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Catarata dos Couros: beleza na Chapada dos Veadeiros

Sempre achei que o cartão-postal máximo da Chapada dos Veadeiros era o Vale da Lua, mas bastaram alguns minutos na Catarata dos Couros, a cerca de 50 quilômetros de Alto Paraíso de Goiás, para perceber que a concorrência é até injusta. O Vale da Lua é lindo, a Chapada está repleta de lugares fantásticos, mas nenhum deles supera a grandiosidade da Catarata dos Couros. Se você só tiver um dia para perambular pela Chapada, não tenha dúvidas: corra para a catarata.

E você vai mesmo precisar de um dia inteiro para conhecer o lugar com calma. Primeiro pela dificuldade de chegar – os 50 quilômetros parecem pouca coisa, mas não são, afinal 35 deles são em estrada de terra. E com alguns trechos bem complicados, com chances de atolamento e dificuldade de enxergar qualquer coisa quando o carro da frente levanta poeira. Mas vale a pena. Uma vez lá, espere gastar pelo menos quatro horas para conhecer tudo com calma e aproveitar as quedas d’água.

Veja também: Chapada dos Veadeiros, em Goiás: como ir, o que fazer e outras dicas

Onde ficar na Chapada dos Veadeiros, em Goiás

Catarata dos Couros, Chamada dos Veadeiros

Viajei para a Chapada dos Veadeiros com um grupo de amigos. Alugamos dois carros ainda em Brasília e fincamos base em duas cidades: primeiro Cavalcante e depois Alto Paraíso de Goiás. Como em outros atrativos da Chapada dos Veadeiros, estar de carro é um grande facilitador. Recomendo a leitura do texto em que explicamos como alugar um veículo com o melhor custo/benefício.

No último dia de viagem, saímos cedo de Alto Paraíso, passamos no Centro de Atendimento ao Turista, que fica na rua principal da cidade, e contratamos o serviço de uma guia turística. Não foi caro – custou cerca de R$ 20 por pessoa.

A guia foi de carro com a gente para a Catarata, o que facilitou as coisas. Não é obrigatório contratar um serviço de guia para fazer essa trilha, mas não dá para negar que ajuda muito. Embora o trecho asfaltado da estrada seja ótimo, via GO 118, na estrada de terra faltam placas e não é incomum que turistas se percam procurando pela Catarata. Segundo o blog Compartilhe Viagens, que fez o passeio por conta própria e conversou com moradores locais sobre o assunto, alguns guias turísticos arrancaram as placas de indicação, no caminho e dentro da área das Cataratas, para, errr, tornar o serviço deles indispensável.

Catarata dos Couros, Chapada dos Veadeiros

A entrada é de graça, o que é raro por ali. A Catarata do Rio dos Couros não fica dentro da área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, mas há projetos para criar outra área de proteção ao redor dela ou anexá-la ao parque. Enquanto isso não acontece, a região corre riscos e sofre com loteamentos irregulares.

Chapada dos Veadeiros, Goiás

Alguns mochileiros levam barracas e acampam perto da Catarata. Embora isso seja comum, é proibido, principalmente por conta da falta de infraestrutura adequada. Eu não acampei lá, mas um amigo fez isso e voltou falando maravilhas. Entendo a razão. Já imaginou acordar ali?

A trilha é curta, apenas três quilômetros, contando a ida e a volta. Você caminhará margeando o Rio dos Couros, que batiza também as cataratas. Segundo a guia que nos acompanhou, esse nome era bem literal – os caçadores que atuavam ali costumavam lavar os couros de suas caças no rio. Logo de cara paramos para tomar banho numa cachoeira.

Onde ficar na Chapada dos Veadeiros

Depois, cruzamos o rio e começamos a descer. São cerca de 800 metros de caminhada, que é bem tranquila. O cenário ajuda, claro, e está repleto de quedas d’água, como a Cachoeira da Muralha, que tem 20 metros de altura. Não faltam oportunidades para entrar na água, mas lembre-se que na época das chuvas isso muda completamente e nadar pode ser desaconselhável.

o que fazer na chapada dos veadeiros, goiás

Chegamos na Catarata do Rio dos Couros por cima. Com 100 metros e vários níveis, ela é espetacular. O passeio não acaba aqui: a descida até o pé da Catarata é possível e vale muito a pena, embora esse seja o trecho mais complicado da trilha, que é muito mais íngreme. Em determinado momento usamos uma corda para ajudar a seguir em frente.

Lá de baixo o espetáculo está completo, com os 100 metros da Catarata dos Couros engolindo a paisagem.

Catarata do Rio dos Couros, Goiás

Catarata dos Couros: dicas importantes

Leve comida, frutas e bastante água, já que não há nada disso por lá. O máximo que você terá é uma barraquinha vendendo água de coco, ainda no começo da trilha e ao lado do estacionamento. Não se esqueça do protetor solar, repelente, chapéu e outros itens básicos.

Como eu disse antes, a época do ano pode afetar sua viagem. Eu estive durante a seca, que vai de maio a outubro. Na época das chuvas, de novembro e abril, é preciso redobrar a atenção por conta das trombas d’água – e contratar um guia torna-se ainda mais importante.

Durante as chuvas, as cachoeiras ficam mais caudalosas e pode ser perigoso entrar em alguns pontos. Além disso, a estrada de terra vira estrada de terra e água – e receptiva somente para veículos 4 x 4. Converse na sua pousada ou no Centro de Atendimento ao Turista antes de ir para a Catarata. Assim você pode saber se choveu nos últimos dias, se a estrada está em bom estado ou se algum cuidado adicional precisa ser tomado.

Chapada dos veadeiros

Cuidado com cachoeiras. Já ocorreram alguns acidentes fatais na Catarata dos Couros. Redemoinhos podem se formam repentinamente e a correnteza pode puxar mesmo nadadores experientes. Além disso, os acidentes mais comuns envolvem quedas durante a caminhada – preste atenção ao percurso, pois a área é remota e o atendimento médico vai demorar.

Por fim, aquela dica básica, mas sempre necessária: nunca pule numa cachoeira. Essa é uma atividade comum, mas muito perigosa em um poço da Catarata dos Couros. Você não sabe a profundidade da água, que pode se alterar ao longo do dia ou época do ano. Fora que pedras e troncos de árvores podem ser arrastados para lugares que você não consegue ver, permanecendo submersos. Segurança acima de tudo.

No mais, não deixe lixo, tire muitas fotos, faça muitas memórias e vá para casa feliz. E com vontade de voltar.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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