governantes escandinavos entrando no jogo de poder europeu e o avanço da religião católica sobre as populações, o fim da era viking estava próximo. Ele foi marcado, oficialmente, com a conquista da Inglaterra pelos povos Normandos, em 1066.

Importante dizer que a Normandia era povoada e governada por descendentes de vikings que haviam tomado a região no Norte da França séculos antes. 

Apesar do tamanho domínio e da grande influência que tiveram em toda a Europa, Ásia e África, segundo o Museu Nacional da Dinamarca, os vikings nunca conseguiram chegar perto de atacar os tesouros de Roma.

The Raid: como os vikings nunca chegaram à Roma

Em meados dos anos 850, Björn Járnside e Hastein, dois guerreiros vikings, partiram da Escandinávia com uma grande frota de mais de 70 navios em direção ao Mediterrâneo. O objetivo era saquear e pilhar ao longo do caminho, até chegar àquela cidade que consideravam seu maior prêmio: Roma. 

As pilhagens ocorreram por territórios que correspondem hoje a países diversos: França, Portugal, Espanha, Marrocos e até Sicília, na Itália. Ao verem uma bela cidade fortificada com muros de mármore na costa italiana, acreditaram finalmente ter chegado à legendária cidade de César. 

Apesar de todos os caminhos levarem a Roma, não foi esse o caso. Os muros eram de Luni, uma cidade a 400 km ao norte da hoje capital da Itália. Luni sofreu com um cerco e pilhagem. Reza a lenda que quando Hastein descobriu que estava no local errado, foi tomado por uma fúria e ordenou que a cidade fosse queimada. 

O azar do grupo não terminou com esse erro. Ao tentarem retornar para casa, foram surpreendidos com um ataque no estreito de Gibraltar. Eram as forças muçulmanas, que na época dominavam todo o sul da Península Ibérica e queriam vingança pelas pilhagens que haviam sofrido na Andaluzia. 

Usaram catapultas com uma substância chamada Fogo Grego, que queimava na superfície da água. Menos de 20 barcos sobreviveram à investida, centenas de vikings morreram e boa parte dos tesouros capturados durante a campanha foi perdido. 

historia dos vikings runas antigas

Essa história, baseada em crônicas escandinavas, é contada de forma ficcional no Museu Nacional da Dinamarca, em Copenhague, na exposição interativa “The Raid”, que está incluída no ingresso do museu. Clique aqui para comprar seu ingresso com antecedência.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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