Com o auxílio de uma corda, subimos ao topo de uma duna de 40 metros. Lá do alto, observamos dois mundos. De um lado, uma imensa área verde, mata que inclui a estrada que tínhamos percorrido pouco antes. Do outro, o infinito em forma de areia. Areia, dunas e lagoas. Assim é o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, um dos destinos turísticos mais incríveis do Brasil – ou seria do mundo?
O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses foi criado em 1981, para proteger a área que se tornou o grande cartão-postal do Maranhão. E é gigante: são 1550 km². Como é complicado entender a grandeza dos números, vai uma comparação simples: a cidade de São Paulo tem 1523 km². Portanto, o parque do Maranhão é maior que a capital paulista. E tem 2/3 de sua área formada por dunas. Cara de deserto, mas vizinho da Amazônia.
A quantidade de água nessas lagoas varia de acordo com a época do ano. É que há, nos Lençóis Maranhenses, duas estações bem definidas. A chuvosa é no primeiro semestre, quando as lagoas enchem. A seca é no segundo semestre. Portanto, a melhor época para ir aos Lençóis é logo depois das chuvas, nos meses de maio, junho, julho e agosto, quando as chuvas já acabaram (e o céu fica mais azul) e as lagoas estão cheias. Nós estivemos lá no começo de abril. Algumas lagoas estavam cheias, outras nem tanto, e o céu não estava com toda a beleza que só o azul sem nuvens pode oferecer. Mas foi bonito mesmo assim.
Lagoa do Peixe
A área protegida se divide entre três municípios do Maranhão: Primeira Cruz, Santo Amaro do Maranhão e Barreirinhas, que é a principal porta de entrada para o parque e a cidade com mais infraestrutura da região. Para chegar até lá, o caminho tradicional é via São Luís, a capital do estado, que está a quatro horas dos Lençóis Maranhenses (por via terrestre).
Existe um aeroporto em Barreirinhas e o governo do estado promete que logo haverá voos comerciais para lá – a Gol é uma das interessadas em operar o trecho. Por hora, só pequenos aviões, a maioria dedicada a voos panorâmicos, usam a pista.
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Barreirinhas oferece várias possibilidades de passeios, inclusive além da combinação de dunas e lagos do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Portanto, uma dica importante: esse não é um destino para bate-volta. Tampouco para dois dias de viagem. De preferência, passe quatro ou cinco dias por lá. Não falta o que fazer.
Além dos Lençóis, que ocupam tranquilamente dois dias do seu roteiro, caso você queira conhecer as lagoas mais famosas (e bonitas), o passeio de voadeira pelo Rio Preguiças e o passeio de boia pelo Rio Formigas ocupam mais dois dias inteiros. E valem a pena.
Rio Formigas
Onde ficar no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses
Não é possível se hospedar dentro do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Quem visita a região deve procurar hotéis em uma das cidades que servem como porta de entrada para a reserva. Barreirinhas é a que concentra a maior parte da oferta hoteleira, mas também há opções interessantes em Santo Amaro, em especial se você busca um lugar mais tranquilo e uma experiência mais ruts.
Encontre hotéis no entorno do Parque
Como visitar o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses
Só é possível entrar no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses com guias autorizados. Diversas empresas de Barreirinhas, assim como das outras cidades que ficam ao redor dos Lençóis, oferecem o serviço. O tour dura entre quatro e seis horas e custa, em média, R$ 50 por pessoa. Nós pagamos esse valor para fazer nosso primeiro passeio, pela agência Daniceliz, mas vale lembrar que o custo pode mudar de acordo com a época do ano.
Os passeios são feitos em caminhonetes adaptadas, as chamadas jardineiras, que te pegam no seu hotel. Para chegar ao parque a partir de Barreirinhas, é preciso cruzar o rio Preguiças de balsa. Depois, tome estrada de terra. A distância depende do passeio que você escolheu. Independente disso, espere encontrar muitas curvas, uma estrada irregular e com vários trechos alagados, em que o veículo passa dentro d’água. Pernilongos e mosquitos te acompanham ao longo da viagem, que não é exatamente confortável. Mas é divertida.
Nós fizemos os dois passeios tradicionais, que leva até as lagoas mais próximas a Barreirinhas, como a Lagoa Azul, a Lagoa Esmeralda e a Lagoa do Peixe. No primeiro dia, saímos de do hotel logo depois do almoço. Depois que cruzamos o rio de balsa, enfrentamos uns 40 minutos de estrada de terra, entre lombadas e trechos alagados. Veículos motorizados e bebidas alcoólicas não são permitidos dentro do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, assim como vendedores ambulantes. Ou seja, lá você não vai achar uma vendinha para comprar artigos de última necessidade. Por isso, leve algumas garrafinhas d’água (todos os veículos têm um cooler para mantê-las geladas) e não se esqueça do protetor solar, dos óculos de sol, repelente e, claro, da câmera.
Como a Lagoa Azul não estava cheia o bastante, seguimos para a Lagoa do Peixe, onde dá para mergulhar. Depois de cerca de uma hora relaxando no local, voltamos. Quando o céu está limpo, esse passeio costuma terminar com a observação do pôr do sol do alto das dunas.
No último dia em Barreirinhas, entramos novamente no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses para conhecer a Lagoa Bonita. Segundo nosso guia, essa lagoa é mais distante, cerca de uma hora e meia de estrada de terra, mas valeria a pena, já que a vista de lá era espetacular. Ele não mentiu. Por conta da distância, esse passeio costuma ser um pouco mais caro (pagamos R$ 60).
Foi nesse passeio que precisamos escalar a duna de 40 metros, com auxílio de uma corda, que fica no local justamente para isso. Outro benefício foi que a Lagoa estava praticamente vazia – não vi outro grupo de turistas por lá. Pode ser por conta da distância maior ou porque era dia de semana, mas de qualquer forma foi um ponto positivo.
Fizemos esse passeio na parte da manhã – saímos cedo, logo depois do café. Ficamos nas dunas durante o tempo que quisemos e voltamos quando a fome apertou e se aproximava a hora do almoço. Há restaurantes simples, mas simpáticos, logo no ponto em que os veículos param. Alguns guias permitem que o grupo escolha se quer comer lá ou se prefere voltar para cidade. Se resolver comer lá, lembre-se de levar dinheiro, afinal as máquinas de débito ainda não são onipresentes no meio dos Lençóis Maranhenses.
Outra Lagoa que merece a visita é a Lagoa Verde, que fica mais perto de Atins que de Barreirinhas. Nós não fomos, mas o blog Nerds Viajantes tem um relato sobre esse passeio, que parece também ser incrível.
Olá Rafael
Pretendo ir aos lençóis Maranhenses em Janeiro, apesar de alta temporada,é o período que meu filho pode tirar férias,acompanhei suas dicas e achei ótimas, vi alguns roteiros por alumas agencias e achei que fica bem mais caro, e em alguns roteiros,haviam pernoites em vários lugares, acho que fica complicado,pois teríamos que carregar as bagagens o tempo todo, pelo que percebi pelos seus comentários,posso ficar em um hotel em Barreirinhas por mais dias e fazer os passeios, como Atins, Santo Amaro, Delta do Parnaíba e Barra Grande, e retornar para Barreirinhas,ou algum desses lugares ficaria mais distante,pois depois pretendo ir para Jericoacoara.Grata pela atenção.
Oi, Marcia.
Barreirinhas é uma boa base para os Lençóis. Para outros lugares, tipo o Delta, não há retorno. O melhor é mesmo dormir por lá e então seguir para Jeri. 🙂
Fico feliz que o texto tenha ajudado.
Abraço.
Olá!
Além dos passeios citados no post, recomendo fazer o passeio de quadriciclo nos pequenos Lençóis.
Assim como o passeio pelo Rio Preguiças, tem como destino final, a península de Caburé, porém, através de um roteiro completamente distinto.
É bem mais caro, em relação aos outros passeios, mas vale a pena!
Podem conferir com é o passeio em viagensecaminhos.com/2016/10/lencois-maranhenses-excursao-de-quadriciclo.html.
Obrigado pelo comentário e dicas, Jair.
Abraço.
Olá, tudo bem?
queria saber se é possível conhecer a Lagoa Bonita, que fica mais distante, pela manhã, almoçar e continuar no parque para conhecer a Lagoa Azul, Esmeralda e do Peixe pela tarde?
Qua lindo… Fui em agosto. As lagoas estavam bem cheias e a paisagem Linda… Vale a pena contratar uma agencia pra não ter dor de cabeça nos Lençóis Maranhenses. Recomendo a G.I CONECT VIAGENS E TURISMO, todos foram muito atenciosos…
Vou compartilhar essa post no meu facebook…
Oi, Patrícia.
Obrigado pelo comentário. Na realidade, a única forma de fazer os passeios é contratando uma agência, já que só com um guia credenciado é possível entrar no parque. Mas não acho que seja necessário fazer um pacote ou fechar toda viagem antes de sair de casa. Lá mesmo dá para resolver tudo. 🙂
Abraço.
Os Lençóis Maranhenses ocupam o primeiro lugar da minha listinha de lugares que quero conhecer no Brasil. Até ensaiei um planejamento pra ir em junho deste ano, mas não coube no meu orçamento, por concordar com você que não é uma viagem pra dois dias, até por conta do deslocamento até Barreirinhas. Assim que for possível pretendo conhecer. Essa é a primeira vez que comento, mas sempre acompanho o blog. Parabéns pelo trabalho!
Obrigado pelo comentário, Adriana. 🙂 E os Lençóis são lindos. Já quero é voltar. haha
Abraço.