O que fazer em Chicago: guia completo + roteiro de 4 dias

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Chicago me pegou desprevenida e acabou se tornando minha cidade favorita nos Estados Unidos. Eu cheguei esperando arranha-céus, deep dish pizza e chuva (porque, né… Chicago). Mas encontrei muito mais: uma cidade animada, musical e artística, cheia de bairros interessantes e um lago tão azul que parece até exagero.

Neste post, eu reuni tudo o que descobri por lá: o que fazer, onde comer, os bairros mais interessantes e um roteiro completinho para você aproveitar a cidade no seu melhor. Se Chicago já estava no seu radar, prepare-se para se apaixonar um pouquinho mais. E se não estava… bem, talvez este texto mude isso.

Índice do Conteúdo

Por que visitar Chicago: entendendo a cidade

Chicago CityPASS: o passe que realmente vale a pena

Se você pretende visitar vários pontos turísticos de Chicago, o Chicago CityPASS é uma mão na roda e uma ótima economia.

Com ele, você tem acesso a cinco das atrações mais famosas da cidade (como o Skydeck, o Field Museum, o Shedd Aquarium e outros), pagando bem menos do que pagaria comprando ingresso avulso.

Além do desconto, o passe ainda oferece entrada prioritária em vários lugares, o que significa pular filas enormes e aproveitar melhor o tempo de viagem.

Para quem quer ver o melhor de Chicago sem correria, é um investimento que compensa demais. Você pode comprar o seu aqui: Chicago CityPASS.

Algumas atrações que valem a pena reserva com antecedência em Chicago:

Caso você opte por não comprar o CityPass, essas são algumas atrações avulsas que vale a pena comprar antecipadamente:

Onde ficar em Chicago: melhores bairros

Escolha o bairro de acordo com o seu estilo:

Principais atrações de Chicago (o essencial na cidade)

Tá com pouco tempo? Que tal conhecer Chicago com um free walking tour pelos principais pontos turísticos da cidade?

Outra boa ideia é fazer um free walking tour pela história da máfia em Chicago.

Quer conhecer Chicago de um jeito diferente? Que tal um passeio de helicóptero pela cidade?

1. Millennium Park e “The Bean”

Nenhum roteiro por Chicago começa de outro jeito: o Millennium Park é principal cartão-postal da cidade, aquele ponto turístico que todo mundo reconhece. Inaugurado em 2004 sobre uma antiga linha de trem, ele virou símbolo da transformação urbana de Chicago: um espaço público que mistura arte, natureza e arquitetura.

The bean, no Millennium Park, em Chicago

No centro do parque está a escultura mais fotografada de Chicago: a Cloud Gate, carinhosamente apelidada de The Bean. Criada pelo artista britânico Anish Kapoor, ela reflete o skyline e o movimento das pessoas de um jeito divertido. É um grão reluzente gigante onde todo mundo se vê distorcido e multiplicado. O mais curioso é que, mesmo lotada, a obra nunca perde seu encanto. Basta dar a volta por baixo da estrutura para ver o céu e os prédios se encontrando em reflexos infinitos.

Além do “feijão”, o parque é cheio de surpresas. A Crown Fountains, duas torres de vidro que projetam rostos de moradores de Chicago e jatos d’água que brotam das bocas nas telas, é um dos lugares mais divertidos (e refrescantes) da cidade no verão. Crianças e adultos se misturam ali, rindo e se molhando no calor.

Durante os meses quentes, o Jay Pritzker Pavilion, projetado por Frank Gehry, recebe shows e concertos gratuitos ao ar livre, de orquestras sinfônicas a bandas de jazz. Levar uma toalha, sentar na grama e assistir ao pôr do sol com música ao vivo é uma das experiências mais simples e inesquecíveis que Chicago oferece.

2. Art Institute of Chicago

O Art Institute of Chicago é daqueles museus que deixam qualquer um sem fôlego. E não é exagero. Ele está sempre entre os melhores dos EUA e reúne uma das coleções de arte mais impressionantes do país.

Chicago Art Insitute

Por ali você encontra de tudo um pouco: as cores delicadas dos Nenúfares de Monet, a intensidade de Van Gogh, o icônico “American Gothic” de Grant Wood, além de salas inteiras dedicadas a arte africana, asiática, indígena, fotografia e arte contemporânea.

O acervo é tão grande que você facilmente passa horas vagando entre galerias que parecem mudar de clima e época a cada sala. Do impressionismo à pop art, da escultura clássica à instalação multimídia, o museu é uma viagem ao redor do mundo sem sair de Chicago.

Um detalhe que pouca gente comenta: o museu também é lindo por dentro. A mistura de arquitetura histórica com espaços modernos cria um clima que deixa a visita leve, mesmo sendo um museu enorme.

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3. Mais museus para visitar em Chicago

Além to Art Institute, Chicago tem outros dois grandes museus que valem a visita (e estão inclusos no CityPass).

• Field Museum of Natural History

O Field Museum of Natural History (FMNH) é uma parada obrigatória em Chicago para quem se encanta com a vastidão do mundo natural. Lá dentro você encontra desde fósseis gigantescos, como o famoso T. rex “Sue”, até coleções de culturas humanas, animais, metais preciosos e ambientes inteiros recriados para mergulhar na história da Terra.

A localização no Museum Campus, pertinho do lago. Reserve algumas horas porque a coleção é gigantesca. E, se o tempo permitir, puxe até o fim do dia para ver o prédio iluminado junto ao lago.

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• Kenneth C. Griffin Museum of Science and Industry

Já o Kenneth C. Griffin Museum of Science and Industry (antigo MSI) oferece uma experiência interativa e divertida, ideal para quem gosta de sacar a ciência “em ação” em vez de só olhar vitrines.

Você pode explorar uma réplica de mina de carvão, subir em rodas-gigantes, ver submarinos históricos, participar de experimentos e sentir parte de um mundo que mistura tecnologia, passado e futuro.

O prédio em si, construído para a Exposição Universal de 1893, já é um espetáculo de arquitetura e história. Se você viaja com tempo, vale muito encaixar, especialmente se estiver com crianças.

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3. Passeio de barco pela arquitetura

Se tem uma experiência que explica Chicago de um jeito que nenhum museu consegue, é o passeio de barco pelo rio. O tour de arquitetura é um clássico absoluto e, sinceramente, um dos passeios mais legais da cidade. É ali, entre os arranha-céus, que você entende como a cidade virou referência mundial em design urbano.

Passeio de barco pela arquitetura de Chicago

O barco corta o Chicago River enquanto o guia conta como a cidade renasceu após o incêndio de 1871 e virou um laboratório de arquitetos que mudaram o jeito como construímos edifícios. Você verá, de outra perspectiva, alguns dos prédios mais icônicos da cidade: o neogótico do Tribune Tower, o modernismo elegante das torres Marina City e os reflexos futuristas do Aqua Tower.

Dica: vá nos horários de luz mais bonita, em especial na proximidade do por do sol. É um daqueles passeios que você termina pensando: “ok, agora eu entendi Chicago”.

Você pode reservar seu passeio de barco antecipadamente por aqui.

O passeio de barco pela arquitetura é uma das atrações que fazem parte do Chicago CityPass. Saiba mais aqui!

4. Skydeck vs 360 Chicago: qual mirante escolher?

Chicago tem dois mirantes famosos, o Skydeck e o 360 Chicago, e cada um oferece uma experiência bem diferente. A escolha vai muito mais do seu estilo de viagem do que de qual é “melhor”.

➡️ Ingresso para o Skydeck (Willys Tower)

➡️ Ingresso para o 360 Chicago

Skydeck (Willis Tower): a vista mais alta e a mais clássica

Localizado na antiga Sears Tower (hoje Willis Tower), o Skydeck é o mirante mais alto da cidade e também o mais famoso. É aqui que fica o The Ledge, aqueles cubos de vidro que saem do prédio e deixam você literalmente suspenso sobre Chicago, com o chão transparente sob os pés. A vantagem é que a entrada para essa atração está inclusa no ingresso.

A vista do Skydeck é imensa, plana, quase infinita, você enxerga o grid urbano perfeito se estendendo até onde a vista alcança. É o tipo de mirante que impressiona pelo impacto e você entende estar realmente no alto de um dos prédios mais icônicos do mundo.

Skydeck chão de vidro Chicago
Skydeck durante o dia
skydeck de Chicago a noite
Skydeck à noite, durante o jantar com deep dish pizza

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O Skydeck é uma das atrações que fazem parte do Chicago CityPass. Saiba mais aqui!

Quer uma experiência diferente? Que tal um jantar com deep dish pizza no cubo de vidro do Skydeck? Você vai poder provar uma das iguarias da cidade enquanto vê a cidade adormecer aos seus pés.

360 Chicago (John Hancock Center): vista mais bonita do Lago Michigan

No 360 Chicago, no topo do John Hancock Center, a vista é mais cênica e, sinceramente, mais fotogênica. Você vê o Lago Michigan azul-turquesa se encontrando com a cidade, os prédios da Gold Coast alinhados na beira da água e a curva perfeita da Lake Shore Drive.

Aqui também fica o TILT, uma estrutura de vidro que inclina você para fora do prédio, menos vertiginosa que o Ledge, mas ainda divertida. Porém, o ingresso para essa atração é pago à parte.

As filas costumam ser menores e o ambiente é mais tranquilo.

Garanta aqui seu ingresso para o 360 Chicago e evite filas!

vista do 360chicago

Combina com:

Afinal, qual escolher?

Se tiver tempo (e orçamento), vale fazer os dois, as vistas são diferentes o suficiente para não parecer repetição. Chicago merece.

5. Navy Pier e o Lago Michigan

O Navy Pier foi projetado originalmente como um cais industrial, ele se transformou num dos pontos mais animados da cidade, um calçadão gigante que avança sobre o Lago Michigan, cheio de música e movimento.

Navy Pier e Lago Michicagan, Chicago

A atração mais famosa é a Centennial Wheel (ingressos aqui!), a roda-gigante de 60 metros que oferece uma das vistas mais lindas do skyline. É o tipo de passeio que funciona a qualquer hora, mas ao pôr do sol o lago fica dourado e a cidade acende lentamente atrás de você, cena de filme garantida.

Além disso, o Navy Pier reúne restaurantes, bares, sorveterias, apresentações ao vivo, artistas de rua e um fluxo constante de eventos sazonais: festivais de verão, fogos de artifício às quartas e sábados, cinemas ao ar livre e feiras gastronômicas. Mesmo que você não fique muito tempo por ali, uma passadinha vale a pena para sentir o clima.

Mas o melhor do Navy Pier é que ele serve como porta de entrada para explorar o Lago Michigan. As trilhas à beira d’água, tanto para caminhar quanto pedalar, revelam um lado mais leve e inesperado de Chicago: praias urbanas de areia clara, parques verdes e veleiros cruzando o horizonte.

O lago é tão grande que parece o mar. No verão, a cidade inteira migra para o litoral improvisado, e é fácil entender por quê: Chicago vira quase uma cidade praiana, cheia de vida, calor e gente sorrindo.

Dica: comece o dia caminhando da Ohio Street Beach até o Navy Pier, é um dos trechos mais bonitos da Lakefront Trail.

6. Tour ao pôr do sol com o ônibus Hop On Hop Off

Eu normalmente não faço esse tipo de passeio, mas aprendi muito sobre a arquitetura e o tour ao pôr do sol com o ônibus Hop On Hop Off. De quebra, ainda apreciei uma bela vista da cidade.

Essa é uma boa maneira de conhecer os principais pontos do centro sem se preocupar com metrô, mapa ou tempo de deslocamento.

O trajeto passa pelos pontos mais icônicos da cidade: o Millennium Park, o Skydeck, o Navy Pier, o Museum Campus, a Michigan Avenue, e vários trechos do centro onde a arquitetura ganha uma nova cor ao fim do dia.

Tente conseguir um lugar no andar de cima parar viver a experiência com o vento batendo no rosto e o barulho da cidade lá embaixo. O guia conta curiosidades, histórias da cidade, detalhes sobre os prédios e até causos engraçadinhos que você não saberia de outra forma.

Reserve seu passeio aqui

Prédios no centro de Chicago
Prédios no centro de Chicago
Millenial Park, em Chicago

Bairros de Chicago que valem o passeio

1. Pilsen: arte de rua e cultura mexicana

Localizado no West Side, o bairro de Pilsen carrega uma energia animada, colorida e profundamente comunitária, um pedaço vivo da cultura mexicana em Chicago.

Ali, a arte de rua é onipresente. Os murais de Pilsen contam histórias de resistência, migração, identidade latina e memória coletiva. São obras enormes, riquíssimas em detalhes, que transformam fachadas inteiras em narrativas visuais, em especial na 18th Street.

Além da arte urbana, Pilsen também abriga o National Museum of Mexican Art, um dos museus mais importantes da diáspora mexicana, com exposições que vão de arte tradicional a instalações contemporâneas poderosas. A entrada é gratuita e vale cada minuto.

E, claro, há a comida. O bairro é um paraíso para quem ama tacos, tamales, birria, churros e pan dulce. Pequenos restaurantes familiares dividem espaço com cafés, galerias independentes, brechós e estúdios de artistas.

Hoje em dia, Pilsen enfrenta pressões de gentrificação e mudanças rápidas, mas segue lutando para preservar sua história e sua força comunitária. E é exatamente esse contraste que o torna tão especial: a arte, a comida, o ativismo e a identidade latina convivem ali como se fossem partes de um mesmo mural gigante.

Se estiver calor, dê uma passada na tradicional La Michoacana Premium (1852 W 18th St.), uma sorveteria mexicana do bairro. E para quem prefere se refrescar com uma cervejinha, a Alulu Brewery & Pub (2011 S Laflin St.) tem ótimos rótulos artesanais.

Dica esperta: vá num fim de tarde, explore a 18th Street sem pressa e termine comendo em um restaurante de família. Pilsen é um daqueles lugares que lembram a gente de que cidade boa é cidade com alma.

2. Chinatown: autêntica e cheia de bons restaurantes

Chicago tem uma das Chinatowns mais legais dos EUA, e ela fica a poucos minutos do centro, mas parece outro mundo assim que você passa pelo portão vermelho da Wentworth Avenue. Lanternas penduradas, lojas tradicionais, mercearias cheias de temperos e embalagens coloridas, panfletos em mandarim… tudo ali pulsa autenticidade.

Chinatown, Chicago

O melhor de tudo? A comida. Restaurantes familiares servem pratos que vão muito além do “chinês-americano” dos filmes. Aqui você encontra dim sum fresquinho, macarrões puxados à mão, pato laqueado, hot pot, chás artesanais e sobremesas asiáticas.

A Chinatown Square, uma praça ampla cercada por leões de pedra e estátuas dos signos do horóscopo chinês, é um ótimo ponto de partida. Dali, vá caminhando sem pressa: entre em lojas de chá, experimente pães assados no vapor, procure doces asiáticos diferentes e explore os pequenos mercados.

Dica esperta: Em Chinatown fica um parque pouco conhecido dos turistas, o Ping Tom Park. Se você caminhar até o final terá uma vista linda (e quase exclusiva) do skyline da cidade. (É o parque da foto)

3. Bronzeville: berço do blues e do ativismo negro

A cultura afro-americana é fundadora da identidade de Chicago. Durante a Grande Migração, quando milhares de pessoas negras do sul dos EUA se mudaram para o norte em busca de liberdade e oportunidades, foi em Bronzerville que muitas delas encontraram um novo começo. E foi ali que nasceram movimentos artísticos, políticos e comunitários que moldaram a cidade inteira.

O bairro ficou conhecido como a “Black Metropolis”, lar de intelectuais, músicos, escritores, jornalistas e ativistas. As ruas que hoje você percorre foram palco do surgimento do blues elétrico, que ecoou dos bares e clubes locais antes de conquistar o mundo.

Além da música, Bronzeville também foi um centro de resistência e organização política. Movimentos pelos direitos civis, jornais negros, cooperativas comunitárias e casas de artistas transformaram o bairro num espaço de voz e pertencimento.

Hoje, Bronzeville vive um renascimento cultural. Murais contam histórias de líderes negros, cafés e galerias independentes ocupam prédios históricos, e projetos locais mantêm viva a memória do bairro.

4. Logan Square e Wicker Park: cafés, brechós e vida criativa

Se Chicago tivesse um bairro feito sob medida para quem ama cultura independente, cafés autorais e aquela estética meio vintage-meio moderna, seriam esses dois: Logan Square e Wicker Park. Eles são vizinhos, conectados pela linha azul do metrô, e carregam uma atmosfera jovem, artística e cheia de personalidade, o tipo de lugar onde você se sente caminhando por um filme indie.

Em Logan Square, as ruas largas, arborizadas e cheias de casas antigas contrastam com cafeterias minimalistas, galerias de arte e restaurantes dignos de revista. É o bairro perfeito para começar o dia com um latte, trabalhar algumas horas num café, explorar lojinhas independentes ou simplesmente observar o movimento na Milwaukee Avenue.

Já Wicker Park é conhecido pelos brechós incríveis e pelas lojas de designers locais, é um paraíso para quem gosta de garimpar roupas diferentes ou descobrir marcas pequenas com muito estilo. A cena musical também é forte: casas de show, bares com bandas ao vivo e discos de vinil por todos os lados. Tudo isso misturado com grafites, restaurantes descolados e um público que parece estar sempre experimentando algo novo.

Dica: vá em um domingo. Comece com brunch em Logan Square, garimpe brechós em Wicker Park e finalize o dia com um show ou um drink em algum bar escondido. É Chicago pela perspectiva dos locais.

5. Andersonville e Uptown: influência escandinava e bares históricos

Andersonville e Uptown formam uma dupla de bairros que revelam um lado mais íntimo e inesperado de Chicago, um pedaço da cidade onde tradição, diversidade e boemia caminham juntas.

Andersonville tem raízes na imigração escandinava, especialmente sueca. Basta andar pela Clark Street para perceber: bandeirinhas azul-amarelas, padarias com cardamio buns, lojinhas de design nórdico, lojas de antiguidades e um clima acolhedor que parece de cidade pequena.

O bairro valoriza muito o comércio local, então os cafés, livrarias independentes, restaurantes e mercados, têm aquele toque artesanal e feito à mão. É o tipo de lugar onde você entra “só pra ver” e sai com um pão de cardamomo ou uma peça de cerâmica que você nem sabia que queria.

Uptown, logo ao sul, já tem outro ritmo. É um bairro histórico da boemia de Chicago, com teatros antigos, fachadas art déco e casas de show que ajudaram a marcar a cena musical da cidade. Foi aqui que grandes nomes do jazz e do blues tocaram nas décadas passadas, e essa atmosfera ainda vive nas ruas iluminadas por letreiros vintage.

O encontro dos dois bairros cria uma mistura deliciosa: de um lado, a herança escandinava e o clima tranquilo de Andersonville; do outro, a vibração noturna de Uptown, com bares históricos, casas de jazz e salas de teatro que parecem cápsulas do tempo.

Dica esperta: faça um passeio fim de tarde e começo de noite. Explore lojas e cafés em Andersonville, jante por ali e depois siga para Uptown para assistir a um show no Riviera Theatre ou terminar a noite em um bar clássico. É uma das combinações mais charmosas e menos turísticas de Chicago.

Natureza e vida ao ar livre em Chicago e arredores

1. Caminhar pelo Chicago Riverwalk

O Chicago Riverwalk é um dos lugares mais gostosos da cidade. Ele acompanha a margem do Chicago River com uma sequência de passarelas, escadarias, cafés, bares e pequenos decks onde as pessoas se sentam para conversar, ler e tomar sol.

Riverwalk em Chicago

O Riverwalk também tem vários pontos interessantes para parar: murais, escadarias amplas que viram pequenas “praias” urbanas, áreas com bancos de madeira, píeres onde você pode sentar com o pé quase tocando a água e até trechos dedicados a arte pública e história da cidade.

No verão, o Riverwalk ganha vida extra: bares flutuantes abrem, músicos de rua aparecem, caiaques saem para o rio e o pôr do sol deixa tudo com tons dourados que parecem cenário de filme. É um dos melhores lugares para sentir o clima leve e vibrante que Chicago assume quando faz calor.

Dica: faça o trajeto no fim da tarde e vá seguindo o rio até onde ele encontra o Lago Michigan. É um passeio simples, mas que entrega aquele tipo de beleza urbana que Chicago faz como poucas cidades no mundo.

2. Parques e praias urbanas do Lago Michigan

O Lago Michigan é tão grande que parece mar. E, no verão, ele quase vira mar mesmo: o lugar se transforma em uma praia urbana, onde moradores e turistas se espalham entre areia, grama, ciclovias e píeres para aproveitar qualquer raio de sol.

As praias urbanas são um dos grandes segredos de Chicago.

3. Alugar bike na The 606 Trail

A The 606 Trail é uma antiga linha de trem elevada que foi revitalizada e transformada numa trilha verde suspensa, conectando vários bairros do noroeste da cidade. Pedalar por ali é como atravessar Chicago por um caminho paralelo, mais calmo, cheio de árvores, arte urbana e aquela sensação deliciosa de estar vendo a cidade por um ângulo que só os locais conhecem.

O trajeto tem cerca de 4,8 km e passa por bairros como Bucktown, Wicker Park, Humboldt Park e Logan Square, cada um com sua própria personalidade. Enquanto você pedala, surgem murais, parques, áreas de descanso, mirantes urbanos e trechos onde o verde forma quase um túnel, um contraste super bonito com o horizonte de prédios ao longe.

Alugar uma bike ali é fácil: as estações da Divvy, o sistema de bicicletas compartilhadas de Chicago, ficam espalhadas por toda a região. É só baixar o app, destravar uma bike e subir para a trilha por uma das rampas ou escadarias de acesso.

4. Pôr do sol no Adler Planetarium ou no Navy Pier

Chicago leva o pôr do sol a sério, e dois lugares da cidade entregam esse espetáculo de um jeito completamente diferente, mas igualmente inesquecível: o Adler Planetarium e o Navy Pier.

O prédio do Adler Planetarium fica numa pequena península avançando sobre o Lago Michigan, criando uma das vistas mais bonitas do skyline. Leve uma toalha, sente na grama e aproveite, esse é um dos lugares favoritos dos próprios moradores.

Já no Navy Pier, o clima é outro: mais animado, cheio de gente, música, barcos passando e uma energia de festa que não acaba nunca. Ver o sol cair dali é um combo perfeito: o lago ganhando tons rosados, as luzes da cidade acendendo aos poucos e, se você der sorte, até fogos de artifício em noites de verão. A roda-gigante da Centennial Wheel deixa a cena ainda mais bonita.

Dica:

Nos dois casos, é impossível errar. Chicago sabe se despedir do dia como poucas cidades.

O Adler Planetarium é uma das atrações que fazem parte do Chicago CityPass. Saiba mais aqui!

O que e onde comer e beber em Chicago

A gastronomia de Chicago é uma atração à parte e um reflexo da própria história da cidade: imigrantes do mundo todo, comunidades fortes, chefs criativos e uma cena culinária que gosta de ousar.

Quer uma experiência diferente? Que tal um jantar com deep dish pizza no cubo de vidro do Skydeck? Você vai poder provar uma das iguarias da cidade enquanto vê a cidade adormecer aos seus pés.

Vida noturna em Chicago

The green mil chicago

Se você ama histórias secretas, bares escondidos e aquela atmosfera proibida da era de Al Capone, esse tour pelos speakeasies de Chicago é simplesmente imperdível. Você vai conhecer o lado clandestino da cidade com drinks, histórias e paradas em bares históricos que você nunca encontraria sozinho.

Aqui você tem um tour imperdível sobre a história da máfia e sobre os fantasmas que ainda assombram a cidade.

Quer saber mais? Veja nosso post completo sobre o que fazer em Chicago depois do por do sol.

O que fazer em Chicago em de 1 a 4 dias

Se você quer aproveitar Chicago sem pressa, mas também sem perder tempo, aqui vai um roteiro prático com aquele mix perfeito entre pontos clássicos, arte, cultura de bairro e momentos de simplesmente caminhar e sentir a cidade.

Letreros de Chicago a noite

Dia 1: Downtown + Riverwalk (região central)

Tudo aqui dá pra fazer a pé. Dia redondinho, sem transporte, zero stress.

Dia 2: West Side criativo (Pilsen + Chinatown + West Town)

Curto deslocamento usando a Linha Vermelha + Pink Line/Ônibus.

Dia 3: Lago Michigan + Lincoln Park (lado leste/norte)

Dia 4: Andersonville + Uptown + Bronzeville

Informações práticas para uma viagem para Chicago

Chicago é uma cidade muito fácil de explorar: organizada, bem conectada e cheia de bairros que dão vontade de caminhar. Para aproveitar tudo sem stress, aqui vão as informações essenciais:

Como chegar em Chicago

A cidade tem dois aeroportos: o gigante O’Hare (ORD), um dos mais movimentados do mundo, e o Midway (MDW), menor e mais simples. Ambos são conectados ao centro por metrô, o que já facilita muito a vida (e economiza no Uber).

Como se locomover em Chicago

O transporte público de Chicago funciona bem. A rede da CTA (metrô + ônibus) cobre praticamente tudo o que você precisa, especialmente o Loop (centro), o Museum Campus, a região do lago e os bairros criativos. A famosa linha elevada, o L train, que passa por entre os prédios, é uma atração por si só, vale a experiência.

Para trajetos curtos, dá para caminhar bastante. E para quem gosta de bike, a cidade tem ciclovias excelentes e o sistema de bicicletas compartilhadas Divvy.

CityPASS e ingressos

Se você pretende visitar vários museus e mirantes, o Chicago CityPASS pode valer bastante a pena. Ele inclui o Art Institute, Field Museum, Shedd Aquarium, Skydeck e outras atrações, com economia e entrada rápida.

Dicas de segurança

Chicago é segura nas áreas turísticas, especialmente durante o dia, mas é uma cidade grande, e isso sempre pede atenção.

Clima em Chicago

O inverno é duro, com temperaturas negativas e vento que corta. A melhor época para visitar vai de abril a outubro, quando os parques ficam verdes, o lago vira protagonista e a cidade inteira muda de humor.

No fim das contas, Chicago é uma cidade muito acolhedor e cheia de personalidade. Planejando bem a logística, o resto flui naturalmente.

Vale a pena visitar Chicago? Minha opinião sincera

Chicago foi minha cidade favorita dos Estados Unidos, desbancando Los Angeles e Nova York com folga!

O que mais me surpreendeu é como a cidade consegue ser cosmopolita e humana ao mesmo tempo. Os arranha-céus têm um peso histórico real, não são só cenário; os bairros têm identidade forte e histórias que se entrelaçam com movimentos de imigração, música, lutas políticas e criatividade cotidiana.

Chicago é uma cidade que te pega pelas experiências que proporciona: caminhar pelo Riverwalk no fim da tarde, ouvir blues num bar histórico, comer em restaurantes familiares que servem pratos que carregam gerações de memória.

E, mesmo nos momentos mais turísticos, ela nunca perde seu ar autêntico, de cidade que vive para si mesma e não só para os visitantes e consegue resistir ao turismo artificial que muitas vezes domina os Estados Unidos. Isso faz toda a diferença.

FAQ O que fazer em Chicago

1. Quantos dias são ideais para conhecer Chicago?

O ideal são 3 a 4 dias, tempo suficiente para ver os clássicos, explorar alguns bairros e ainda curtir o lago com calma. Se você gosta de museus, jazz e caminhadas urbanas, pode facilmente ficar uma semana sem esgotar a cidade

2. Chicago é uma cidade segura para turistas?

Nas regiões centrais e turísticas — Loop, River North, Museum Campus e área do lago — Chicago é segura e bem policiada. Como em toda cidade grande, evite áreas mais periféricas à noite e use metrô até meia-noite. Depois disso, prefira Uber/Lyft.

3. Qual é a melhor época para visitar Chicago?

De abril a outubro, quando os parques estão verdes, o lago fica azul-turquesa e a cidade ferve de eventos ao ar livre. O inverno é muito rigoroso (e ventoso), então só encare se você realmente gosta de frio.

4. Preciso de carro para me locomover em Chicago?

Não! Chicago é uma das cidades mais fáceis de explorar a pé e de transporte público. O metrô L train leva você à maioria dos lugares importantes, e o sistema de bicicletas Divvy é ótimo para o lago e para trilhas como a The 606.

5. Onde ficar em Chicago?

Se é sua primeira vez, escolha o Loop, River North ou South Loop pela praticidade. Para uma experiência mais descolada e local, Wicker Park e Logan Square são perfeitos.

6. Vale a pena comprar o Chicago CityPASS?

Sim, e muito. Se você pretende visitar mirantes e museus, o Chicago CityPASS reduz bastante o custo e ainda evita filas em atrações como Skydeck, Shedd Aquarium e Field Museum.

7. O que fazer em Chicago à noite?

Assistir jazz no Green Mill, blues no Rosa’s Lounge, comédia no The Second City e encerrar num rooftop como o Cindy’s ou o LondonHouse. Os tours noturnos de arquitetura e de máfia também são incríveis.

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade há mais de 14 anos. Desde 2010, produzo conteúdo sobre turismo cultural e experiências locais ao redor do mundo, com foco em narrativas autorais, sustentabilidade, imersão e o lado B dos destinos visitados. Fundadora do blog de viagens 360meridianos, também compartilho histórias na newsletter Migraciones , no Youtube e no Instagram. Desde 2024, sou Top Voice no Linkedin por meus insights sobre jornalismo, viagens, nomadismo e produção de conteúdo. Meu trabalho já foi destaque em veículos como Viaje na Viagem, TV Brasil, Exame, Correio Brasiliense, O Tempo, JC Online e Rock Content.

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