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A história e as atrações do bairro judeu da Cracóvia, Polônia

A Cracóvia, segunda maior cidade da Polônia, é famosa por sua história relacionada a acontecimentos marcantes da Segunda Guerra Mundial. Alguns desses, inclusive, reinterpretados por livros e filmes como o famoso A lista de Schindler, do Spielberg, e o best seller O Menino do Pijama Listrado, de John Boyne. Dentre esses fatos históricos, sempre nos lembramos daqueles ligados à comunidade judia da cidade, aos seus bairros e aos campos de concentração, que atraem turistas do mundo todo – judeus ou não – em busca de um tipo específico de turismo, o histórico.

É interessante contextualizar: antes da guerra, a Cracóvia era um importante centro acadêmico e cultural na Europa Central. Além disso, lá era uma das cidades que aceitavam judeus, o que criou uma grande população desse povo na cidade. Em outras partes da Europa eles sofriam repúdio e preconceito, mesmo antes da Segunda Guerra – vale lembrar que a perseguição aos judeus sempre existiu no continente.

Um lugar muito visitado por turistas é o Memorial e Museu Auschwitz-Birkenau, que fica próximo à cidade, a cerca de uma hora de carro.  Uma forma conveniente (e relativamente em conta) de visitá-lo é contratando uma empresa de tours, o que custa em torno de 100 reais (com tudo incluso – transporte, entrada e guia). Atualmente, só se pode visitá-lo com um guia, o que torna o passeio bem interessante, pois ele explica minuciosamente como funcionava cada setor das unidades dos campos de concentração, esclarece dúvidas e descreve várias das atrocidades ocorridas em tais lugares.

Mesmo tendo uma história quase impossível de não se conhecer, o mais provável é que você – como eu – saia lá, além de cabisbaixo e horrorizado em função das atrocidades, com uma boa bagagem de novas informações sobre o local e certa mudança na forma de vê-lo. No meu caso, por exemplo, passou a ser mais clara a ideia de que tal campo não era simplesmente uma máquina de matar pessoas, mas sim uma fábrica cuja principal matéria prima eram tais indivíduos e seus pertences.

Auschwitz

Auschwitz

Outro passeio interessante para conhecer a história da cidade é o Jewish Free Walking Tour, que começa todos os dias às 11 da manhã ou às 3 da tarde, em frente a Igreja de Santa Maria (Saint Mary Church) na praça principal da cidade (Main Market Square). Com foco no antigo distrito judeu Kazimierz e no bairro vizinho onde ficava o gueto judeu no período nazista, o tour é uma oportunidade de aprender sobre a presença da tal cultura na cidade e sua evolução ao longo da história: calcula-se, por exemplo, que na década de 1930, 25% da população da Cracóvia era judia.

Além disso, durante o tour o visitante passa por alguns dos principais pontos turísticos, tais como a Praça Nowy (Plac Nowy), sinagogas e o Museu Histórico da História e Cultura dos Judeus (Historical Museum of the History and Culture of Jewish People). O tour tem fim em um dos principais museus da cidade, a Fábrica de Oskar Schindler (hoje uma das unidades do Museu de História da Cracóvia), que tem uma exposição permanente sobre a ocupação nazista na cidade, entre 1939 e 1945, como também um espaço de exposições temporárias.

igreja_santa_maria_cracovia

Main Market Square

Museu Bairo Judeu na Cracóvia

Museu Histórico da História e Cultura dos Judeus

Infelizmente, depois do holocausto a população judia não voltou a morar lá. Hoje a porcentagem de judeus que residem na cidade é muito pequena, mas a Cracóvia recebe muitos judeus a turismo. Quando se vai nos pontos turísticos relacionados à historia do povo deles, dá para ver grandes grupos em tours de judeus ortodoxos.

A noite no bairro judeu na Cracóvia

Toda essa área é basicamente formada por dois distritos – Kazimierz e Podgórze. É onde fica a Fábrica de Schindler e hoje em dia é ocupada por bares alternativos, restaurantes (kosher e de comida local), sinagogas e museus. Até sorvete kosher tem.

Ponte que liga o bairro judeu na Cracóvia

Ponte que liga os bairros judeus Kazimiers e Podgórze

Dentre os bares, o Alchemia (Estery 5) é um dos mais antigos do distrito. Tem um ambiente rústico e aconchegante em função de sua iluminação com velas, e decoração no mínimo curiosa –  há ferramentas de alquimista espalhadas por suas paredes. Costuma ficar cheio quase todos os dias, funciona de segunda a segunda e fecha entre 2 e 3 horas da manhã.

A uma quadra de distância está o Singer (Izaaka 1), que mais parece uma loja de antiguidades do que um bar, principalmente porque suas mesas são antigas máquinas de costurar da Singer (!). Lá,  mais tarde as pessoas sobem e dançam seja lá o que estiver tocando (o que pode variar bastante). Atrai tanto turistas, como os locais, abre todos os dias e fecha por volta das 3 da manhã, sendo que nas sextas e sábados esse horário é normalmente estendido.

Kazimierz bairro judeu na Cracóvia

Do outro lado do rio fica o Forum Przestrzenie (Marii Konopnickiej 28), que funciona todos os dias de 10 da manhã até as 2 ou 3h. O bar funciona em um prédio que antigamente era um hotel, tem decoração super moderna e descolada e é frequentado pela galera hipster da cidade. Além de drinks, serve comida, tem normalmente música tocada por DJ’s e conta com uma área externa com vista para o rio Wisla.

Há ainda muitos outros bares na área, o que torna possível ir de bar em bar a pé em uma só noite para aproveitar as vodkas produzidas no país (não deixe de experimentar a vodka de cereja da marca Soplica, que fica ótima com Sprite e limão).

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Gabriela Dilly

Analista internacional mais interessada em experienciar outras culturas que em analisá-las. Escreve também no blog Dupla Trip.

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3 comentários sobre o texto “A história e as atrações do bairro judeu da Cracóvia, Polônia

  1. Ótimo post!
    Em 2016 pretendo ir à Cracóvia, estou planejando minuciosamente.
    Para a Jornada Mundial da Juventude 2016.
    Espero que dê certo.
    Parabéns! 😀

  2. Adooooorei seu blog!
    Meu nome é Andrea, vou fazer uma viagem ao leste europeu em maio de 2015 e por isso já estou me organizando pra que dê tudo certo, por isso já estou fazendo várias pesquisas. Gostaria da sua opinião a respeito do meu roteiro, nós temos mais ou menos uns 28 dias de férias contando o dia de ida e de volta. Somos do Rio de Janeiro e pensamos em fazer Varsóvia, Cracóvia (inclusive Minas de Sal e , Auschwitz), Praga, Budapeste e Croácia. Ainda não sei qual cidade de Croácia iremos visitar pois ainda estamos pesquisando melhor.
    .
1- Você acha que estou visitando muitas cidades para esse tempo que temos disponível?
2-Quantos dias você aconselharia nós ficarmos em cada cidade?
    
3- Esta ordem das cidades que eu apresentei acima seria a mais conveniente ou você faria diferente?
    4- Você poderia me dizer alguma coisa sobre a Croácia? Alguma cidade que você pudesse me indicar? Desculpas tantas perguntas mas acho que você é a pessoa ideal para tirar minhas dúvida
    Muito obrigada,
    Bjos

    1. Olá Andrea,

      Obrigada pelo elogio 🙂 Desculpe a demora para responder!! Segue abaixo minha opinião em relação a suas dúvidas:

      1- Quanto ao número de dias: você ficaria em média 5 noites em cada cidade, se fosse somente para uma cidade na croácia. Geralmente, é esse o número de dias que fico em cidades do porte para que você está planejando ir, mas sou meio hiperativa e não ligo de fazer turismo o dia inteiro (e ainda sair a noite todos os dias). Mas se você gosta de fazer as coisas com mais calma, talves possa ou tirar um país, ou ficar mais alguns dias.

      
2-

      – Varsóvia: não fui a esta cidade, mas tenho alguns amigos que já foram e disseram que 4\5 noites é o suficiente para conhecer bem a cidade

      – Cracóvia: fiquei 4 noites quando fui e consegui fazer tudo que queria (o que inclui a mina de sal, Auschwitz, o tour do bairro judeu, museu onde era a fábrica de schindler, sair a noite todos os dias, o tour no centro histórico da cidade e andar por ela atoa). Mas sou meio frenética, talvez 5\6 noites seja o ideal.

      – Praga: acabei de ir a praga novamente e acredito que 4\5 noites de para conhecer bem a cidade.

      – Budapeste: para quem (como eu) ama fotografia e bares alternativos (os famosos ruin pubs da cidade) vale a pena ficar em Budapeste pelo menos 5 noites, mas se o objetivo é ir nos pontos principais da cidade, acredito que dê para vê-los em 4 dias inteiros. Depende do seu gosto mesmo.

      – Croácia: ainda não fui ao país, vou agora no meio de julho, mas não para as cidades mais turísticas. Das pessoas que conheço que já foram e de sites lidos, atualmente, as cidades turísticas mais visitadas pela beleza natural (e também parte histórica) são Dubrovnik e Split, o que as tornam relativamente caras se compradas às outras cidades do país. Acho q a escolha de qual lugar ir em tak país depende do que você gosta de fazer como turista, no meu caso escolhi as que são menos turísticas, tem uma boa parte histórica, parques com cachoeiras para visitar e praias bonitas. (Depois da minha viagem, posso te contar como foi, talvez ajude em sua escolha).

      
3- Acredito que a ordem que você colocou (Varsóvia, Cracóvia, Praga, Budapeste e Croácia) seja a mais viável mesmo. Inclusive, vale a pena conferir as promoções da eurolines para alguns desses trechos. Já comprei passagem por 7 euros de Praga a Budapeste.

      4- Acho que essa dúvida foi respondida (pelo menos parcialmente) no item 2, mas vale ainda dizer que a Croácia tem bastante coisa legal e diferente para se fazer como o Parque Nacional dos Lagos de Plitvice, as praias e cidades históricas do sul, a capital (Zagreb), as baladas ou até mesmo as cidades, vilas e ilhas do norte (região bem menos turística). Depende do que você quer como viajante, o que faço para fazer tal tipo de decisão é ler sobre o país em sites sobre turismo ou blogs.

      Espero que tenha ajudado 🙂

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