Taj Mahal, Índia, uma maravilha do mundo moderno

Era uma vez o quinto imperador mogol a dominar o norte da Índia, cujo nome significava “Rei do mundo”, Shah Jahan. Um dia ele se apaixonou perdidamente e tomou como segunda esposa uma princesa persa, que, seguindo o costume da época, mudou de nome e passou a se chamar Mumtaz Mahal (“Joia do Palácio”).

De 1612 a 1631, Jahan e Mahal viveram uma linda história de amor, com direito a muitas guerras e filhos – a senhora era a maior conselheira e apoiadora do imperador, segundo me contaram e agora eu vou contar. No entanto, um dia quando acompanhava o marido durante uma campanha militar, ela morreu ao dar à luz seu 14º filho.

A morte da amada deixou o imperador inconsolável. Para honrar a memória dela, ele mandou trazer os mais talentosos artesãos de todos os confins do mundo. A partir de 1632, Agra, cidade que era a capital do império mogol na Índia, viu uma das mais impressionantes obras da história da humanidade acontecer.

Incontáveis elefantes, camelos, búfalos e bois traziam mármore branco e pedras preciosas do Rajastão ao Punjab, da China ao Afeganistão. O imperador, diz a lenda, mandou cortar as mãos de alguns dos construtores e cegou outros, para que não pudessem repetir a beleza da obra em outra construção.

Conheça as outras atrações de Agra

Taj Mahal, Índia

O mausoléu de Mumtaz Mahal – chamado de Taj Mahal, ou a Coroa de Mahal – foi inspirado em edifícios mogóis, incorporando tradições do Islão, Pérsia e Índia. Além do prédio principal, feito em mármore branco incrustado de pedras preciosas, Shah Jahan fez questão que toda a construção fosse a mais bela homenagem à sua amada. Cada detalhe foi pensado de forma a dar simetria à obra.

Os jardins que circundam o prédio são divididos em 16 seções com canteiros de flores e um tanque central que reflete a imagem do edifício. Fora isso, prédios externos e muros de pedra vermelha acompanham o desenho: uma mesquita, portais e mausoléus secundários para as esposas não tão amadas de Jahan e para o servente favorito de Mumtaz.

Jardins do Taj Mahal, Índia

Todo o projeto ficou pronto em 1653 e pouco depois disso o imperador ficou doente e dois de seus filhos lhe tomaram o poder. Ele foi exilado no Forte de Agra, de onde pode observar até o final de seus dias (em 1666) o seu monumento ao amor.

Após a morte de Jahan, seu filho Aurangzeb, muito menos preocupado com gastos astronômicos em construções e arte, sepultou o pai dentro do Taj Mahal, ao lado de sua amada Mumtaz – criando, assim, o único erro da perfeita simetria de todo o complexo, já que a tumba da esposa ocupa o centro perfeito do prédio. A do imperador morto fica bem ao lado e é mais alta que a outra.

Taj Mahal, India

O resto é história

Ainda segundo as lendas não confirmadas, o fato de Aurangzeb ter tomado o poder significou também que a humanidade deixou de ganhar um monumento ainda mais maravilhoso. É que, aparentemente, Shah Jahan planejava construir um mausoléu idêntico ao Taj Mahal, só que em mármore negro e do outro lado do rio, para ser sua própria sepultura.

Porém, o novo imperador considerava um desperdício de dinheiro sem fim fazer outra obra como essa e tratou de garantir que o pai não colocaria o plano em prática. Ao invés de um Taj negro, do outro lado do rio foram construídos jardins, não muito bonitos, mas que dão uma excelente vista alternativa do palácio.

Vista do Taj Mahal, Índia

Vista Taj Mahal à partir dos Jardins

Outra história (não comprovada) diz que durante a Segunda Guerra Mundial e as guerras entre Índia e Paquistão, a cúpula do Taj Mahal foi coberta com um andaime gigantesco para protegê-lo de ataques aéreos. Em 1983 a UNESCO declarou o Taj como Patrimônio Mundial da Humanidade e uma votação pública informal em 2007 definiu-o, com mais de 100 milhões de votos, como uma das Novas Maravilhas do Mundo Moderno.

Taj Mahal, na Índia

Informações turísticas sobre o Taj Mahal

Serviço

A entrada do Taj Mahal custa 1000 rúpias (cerca de 50 reais). O monumento está aberto de 6 da manhã às 7 da noite, todos os dias, exceto na sexta-feira (fechado para orações). Dois dias antes e dois depois da lua cheia, o monumento é aberto para visita à luz da lua de 20h30 às 24h. Verifique as informações atualizadas no site oficial. 

Sobre Agra

Agra-Fort, Índia

Agra é um lugar muito poluído, sujo e desagradável. Apesar disso, não há como não visitar a cidade quando se vai ver o Taj Mahal. A nossa sugestão é gastar o menor tempo possível lá, pelo menos se seu único objetivo for o Taj. No máximo uma noite ou até mesmo um bate volta de Delhi.

Além do Taj Mahal existem monumentos interessantes referentes ao período do domínio mogol: Agra Fort – forte e palácio que abrigava os governantes do Império Mogol; Akbar’s Mausoleum – mausoléu do avô de Shah Jahan, o maior imperador mogol, possui jardins incríveis com pavões e veados; Fatehpur Sikri – antiga capital do império Mogol, possui arquitetura impressionante e está localizada a 40km de Agra; e Baby Taj ou Itmad-ud-Daula’s Tomb – mais um mausoléu da época mogol, com o mesmo estilo arquitetônico dos outros monumentos.

Veja também: Onde ficar em Agra?

Agra Fort Vista

Como chegar

É possível chegar de trem até Agra de praticamente toda a Índia, uma vez que a estação fica entre as principais linhas do país.  São cerca de 2 ou 3 horas saindo de Delhi. Além disso, ônibus também é uma opção viável e mais barata para quem sai de grandes cidades próximas. O aeroporto está desativado por tempo indeterminado.

Vai viajar? O seguro de viagem é obrigatório em dezenas de países e indispensável nas férias. Não fique desprotegido na Índia. Veja como conseguir o seguro com o melhor custo/benefício para o país – e com cupom de desconto.

Quanto custa uma viagem para a Índia veja

Inscreva-se na nossa newsletter

Avalie este post

Compartilhe!







Eu quero

Clique e saiba como.

 




Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

  • 360 nas redes
  • Facebook
  • YouTube
  • Instagram
  • Twitter

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

44 comentários sobre o texto “Taj Mahal, Índia, uma maravilha do mundo moderno

  1. Oi, Luiza, tudo bem? Primeiro, muito obrigada por todo o conhecimento compartilhado. Pode me ajudar? Vou para a Índia em outubro, chego em Delhi e vou para Agra, o mais recomendável é avião ou trem? Vi em alguns lugares sobre a reserva de trem e que é possível que eu não consiga uma para o meu dia de chegada, mas não encontrei informações sobre o funcionamento do aeroporto de Agra. Sabe se fazer esse trajeto (Delhi-Agra) de avião é normal e recomendável?

    1. Oi Thainá,

      O aeroporto de Agra estava desativado quando estivemos na Índia. E pelo que acabei de pesquisar continua desativado.

      Ou seja, suas opções são trem ou ônibus. Acho trem mais seguro e confortável.

      Se você já sabe a data da viagem, deveria já deixar a passagem comprada.

  2. Olá, queria comprar umas jóias de prata pra revender aqui na minha cidade, tem alguma loja ou distribuidora que poderia me indicar?

Carregar mais comentários
2018. 360meridianos. Todos os direitos reservados. UX/UI design por Amí Comunicação & Design e desenvolvimento por Douglas Mofet.