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Atlas: Hong Kong, China

Tim Ho Wan, o restaurante mais barato do guia Michelin

Bolinho de batata com camarão, pãezinhos recheados com carne de porco caramelizada, sopa de abóbora e uma xícara de chá. Foi assim, simples e saborosa, a melhor refeição que experimentei em Hong Kong. E por apenas US$ 8.

O custo baixo num lugar cuja alimentação é cara surpreende ainda mais porque o cardápio é apresentado em um estrelado pelo Guia Michelin, mais importante roteiro de restaurantes do mundo. O Tim Ho Wan entrou na lista em 2010 e, desde então, se tornou o mais barato estabelecimento do ranking, segundo a CNN.

Mas experimentar a autêntica culinária dim sum (pratos em pequenas porções que misturam texturas, usam muitas ervas e sabores) nesse estabelecimento é mais do que comer. A experiência começa ao chegar à rua e se deparar com uma fila, diária, composta por dezenas de pessoas se espremendo em uma estreita calçada – no meu caso, debaixo de chuva, mas pelo menos optei pelo horário de almoço.

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A parte boa é que o aglomerado faz qualquer turista ocidental ter garantias de estar no estabelecimento do chef Mak Kwai Pui, porque se dependesse apenas da linguagem isso seria mais difícil, já que o único texto em inglês por ali é justamente o pequeno selo Michelin na porta.

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A enérgica recepcionista também não domina idiomas para além do cantonês. É ela que entrega uma senha e um papelzinho com os nomes dos pratos, escritos, aí sim, em inglês. De posse do tíquete 88 (a chamada estava no 35!) comecei a batalha para decidir os pratos. Mesmo que as inscrições estejam em linguagem decifrável, não é fácil entender a forma de cozinhar em outro país, sobretudo no oriente. Uma “carne” pode ser preparada de centenas de formas, por exemplo.

Minha tática foi “colar”. Discretamente, comecei a observar o que todos os turistas, a maioria da própria China, estavam assinalando e copiei o har gow, bolinho de camarão, e o cha siu bo, pão com carne de porco adocicada (este, na verdade, já era um conhecido meu por leituras; foi ele que fez a fama da casa). A sobremesa foi por minha conta e risco.

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Depois de 20 minutos ouvindo a chamada passar do 35 para o 75, não precisei esperar as costumeiras duas horas listadas por visitantes em blogs de viagem. O próprio Mak Kwai Pui veio até a porta procurar alguém que estivesse sozinho e lá fui eu me sentar com um casal e duas senhoras com uma criança – na China é comum dividir mesa com desconhecidos; no caso do Tim Ho Wan é uma necessidade, já que a casa original possui cerca de 20 lugares.

Logo que entrei, entreguei a minha “comanda” para a garçonete e preparei a câmera fotográfica. O chef teve uma reação atípica: primeiro se ofereceu para tirar fotos minhas e, depois, me chamou para ver a cozinha. Acostumada a ouvir histórias de donos de restaurantes que impedem a entrada nessa parte, me senti privilegiada, mas preferi fazer poucos registros e não atrapalhar a circulação dos funcionários (mentira! sai de lá apressada porque meus bolinhos chegaram).

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O primeiro prato trouxe har gow quentes e delicados, com camarões bem cozidos no vapor. Na sequência, vieram os afamados pãezinhos, que surpreenderam pela combinação de doce com salgado, a crocância, e por se mostrarem mais substanciais do que aparentam (no terceiro, já estava satisfeita).

Ainda havia a sobremesa: boa, mas confesso não saber dizer exatamente o que havia naquela sopa: abóbora e jasmim? O chá, única bebida oferecida e cortesia, eu também não soube identificar a essência. Só sei que saí de lá com uma certeza: a comida é uma das mais evidentes representações da cultura de um país.

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Ah, e hoje, dia 10 de abril, foi inaugurada a quarta unidade do Tim Ho Wan, a primeira fora de Hong Kong – ela fica em Cingapura. Se optar pelo tradicional, aí está o endereço: 2-20 Kwong Wa Street, Mong Kok.

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Aline Gonçalves

Preciso provar outros sabores para ter certeza de que a melhor combinação do mundo é o arroz com feijão.

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